Meu destino é você. escrita por Drica Mason


Capítulo 2
Chapter 2


Notas iniciais do capítulo

Eu to bem triste já que não teve retorno, mas vou continuar postando.



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Ótimo, perdi mais de dez minutos no banheiro, torcendo meus cabelos e minhas roupas. Meu currículo derreteu dentro da bolsa, meu celular não funciona mais e eu pareço um monstro da chuva. Parabéns Alana, só você consegue essa proeza. Deixo meus cabelos soltos e passo novamente o batom. Sinto frio, entretanto pego minhas coisas e me retiro do banheiro.

Ando pelos corredores sem rumo, a agência é enorme, e dessa forma eu perco mais um tempo. Aposto que Eduardo vai me colocar para fora da sua sala assim que me vir, mas eu não tenho culpa, a culpa é desse temporal que resolveu cair hoje e da minha picape que me deixou na mão.

Realmente espero que Eduardo Ventura entenda o meu lado, eu estou toda encharcada, passando um frio enorme, aposto que até meus lábios estariam roxos se não fosse o batom, e, apesar de ter torcido minha roupa ela ainda está pingando, deixando um rastro por onde passo, sou um completo desastre, porém, cheguei aqui, não vou desistir.

— Olá; Será que sabe dizer onde fica a sala da presidência. — pergunto a um rapaz que passa por mim.

Ele me fita dos pés a cabeça e sei o que ele deve estar pensando. Uma garota como eu não anda pelos corredores dessa agência, notei várias mulheres que passaram por mim e todas são lindas, tipo modelos de capa de revista, no máximo o rapaz vai pensar que sou uma faxineira perdida. Não me abalo e sustento o olhar, esperando a resposta. Acreditem me dou super bem comigo mesma e se ele me tratar mal, vai acabar ganhando um olho roxo.

— Segue por aquele corredor, logo vai estar na salinha da Babel, secretaria do Eduardo. — diz.

— Okay, obrigada. — ele segue seu rumo e eu o meu.

Quando ele disse Babel eu pensei em uma mulher estilo modelo, daquelas bem fúteis que dentro da cabeça carregam um feijão. Mas não, era uma senhora coberta de rugas e cabelos grisalhos. Ajeitei meus cabelos e bati na porta. Ela levantou o rosto e ergueu uma sobrancelha.

— Deseja algo? — perguntou.

— Ah sim. Tenho uma entrevista com Senhor Eduardo Ventura. — respondo rápido.

Tento toda desajeitada ajeitar a blusa de lã que grudou no meu corpo como se eu tivesse passado cola, sem êxito, além de tudo ela está pesada, parece que está coberta de cimento. Acabo derrubando minha bolsa com mais uma manobra desesperada para soltar a blusa.

— Ah meu anjo, você está toda molhada. Vai acabar pegando um resfriado daqueles.

Babel se levanta e caminha até mim, ela juntou minha bolsa e me devolveu. Uma senhora tão gentil num lugar que quase todos me olharam atravessado, como se eu fosse coisa de outro mundo.

— Obrigada. A senhora é muito gentil.

Ela deu um sorriso cheio de dentes.

— Por acaso você é a Alana?

— Isso. — ela coloca a mão sobre a bochecha e chacoalha a cabeça. — Aconteceu alguma coisa?

— O Eduardo lhe esperou até agora, mas tinha uma reunião com um grupo de clientes, teve que se retirar.

O comunicado de Babel faz a frustração me invadir, me decepciono comigo mesma, essa entrevista era a chance de conseguir sair da lama e voltar a mandar dinheiro para casa. Meus ombros caem e a durona fica com os olhos cheios de lágrima, Babel percebe e tenta me ajudar.

— Oh minha querida, senta-se aqui. — diz, segurando meus ombros e me fazendo sentar em um sofá no canto da sala. — Tenho certeza que assim que ele voltar da reunião vai lhe dar mais uma chance. Vou te ajudar.

