Nefasta escrita por animallover1143


Capítulo 4
Capturado;


Notas iniciais do capítulo

》Oi seus topes, tudo bom?
》MoonBlack Pack tá sendo escrito (na verdade tem um monte de capítulos curtos prontos) e provavelmente não vai demorar.
》Esqueçam moonblack pack e foquem nessa história aqui pq ela eh top
》A música do capítulo é avril lavigne - when you're gone.
》Espero que gostem.



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Wolfy teve de encontrar outro local para passar a noite. Se a carrocinha tivesse capturado-a, seria o fim. O fim de tudo. Mas então ela pensou: e daí? Não havia nada. Ninguém se importaria. Não havia ninguém em quem ela pensaria em seu último suspiro.

Essas eram as ideias que circulavam em sua mente quando, em plena madrugada, ela despertou. Havia se escondido entre várias caixas, e rapidamente saiu de lá. Estava à vários quarteirões do beco dos irmãos, mas chegou lá em pouco tempo. A noite escura comprometia sua visão, mas ela avistou uma silhueta em meio às lixeiras.

"Oi, cachorra." Murmurou Rufus. Ela respondeu com um aceno de cabeça: "Onde está William?" Ele soltou um risinho: "Foi pego pela carrocinha."

A cadela arregalou os olhos. Como a voz de Rufus estava tão calma ao pôr em palavras um acontecimento tão terrível? Ela se lembrou da última vez que o vira. A coleira apertando sua garganta. Achando graça da reação dela, Rufus a tranquilizou: "Não se preocupe, ele estará de volta daqui alguns dias."

Ela ficou confusa: "Como assim?"

Ele, ainda sorrindo, explicou: "Tem uma identificação presa em nossas coleiras, que ficam escondidas em meio à nossos pelos. A carrocinha ligou para nosso dono e devolveu William. Mas por causa da coleira apertada, ele leva uma multa por maus tratos. Por isso, William fica de castigo por um tempo, por ter deixado a carrocinha pegá-lo e dar despesas. Acontece às vezes."

Wolfy levou alguns segundos para digerir toda a informação. À cada dia descobria coisas novas sobre os humanos. Coisas que causavam uma impressão cada vez pior sobre eles.

"Isso já aconteceu com você?"

Em resposta, ele virou a cabeça para trás, como sou irmão tinha feito. Ao esticar a pele do pescoço, sua expressão se contorceu em agonia. Os pelos de sua garganta estavam em chumaços. Uma coleira de coura marrom, fedendo a podridão. Estava muito mais encravada que a de William. O movimento brusco esticou a ferida, e o sangue escorreu por seu peito.

"Sempre que a carrocinha tenta me pegar, William serve de distração, me dando tempo de fugir e é pego no meu lugar. Então minha coleira nunca foi trocada." Murmurou com dificuldade.

E foi olhando para a repugnante massa de sangue e pus que melava seu pescoço, que Wolfy sentiu repulsa pelo dono dos dois irmãos.

***

"Hey, cachorra, acorde!" Wolfy havia deitado na calçada, de lado. Completamente vulnerável aos humanos. Rufus a estava cutucando com a pata. Em resposta aos resmungos dela, ele continuou: "Vamos, preciso de sua ajuda!" Ela abriu um dos olhos, bocejando.

"Está bem, está bem."  Ela se levantou. "O que vamos fazer?"

Rufus explicou que se interessava por um beco - enorme - mas que ainda não havia entrado. Ele queria marcar território lá e precisava de reforços, já que William estava ausente. A cadela concordou, pois não tinha nada para fazer e estava praticamente morta de fome. Os dois começaram a caminhar, em silêncio, e foram se afastando cada vez mais da área na qual Wolfy estava acostumada. Ao passarem pelo minúsculo beco em que Wolfy andava dormindo (não passava a noite no beco dos irmãos desde que William foi pego), Rufus sentiu seu cheiro. Apenas fungou em deboche, resmungando contrariado: "Sabe que pode passar a noite comigo sempre que quiser."

