Meu destino é você. escrita por Drica Mason


Capítulo 12
Chapter #12




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BÔNUS — EDUARDO.

Quando Alana apareceu toda encharcada no meu escritório, confesso que fiquei com dó dela. Sua situação era péssima, estava molhada e a aparência não era das melhores. Meu plano era entrevistá-la e despachá-la de imediato, se não conseguia chegar no horário marcado para uma simples entrevista, com certeza não seria a pessoa certa para cuidar dos meus filhos. Mas quando eu vi sua expressão quase desesperada mudei de ideia. Algo me mandou dar atenção para ela, então eu dei, fiz a entrevista e contratei Alana.

Naquela mesma noite conversei com meus filhos sobre a nova babá, falei que Alana era legal e que eles iam gostar muito dela. Pedi para que eles tivessem paciência e a tratassem bem. Os dois nunca se deram muito bem com babás, então estava os preparando. Mas, Alana, parece que ela tinha efeito mágico sobre os meninos, eles a adoraram logo no primeiro dia, a noite só escutei elogios da parte deles.

E ao passar dos dias Alana foi ganhando o carinho deles e se tornando alguém essencial em suas vidas. Eu ficava observando-os, admirando a forma que ela cuidava dos meus filhos e os tratava bem. E com o tempo tive certeza que havia feito a escolha certa. Mas eu nunca pensei que a babá dos meus filhos acabaria me encantando com mínimos detalhes.

Como no dia que a peguei vestindo apenas um pijama com estampa de girafas. Ela parecia nem perceber a forma como a encarei aquele dia, ela estava toda nervosa e parecia muito cansada, acabei por deixá-la sozinha naquela noite, eu estava cansado também, me sentia exausto, mas quando deitei na cama tudo que queria era voltar para a cozinha e observa-la o resto da noite naquele pijama.

Então teve o dia da piscina. Um sábado que eu estava atolado de trabalho para concluir. Fiquei praticamente a manhã toda trancado no meu escritório, até escutar meus filhos rindo no quintal. Naquele dia deixei o trabalho de lado, fui até a janela que dava visão para o jardim e vi meus filhos se divertindo como nunca e junto com eles estava Alana. Os três estavam brincando de jogar bexigas, estavam ensopados e rindo a todo o momento.

Nunca vi meus filhos se divertindo tanto como nesse dia. Ambos soltando daquelas gargalhadas que fazem a barriga doer e lágrimas escorrer dos olhos. Eu não vi em nenhum momento aquela tristeza que os assola quase sempre naquele dia. Eles estavam se divertindo de verdade e sabia que era tudo culpa de Alana.

Quando Bruno começou esguichar água em Alana, claro, com a ajuda de Diego, resolvi me juntar aos três. Alana precisava de ajuda, então eu estaria lá. Mas quando comecei a dar bronca nos meninos acabei sendo bombardeado por uma mangueira d’água e quando aquilo cessou vi uma Alana nervosa e com medo de levar uma bronca minha. No entanto eu nunca teria coragem de dar uma bronca na pessoa que arrancava vários sorrisos dos meus filhos.

Nesse dia eu deixei tudo de lado e foquei apenas nos meus filhos e Alana. Era incrível como sua presença me fazia um bem danado a ponto de eu querer que ela fizesse parte da minha vida de alguma forma.

E queria retribuí-la por fazer tanto bem para meus filhos. Os dois acabaram me ajudando a tarde, no parque quando pediram para eu ganhar o urso para ela. E foi gratificante a forma que seus olhos brilharam a hora que lhe dei o urso.

E muito mais coisas aconteceram. Detalhes que me faziam admirar ainda mais a forma que Alana tomava conta dos meus filhos. Bruno e Diego tinham um enorme carinho por Alana, e ela por eles.

E o dia que a encontrei em uma boate trabalhando como bartender, fiquei surpreso, mas não deixei de achá-la uma mulher atraente atrás daquele balcão. Foi a primeira vez que eu tive desejo de tocá-la. Foi a primeira vez que vi Alana como algo a mais do que a babá dos meus filhos e ver Henrique perto dela estava me tirando a paciência, precisava tirar meu amigo predador de perto dela e eu mesmo, antes que bebesse demais e cometesse uma besteira.