— Obrigada, senhora. — uma chama de esperança se acende em meu coração. Algo me diz que aquela mulher é a minha única chance, me agarro a ela com toda a força que tenho.

— Por favor, me chame de Babel.

— Tudo bem. Agradeço muito, Babel. — ela sorri.

— Fica aqui, eu vou ter que ir a sala de reuniões e então falo com o Eduardo. Ele é muito compreensível, vai entender seu atraso.

— Mas falaram que ele não tolera atrasos. — murmuro.

— Ninguém conhece aquele menino como eu. Já volto. — assinto. Babel pega uma pasta sobre sua mesa e sai.

Droga, eu preciso mesmo desse emprego. Espero que a senhoria gentil consiga fazê-lo me dar mais uma chance. Estou desempregada há oito meses e Jen está levando todas as despesas nas costas, não posso deixar que as coisas continuem assim. E minha mãe precisa fazer o tratamento, os remédios são muito caro, e meu pai não consegue pagar tudo sozinho.

Também não é só por causa da Jen estar pagando todas as despesas e do dinheiro que mando para meu pai, também estou com algumas contas atrasadas, cada mês que passa os juros aumentam, está virando uma bola enorme de neve.

Se conseguir o emprego sei que o salario é alto, assim pagarei as mensalidades do cartão de credito, ajudarei Jen e ainda sobrará uma grande quantia para ajudar meu pai a comprar os remédios.

 Minha mãe tem câncer, leucemia sendo mais clara, e o tratamento é caro e complexo demais. Não podíamos esperar pela rede publica de saúde, sabemos o quanto é precário. Então meu pai marcou consultas particulares, com ótimos oncologistas. Eles descobriram a doença faz 10 meses, os médicos falaram que é grave, mas com o tratamento correto minha mãe pode ficar curada, contudo, os remédios são caro demais e é impossível meu pai conseguir sozinho.

É por isso que me divido entre faculdade e trabalho, mas como estou desempregada é difícil mandar o dinheiro. Não posso perder minha mãe, ela é tudo para mim. Quando percebo estou chorando como um bebe.

— Alana. — a senhorinha entra na sala. Se apresso limpando minhas lágrimas. — Querida você está chorando?

— Não, acho que é a água da chuva só.

— Não precisa mentir para mim. — Babel diz sentando-se ao meu lado. — Posso imaginar o quanto esse emprego é importante para você.

— Você não imagina o quanto.

— Eu tenho uma noticia para fazer essas lágrimas irem embora e um sorriso aparecer em seus lábios. — eu fungo e olho para ela. — Eduardo vai falar com você.

— Ah meu Deus, sério? — ela assente. — Muito obrigada Babel. — levanto e a abraço. — Não sabe o quanto isso é importante para mim.

— Tenho certeza que é.

Eu podia fazer um altar para Babel, devia muito a essa senhorinha cativante. Ela acabou de salvar meu dia.

— Agora vou voltar para o meu trabalho. Aguarde; logo ele virá. — assinto e me sento novamente. Só espero não ter uma crise de hipotermia.

(...)

— Babel. — uma voz rouca e forte irrompe e sala e eu levanto meu rosto. O conheço pelas fotos, mas é muito mais bonito pessoalmente. — Onde está a garota?

— Ali senhor. — aponta para mim e eu me levanto. Como o rapaz de antes ele me fita dos pés a cabeça, mas existe muita diferença em seu olhar.

— Parece que seu dia não está sendo bom. — diz e eu solto toda a respiração presa dentro de mim.

— Realmente não foi, mas acho que agora vai mudar. — ele sorri e eu percebo que minha frase teve duplo sentido. — Digo isso porque aceitou me dar mais uma chance.

— Claro. — diz. — Acompanhe-me, por favor. — assinto e o sigo até a porta com a plaquinha de presidente. Ele abre a porta para mim e eu entro. — Babel, traga-nos um café, acredito que a senhorita Genuíno precise de um. — diz e então fecha a porta.