Depois de uns bons minutos caminhando, chegaram no tal beco. Ao olhar lá dentro era possível perceber que era um corredor muito comprido, com vários outros becos cortando sua extensão. Latas e sacos de lixo, caixotes de papelão e madeira, móveis abandonados, pequenas cercas caindo aos pedaços tentando bloquear algumas passagens.

E, principalmente, estava entupido de animais. Cães e gatos de diversas raças ocupavam cada canto do beco. Ambos foram lentamente entrando, lado a lado. Um gato siamês muito magro sibilou para eles acima de uma caixa. Ao lado de uma lixeira tombada, havia um cadáver despedaçado - pelo cheiro, reconheceram o rottweiler. Alguns cães tentaran se aproximar para cheirá-los, mas ela soltava rosnados de alerta.

Além de descansar ou procurar alimento, os animais também interagiam entre si. Alguns trocavam lambidas, outros, olhares ameaçadores. Ao avistar uma pequena cena em um dos minúsculos becos ligados ao beco principal, Wolfy imediatamente correu em sua direção. O forte cheiro feminino no ar apenas atiçava sua agressividade natural.

Alguns gatos magrelos, deitados em cima de caixotes, observavam a situação: uma fêmea, com uma energia arrogante e dominante, estava parada. Era baixa, com pelos de arame* desgrenhados. Ao seu lado, vários machos rosnavam uns para os outros. Quando um cachorro baixinho mordeu a pata de um maior, o alvoroço começou. Uma matilha masculina brigando entre si não era uma cena bonita de se ver. O cheiro extremamente forte e enjoativo que contaminava o ar indicava que aquela fêmea estava no cio.

Rufus estava confuso. De repente, Wolfy havia saído de seu lado para ir na direção de um cheiro extremamente atraente. Depois de alguns segundos de dúvida, a seguiu. Quando chegou lá, vários machos estavam deitados, trocando lambidas como velhos amigos.

Entre os dentes de Wolfy, jazia o pescoço de uma fêmea morta.

***

"Nossa, que fêmea poderosa você é." Zombou Rufus.

"Olha..." Wolfy respirou fundo: "Aqueles machos estavam se machucando, alguns deles provavelmente seriam mortos, tudo por causa de uma fêmea que eles provavelmente nunca viram na vida. E a energia orgulhosa dela, como se gostasse de ter machos brigando por causa do fedor horroroso que ela emanava..."

"Para mim era um aroma delicioso." Disse ele sorrindo, cheio de malícia. Ela rosnou e ele riu:

"Calma, não precisa de exaltar... Bem, talvez depois de amanhã, William esteja de volta."

À noite, o beco ficava ainda mais movimentado. Animais de rua (coleiras não eram bem vistas ali) se entulhavam em todos os cantos, procurando um lugar para dormirem. Wolfy se perguntava como a carrocinha não destruía a segurança que todos tinham de ficar ali, e então percebeu que era exatamente disso que eles precisavam.

"Eu tenho um plano..." Começou. Rufus ouviu pacientemente. Poderia funcionar, apesar dos riscos. Wolfy faria a maior parte do trabalho. Era uma estratégia calculista e cruel, porém perfeita.

"Uau... você sabe que pode morrer? Tem certeza de que quer fazer? Não tem nada a ganhar com isso."

Ela não respondeu, apenas focou seu olhar em algum ponto distantr. Realmente não ganharia nada, mas queria fazer mesmo assim.


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Notas finais do capítulo

E ai men
O que acharam? Comentem!
*pelos de arame = pelo duro, geralmente de comprimento "médio"
Vocês viram as músicas dos capítulos um e dois? Se não, deveriam ver!
Até o próximo capítulo (cof de mbp cof)
Beijinhos~

(prestei mais atenção dessa vez, então acho que tem menos erros)



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