Ladrão de Corações escrita por Lilissantana1


Capítulo 19
Capítulo 19 - Eu Te Amo


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ficou bom, grande não ficou. Mas, desde ontem fiquei pensando. Hannah merece mais. E Sebastian deve isso a ela.



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Sebastian respirava forte com a cabeça apoiada junto ao seu pescoço. De repente ele parara de beijá-la, parara de tocá-la. Estava assim, abraçado ao seu corpo, estático e tenso. Sem compreender o que estava acontecendo Hannah tentou se mover, os braços masculinos se ajustaram um pouco mais, segurando-a dentro de um abraço justo e trêmulo.

— Sebastian... – ela chamou baixinho, e ele sorriu para si mesmo percebendo o quanto gostava de ouvir o próprio nome pronunciado pelos lábios dela. Pela voz dela.

As mãos femininas passearam por suas costas, ele se acomodou, pressionando o peito contra o corpo esbelto e o rosto contra o pescoço fino, sentindo o aroma de jasmim. Precisava de tempo. Precisava colocar as ideias no lugar. Possuir Hannah ali, daquele jeito, seria tão indigno quanto as artimanhas que montara para chegar até Betina. E pelas quais pedira sinceras desculpas há poucos minutos.

— Sebastian... – ela repetiu cruzando pela gola e descendo as mãos pelo peito dele.

— Hannah... você quer que seja assim? – ele perguntou em voz travada, buscando em si as últimas forças que possuía para se controlar. – neste lugar...  – afastando o rosto levemente encarou os olhos perdidos da noiva sob a penumbra do ambiente. – se você nada me disser, nós vamos continuar... mas...

— Você não me quer? – ela perguntou, será que estava errada sobre o que vira nos olhos dele?

— Eu quero... – Sebastian respondeu se aproximando um pouco, mas sem tocar os lábios nos dela – quero... muito... mas... tenho medo que você se arrependa... – suas bocas quase se tocavam ela podia sentir todo o calor que vinha dele acelerando ainda mais sua pulsação, fazendo seu coração bater descompassado.

— Eu quero estar com você... – respondeu firme, o mais firme que pode. Afinal, estava se entregando a ele. Nada poderia ser mais claro do que isso.

Sebastian fechou os olhos, ele queria acreditar que não faria diferença para ela. Que Hannah nunca se incomodaria de ter se entregado a ele numa biblioteca escura, sobre uma mesa desconfortável onde qualquer um poderia encontra-los a qualquer momento.

— Eu te amo... – ela sussurrou sem medo – não me importo com o lugar... só quero ser sua...

Como se tivesse levado um susto ele voltou a encará-la, olhos nos olhos, sentindo as mãos dela a passear por seus cabelos, descendo pelo pescoço, segurando seu rosto com delicadeza.

— Mesmo que esta seja a última coisa que farei na vida...- Hannah o beijou, carinhosa e sedutora. Amorosa e apaixonada. Intensa e entregue.

Com as palavras a aquecerem seu coração Sebastian a estreitou ainda mais enquanto aceitava os beijos que a noiva lhe oferecia. Cada vez menos incerto do que deveria fazer para se sentir em paz consigo mesmo. Principalmente depois disso, depois da confissão dela, ele soube, teve certeza de que a noiva merecia muito mais do que aquilo. Mesmo que seu corpo estivesse delirando em desejo.

Sua melhor alternativa seria acabar de vez com a distância que haveria entre o noivado e o casamento. Acelerar os acontecimentos em muitos dias. Sua mãe ficaria irritada, mas, ele sabia, se ventilasse a possibilidade de um neto, Celine faria qualquer coisa para que seu segundo filho colocasse uma aliança o mais rapidamente possível no dedo de Hannah, não importando os meios para isso.

Ele se afastou decidido e sob um olhar confuso começou, com cuidado a puxar o vestido dela para o lugar. Durante o processo, Hannah continuava a observa-lo sem compreender o que estava acontecendo. Ela dissera que o queria. Ela confessara que ele era amado. Ela se entregara. Por que Sebastian estava agindo daquela forma?

