A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 14
Meu plano que deu errado


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Genteeeee minha internet andou péssima ultimamente T-T por isso que eu cheguei a demorar DIAS pra responder alguns comentários, mas agora que trocaram meu roteador, prometo não demorar mais que algumas horinhas :3

No capítulo de hoje - um fugitivo ladrão o.o "as aparências enganam" u-u

Tenham uma boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717157/chapter/14

Quem me acordou naquela manhã foi a tal de Nerea.

— Olha aqui, se eu te ver de gracinha de novo com o Vetle, eu acabo com você, nível 3 — seu tom era ameaçador.

Arqueei uma sobrancelha enquanto levantava do chão, toda dolorida.

— É filha de Hera, é? Porque pra ter esse ciúmes todo...

Nerea revirou os olhos.

— Eu só quero que você fique longe dele — rosnou ela.

— Desculpa, não sabia que ele tinha dona — digo irônicamente.

Então, subi as escadas, acompanhada dela atrás de mim. Subimos mais um lance de escadas até chegar ao convés do navio. Olhei ao redor e me surpreendi com a linda vista para o mar. Embora o barco balançasse de um lado para o outro, isso era compensado com o ar fresco que batia no meu rosto. Meus cabelos começaram a voar com a força do vento, só que Nerea mal me deixou aproveitar a vista porque ela me puxou para outra sala, onde estavam reunidos os jogadores que eu conhecia e mais alguns.

— Atenção, tripulantes — disse Olivia assim que chegamos. — Odd vai tomar conta de vocês enquanto eu entro em luta para resgatar nosso amado Bernard que foi capturado por selvagens sem coração.

O único “selvagem sem coração” é o Malek, mas ok, resolvi não me pronunciar em meio ao discurso.

Olivia tirou uma cimitarra da cintura e ergueu ao gritar:

— Liberdade nos foi garantida! Vamos ganhar esse jogo de espada erguida!

Os outros jogadores gritaram em resposta, indicando que Olivia era uma ótima líder pelo que parecia. Se Utae visse quantos tripulantes ela tem à sua disposição... Somos formiguinhas em meio a um gigantesco formigueiro, engoli em seco ao pensar.

Assim que o barulho cessou e Olivia embainhou sua espada curva, ela disse:

— Vetle, Nerea, Hardin, eu e a prisioneira iremos encarar alguns desafios, mas logo voltaremos com a vitória. Obedeçam Odd em tudo o que ele mandar, sem exceções.

Então a garota fez um gesto pra que os três que ela chamou, viessem até ela e se despediu de sua tripulação com um “adeus”, antes de vir ao meu encontro.

— Vamos, prisioneira. Kary, não é? Costumo memorizar os nomes das pessoas que trabalham comigo. — Um pequeno sorriso. — Parece que temos um longo caminho pela frente.

Fomos guiados até a poupa onde Olivia fez um sinal e em minutos, estávamos aportando numa ilha, bem diferente do local onde eu estava costumada a viver, cheio de neve cobrindo toda a floresta. Aqui era quente. Muito quente.

Assim que descemos uma escada feita de cordas até a terra firme, Olivia posiciona dois dedos na boca e assovia, fazendo quatro lindos pégasos aterrissarem não mais que uns dez metros da gente.

— Como é que você faz isso? — me vi perguntando.

— Eu já te disse. Sou filha de Poseidon. Tenho afinidade com os cavalos e os pégasos não estão de fora dessa lista.

Olhei pros cavalos alados e foi aí que eu percebi que haviam quatro e não cinco. Isso quer dizer que...

— Você vai voar com Vetle — anunciou Olivia assim que chegamos perto das criaturas.

— Como é? — disse Nerea, exasperada. — Você confia essa aí ao Vetle? Fala sério! É mais fácil os dois ficarem se pegando do que...

— Nerea, você é uma tripulante — as palavras de Olivia foram tão duras que até eu senti o impacto. — Não cabe a você decidir o que eu tenho ou não de fazer.

— Sim, senhora — resmungou ela e cruzou os braços, escolhendo um dos animais à nossa frente.

