Ladrão de Corações escrita por Lilissantana1


Capítulo 21
Capítulo 21 - O Noivado


Notas iniciais do capítulo

Olá, não ia postar hoje, mas consegui concluir. BJ gente, obrigada pela presença de vcs. Estamos chegando ao fim.



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A festa de noivado seria em poucas horas. Hannah quase não conseguia acreditar em tudo o que estava acontecendo. Sebastian conseguira convencer a mãe que uma nova antecipação na data do casamento não era apenas importante como necessária. Acreditando que compreendia o motivo, a mulher o surpreendeu agindo com mais racionalidade do que estava acostumada. Chamou o marido e colocou em prática toda a autoridade e influencia que seu título lhe oferecia. E em poucas horas um casamento que só aconteceria em vinte dias, passou para pouco mais de uma semana.

A baronesa foi contra, apesar de saber das oportunidades que a filha tivera de estar a sós com o noivo. Um mês não faria tanta diferença assim caso algo tivesse acontecido entre eles. Afinal, não era raro, entre famílias de prestigio e tradição, crianças nascerem prematuramente. O maior problema seria a confecção dos vestidos. Mal haviam começado. Não ficariam prontos até a data do casamento.

Mas, algo aconteceu para deixar Charlote mais amena e menos ranzinza. O pedido de casamento realizado a Betina por sir Wood. Eufórica, a mulher do barão acreditou que finalmente tudo parecia se encaminhar adequadamente. Hannah casada com sir Sebastian Evans, e sua querida Betina casada com o conde Wood.

Exatamente como um dia ela sonhou.

O salão na casa do marquês fora organizado com o esmero e cuidado que a mãe do noivo geralmente demonstrava em todos os empreendimentos que se propunha a realizar. Cíntia ajudara a sogra, Sebastian dera opinião, Hannah se divertira com o debate agitado e intenso do trio. Aquele seria realmente um dia muito especial. Não apenas porque marcaria o final da vida de solteiro do segundo filho do marquês de Ashwort como serviria para que a marquesa conhecesse a provável terceira nora. A senhorita Sabrina Smith, que fora retratada apenas como uma jovem órfã, que gostava de estudar, morava com a “tutora” e auxiliava James em seus experimentos científicos.

Ao descobrir que a possível futura nora era também uma cientista, Celine percebeu porque seu amado James jamais se aproximou das senhoritas que ela lhe apresentava. Simples, nenhuma delas se interessava pelos assuntos que seu garotinho se interessava. Só alguém como ele lhe serviria. Então, aceitar a senhorita Smith talvez fosse a única chance de ver o rapaz casado como ela tanto desejava.

************

Hannah se olhou no espelho e percebeu que se sentia muito feliz. Tão feliz como nunca se imaginara na vida. Se alguém lhe dissesse há algumas semanas que antes do final da estação estaria comprometida com sir Sebastian Evans, o Ladrão de corações, ela com certeza chamaria essa pessoa de louca. Mas era verdade, pensou rodopiando sobre si mesma, permitindo que o belo vestido se movesse em torno de seu corpo.

Algumas batidas na porta do quarto a alertaram quanto à necessidade de parar de sonhar.

— Entre!

Um rosto conhecido surgiu na fresta da porta.

— Sua mãe a chama senhorita Larkin. – era a criada de Charlote que viera para buscá-la. – Elas estão prontas. No hall, a sua espera.

— Diga à mamãe que já desço.

A porta se fechou e Hannah voltou a observar o espelho. Seu vestido pela primeira vez lhe parecia mais atraente do que o da irmã. Os detalhes, os enfeites e bordados produziam um efeito iluminado. Seus cabelos ornados com pequenas gotas de cristal estavam tão bonitos que ela nem se incomodava com a indefinição da cor. Tudo estava tão perfeito que ela sentia até uma pontada de medo. Medo de simplesmente acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho.

