Ladrão de Corações escrita por Lilissantana1


Capítulo 16
Capítulo 16 - Uma descoberta


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas. Feliz Natal a todas. Espero q esteja tudo bem e que tenham aproveitado esta data tão especial junto aqueles q vcs amam. BJSSSSSSSSSS

Quanto ao capítulo. Uma hora a verdade sempre aparece não é?



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Vários dias transcorreram, o noivado foi adiantado em praticamente dez dias, sendo assim, o casamento consequentemente se acelerou. Hannah e Sebastian se encontravam praticamente todos os dias, raras vezes sozinhos, em outras tantas, acompanhados da baronesa que agora finalmente parecia satisfeita com o casamento da mais velha. Tudo por causa da corte que Sir Wood fazia para sua filha caçula. Afinal, pensava Chralote Larkin, Paul Wood era um conde, enquanto Sebastian Evans seria sempre o segundo filho de um marquês. Hannah jamais seria marquesa, enquanto Betina, seria condessa. A troca no final servira para realizar justiça.

O jantar na residência do marquês Ashwort para aproximar ainda mais as duas famílias, foi um estrondoso sucesso. Os familiares puderam confraternizar e se alegrar com o casamento de seus filhos. Cintia, cada vez mais se certificava dos sentimentos do cunhado. Mas, a mulher sabia que se o interrogasse, Sebastian negaria. Ele tinha dificuldade em aceitar quando estava irremediavelmente sendo vencido por outra pessoa, não importava no que fosse. Fazia parte de seu temperamento ser sempre o vencedor. Mas, nesse jogo, Hannah com certeza o vencera, sem que o ladrão de corações tivesse percebido isso.

Faltavam exatos quatro dias para a festa oficial de noivado quando Sebatian surgiu na casa da noiva com o convite para um passeio na praça e carregando dois novos livros. O tempo deles juntos, a cada dia, se reduzia pela quantidade de atividades que eram obrigados a cumprir. Visitas à modista. Visitas ao estofador. Visitas ao marceneiro. Visitas ao confeiteiro. Visitas ao decorador. Visitas ao pintor. Conversas com a marquesa. E assim por diante.

Evans queria estar com Hannah, sentia falta de permanecer mais tempo junto da noiva. Sempre havia novos assuntos para falar, novas descobertas a fazer. E um breve passeio seria a única forma de ficarem juntos sem precisar manter uma conversa formal com qualquer outra pessoa e também estarem em público e sozinhos. O horário escolhido demonstrara ser perfeito. O sol ainda brilhava no céu, mas já não perturbava tanto, a sombra das árvores preenchia a calçada e a maioria dos bancos ficava sob essa proteção bem vinda. Sem falar na brisa suave de final de tarde que soprava suavemente sobre o casal.

Eles caminharam um pouco, falando sobre o que haviam feito nos últimos dias. Sobre os preparativos finais do noivado. E quando finalmente sentaram, Sebastian trouxe outro assunto para a conversa. O rapaz queria saber o que Hannah estava pensando sobre o atual relacionamento da irmã com o conde Wood.

Para a garota ruiva não parecia haver problemas, pois depois que Paul passou a freqüentar sua casa, em busca de Betina, a baronesa mudou radicalmente de comportamento com a filha mais velha.

— Ela está satisfeita pela troca. – falou sorrindo esperando pela reação de Sebastian.

Os olhos azuis demonstravam serenidade ao encarar os da noiva.

— Compreendo onde pretende chegar. – compreendia mesmo, mas será que a baronesa estaria assim tão feliz se soubesse o que Paul lhe confidenciara? Que estava enfrentando vários problemas financeiros? E que por isso viera disposto a aceitar casar-se com Hannah mesmo sem se interessar por ela?

Essas questões não o perturbavam, sabia que seu amigo com o auxilio do dote, poderia muito bem reverter as burradas que o pai fizera no condado antes de morrer. Mesmo assim comentou:

— Certamente que Betina tem feito de tudo para mostrar o que você perdeu ao “roubar” o pretendente dela.

