O sinal tocou e eu me misturei com os alunos indo em direção à cantina. Tinha muita coisa para assimilar, muitas perguntas e nenhuma explicação.

Mas eu poderia ter apenas uma certeza.

— Será que posso conversar com você? – disse assim que parei na frente de Adrien. Ele estranhou no começo, porém depois assentiu.

Segurei o loiro pelo pulso e levei delicadamente para um corredor mais distante. O mesmo que conversei com Chat.

— Em que posso te ajudar?

— Primeiramente, prazer, Marinette Dupain-Cheng. – estendi minha mão e Adrien a apertou rindo.

— Adrien Agreste.          

— Eu sei quem você é. 

— Bem eu também sei quem você é, mas já que se apresentou eu queria fazer o mesmo.

— É que na verdade você me chama de Juliette, então quis ter certeza de que você me conhece. – ele ficou surpreso.

— Ah desculpe, é que sabe quando você sabe o nome de alguém, mas...

— Sempre erra por que outro nome vem na sua cabeça? É, eu sei. – o loiro pareceu impressionado e sorriu. – Mas eu quero falar mais uma coisa. – respirei fundo e tomei coragem – Eu gosto de... Gosto de... De... Cookies! É, eu gosto de cookies. – ele permaneceu me encarando confuso.

Qual é, eu já estava aqui. Precisava dizer alguma coisa.

— Então ta... – Adrien fez menção de sair, mas eu o parei.

— Desculpe, só que eu estou um pouco nervosa. – engoli em seco e passei as mãos no rosto – Sei que talvez possa não ser correspondida, e você não precisa fingir até porque ninguém é obrigado a sentir o que a outra pessoa sente, já que... – parei de falar, pois estava cada vez mais me enrolando nas palavras – Enfim, quero que saiba que eu gosto muito de você... Não só como amigo. – acrescentei.

— Ah... Isso... E-eu não sei o que dizer... Hã...

— Tudo bem, eu sei que você não gosta de mim da mesma maneira. Mas eu precisava dizer isso, precisava dizer o que eu sinto.

— Marinette, você é uma garota incrível. Eu realmente gostaria de poder retribuir seu sentimento mas...

— Adrien, eu disse que está tudo bem.  Mas eu precisava dizer isso porque um amigo me ensinou que devemos aproveitar o momento para dizer o que sentimos, pois se não pode ser tarde demais. – sorri ao me lembrar de Chat, de todas as nossas conversas e brincadeiras; todos os momentos que passamos juntos.

— Você é uma ótima pessoa, Mari. - depois disso Adrien também sorriu e fomos caminhando juntos para encontrar nossos amigos enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias.

Assim que cheguei em casa, escrevi no meu diário.

“Querido diário, hoje contei a Adrien que gosto dele e infelizmente ele não sente o mesmo por mim. Mas como disse, acho que é preciso aproveitar todos os momentos antes seja tarde. Quem sabe um dia ele retribua meu sentimento?

Descobri que a vida não é o conto de fadas clichê que todos imaginamos. O futuro é bem incerto e relativo, mas não quer dizer que seja ruim. Temos que ter em mente que a vida não segue um roteiro, embora fosse muito mais fácil se tornaria normal e nada de emocionante e novo aconteceria.

Não sei se um dia voltarei a escrever aqui, mas por ora eu gostaria de aproveitar cada minuto do meu dia, seja com meus amigos, minha família ou até sozinha. Antes de tudo, preciso que deixar registrado o quanto essas páginas significam pra mim. Significam muito.

Chat Noir foi um príncipe inventado e por mais que não exista, eu sinto como se ele fosse real.

Aprendi que existem muitas coisas na vida que não podem ser substituídas depois de perdidas, por isso nunca vou deixar o medo de errar me impedir de jogar.

Atenciosamente, Marinette Dupain-Cheng”.