A sala dele é grande, com paredes no tom bege, uma mesa de madeira enorme no centro, atrás uma cadeira preta de coro, um estante enorme com livros, o chão é coberto por carpete, mas o que mais me surpreende é a janela enorme de vidro com vista para outros prédios.

— Senta-se, por favor. — faço o que ele pediu. Eduardo senta a minha frente, no outro lado da mesa, me analisa por alguns segundos me deixando totalmente desconfortável, devo estar parecendo uma bruxa toda molhada.

— Estou grata por me dar mais uma oportunidade.

— Fiz isso por Elisa, ela é uma grande amiga e me indicou você.

— Eu sou grata por ela.

Elisa é minha professora de transtornos psicológicos e me indicou para Eduardo depois que eu apresentei um trabalho sobre crianças que acabaram perdendo a mãe, o pai ou ambos. Ela disse que ele ficou bastante impressionado, e que achou que eu seria uma ótima babá para seus filhos. Sou muito grata a ela e não vejo a hora de agradecer.

— E Babel fez um grande drama também. E realmente preciso de uma babá urgente. — diz. E eu pensando que era especial.

— Eu entendo.

— Senhor. — babel entra na sala com uma bandeja, coloca tudo sobre a mesa. — Vou voltar para minha mesa. — E retira-se.

— Então, Alana, você gosta de crianças?

— Oh Droga! — sussurro quando o pequeno gole de café queima minha língua. — Desculpe-me, isso está quente demais. — digo. — Voltando a sua pergunta, tenho um irmão mais novo, ele me ensinou gostar de crianças. Como meus pais trabalhavam eu era a única que podia cuidar dele, e adorava. Então, sim. Eu adoro crianças.

— Que bom. Meus filhos são tudo que importa para mim. — fixo meus olhos nos dele e vejo toda sinceridade no que falou. — Tem uma coisa que Elisa se esqueceu de mencionar.

— E o que é?

— Em algumas determinadas noites terá que dormir na minha casa. Às vezes eu viajo, ou tenho um evento para ir, então é necessário que fique com eles nesses dias.

— Tudo bem. São apenas algumas noites. — digo. — Sem problemas.

— Você ganhará bônus de 500,00 quando precisar ficar.

— Com certeza eu fico. — exclamo e tenho certeza que ele está me achando louca por dinheiro. — Esse dinheiro vai me ajudar e ajudar o tratamento da minha mãe, não sou uma louca por dinheiro.

— Tenho certeza que não. — diz. — Os meninos gostam de ir a praia, então sempre que o tempo estiver agradável você os leva, ao menos duas horas ao dia. Não precisa ser todos os dias é claro.

— Okay. — praia não é o meu lugar preferido, mas tudo bem.

— Eles vão à escola no período da manhã e durante a tarde eles têm projetos na escola. Como futsal, xadrez e futebol, são apenas duas horas, ai você tem a tarde livre para brincar com eles, se não for problema, é claro. E também preciso que fique aos sábados. Algum problema com isso?

— Sem problemas.

— Minhas exigências são essas. — assinto. — E não vejo problemas em contratá-la.

— Está falando sério?

— Sim.

— Muito obrigada pela oportunidade. Prometo que serei uma ótima baba. — digo. — Seus filhos vão me adorar e você não vai se arrepender.

— Estou contando com isso. — diz sério e eu me ajeito na cadeira. — Você começa amanhã. Os meninos passaram o fim de semana com a avó e só voltam amanhã. Você os pega na escola. E esse é o meu endereço. — me entrega um papel. — Quando chegar à minha casa, Letícia vai lhe passar todas as instruções.

— Okay.

— Pode se retirar agora. — levanto-me e viro-me, mas quando estou na porta; — Alana? — viro-me. — Boa sorte.

— Obrigada, senhor. — abro a porta e saio do seu escritório.