A questão não era por Betina, mas como Hannah via essa alteração de parceiro e consequentemente de posição social futura. Surpreendendo-o Hannah riu descontraída.

— Minha irmã praticamente esqueceu que eu existo ou que o senhor existe.  Ela agora só pensa que em breve, muito breve, será uma condessa.

O ar jovial e tranqüilo da garota em lhe falar acalmou qualquer sentimento de preocupação que Sebastian ainda pudesse sentir. Ele se acomodou um pouco mais próximo, Hannah mantinha as mãos sobre o vestido fino, segurando a mais próxima entre as suas ele voltou a mudar de assunto.

— Amanhã poderemos ir até “nossa” casa. Mamãe me informou que se concluiu a colocação de cortinas. Os móveis chegaram, então, acredito que aquela residência já tenha cara de lar.

Cara de lar. Hannah pensou. Seu lar com Sebastian. E agora, ela contabilizava, faltavam apenas vinte e cinco dias para que ela estivesse residindo nesse lar.

— Não vejo a hora de estar lá com...  – confessou sem receio de parecer afoita. – você.

Ele não esperava menos. Hannah não se preocupava em esconder como se sentia em relação ao casamento deles. Nem com relação a ele como futuro marido ou como seu homem. As raras oportunidades que tiveram de estar juntos intimamente demonstravam essa realidade a qual ele já se acostumara.

O sol já sumia no horizonte, o crepúsculo se aproximava quando ele finalmente a deixou em casa. Menos um dia. Pensava. Menos um dia. Em breve não seria mais necessário deixá-la e voltar para sua casa sozinho. Porém, naquele final de tarde havia a promessa de um novo encontro no dia seguinte, quando eles visitariam sua futura residência, e poderiam assim estar mais algum tempo juntos, e talvez sozinhos, o que tornava a separação menos dolorosa.

A despedida era incomoda para Hannah, ela não queria voltar para a casa do pai. Ela queria ir para sua casa. Para seu espaço. Para seus objetos pessoais. Para seu marido. Estava tão ansiosa por isso que passava horas sonhando com a realização desses planos. Planejando e imaginando como seria sua vida junto a Sebastian. Como seria dormir ao lado dele, no quarto deles, na cama deles. Como seria tomar o café da manhã, almoçar, jantar, conversar com ele todas as vezes em que desejasse sem ter de dar satisfação a ninguém.

Vinte e cinco dias. Apenas vinte e cinco dias. Ela pensava enquanto subia os degraus em direção ao próprio quarto. A mãe estava, milagrosamente, sozinha em sua sala particular. Betina, conversava com a serviçal na cozinha dando ordens referentes aos vestidos que precisaria no dia seguinte, ela pensou em pegar um dos novos livros para ler. Ocupar a mente lhe ajudaria a parar de pensar de Sebastian por algum tempo. Porém, não foi exatamente isso o que aconteceu quando ela abriu o primeiro tomo.

Na folha de rosto, em letras grandes e bem desenhadas estava a assinatura dele, e a data em que o livro fora recebido do pai. Hannah estranhou quando leu, aquela caligrafia não correspondia à letra que ela conhecia. A letra dos cartões que vieram acompanhando as flores. Ela remexeu na gaveta do criado mudo, estavam todos ali, amarrados em fita. E definitivamente nada tinham da letra de Sebastian Evans.

Será que aquela letra era do marquês? Não. Outro reconhecimento atrapalhou esse primeiro pensamento.

Na verdade aquela escrita, aquele traçado lembrava o de outra pessoa. Sem saber bem porque ela ainda guardava os cartões e o bilhete enviados por sir Wood. Com uma estranha sensação subindo pela garganta, retirou do fundo da gaveta o material recebido do conde. Com as mãos agitadas abriu o papel, e separou os cartões sobre a colcha da cama. Sim, a caligrafia de Paul correspondia à assinatura e aos escritos de Sebastian no livro.

