Nefasta escrita por animallover1143


Capítulo 3
Coleiras;


Notas iniciais do capítulo

EDIT 17/05/2017: capítulo revisado, desculpe pela demora.

oi gaslera
a musica do capitulo é alex c - angel of darkness (feat yasmin k)

sim a musica tem a ver com a historia recomendo ouvir. pode ser antes, depois ou enquanto le mesmo

espero que gostem bj



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"O que ela está fazendo no nosso beco mesmo?" rosnou Rufus, parecendo entediado dentro de sua caixa. O Sol já estava se pondo. Ele estava deitado com a cabeça entre as patas, encolhido. Já seu irmão, despedaçava a metade anterior do pequeno felino. Haviam chumaços de pelo espalhados pelo chão do beco. Enquanto isso, Wolfy estava próxima à entrada, vigiando.

"Você, tipo, realmente não tem casa nenhuma?"  indagou William. Ele parecia não ter entendido. Ela apenas assentiu, confirmando. Ele parecia, de certa forma, com pena dela. Mas não ter um lar significava não ter compromissos ou responsabilidades, e era disso que Wolfy gostava.

Naquela noite, cada um dormiu em sua caixa. A cadela dormiu dentro de uma lixeira que havia derrubado naquela manhã.

***

William foi o primeiro a levantar; cães tem um sono bem leve. Rufus ainda cochilava na caixa ao lado da sua. Wolfy estava encolhida, à uma distância curta das caixas - no fundo de sua lata de lixo. Ele se aproximou um pouco e abaixou a cabeça para enxergar lá dentro. Wolfy era linda quando não estava rosnando e lançando-lhe olhares hostis (e mesmo esses atos possuíam uma beleza peculiar). Assim como sua respiração lenta e relaxada, sua expressão era calma e serena, abandonado quaisquer resquícios daquela criatura vigilante e agressiva.

De repente, ouviu um barulho metálico e desagradável na entrada do beco. Virou a cabeça e avistou um cachorro(a) de porte médio, semelhante à um poodle desgrenhado. Havia pisado em um prato descartável de alumínio e parecia assustado(a). O animal olhou para trás (no caso, para a direita) e, com os pelos eriçados, correu na direção oposta, deixando um cheiro de medo no ar.

William se assustou quando Wolfy grunhiu, fazendo a lata de lixo se mover um pouco. Seu rosto se contorceu em uma expressão de agonia e ele, alarmado, percebeu que se tratava de um pesadelo. Ficou um pouco preocupado, mas não podia fazer nada. Ela poderia ficar irritada se ele a acordasse, e ele definitivamente não queria que isso acontecesse.

Estava tão distraído com ela que só então percebeu a nova presença. Então fora isso que assustara o pequeno cão. Na entrada do beco, estava um gigantesco rottweiler. Uma guia estava presa à coleira em seu pescoço, o que indicava que provavelmente havia escapado de seu dono durante um passeio. Uma focinheira completamente mastigada estava precariamente pendurada em sua cabeça e seu focinho sangrava. Com certeza havia se machucado tentando escapar dela. Ele latiu, encarando William, alto e ameaçador.

Sua primeira reação foi recuar e latir no ouvido de seu irmão, que acordou imediatamente. Assim que viu o enorme cão caminhando lentamente até eles, o mesmo empurrou violentamente a lixeira, fazendo Wolfy ganir irritada e saltar para fora dela. Os três jovens encararam o rottweiler, que avançava cada vez mais rápido.

Ele avançou na energia mais dominante: Rufus (Wolfy não contava, por ser fêmea), abocanhando sua cabeça, o mesmo reagiu atacando seu pescoço, William saltou em seu lombo, mordendo sua nuca. Estavam acostumados a batalhar juntos. A cadela apenas eriçou os pelos e rosnou alto.

Nisso, o rottweiler voltou sua atenção para ela, e tentou morder sua pata. Ela recuou e mordeu a dele. O ferimento aumentou quando ele tentou puxá-la, e o sangue começou a jorrar, manchando o chão do beco. Após Rufus arrancar um pedaço de pele de sua garganta e William mutilar sua orelha esquerda, o cão virou as costas e fugiu. Wolfy tentou segui-lo, mas os dois irmãos a impediram.