Respirando fundo vestiu as luvas que iam até o cotovelo antes de pegar a pequena bolsa para prendê-la ao pulso. Quando finalmente chegou ao hall, encontrou o pai, a mãe e a irmã a sua espera. Havia expectativa no rosto do trio. A baronesa estava claramente satisfeita. Betina, extremamente linda. O barão certo de que sua filha se sentia feliz.

Enquanto descia os últimos degraus, Hannah percebeu que pela primeira vez na vida, era o centro das atenções. E seria o centro das atenções não apenas ali, em seu lar, mas como na casa do marquês.

O pai lhe ofereceu o braço e eles saíram de casa para ingressarem na carruagem da família. Com o brasão da família. O trajeto foi rápido, e como eles estavam adiantados não havia trânsito nem congestionamento de carruagens diante da residência do futuro sogro. Assim que desceram foram recepcionados pela família Ashwort. Primeiramente a marquesa e a nora Cíntia. Depois, dois dos irmãos de Sebastian, mas, estranhamente ele, o noivo, não estava ali. Percebendo isso, Hannah sentiu a agitação e o medo de que algo atrapalhasse aquele momento se intensificar.

Notando o desconforto da jovem noiva, Cíntia segurou-lhe as mãos com carinho antes de explicar o motivo da ausência de sir Evans no ressinto:

— Sebastian logo estará aqui, ele virá com James... parece que nosso cunhado ainda se sente inseguro quanto a recepção que sua futura noiva terá pela família dele.

Os olhos das duas jovens, que já se consideravam, amigas logo desfizeram a frase, alterando o final.

— Pela mãe dele... – Cíntia expôs baixinho, em palavras, tendo o cuidado de conferir se a sogra estava devidamente ocupada para escutar o que fora dito.

*************

Quando a dupla de irmãos finalmente surgiu, trazia consigo uma garota miúda, de cabelos muito loiros e espertos olhos castanhos. Rosto redondo e boca carnuda. Ela combinava com James, Hannah pensou enquanto via o casal se aproximar de braços dados. Eles faziam um belo par. E, para a tranqüilidade de todos, a marquesa se portou com a educação, cortesia e delicadeza que a sociedade e a ocasião do noivado exigiam. Foi gentil e extremamente rápida em tratar a garota com a familiaridade que usava com os outros membros de sua família.

Cíntia, que fora a primeira a perceber as intenções de James, logo se aproximou da nova cunhada. Ela gostava de agregar. E nada melhor do que um primeiro encontro para fazer isso. Sebastian se divertia em perceber como estava se sentindo tranqüilo naquela ambiente excessivamente falante e íntimo. Onde todos eram ou seriam da mesma família. Artur como sempre, era o mais calado do grupo, mas a esposa dele supria adequadamente essa pequena falta do marido.

O anuncio do noivado foi concluído na metade da noite, um brinde foi erguido pelo marquês e pelo barão em homenagem aos seus filhos. A união deles. As pessoas se congratularam com a dupla que foi efusivamente aplaudida quando Sebastian segurou a mão de Hannah e a conduziu para o centro do salão na intenção darem inicio a primeira valsa como um casal.

— Você está linda... – ele sussurrou baixinho de frente para ela vendo o sorriso se expandir  nos lábios da moça.

Aquele era o primeiro momento da noite em que eles estavam realmente a sós. Sem ninguém perto. Sem ninguém ouvindo o que diziam. Ou observando seus mínimos movimentos e gestos.

Sebastian segurou a cintura da noiva e a trouxe para junto de si, estavam bem próximos agora, mas não próximos demais, não tão próximos quanto ele gostaria de estar. Mas o suficiente para a valsa. A orquestra liberou os primeiros acordes, eles rodaram pelo salão e em poucos segundos estavam cercados de outros casais. Hannah olhou em volta sentindo o peito pulsar acelerado. O noivo segurava-lhe a mão e a cintura, mantendo-a junto ao próprio corpo. Ela quase podia sentir o coração masculino bater todas as vezes em que, num giro, ele a trazia mais para perto.