Mas por quê?

O que aquilo queria dizer? Ser perguntou nervosa. Será que os dois tinham letra parecida?

Bem, a letra não era somente parecida, era igual. Só havia uma forma de descobrir. Sir Wood enviara flores a Betina, como sempre a irmã lera o bilhete para ela, mas não mostrara a ninguém. E com certeza a caçula deveria ter mensagens de Sebatian também. A única forma de descobrir como era a real caligrafia de cada um, seria investigar nos objetos pessoais da Irmã.

Entretanto, naquele horário do dia, seria complicado. Sua mãe e sua irmã estavam em casa. Se ela entrasse no quarto da outra em busca de respostas, seria pega em flagrante e acabaria tendo de contar a verdade. Algo que ela definitivamente não queria fazer.

O melhor seria esperar, por mais incômodo, por mais desagradável, por mais desesperador que fosse esperar, era o mais seguro a fazer.

****************

Depois de uma noite mal dormida quando acordou Hannah se sentia cansada, ainda sonolenta, sem fome e preocupada. Durante o café da manhã falou pouco, mas ninguém notou a mudança. Ela geralmente falava pouco mesmo. Tudo o que queria era saber quando a mãe e Betina sairiam, pois certamente que as duas sairiam. E a expectativa apenas ajudou a acrescentar mais e mais dúvidas e perguntas as já existentes na mente da garota. E ela queria ver essas dúvidas e perguntas respondidas o mais rapidamente possível.

Precisava ter paz outra vez.

A dupla se arrastou em um longo desjejum, depois, carregaram Hannah numa longa, entediante e desesperadora conversa sobre os modelos dos vestidos de noiva que usariam.  Em momento algum, elas poderiam usar vestidos parecidos. Mesmo que fossem gêmeas. Afinal, dizia Betina tranqüila. Elas nem eram parecidas fisicamente. Não havia motivos para usarem o mesmo modelo.

Hannah concordava com a opinião da outra, pois não era apenas no físico que a dupla se diferenciava, elas também eram diferentes no comportamento, na personalidade, nas atitudes, no modo de se vestir. Somente depois disso, Betina e a mãe decidiram ir à modista que confeccionaria o vestido para o noivado de Hannah, onde buscariam as soluções para as ideias da dupla.

Assim que a porta se fechou e se viu sozinha em casa, Hannah correu em direção ao quarto da irmã. Era certo que a busca não precisava ser longa. Havia apenas dois lugares onde Betina costumava esconder as coisas desde pequena. A primeira era sob o colchão. Mas, como se tratava de cartas, cartões e bilhetes de pretendentes, provavelmente sua irmã não os colocara ali, ela gostava de massagear o ego lendo e relendo o que seus admiradores escreviam sobre e para ela. Deveria estar no criado mudo.

O quarto da outra estava em completo silêncio. Ela ingressou rapidamente, não havia tempo para perder. Precisava descobrir o que lhe interessava antes que a dupla voltasse para casa. O primeiro lugar a ser buscado foi realmente a gaveta do criado mudo. O que, surtiu o efeito desejado. Ali havia alguns chumaços de cartas separadas em pequenos bolos. Cada bolo preso com uma fita de cor diferente. Hannah sabia que a irmã recebia muita correspondência, mas nunca imaginara que seriam tantas. A busca poderia muito bem levar horas. Entretanto, ponderou, se o relacionamento com sir Wood e sir Evans fora recente, tais mensagens não deveriam estar entre as pilhas do fundo. Na verdade deveriam estar bem em cima, em uma das pilhas da frente.

Um bolo de tamanho regular, com cartões e algumas mensagens estavam no topo da pilha do canto. Ela pegou aqueles e leu o nome na parte de trás. Sir Paul Wood. Era muita coisa! Hannah admirou-se, imaginando que fazia pouco tempo que os dois se comunicavam. Não deveria haver tantos.