Em um tom determinado, sério ele começou a fala:

— Não posso fazer isso com você... comigo... – deu um passo para trás, para que a noiva pudesse ter certeza do que dizia enquanto enfiava a camisa dentro das calças - serei ainda pior do que aquele que tentou lhe arrumar um pretendente para com isso poder cortejar sua irmã. – ele disse baixo quando percebeu o olhar perdido da Hannah sobre si. – Eu quero estar com você... – puxando o rosto feminino para si a beijou – Quero me casar com você... eu... me sinto diferente quando estamos juntos... – era o máximo que conseguia dizer sobre si mesmo naquele instante  – mas jamais me perdoaria se alguém entrasse por aquela porta e nos visse aqui...

— Eu não me importo! – ela retrucou parada no mesmo lugar vendo ele se arrumar, sentindo os olhos úmidos.

— Mas eu me importo, me importo por você... – puxando-a para o chão Sebastian a abraçou com cuidado. – Porque quero honrar o pedido de desculpas que lhe fiz.

— Eu já o aceitei... – ela retrucou sentindo que realmente iria chorar. – Você já foi desculpado.

Ela estava magoada. Acreditando que fazia aquilo porque não a queria. Precisava esclarecer isso.

— Hannah... eu não me desculpo pelo que fiz. E não vou me perdoar se fizer mais uma... – falou baixo mas firme - eu quero que nossa primeira vez seja especial para você e para mim.

Hannah ficou calada, retirou os braços que a circulavam e deu dois passos curtos para trás, por alguns segundos, encarou os olhos azuis protegidos pela penumbra. Sebastian a confundia. Fazia seu coração se agitar no peito de felicidade, depois se apertar em apreensão.

— Não entendo você Sebastian – ela se remexeu ajeitando o vestido, tentando esconder as lágrimas que teimavam em querer cair.

Ele se aproximou novamente, segurou o rosto dela entre as mãos, obrigando-a a olhá-lo diretamente.

— Você só precisa entender que eu “quero” me casar com você. Que eu quero estar com você. Que eu quero ficar ao seu lado. E que... ajudá-la a se livrar de sir Pierce foi apenas um – ele olhou rapidamente para baixo, como se fosse difícil falar, mas logo fixou os olhos azuis nos dela novamente e aquele olhar era tão firme como a voz que ecoava pela peça vazia  – apenas um argumento, apenas um subterfúgio para esconder o que eu já sabia que deveria fazer... para esconder o que eu queria fazer... para dizer a mim mesmo que estava apenas ajudando alguém que  precisava de mim...

Calada Hannah tentava digerir aquilo. Aquelas palavras, aquele comportamento. Será que todos os homens eram assim ou apenas com ela as coisas eram mais complicadas do que pareciam ser com as outras?

Mas Sebatian ainda não terminara. Agora que dera início as revelações, seguiria até o fim com elas:

— Quem se casasse com você seria um homem sortudo. – ele falou sorrindo – Sempre pensei isso... e de algum tempo para cá... – ele desenhou o nariz dela com a ponta do dedo – tenho desejado ser esse homem.

Ele se achegou e a beijou novamente, de maneira calorosa. Como que tentando dar segurança à noiva, mostrando para ela a sinceridade explicita em cada palavra. Hannah circulou a cintura estreita com seus braços.

— O que acha de acelerarmos o casamento para dentro de uma semana? – a voz masculina perguntou ao se afastar, sem dar tempo à noiva para falar.

Uma semana? Hannah arregalou os olhos.

— Estamos a menos de quatro dias do noivado. – ela explicou perdida com tudo o que ouvia e sentia.

— E a uma semana do casamento. – ele afirmou categórico, sorrindo, satisfeito consigo pela brilhante ideia.

— Como você conseguiria isso Sebastian?  - mentalmente ela já visualizava Charlote gritando e esperneando pela casa porque não teria tempo de mandar fazer um vestido novo para a cerimônia.

Sebastian continuava falando cada vez mais certo de que tudo sairia como imaginava:

— Os proclamas do nosso casamento estão afixados no mural da igreja, falarei com o reverendo, ele é amigo de minha família. Vou dar um jeito de fazer uma doação... sempre há uma forma de resolver essas questões... falarei com papai também. Ele consegue qualquer coisa.