Mas não foi Henrique que me fez perder a cabeça e cometer uma besteira sem tamanho, foi um babaca que achou que podia menosprezar Alana. Fiquei furioso com a forma que aquele idiota a tratou. E notei que Alana estava desconfortável. Ela era a babá dos meus filhos e não podia deixar um idiota menosprezá-la. Quando percebi estava distribuindo porrada no homem.

Acabei sendo expulso da boate, junto com o cretino que xingou Alana. Henrique veio logo depois, gritando e me xingando porque tinha estragado sua transa. E sabia que sua transa da noite era Alana, ele mirou nela a noite inteira, quase parti para cima do meu melhor amigo. Não consegui entender porque, mas pedi para Henrique ficar longe dela.

Sua teimosia também sempre me tirou do sério. É incrível como Alana é teimosa. Eu a ofereci um quarto e ela não quis. Precisei quase implorar para que ela aceitasse. Precisava dela perto dos meus filhos sempre e acho que perto de mim também, acabei oferecendo o quarto na frente do meu para ela, mesmo sabendo que Alana não estaria ali sempre.

Nesse mesmo dia acabei fazendo uma visita ao cômodo que estava vazio, o cheiro dela estava impregnado ali e isso me desconcertou, Alana estava começando a mexer comigo de uma forma que não conseguia entender. Porra! Ela era apenas a babá dos meus filhos. Não podia sentir nada além de respeito.

Então tudo o que estava começando a sentir tornou-se mais intenso no dia do campeonato de futebol de Diego. Alana chegou atrasada, e o time de Diego que estava perdendo teve uma virada sensacional, meu filho fez um gol. Olhei para Alana que sorria e pulava, comemorava o gol como uma verdadeira torcedora. Era errado observar seus seios naquela hora? Ainda bem que ela não percebeu.

Acabei cochichando no seu ouvido, sentindo uma vontade quase incontrolável de beijar sua pele e chupar toda pele exposta. Mas precisava manter o controle, nunca passaria de um momento com Alana e eu não queria machucá-la de forma alguma, apenas falei que ela era o amuleto dos meus filhos, entretanto a forma que seu corpo tremeu naquele momento me excitou e eu tive que pedir, quase implorar para que meu amigão ali em baixo continuasse sob controle.

De uma forma que ela não percebeu olhei para uma senhora sentada logo ao nosso lado, precisava me distrair e manter o controle sobre meu corpo.

Depois que Diego se declarou para Alana depois da partida de futebol, me pegando totalmente de surpresa nós fomos para a sorveteria. Fiquei praticamente a tarde toda olhando para Alana, desejando Alana. E quando mamãe sugeriu que eu desse uma carona para ela eu quis abraçar bem forte minha mãe.

Alana não teimou tanto quanto achei que fosse teimar. Acabou aceitando a carona. E confesso que ficar dentro de um espaço tão pequeno com ela estava deteriorando minha sanidade. Era errado deseja-la. Mas eu não conseguia entender porque aquela mulher estava mexendo tanto comigo. Fazendo-me perder qualquer raciocínio logico.

 Depois de Maria Fernanda eu não me senti atraído por outra mulher. Claro, que algumas entraram na minha vida, mas apenas por uma noite. Entretanto, Alana mexe comigo de um jeito que não consigo explicar e muito menos entender. Eu sei que se me envolver com ela vai ser apenas por uma noite, pois nunca serei capaz de amar outra mulher como amei Nanda. E juro que não quero magoá-la.

Ficar naquele carro e manter meu autocontrole perto dela foi difícil. Mas eu pensei nos garotos, se eu acabasse magoando Alana ela nunca mais ia querer me olhar na cara e acabaria largando o emprego, e meus filhos nunca encontrariam alguém como ela. Eu não encontraria alguém como Alana e só confiava nela para cuidar dos garotos.