"Você não fez quase nada."  acusou Rufus.

"Ele não me atacou mais de uma vez! Além disso, a poça de sangue em que você está pisando está aí por minha causa. A hemorragia foi grande, talvez ele morra." ela se defendeu.

O outro irmão apenas revirou os olhos. "Parem com isso! Todos lutamos bem." Rufus bufou em resposta, mas desviou do assunto: "Está na hora de ir embora, venha logo!" disse saindo do beco e virando a esquina, por onde tinham vindo. Ficaram apenas Wolfy e William.

"Por que aquele cão nos atacou?  Questionou ela. "Ele parecia ser doméstico. Não tinha motivo para estar na rua procurando briga."

Ele apenas suspirou e explicou pacientemente: "Alguns humano querem que seus cães os protejam. Até aí tudo bem, mas eles ensinam da forma errada. Deixam-nos presos em espaços minúsculos, sem liberdade e sem contato com outros seres. Isso os deixa psicologicamente mutilados. Quando soltos, atacam tudo e todos, visando apenas brigar e matar. Foi estranho esse cão ter fugido. Normalmente esse tipo luta até a morte."

Wolfy ouviu tudo, sem ousar interromper. Estava um pouco chocada ao se dar conta do quanto a mente dos animais é afetada pelos humanos. Isso não estava certo. De repente, uma curiosidade gritante a preencheu.

"Eu posso ver...?"

O pedido foi extremamente vago, mas ele entendeu o que ela queria. Levantou a cabeça e virou-a para trás o máximo que pôde, expondo sua garganta. Ela poderia matá-lo naquele instante, mas não o fez. Delicadamente, tateou os pelos de seu pescoço com o focinho. Depois de alguns segundos procurando, ela finalmente encontrou o que queria. Fungou um pouco e mordiscou, levemente, com medo de machucá-lo. Puxou para trás, esperando que ficasse visível ao sair da proteção da cortina de pelos castanhos/dourados, e então pôde ver.

Uma coleira, de cor vermelha desbotada. Da forma como ele tensionou o pescoço, parecia estar apertada, e algumas gotas de sangue seco levemente camufladas no acessório indicavam que ela o protegia parcialmente de ataques no pescoço. Um pingente metálico balançava, com inscrições pouco legíveis. William emitiu um ganido estrangulado e ela soltou. A coleira voltou para onde estava, invisível no mar da pelagem. Ele rapidamente se afastou e foi embora, deixando Wolfy sozinha no beco, do qual ela logo saiu, ainda com a sensação da coleira entre os dentes.

***

Wolfy estava entediada. Havia pego um pedaço de madeira dos caixotes podres e ido até o fundo do beco - na saída, que dava para outro beco. Este possuía apenas uma abertura, na direita. Lá havia uma pequena matilha revirando o lixo.

Um furgão branco parou diante da entrada. A maioria foi capturada. Apenas um deles possuía coleira com identificação, os outros seriam sacrificados.

Uma busca foi feita pelo beco, mas Wolfy já estava bem longe. Fugiu assim que reconheceu o veículo.

 

 


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Notas finais do capítulo

e ai men
nao sei o que deu em mim para postar (acho que se chama "vergonha na cara")

a coleira do william é mais ou menos assim https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSYMiKESte0bo84-Du8XDGg0yKYoS4Nn3TocQLU4mgtVc6vNcMCjIbXLiNr2w

lyric video da musica: https://youtu.be/ABom127FFgU

espero que tenham gostado chuchus, e que tenham refletido bastante quando eu postar o proximo
bys bye~

[ ah, galera, uns meses atrás a cadela da minha vizinha, que me atacou quando eu era criança (e uma das maiores inspirações da wolfy alem de eu mesma) morreu. fiquei bem triste e não sabia se iria continuar a historia, mas ja me recuperei c:]



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