Vetle estendeu uma mão pra mim quando me aproximei do pégaso que ele estava perto.

— Damas primeiro — disse ele num sorriso sedutor.

Senti minhas bochechas levemente coradas e percebi que ele viu, porque um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto. Aceitei sua mão e subi com dificuldade no cavalo alado. Segundos depois ele estava atrás de mim, segurando minha cintura.

— Espero que você não seja um pervertido aproveitador — digo, sentido suas mãos brincarem com a minha cintura.

— Claro que não, gatinha.

— Se me chamar de “gatinha” mais uma vez, juro que isso só aumenta as chances de eu te dar um chute... naquele lugar.

— Que garota mais estressadinha — sua voz como se estivesse lidando com uma criança, me irritou.

Bufei e decidi não comentar mais nada antes que realmente batesse nele.

— Hardin, fique a frente. Vetle, pegue a direita, eu mantenho a esquerda. Nerea, fique na retaguarda.

Depois dos quatro assentirem, logo estávamos levantando voo. Fechei os olhos, porque ainda não havia me acostumado com altitude. Quando voltei a abri-los, já estávamos bem alto. Olhei pra baixo e prendi o fôlego por alguns segundos, vendo tudo menor abaixo de mim.

— Eu sei. É incrível ver tudo aqui de cima — comentou Vetle ao perceber quantas vezes eu olhava pra baixo.

— Você não tem medo de cair?

Ele riu.

— Por que eu cairia? Acha que um pégaso morre fácil assim? — Havia um sorriso convencido no seu rosto por saber mais coisas do que eu.

Olhei pra frente e vi o pégaso do tal Hardin, comandando o grupo. Estávamos voando em formato de losango. Ao lado estava Olivia, parecendo concentrada no voo, mas não o suficiente para me lançar um sorriso antes de voltar a se concentrar.

Respirei fundo e novamente me deixei ser levada pelos cavalos alados.

Aterrissamos no local onde eu percebi ser o mesmo que haviam me capturado.

— Aqui que tiraram Bernard de mim — disse Olivia num tom amargo, assim que desceu do cavalo, já na terra firme.

Vetle desceu primeiro e me ajudou a descer do torso do animal. Nesse gesto, percebi que Nerea nos observava com os olhos em chamas.

— Agora é com você, Kary — falou Olivia, se aproximando de mim. — Nos mostre onde fica a cede de vocês e eu te devolvo isso. — Então ela mostra minha adaga.

Num movimento rápido eu tento recuperá-la, mas Vetle conseguiu me segurar antes que eu alcançasse as mãos de Olivia.

— Você pode ser uma gata, mas quem continua mandando aqui é Olivia — sussurrou Vetle ao meu ouvido e eu senti a magia flutuando pelo ar, só que mesmo assim o efeito da sua voz grave fez minhas pernas bambearem.

— Pra onde temos que ir, prisioneira? — questionou Nerea, rispidamente, enquanto eu ainda me recuperava do impacto que a voz de Vetle tinha causado em mim.

— Hã... Por... por... por ali... — Apontei debilmente pro local que eu me lembrava.

Olivia lançou um olhar para Vetle, que pareceu sorrir. Só aí ela entendeu o que estava acontecendo comigo.

— Vetle... — Olivia arqueou uma sobrancelha a dizer.

Então o garoto estalou os dedos e eu voltei a mim mesma. Balancei a cabeça e lhe lancei um olhar raivoso, querendo dizer pra ele não repetir mais aquela magia em mim.

Suspirei longamente e antes que eu desse mais um passo, Olivia estalou os dedos e uma corda se amarrou em meu tornozelo e no tornozelo de Vetle. Arregalei os olhos e fiz uma pergunta silenciosa à Olivia.

— Só pra garantir que você não vai fugir ou nos atacar. — Um sorriso doce.

Revirei os olhos, reprovando a atitude dela. Como se eu fosse tentar fugir com esse monte de gente com nível mais avançado que o meu. Eu não teria chance contra eles, pensei.

Meneei a cabeça pro local onde eu me lembrava que havíamos usado e começamos nosso caminho por meio da neve congelante — quero dizer, não que eu sentisse os efeitos do frio.