Minha vontade é de gritar e pular, mas dou de cara com um homem enorme vestido em um terno perfeitamente alinhado em seu corpo, ombros largos, alhos azuis e cabelos num tom castanho claro. Poxa ele é lindo e seu sorriso, desestabiliza qualquer mulher. Fico o olhando embasbacada e aquela pergunta clichê “Foi amor à primeira vista?” fica rondando na minha cabeça.

— Babel, Eduardo está? — pergunta e então volta sua atenção para mim novamente.

Ele me olha de um jeito sério e interrogativo e sinto certo medo de ele me xingar como vários homens já me xingaram. Sei que vou acabar revidando e Eduardo pode escutar e não gostar nada de a futura babá dos seus filhos dar um piti na porta do seu escritório.

— Sim. — responde Babel.

O homem dá um sorriso encantador para Babel, vira-se olhando para mim e vindo à minha direção. Pareço tão pequenina. Ele me estende a mão e sorri.

— Olá, meu nome é Henrique. — demoro segundos para então apertar sua mão, pois estava perdida em seus lábios. Foco Alana.

— Me chamo Alana. — digo. — Sou a nova babá dos filhos do Senhor Eduardo Ventura, mas creio que essa informação não lhe interessa.

Eu sempre falo demais. Isso já virou hábito. Eu queria muito saber controlar a minha boca, mas quando percebo já falei bobagem.  Meu pai fala que herdei isso da minha avó, vovô também falou que adora me ouvir falando porque lembra-se do único amor da sua vida. Quanto eu, com certeza queria herdar os olhos dela e não a mania de falar pelos cotovelos.

— Acredite, interessa muito. — diz. — Foi bom lhe conhecer Alana, mas agora preciso conversar com o Eduardo. — Olho para ele abobalhada, perdida em seus olhos e nem percebo que ainda estou plantada na frente da porta, até ele estalar os dedos na minha frente. — Você poderia se afastar um pouco da porta?

— Ó meu Deus, me perdoe, já basta esse tamanho todo e eu ainda fico plantada em frente à porta. — tagarelo. — Estou falando demais.

— Tudo bem. — ele abre a porta e antes de entrar no escritório do Eduardo vulgo meu chefe ele olha para mim e dá uma piscadela.

Meu dia está melhorando. Esse homem passou pouco tempo perto de mim e atiçou meus instintos de uma maneira voraz. Só pode ser o charme dele, mas sei que homens como Henrique são furada. Quem sabe né?

— Alana, querida; se tornou uma presa fácil. — murmura Babel. — Henrique é um galinha metido a conquistador, ele gosta de levar as mulheres para a cama, mas depois as dispensa.

— Olha Babel. — sento na cadeira a sua frente. — Para falar a verdade, não teria problema algum ir para a cama com esse Adônis. Seria emocionante. — ela gargalha alto e em seguida se recompõe.

— Gosto de você, Alana. — sorrio. — E então. Como foi sua entrevista?

— Sou a nova baba dos filhos de Eduardo Ventura!!! — exclamo.

— Ai meu Deus, estava torcendo por você. Tenho certeza que aqueles dois anjinhos vão lhe amar.

— Eu espero, Bebel. Porque preciso desse emprego no momento.

(...)

Saí do escritório de Babel assim que ela recebeu uma ligação do Sr Eduardo, pedindo que ela levasse algumas planilhas. Enquanto refazia o caminho até a recepção no primeiro andar recebi vários olhares tortos. Já me acostumei a isso e realmente não ligo, me sinto bem comigo mesmo. Sou gorda, mas uma gorda gostosa pra caralho. Modéstia parte. O máximo que eles ganhariam de mim é um sorriso. Porque hoje nada estraga minha felicidade.

Pelas normas da agência eu devia devolver o crachá que me deram na recepção e assinar um caderno de visitante do dia. As portas do elevador se abriram e eu segui para o balcão de recepção.