Hannah não sabia se sorria. Se acreditava. Se chorava. Aquele fora um dia repleto de descobertas, de emoções fortes, de reviravoltas. Entretanto, Sebastian não parecia satisfeito com todas as emoções, e ainda tinha uma pergunta a fazer:

— Você me ama? – questionou sem desviar os olhos dos dela.

— Sim. – Hannah respondeu com a mesma firmeza usada para se declarar e imediatamente acrescentou: – Mas você não precisa dizer a mesma coisa para mim...  - depois de tudo o que o noivo confessou, ela se sentia quase amada. Nenhum homem jamais lhe disse que seria sortudo em casar-se com ela, ou que queria estar com ela, ou a beijara e desejara. – Só acreditei... e esperava que você compreendesse o motivo pelo qual não me incomodava este local. Nunca me arrependeria de me entregar a você.

Ele balançou suavemente a cabeça, talvez não pudesse dizer que a amava, porque como é que se sabe quando se ama alguém? Como ela sabia que o amava? Que não estava apenas se enganando por tudo o que eles estavam vivendo. Mas tinha certeza absoluta da necessidade.

— Eu preciso de você Hannah... do seu cheiro de jasmim, do seu sorriso, dos seus olhos de mar... e esperar por este momento é minha maneira de tentar me redimir por todas as burradas que cometi... e de merecer esse seu amor. 

Hannah segurou o ar dentro de si. Ele não dizia que a amava. Mas estranhamente ela se sentia amada.

— Você entendeu não é? – Sebastian insistiu.

— Sim, compreendi. – se rendeu a ele. Ao seu charme. A sua voz melodiosa. Ao seu sorriso cativante, mas acima de tudo ao que via nos olhos de Sebastian.

De repente ela lembrou de algo.

— Era você quem escolhia e enviava as flores?

Ele sorriu de lado.

— Era.

— E determinava o que deveria ser escrito nos cartões...?

— Era... determinava e escrevia.

— Então, o que escrevia neles...

— Era o que eu sentia ou pensava sobre você.

Os braços longos cercaram a cintura dela. Ele se enroscou novamente contra o pescoço feminino sentindo o cheiro de jasmim. Lembrando o quanto caminhara em busca das tais flores.

— Jasmins são flores raras nesta cidade você sabia? – ele comentou sorrindo sem se afastar.

— Não. – ela nunca comprara jasmins. Apenas a essência delas.

— Pois são. Caminhei por horas até encontra-las...

Hannah segurou o rosto dele entre as mãos e o afastou. Necessitava encarar aquele olhar antes de questioná-lo:

— Você fazia isso pessoalmente? Não mandava um criado?

Poderia não fazer diferença para ele. Mas fazia para ela. Fizera quando ela pensou que Wood era o responsável pelas flores.

— Sim... – Sebastian disse distraidamente. Só então percebendo a distinção que sempre oferecera a Hannah. Desde a noite em que a vira pela primeira vez, junto ao grupo das solteironas, até aquele momento.

Sebastian sorria como um menino bobo diante dela. Com aquele ar maroto a estampar-se nos olhos azuis. Os cabelos ondulados arrumados com esmero haviam escapado e caiam sobre a testa de maneira displicente, tornando-o ainda mais belo.

— Sabe de uma coisa Hannah...  – ele disse por fim entre divertido e solene.

— O que? – ela perguntou baixo subindo e descendo as mãos pelo peito dele.

— Eu sou um total e completo estúpido.

A leve risada feminina ecoou pelo pequeno espaço que os separava.

— Por quê?

— Porque apenas um idiota mandaria um amigo cortejar a mulher por quem estava apaixonado.  


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Notas finais do capítulo

Olá meninas. Não pensem que vou terminar a fic por aqui. Eles ainda precisam se casar. Mas estou com medo de Sebastian não conseguir acertar essa data de casamento. E se isso não acontecer. depois das descobertas q eles fizeram sobre tudo, será q o nosso ladrão de corações conseguirá ir em frente em seu comportamento de "bom moço"?
BJ e muito obrigada a todas vcs, pelos reviews. Sem vcs não há fic



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