Mas, o que mais lhe interessava estava ali não era isso. Puxou do bolso escondido na lateral do vestido o bilhete de Paul e dois cartões de Sebastian. A letra não batia. A mensagem supostamente enviada por sir Wood tinha uma caligrafia bonita, bem desenhada e traçada com firmeza. A caligrafia da correspondência que o conde trocara com sua irmã não era igual. A letra inclinada para a direita não parecia tão determinada ou firme. Era como se ele mal tocasse a ponta da caneta na folha para escrever.

Sir Wood definitivamente não escrevera a ela, ou não estava escrevendo a Betina. Com o coração apertado e a mente lhe gritando que já sabia o resultado daquela investigação, Hannah seguiu em busca dos bilhetes escritos por Sebastian.

Mais abaixo, na mesma pilha, ela encontrou algumas mensagens, pasmem, de sir Pierce. Outras de um barão casado. Outras ainda de um jovem que ficara noivo há pouco mais de quinze dias. Era absurdo constatar que usa irmã guardava esse tipo de cartas, como se relíquias fossem. Seus olhos então se fixaram em algo mais importante:

As mensagens de Sebastian!

Finalmente ela as encontrara. A assinatura era a mesma que o livro trazia na folha de rosto. A letra dentro, bem, era exatamente igual aquela que constava no bilhete de sir Wood. Perdida, olhando cada linha, cada letra, em busca de diferenças, Hannah apenas encontrava semelhanças. Seu coração se apertou no peito.

O que aquilo significava?

Por que Sebastian lhe escrevera como se fosse Wood? Por que ele fingira ser o amigo? Para mantê-la ocupada enquanto o conde resolvia os problemas e voltava? Será que era isso? Apenas um auxilio em nome da amizade? Mas, então, por que sir Wood não escrevera ele mesmo as cartas?

Os bilhetes nas flores... lembrou. Cada um deles tinha a caligrafia de Sebastian. Ele as enviara? E não o conde? Por quê?

Voltou ao outro bolo, com as mãos trêmulas separou as cartas conferindo datas. Poucas eram atuais, a maioria de antes da partida de sir Wood. Surpresa percebeu que seu suposto pretendente e Betina estavam mantendo correspondência enquanto Wood a visitava e cortejava. Enquanto o conde fingia se interessar por ela, estava na verdade correndo atrás de sua irmã. Era isso?

Que confusão era essa? Que loucura era essa? O que esses dois homens queriam afinal?

Leu linhas esparsas nas cartas de Paul a Betina.

“... a senhorita não me responde, mas não consigo parar enviar estar mensagens...”

“ ... já não consigo viver assim, tão perto, vendo seu interesse por Sebastian despedaçar meu coração ...”

“... sei que estou apaixonado, e não há esperanças para este sentimento...”

“ ... casar-me com sua irmã seria a melhor forma de continuar próximo da senhorita...”

Ele se declarava em praticamente todas, mas, parecia não ter recebido resposta de Betina. Será que nesse aspecto sua irmã agira com honra? Será que evitara a corte do conde? Ou será que apenas fingira não corresponder? E por que, por que Sebastian lhe escrevera tentando mantê-la enganada quanto aos sentimentos de seu amigo. Será que não saiba que Wood estava apaixonado por Betina?

Aquelas perguntas precisavam de respostas. Ela pensou enquanto recolhia tudo para colocar no lugar. Seu peito estava apertado, sufocado pelas descobertas. Sebastian a enganara, Wood a enganara, e Betina omitira o fato de seu suposto pretendente estar apaixonado por ela.

Aquilo era a maior loucura pela qual já passara na vida. E definitivamente precisava de respostas para seguir em frente...


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Notas finais do capítulo

E agora? O que será de Sebastian, Wood e Betina. Será q ainda haverá casamento? Hummmmmmmmm, só no próximo. Acredito q conseguirei postar amanhã. Grande BJ a todas, a quem lê e comenta, e a quem apenas lê. Valeu pelo carinho de todas.



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