— Hey, conseguiu domar a fera?— pergunta o rapaz simpático de antes.

Engraçado, a mesma sensação que tive antes vem a tona novamente, conheço o rapaz de algum lugar, entretanto, não consigo lembra da onde. Talvez eu já tenha visto um rapaz parecido em algum lugar e estou tento essa impressão. Enfim entrego o crachá para ele e digo:

— Ele não é uma fera como você pensa. Ao contrário me tratou muito bem. — comento.

— Ah gata, é só o efeito do primeiro encontro. Você logo vai conhecer o outro lado da moeda. — diz. — Mas fala ai, você conseguiu o emprego?

— Sim!

— Ai que legal. E para que cargo é?

— Pare de tricotar, Matheus. — ralha a outra recepcionista.

Devo admitir que ela é um mulherão de parar o trânsito. Loira, olhos azuis, bochechas coradas, e, mesmo estando escondida atrás do balcão, percebo que tem um corpão. Com certeza a loira passou duas vezes na fila da beleza.

— Olá; Meu nome é Emily, eu coloco ordem nesse lugar e no fofoqueiro de plantão. — diz.

— Prazer, me chamo Alana. E Matheus; não vou trabalhar na agência. Serei babá dos filhos do senhor Eduardo. — explico, e ele sorri de forma maliciosa.

— Existe algo mais sexy do que ser babá dos filhos do gostoso do Eduardo. Tem sorte hein gata. — minhas bochechas formigam e eu apenas dou um sorriso sem jeito.

— Não liga, esse viado tem sonhos eróticos com Eduardo e o sócio dele. O Henrique. — ah o Henrique, até eu terei sonhos eróticos com ele.

— Cala a boca Emy, ao menos eu não escondo minha paixonite por Henrique igual a você.

 Uau, sacanagem tê-la como concorrente.

Eu sei, sei que não devia ter esse tipo de pensamento. Sou realista demais para pensar que ganharia de Emily, ela é linda, até eu pegaria ela.

— Bom, foi bom conhecer vocês. Mas eu deixei meu carro dois quarteirões daqui e preciso chamar um mecânico, antes que ele seja guinchado.

— Okay, gatinha, é só assinar aqui. — faço o que Matheus pediu e então sigo meu rumo.

Não posso perder a picape, foi presente do meu pai e é o único automóvel que tenho para me locomover.

Tive vontade de abraçar o capo do meu carrinho antigo quando o vi parado no mesmo local. Acreditem, da forma que eu o estacionei era pedir para ele ser guinchado, é como um gordinha sair com um vestido laranja apertado, parecendo uma salsicha, venhamos e convenhamos isso é pedir para sofrer bullyng. Mas sustentei a calma e não o abracei, não queria passar um mico do tamanho do King Kong.

Pensei em ligar para o Caio, ele sempre cuidou da picape para mim, não é o melhor mecânico do mundo — se fosse, meu carro não estaria morto agora. — mas seu charme e suas cantadas ridículas me fazem confiar nele, contudo meu celular havia molhado e não prestava para nada. A oficina dele não é tão longe, se eu pegar um taxi chego lá em dez minutos. Por favor, não guinchem meu carro nesse tempo.

Faço sinal para um amarelinho e imediatamente ele para. É, sou uma gordinha de parar o trânsito. Dois beijos. Embarco no carro e digo o endereço ao moço simpático que arranca com o taxi. Graças a Jen, tenho dinheiro para pagar essa corrida.

O motorista, que descobri se chamar Jaime da Neninha — apelido carinhoso dado a um dos seus colegas da frota, depois que um travesti gritou aos quarto ventos que o Jaime era dele. —, estacionou em frente a oficina do Caio. Paguei a corrida e lhe sorri divertida. Ele tinha contado historias engraçadas durante o caminho. Já estou estranhando esse dia, não sou tão sortuda. Uma hora essa sorte vai esgotar.