Mas então eu fui um completo babaca com Alana, eu gritei com ela, eu a acusei de ser a culpada por Diego se machucar. Ela não merecia aquilo. É que Diego havia se machucado e sinto um medo danado que qualquer coisa aconteça com um deles, ver meu filho ferido me cegou e acabei descontando em Alana. Me senti um cretino quando vi a mágoa em seus olhos.

Precisava resolver aquilo. Pedir desculpas. Liguei várias vezes para ela naquela noite, fui até seu apartamento e o porteiro disse que ela havia saído. Comecei a me preocupar, e me culpar por seu sumiço. Tive medo de algo ter a acontecido. Então eu queria acha-la, pedir desculpas e dizer o quão idiotia eu havia sido. Mas não a encontrei. Voltei para casa e passei a noite em claro.

No dia seguinte esperei Alana. Liguei mais algumas vezes e nada, eu estava quase chamando a policia quando meu celular tocou, e quando escutei sua voz tudo dentro de mim se acalmou. Juro que não conseguia entender o que estava sentindo, mas tinha certeza que precisava vê-la para saber que estava bem.

Fui até ela, e quando Alana entrou toda molhada no meu carro acabei lembrando da primeira vez que a vi, toda ensopada e desesperada. Naquele momento eu quis abraçá-la e dizer que estava tudo bem, que eu estaria sempre ao seu lado. Então acabei entendendo que o que estava sentindo era maior do que imaginava e não sei lidar com isso.

Eu quase a beijei, se Henrique não tivesse me ligado eu teria a beijado e acabado com a angustia que sentia em meu peito. Olhei para ela depois que encerrei a ligação, Alana estava ofegante, seu peito subia e descia com força. Queria acabar com aquilo, ir até ela e tomar seus lábios para mim, mas eu fugi.

— Eduardo, você está me escutando?! — exclamou Henrique.

— O quê? O que foi?

— Em que mundo você está?

— Desculpe. Só estava pensando. — argumentei. — O que Beatriz quer?

— Ver os garotos.

— O quê? — levantei abruptamente da minha cadeira. — Depois de tudo que ela fez! Ainda tem a cara de pau de querer ver os garotos? Eu deixei bem claro que não queria vê-la novamente e que a queria bem longe dos meus filhos. Ela não vai chegar perto deles. Nunca mais!

— Ela está arrependida. — argumentou Henrique. — Quer conversar com você.

— Você está comendo ela de novo, Henrique?

Meu amigo arqueou as sobrancelhas.

— Claro que não. — rebateu. — Ela é tia dos garotos. Pelo menos conversa com ela. Parece que está realmente arrependida e mudada.

Suspirei.

— Tudo bem. Vou conversar com ela e deixar bem claro que a quero longe dos meus filhos.

Henrique bufou e passou as mãos pelos cabelos.

—Tudo bem, então. — ele levantou-se. — Vou ligar para ela e manda-la vir aqui.

— Tudo bem.

Henrique se retirou do meu escritório e eu me afundei na minha cadeira. Logo agora Beatriz retorna? Nas vésperas do aniversário do Bruno, da pessoa que essa vadia fez um mal danado. Não a quero perto dele e nem de Diego. Nem que eu tenha que entrar com um pedido na justiça contra ela.

Beatriz sempre foi diferente de Maria Fernanda, apesar de serem do mesmo sangue. Nanda era a mais nova e Beatriz sempre a acusou de roubar o amor dos pais somente para ela. E para piorar as coisas eu tive um rolo com Beatriz antes de conhecer a Nanda. Foi um relacionamento curto, Beatriz sempre foi maluca e quando eu conheci Nanda me apaixonei de verdade, como nunca.

Claro que Beatriz voltou a acusar a irmã, desta vez de roubar o seu namorado. A Nanda terminou comigo e a gente ficou um tempão separados, mas eu a amava e não podia desistir. Lutei por Nanda, disse para Beatriz que o que tivemos nunca foi sério e que eu amava sua irmã de verdade, Beatriz entendeu e se mudou para São Paulo. Só retornou depois da morte da irmã, para acusar Bruno de ser o culpado da morte dela.

