Meu destino é você. escrita por Drica Mason


Capítulo 5
Chapter #5


Notas iniciais do capítulo

Olá. Mais um cap. Espero que gostem.
Quero agradecer a meninas que favoritaram e comentaram na história, muito obrigadaaa, fiquei super feeeeliz



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A semana passou voando e já é sábado. Meus dias durante a semana foram cheios e o sábado será igual, ainda bem que me resta o domingo. Os meninos estão empolgados com a ida ao parque com o pai e a família da Cecília, é claro que eu vou junto, Eduardo deixou bem claro que não consegue ficar de olho nos dois pestinhas (apelido carinhoso que ele deu aos filhos.)

Cheguei à mansão as sete da manhã, tive que trocar o pneu da picape. Esse carro só me dá problemas, mas não consigo me desfazer dele. Reprimo um longo suspiro quando vejo Eduardo descer as escadas com Bruno no pescoço e Diego abraçado na sua cintura. Sinto um calafrio percorrer meu corpo ao imagina-lo se desequilibrando e rolando escada a baixo com os meninos.

— Nana. — Diego exclama ao me ver e desce correndo as escadas, o recebo com um abraço caloroso.

Nana é um apelido carinhoso que eles me deram. A semana só me aproximou ainda mais deles e olha só, não precisei usar as balas, mas elas ainda estão guardadas em minha bolsa. Ninguém sabe o dia de amanhã.

— O que houve, Alana? Você está pálida. — questiona Eduardo, me encarando com cuidado.

— Só tive medo que você perdesse o equilíbrio descendo as escadas e Bruno estava no seu pescoço, mas percebi que você é bem forte e atencioso. — finalizo e os três me olham sorrindo. — Foi bobeira minha.

— Gosto que se preocupe com eles. — diz Eduardo. — Cada dia que passa tenho mais certeza que escolhi a pessoa certa. — sinto minhas bochechas queimarem e a espécie de um sorriso envergonhado surge em meus lábios, devo estar parecendo uma lhama sorrindo.

— Faço o melhor para o bem estar deles. — murmuro.

— Nana, me pega. — diz Bruno e então Eduardo o passa para mim.

— Como o passeio ao parque é a tarde, vou passar a manhã no meu escritório, agilizando o trabalho. Mas qualquer coisa você pode bater na porta.

— Okay. Qualquer coisa eu Bato na porta. — digo, ele assente e volta para as escadas novamente. — Então o que vamos fazer nessa manhã? — pergunto aos garotos. — Pensei que vocês dormiam até tarde no sábado.

— Eu quero sorvete. — diz o caçula.

— Muito cedo para tomar sorvete, e além do mais, à tarde vamos ao parque e vocês vão comer doce de montão. Que tal desenhos?

— Sim; sim! — grita Bruno. — Podemos assistir um montão de desenhos.

Subimos até o quarto deles e coloquei um desenho na tevê. Os dois sentaram sobre o tapete e ficaram em silêncio. Mas sabia que todo aquele silêncio não duraria para sempre. E quando eles cansaram de assistir começaram a fazer guerra de travesseiros.

— Ok; ok! Que tal a gente ir para fora e brincar de alguma coisa? — sugiro.

— Podemos brincar no quintal, tenho bexigas no meu quarto, vamos encher de água e jogar um no outro. — sugere Diego.

— Seu pai não vai brigar? — pergunto. Ele maneia a cabeça. — Então, não vejo problemas, está calor mesmo. Vou trocar de roupa. Diego, você pega as bexigas e Bru, ajuda ele. — os dois assentem e saem pulando.

Dirijo-me para o quartinho meu que fica nos fundos da cozinha. Coloco minha bolsa e a mochila sobre a cama. Sempre trago roupas extras, porque os garotos sempre querem que eu brinque com eles, e eu sempre acabo me sujando. Coloco uma calça leggin, uma regata justa e por cima uma camisa bem solta, que cobre meu bumbum inteiro. Escuto batidas na porta e a abro.

— Pronto. — os garotos exclamam juntos. Diego segura um pacote cheio de bexigas coloridas e Bruno tem um em mãos.

— Vamos então.

Saímos pelas portas dos fundos e engatamos uma mangueira na torneira do jardim. Diego corre até a lavanderia e volta com um cesto enorme. Enchemos 15 bexigas e fazemos uma roda. Bruno é o primeiro a jogar, mas com seus braços fraquinhos acaba arremessando o balão nos meus pés.

— Agora eu começo.