— Hey, flor, veio me ver? — Droga, não queria dar de cara com Jonas. Falei que uma hora ou outra a sorte se esgota. — Sentiu saudades do macho aqui?

— Me poupe disso, babaca. — passo por ele e entro no galpão.

Jonas é um caso antigo. Ele é gostoso, lindo, bom de cama, porém tem um defeito enorme, é machista. Eu odeio homens machistas e foi por ele ser assim que lhe dei um chute na bunda antes de engatar algo mais sério. Uma vez eu estava dançando com Caio e Jonas partiu para cima dele e gritou que o único que colocava a mão em mim e me comia era ele. Aquilo foi demais para mim. Eu dei um soco na cara do cretino e game over. Apesar disso, Caio ainda o manteve na oficina.

— Roger, onde está o Caio? — indago.

— Está lá atrás. — responde elevando a voz, devido ao barulho de algumas máquinas da oficina.

— Obrigada. — ele sorri e eu sigo meu caminho.

 Arrasto a porta de metal o suficiente para minha passagem e lá está Caio, tomando seu gracioso banho de mangueira. Os gomos, posso imaginar minha língua passando pela aquela perfeição bronzeada.

— Hey, gato, já lhe falaram que pode ser preso? — ele arqueia as sobrancelhas dando um daqueles sorrisos arrasador. — Por excesso de gostosura.

— O que deu em você hoje? — pergunta abismado, afinal é sempre ele que solta essas cantadas ruins.

— Consegui um emprego! — exclamo. Ele sorri, joga a toalha ao redor do pescoço e me abraça, levantando-me no ar, depois me colocando no chão.

— Estou feliz por você, gata. — dá um beijo em minha bochecha. — Mas o que faz aqui? Penso que evita toda forma de trombar com o retardado do Jonas, e hoje está aqui.

— Ah, hoje nem o Jonas acaba com minha alegria. — digo. — Mas preciso de um favor. — mordo meu lábio inferior.

— A picape?

— Você sempre sabe. Ela morreu no meio da avenida. Ainda que consegui estacioná-la. Poderia ressuscitá-la?

— Vou dar meu jeitinho. Onde ela está?

— Aqui perto, bem na frente da lanchonete da Darlene.

— Okay, vou trazê-la viva para você. Mas já lhe avisei que tem que comprar outro carro.

— Não consigo me desfazer dela, já lhe disse isso. — rebato. — Ela é meu xodozinho.

— É, já ouvi isso várias vezes. — ele se curva e dá um beijo em minha bochecha. — Toma, se quiser ir para casa pega meu carro. Depois levo a bisa no seu edifício e pego meu carro. Jonas está aqui e você sabe como ele é. Não quero que ele fique de gracinhas pro seu lado.

Bisa é o nome que Caio deu para a picape a segunda vez que a ressuscitou. Eu estava voltando de madrugada para casa aquele dia e a picape simplesmente deu um tranco e morreu, era tarde e a rua estava um deserto, senti medo de voltar andando para casa, por isso liguei para Caio e sem pestanejar ele foi até mim.

— Okay. Obrigada Caio. — Ele sorri e se retira.

Às vezes eu penso, porque não investir em Caio? Puta que pariu, ele é muito gostoso, muito atencioso, se preocupa comigo e tals, contudo somos amigos há muito tempo e jamais vou estragar isso. Outra coisa, sei que ele sente a mesma coisa e por último e mais importante, sei da paixão de Jennifer por ele.

— Já está indo, amor? — pergunta Jonas, segurando a porta do carro do Caio.

— Já. — puxo com força. — E não me chama assim, porque não sou e nunca fui seu amor. — enfio a chave na ignição, engato a marcha e arranco com o carro.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu não vou ficar mendigando comentários e favoritos, realmente eu fiquei bem triste, mas sei que com o decorrer das história vai aparecer leitores - assim espero -, então simplesmente se vc quer comentar comenta, senão quer blz.
Até o próximo.



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