Bruno ficou tão triste e perturbado pelo que a tia falou exatamente no dia do seu aniversário, apesar de ser uma criança, ele conseguiu entender as acusações de Beatriz, então pediu para que nunca mais fizéssemos festas de aniversário. Mas esse ano, acredito que ele possa se divertir e esquecer tudo que Beatriz lhe disse, ele tem Alana agora.

— Por que está sorrindo como um besta? — indagou Henrique, entrando no meu escritório novamente. — Estava até agora pouco furioso.

— Falou com Beatriz?

— Sim. Daqui a pouco ela estará aqui. — respondeu, sentando-se na cadeira a frente da minha mesa. — Cara, eu tenho que lhe confessar uma coisa.

Franzi o cenho e fitei os olhos atordoados de Henrique. Ele afrouxou a gravata, parecendo estranhamente nervoso.  

— Encontrei Alana ontem. Sabe aquele bar bem simplesinho que a gente frequenta às vezes? — neguei com a cabeça. — Daquele casal de roqueiros super legais?

— Ah Sim. Lembro.

— Então, ela estava lá. E estava triste porque você gritou com ela e a acusou de não cuidar direito dos garotos. — explicou. — Você foi um cretino com ela.

— Eu sei. — soltei, pensativo. — E me arrependo disso.

— Que bom. Mas não é esse o ponto da conversa. — completou.

— O que é então?

— Eu a beijei.

Após sua confissão eu comecei a me sentir desconfortável. A imagem de Henrique beijando Alana me perturbou. O simples fato de pensar que ela pode ter gostado me abalou. Eu mandei Henrique ficar longe dela e mesmo assim ele continuou. Meu amigo merece umas porradas para aprender a...

Que Droga! O que estou pensando? É claro que não posso brigar com Henrique por causa de uma mulher. Mas eu fecho os olhos e o imagino tocando em Alana, imagino-o beijando Alana e fazendo o que ele sempre faz com as mulheres. Usa e joga fora. Ela não merece isso.

— Porra Henrique! Eu te mandei ficar longe dela. — exclamo, elevando minha voz. — Você está maluco?

— Hey; clama, amigo. — disse levantando as mãos. — Até parece que você está com ciúmes.

Ignorei seu último comentário e me levantei, passando as mãos pelo meu rosto e soltando um suspiro longo.

— Calma o caralho. — rebati. — Ela é a babá dos meus filhos. Se você partir o coração dela como já partiu o de várias garotas, eu é que vou ter que jogar água na fogueira. Prometa que vai ficar longe? Ou eu juro que quebro sua cara de um jeito que nunca mais uma mulher vai querer te beijar.

— Você nem me deixou terminar e está aí todo nervosinho. — argumentou. — Deixa eu continuar, porra!

Decidi me acalmar, porque se continuasse nervoso as coisas não iam ficar bem. Fechei os olhos e respirei fundo, mas a porra da imagem de Henrique beijando Alana não saia da minha cabeça. E se ela gostou? Ou, e se o que Henrique quer continuar falando é sobre o que aconteceu depois desse beijo?

Travo meus pensamentos e conto mentalmente até 10 para a imagem dos dois transando não ganhar vida em minha imaginação. Merda! O que é isso que estou sentindo? Será que Henrique está com razão? E o que estou sentindo é ciúmes?

Não; não pode ser. Eu não teria ciúmes da babá dos meus filhos.

— E ela acabou me dando um fora.

Meus pensamentos são desligados pela última frase de Henrique. Eu paro e o encaro.

— Alana te deu um fora?

Ele assente, parecendo envergonhando. E eu sei exatamente que meu amigo está com o ego ferido por ter levado um não e sei também que Henrique não lida bem com um não, que quando a mulher é difícil ele luta para conseguir o que quer. O problema é que ele sempre consegue.

— Dá pra acreditar?        

— Não. — balanço a cabeça enquanto volto para meu lugar. — Mas me prometa que você vai desistir. Ou eu quebro sua cara de verdade.

— Ei cara. — resmungou. — Agora eu e Alana somos apenas amigos.

— Está falando sério?

— Claro.


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