Diz Diego, pegando uma bexiga laranja e jogando no irmão. O balão estoura. A água logo se espalha na camisa do Bruno e ele solta uma gargalhada gostosa. Depois disso, é bexiga para todos os lados.

Estava meio molhada e meio seca quando Bruno esguichou água da mangueira em mim e me molhou inteira, Diego foi cúmplice do caçula. Coloquei as mãos em meu rosto e não conseguia enxergar nada só escutava as gargalhadas dos dois pestinhas.

— Meninos! — a voz estridente e rouca de Eduardo encheu meus ouvidos e o jato de água cessou. — Isso não se faz. — disse. Os garotos abaixaram a cabeça. — Tragam essa mangueira aqui. — ordenou.

Os dois rapidamente andaram até o pai, mas ao invés de entregarem a mangueira a ele, lhe deram um banho de água. Corri até os dois e tirei a mangueira das mãos deles.

— Senhor, me desculpe por isso. — ele parece furioso. Meu Deus eu não posso perder meu emprego. — A gente só estava brincando e os meninos...

Ele ergueu a mão fazendo-me calar, a expressão severa ainda estava em seu rosto e Eduardo fitava meus olhos. Eu encolhi, agora vinha a bronca e depois serei demitida.

— Não é sua culpa, Alana. — diz e sua expressão suaviza. — Esses dois merecem uma lição. — completa parecendo um pai muito severo.

 De repente os dois garotos estão sobre os ombros do pai e ele corre até a piscina e arremessa os dois na água. Logo eles estão com a cabeça para fora e explodem em gargalhadas. Eduardo está pingando, mas parece divertido.

— Vem Nana, nada com a gente. — diz Bruno.

— Você também, papai. — completa Diego.

— Eu passo. — digo.

— E qual o problema? — questiona Eduardo. — Já está toda encharcada mesmo.

— Minhas roupas não são adequadas. — argumento.

— Nem as minhas. — rebate. E em seguida tira a camisa. Engulo em seco e imediatamente olho os garotos na piscina. — Vai por bem ou por mal?

— Vou ficar de olho nos dois daqui de fora. — argumento.

— Por mal então. — escuto seu sorrisinho e de repete ele me empurra.

Oh merda!

— Senhor. — murmuro e ele nada até onde eu estou.

— Não me chame mais de senhor, eu não gosto. Divirta-se, está fazendo meus filhos felizes e eu sou grato por isso. — então mergulha até onde os meninos brincam de lutinha e começa a brincar com eles.

É impossível não ficar observando os três como uma boba. A forma como Eduardo trata os filhos, ele é tão carinhoso e cuidados com os meninos, um ótimo pai. É nessa hora que percebo que aquela coisa triste que vi estar presente no olhar de cada um deles agora sumiu, eles estão se divertindo de verdade. Como uma família.

— Vem Naná. A gente vai brincar com a bola. — diz Diego. — Você é minha parceira. Vem, precisamos derrotar Bruno e o papai.

Mergulho até Diego e entro na brincadeira. 

(...)

Tentei ao máximo me entrosar na brincadeira na piscina, mas com Eduardo por perto as coisas ficaram difíceis. Sou feliz por fazer os filhos dele felizes, mas existia algo atrás de tudo que ele falou. Não consegui decifrar, mas sinto que existe.

Durante esse tempo com os três, eu notei o quanto os filhos são amados pelo pai, o quanto os dois são apegados em Eduardo, e o quanto ele se esforça para ser presente na vida dos meninos. Ele realmente ama os filhos, mais do que tudo. Isso o torna um pai admirável.

Estou sentada na borda da piscina, observando os três brincarem com a bola colorida. O sol seca meus cabelos e minha pele gradativamente. Noto que Bruno está com os lábios ganhando um tom roxo. Levanto-me e pego as toalhas que há pouco tempo uma empregada colocou sobre uma das mesas ao redor da piscina. Acho que chega de água por hoje.

— Meninos... está na hora. — digo.

 Não queria que parecesse uma ordem para os três, mas fique feliz quando Eduardo nadou ate a borda e ajudou os meninos saírem da piscina. Peguei uma toalha e comecei a secar o Bruno, que é menor. Eduardo ajudou secando o Diego. Depois os dois pequenos saíram em disparada rumo a casa. Peguei a toalha seca e entreguei ao garoto maior.

— Precisa disso. — ofereço a toalha para ele e tento não olhar para as gotas de água acumuladas em seu abdômen.

Merda! Eu falho, ele percebe meu olhar e sorri. Mas que vergonha, Jesus.