Quando as danças e os movimentos tomaram conta do ambiente, Sebastian acreditou que eles poderiam ter alguns momentos a sós. Ninguém estava mais se preocupando com o que faziam ou diziam. Diversão era a palavra de ordem naquele momento.

Para eles, escapar do burburinho  e dos olhos dos convidados era a palavra de ordem.

Assim que conseguiram estar sozinhos, numa das sacadas da casa, escondidos pelas longas cortinas que a marquesa elegantemente distribuía por suas janelas, Sebastian finalmente fez o que sentia vontade desde o momento em que ingressou no salão e viu a noiva parada ao lado de Cíntia.

A beijou.

Suave e gentilmente a principio. Profunda e ardentemente depois.

As mãos dele desceram lentamente pelas costas dela. Deixando um rastro de calor que provocava o formigamento das pernas. O pulsar acelerado do coração e a falta de ar. Com cuidado Sebastian desceu os lábios pela linha do pescoço até chegar ao ombro desnudo da noiva. Seu corpo reagia ao dela com extrema rapidez. E todo o medo de perder aquele desejo que lhe consumia sempre que estavam juntos, simplesmente desaparecera. Ele se certificara de que sempre se sentiria atraído pelos cabelos vermelhos. Pelas sardas que coloriam o rosto dela. Pelo rosado das bochechas. Pelos olhos de mar. Pelos lábios carnudos e... pelas coxas que ele sabia serem firmes e roliças exatamente do jeitinho que gostava.

— Hannah... – sussurrou entre um beijo e outro, com a voz abafada pelo desejo  – eu te amo... amo cada uma das suas sardas.

O som de uma risada feliz indicou que ela gostava de tudo o que ele dizia ou fazia. Seus corpos se apertaram, ajustando-se um pouco mais. Com o casamento marcado para dentro de uma semana, eles já não se preocupavam com o que pudesse acontecer. Mas, havia algo que Sebatian adoraria ter entre suas mãos, e nas últimas noites vinha sonhando constantemente com isso.

Na última vez em que estiveram juntos mais intimamente, ele pudera tocar e sentir os seios dela livres do vestido e da roupa de baixo, sob a penumbra da biblioteca escura, e desde então aquela imagem não lhe deixava em paz. Nem o desejo de repetir as mesmas sensações.

A mão do noivo cobriu-lhe o seio com firmeza, massageando suavemente sobre o tecido do vestido. Hannah podia sentir toda a extensão do desejo de Sebastian por ela. Assim como sentia o seu por ele. Um longo e rouco suspiro escapou por seus lábios quando ela afoita e sem medo desceu a mão em direção a barra da calça dele. E pode sentir o membro firme e pulsante debaixo da roupa.

— Hannah... você vai me deixar maluco...  – outro sussurro desatinado e Sebastian tomou seus lábios com paixão incontida. – Eu adoro você...

— Eu adoro você... – ela repetiu com os lábios colados aos dele, sentindo todo o corpo ser sacudido por uma respiração agitada e descompassada.

Delicado e carinhoso ele a envolveu em seus braços, estava na hora de pararem de brincar um com o outro. Em alguns segundos começariam a procurar por eles. Hannah recostou o rosto no ombro do noivo e lentamente esperou a respiração e o coração voltarem a um ritmo normalizado.

— Você está feliz? – Sebastian perguntou mais alto.

— Muito... e você?

Ele sorriu, afagou as costas dela antes de beijar o topo da cabeça ruiva.

— Muito mesmo. Só não estou mais feliz porque esta ainda não é a noite do nosso casamento.

Hannah riu satisfeita. Será que a felicidade doía? Porque o que ela sentia era quase dor. Uma dor gostosa e pungente. Mas ainda assim, quase dor.


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Notas finais do capítulo

Ainda teremos as partes necessárias da fic. ou seja, casamento e noite de núpcias, e quem sabe algo a mais... kkkkk BJ amadas! Amando sempre ter vcs aqui comigo nesta empreitada. Até o próximo!



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