Caminhar com Vetle no meu encalço, não era a melhor coisa do mundo porque nem por um segundo ele me deixava em paz — depois de um tempo, ele passou a segurar minha cintura pra andar! — e eu não podia bater nele porque: 1) com certeza eu iria ser punida; 2) estávamos presos um ao outro, então era meio difícil me movimentar por conta própria.

Fui resmungando algumas coisas por todo o caminho, desejando mentalmente que chegássemos logo na cabana. No meio dos meus devaneios, desejando ter de volta os meus amigos — menos o Malek — um plano correu pela minha mente. E o pior: ele podia dar certo.

Se eu conseguisse chegar na cabana e colocar o colar Elemental, eu seria invencível e poderia matar todos eles. Eu estaria livre e ainda conseguiria tirar todos os meus amigos dessa enrascada, o plano era realmente brilhante. E eu ainda conseguiria avançar de nível, com certeza.

Demorou um longo tempo até chegarmos na minha cabana. Eu gostaria que tivéssemos vindo de pégasos mesmo, porque queria chegar com estilo e dar o gostinho pra eles de que era mais útil em outra equipe. Só que como a floresta tinha muitas árvores, nos locomover rápido o bastante sobre quatro patas e assas era impossível, o que nos custou só andar mesmo.

Mordi o lábio. Já era o pôr-do-sol quando minha mão estava erguida, preparada para bater na porta de madeira. Olivia estalou os dedos, tirando a corda do meu tornozelo e eu agradeci mil vezes mentalmente por isso. Finalmente estava livre daquele idiota.

Só do idiota e em breve de vocês, não que eu fosse tentar fugir correndo porque seria impossível já que eles formavam um semicírculo, impedindo que eu fugisse pela floresta. Ao invés de bater na porta, simplesmente entrei, deixando a porta aberta o suficiente pra eles verem que eu não estava fazendo nada de mais além de procurar alguém na casa — na verdade, eu estava loucamente atrás do colar Elemental, mas não conseguia achá-lo de jeito algum.

Fiz um gesto pra que eles esperassem e fui em direção ao alçapão, descendo as escadas rapidamente, numa esperança de que ele estivesse nos quartos. Assim que entrei no quarto, vi Malek deitado, parecendo distraído, um pequeno sorriso surgiu no meu rosto.

— Oi, Malek — digo calmamente, me sentando numa cama ao lado da dele, na lateral, apenas para encará-lo.

Ele arregalou os olhos ao me ver e se sentou na cama rapidamente.

— O que você ta fazendo aqui? Como conseguiu escapar? — ele estava muito surpreso.

— Conseguindo. — Dei de ombros. — Ainda acha que não sou capaz? — havia desafio no meu tom de voz.

Malek me avaliou de cima a baixo, ainda sem acreditar que era eu bem ali.

— Onde estão os outros? Utae, Imma, Kameel e Xander? Bernard?

— Caçando para o jantar. Levaram Bernard junto por garantia, mas Xander fugiu no dia que você foi capturada.

— Como? — aquela notícia me pegou de surpresa.

— E levou o colar Elemental — completou ele.

— QUÊ?!

— Eu não disse? — Nerea sorria convencida na porta do quarto. — Sabia que ela estava armando um plano contra a gente.

Olivia estava séria, com os braços cruzados.

— Prendam os dois — ordenou ela num tom sombrio.

Ah, não..., eu iria verbalizar, só que Vetle foi rápido o suficiente para tapar minha boca enquanto as cordas mágicas de Olivia nos prendiam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, é isso mesmo que vocês leram: XANDER FUGIU COM O COLAR ULTRA-MEGA-HÍPER-MAIS-QUE-SUPER PODEROSO, SERUMANINHOS HAHAHAHA

No próximo capítulo - o oceano ~tá, essa é a pior descrição que eu já fiz KKKK~ mas vejam pelo lado bom, vai ser o MAIOR capítulo da fanfic u.u ~até o momento pelo menos kk~ então esperem ANSIOSOS HAHAHA

Até o próximo capítulo o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A guardiã do gelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.