— Obrigado. — agradece pegando a tolha.

— É só uma toalha. — disparo e ele sorri.

— Não só pela toalha. — seca os cabelos e segue para a casa. Fico parada igual uma boba, até o gritinho do Di me acordar.

— Vem Nana, tem um lanche para a gente.

+++

Era 11:30 quando os meninos e Eduardo lancharam. Os três insistiram que eu me juntasse a eles, mas preferi tomar um banho enquanto Eduardo estava com os filhos. Durante esse banho a minha cabeça ficou formulando uma resposta para a pergunta que eu me fiz logo depois que Eduardo me agradeceu, por algo a mais do que a toalha, e no fim não tinha nenhuma resposta.

Droga! A minha razão está me avisando que é muito clichê guardar sentimentos pelo meu chefe, apesar dele não ajudar muito, Eduardo é todo atencioso comigo, é lindo e gostoso, um ótimo pai, preciso encontrar um defeito, e logo. Além disso, ele jamais vai guardar certos sentimentos por mim.

Mas o meu coração me garante que Eduardo é um cara legal, e fica só repetindo que ele é um ótimo pai. Suspiro me lembrando do momento na piscina. Faz quanto tempo mesmo que não me apaixono?

A última vez foi um tempo antes de me mudar para Curitiba. Fábio era um aluno novo, entrou na metade do ano na escola, tinha acabado de se mudar para minha cidade, ele era lindo e descobri que morava na mesma rua que eu. A gente pegava ônibus junto e acabamos virando amigos. A amizade acabou virando algo mais forte, uma paixão do colegial e era reciproco.

Começamos a namorar escondido por um longo tempo. A gente se gostava de verdade, Jen vivia dizendo que a gente tinha química. Fábio me tratava bem, gostava de mim de verdade e não se importava com as pessoas que nos vesse juntos. Eu perdi minha virgindade com ele, foi especial. Nosso relacionamento acabou quando recebi a noticia que tinha conseguido uma bolsa para psicologia na faculdade dos meus sonhos, mas esse sonho era longe e precisei me mudar.

Aquilo partiu meu coração e o dele. Mais o dele do que o meu. Lembro-me da nossa despedida, Fábio não guardou rancor e quis aproveitar cada momento ao meu lado, a gente passou um dia inteiro junto, se amando, no outro dia viajei, doeu tanto. Por isso, é melhor seguir a vida sem se apaixonar.  

— Muito obrigada, prefiro continuar assim, escutando minha razão. — abro a porta do quarto e dou de cara com o Eduardo.

— Oi Nana, nós vamos sair às duas da tarde, no meu carro. Vou ficar com os meninos agora até você comer alguma coisa.

— Ah, tudo bem. — digo. Ele fita meus olhos por mais alguns segundos e então sorri. — O que foi? Alguma coisa errada?

— Nada errado. — responde. — Eu vou indo. — assinto e ele se retira.

Vou até o espelho e vejo se havia algo errado com meu rosto para ele ficar me olhando tão sério. Mas estava normal. Chacoalhei a cabeça e penteei meus cabelos. Voltei para a cozinha e lanchei. É, nem vamos precisar de almoço.

(...)

Era 13hrs:30 quando subi arrumar os meninos para sair. Coloquei roupas confortáveis nos dois, porque com certeza eles irão se sujar. Terminei de colocar a camisa do Batman no Bruninho e ele começou se achar o milionário Bruce Wayne. Esses meninos me matam de tanta fofura. A porta se abriu revelando Eduardo, ele trajava calça jeans e uma camisa manga longa vinho, com botões na gola. Devo admitir, ele é mais lindo ainda quando está trajando roupas normais.

— Estão prontos? — os meninos assentem. — Temos que ir então, Cecilia, Ana e o Roger estão nos esperando no parque.

Eduardo saiu do quarto carregando Bruno no pescoço e segurando na mão do Diego, eu os segui até a garagem. Ajeitei o cinto no Di e o Bruninho na cadeirinha, como ele tem apenas 5 aninhos ainda vai na cadeirinha que ocupa quase dois lugares nos bancos traseiros e ainda tem a bolsa minha e deles. Acabei me sentando no banco do carona, ao lado do Eduardo.

— Pai liga o rádio. — pediu Diego.

— Claro. — Eduardo ligou o som e uma música animada começou tocar. O carro começou andar e a viagem até o parque de diversões seguiu tranquila, alternei olhares entre os meninos e a rua.

Meus dias estão ficando mais felizes e tudo por causa dos dois garotinhos que entraram em minha vida e tomaram meu coração para eles. Foi amor à primeira vista. E sei que eles também gostam de mim.

— Chegamos. — a voz do Eduardo me tirou dos meus pensamentos. Desengatei o cinto e pulei para fora do carro, abri a porta traseira e Diego desembarcou do veiculo. Ajudei o Bruninho e ele pulou no meu colo, depois o coloquei no chão e ele pegou na mão do pai.

— Meu Deus, vocês demoraram. — Girei e Cecilia estava abraçando o Diego. — Pensei que teria que ir pegar vocês. — foi à vez de abraçar o Bruno e então o Eduardo. — Como está Alana? Os meninos estão lhe dando muito trabalho?

— Não, eles são uns amores. — respondo, recebendo o sorriso satisfeito deles.

— Onde está Roger e Aninha? — indaga Eduardo.

— Foram comprar algumas fixas. — responde Cecília. — Vamos entrar?

— Claro.

Seguimos todos juntos para o interior do parque, que parece um ninho de formiga de tão cheio. Pego na mão do Diego e o Bruninho está nas costas do pai. Os dois olham com atenção para cada brinquedo, seus olhos parecem um conjunto de decoração de natal de tanto que brilham.

— Pai, eu quero brincar naquele brinquedo. — diz Diego, apontando para os carinhos.

— Vamos naquele depois. — responde.

— Quero jogar tiro ao alvo. — interfere Bruno.

— Vamos fazer de tudo um pouco, meninos. — comenta Eduardo. Agora entendo porque ele me mandou vir junto.

(...)

— Pai, ganha o urso rosa para a Nana. — Diego apontava para o urso rosa preso na barraquinha de tiro ao alvo.

— Não. — digo instantaneamente.

Os três me olham e Diego e Bruno entoam um hino que diz "ganha o urso rosa para a Nana. Ganha o urso novo para Nana" e batem palmas juntos.

 Queria me enfiar na piscina de bolinha e me esconder no fundo, embaixo das milhares de bolas coloridas. Eduardo tinha três tentativas e acertou de primeira e o urso rosa veio parar nas minhas mãos.

— Não precisava disso. — murmuro.

— Não foi nada. — diz o Eduardo. — Vamos encontrar a Cecília agora.

...

O restante da tarde passou como um Flash — só faltou os raios vermelhos. —, depois do parque fomos a uma lanchonete. Cecília tem uma família incrível. Ana é uma garotinha admirável apesar dos 4 aninhos.. Ela se dá muito bem com os garotos, exceto quando Diego queria o último sorvete de morango.

O dia já estava começando a ficar escuro quando chegamos à mansão. Subi com os meninos, eles estavam um grude, sujos e suados, precisavam urgentemente de banho.

Diego já toma banho sozinho, mas Bruno ainda precisa de ajuda e eu acabei me molhando toda. Enfim, depois do banho os dois se arrumaram e ficaram cheirosinhos, ao contrário da minha pessoa. Despedi-me dos dois que ficaram assistindo desenhos e desci para o meu quarto. Tirei a blusa molhada e ajeitei minhas coisas, ainda tinha o bar. A avó dos dois estaria em poucos minutos na porta para passar o final de semana com eles.

Vai ser tão difícil ficar um dia inteiro longe deles.

Encontrei Eduardo na cozinha, ele também já havia tomado banho e estava fazendo um sanduíche. Tentei Passar sem ser notada, o que foi equivalente a um elefante passando pelo ambiente, então já pensou.

— Está tarde, quer carona? — Escuto-o dizer ainda de costas para mim.

— Não, estou com meu carro. De qualquer forma obrigada. — respondo.

— A picape azul é sua?

— Desde o terceiro ano. Mas só comecei a dirigi-la depois de fazer a carteira. Eu ganhei do meu pai. — eu e minha mania de falar demais.

— É bonita.

— Quis dizer que ela é uma lata velha? — ele arqueia as sobrancelhas. — É que todos falam isso.

— Não sou todos. Sei apreciar as coisas sem olhar o exterior. E a picape é sim bonita.

— Ela agradece seu elogio. — digo, Eduardo sorri e murmura algo inaudível. — O que disse?

— Nada. — dispara. — Obrigado pelo dia, Nana. Tenha um bom final de semana. — e sai da cozinha.

Respiro fundo e sigo meu caminho tentando esquecer que ele me chamou praticamente o dia inteiro de Nana.


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Notas finais do capítulo

É isso.
Comenteeeem!
:*



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