Conforto escrita por Nivea_Leticia


Capítulo 1
Dance Comigo.


Notas iniciais do capítulo

Fofuraas, fofenhos, pessoas que agora sonham em também dançar no gelo, tamo aqui pra uma dose diária daquele casal amorzinho que tem o amor mais lindo e saudável e perfeito e awn, são tantas coisas boas ♥ yeaapa, sou viciada nesse troço e tamo aqui, alimentando o fandom, então, se preparem para umas fofura lindona, uns OH MEUDEUSO e tudo o que há de doce porque dessa vez não aguentei UHSUAUAHSU prepare seus fones de ouvido..
Com vocês,
aquele casal ♥
e a musiquinha fofinha é da Doodleoddle ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716774/chapter/1

Dance Comigo.

 

Deveria ser a quarta ou quinta vez consecutivas que Viktor escutava algum objeto cair de lugares inimagináveis.

Seria impossível não suspirar, colocando o rosto contra uma mão com seu cotovelo apoiado na baixa mesa oriental a qual estava sentado, no chão, com Makkachin dormindo em seu colo.

Sinceramente, sua mente estava cansada, haviam sido duas grandes competições, todas elas com pressões diferentes sobre Yuuri, esse que conseguiu lidar com a pressão (mesmo com sua quebra na China), no entanto, podia notar agora que toda aquela energia guardada por não terem muito tempo de lidar com a mesma entre as competições juntamente com a perspectiva de um Makkachin doente, cobrava naquele instante os nervos não tão fortes de Yuuri.

Ele vai se machucar se continuar agitado assim, massageava as suas têmporas, os longos dedos apertando na pressão correta para que deixasse vagarosamente sua mente relaxar.

Nesses poucos segundos, pode ouvir da cozinha Yuuri se desculpando com sua mãe por alguma louça quebrada. Isso tinha sido ideia de Viktor, tinha o mandado em uma alternativa para relaxá-lo ficar com a mãe para ver se parava de sacudir a perna ou apertar tanto os dedos.

O russo sentia-se como se zerasse o cronômetro entre eles, como se tudo o que passaram tivesse ido água abaixo no quesito paciência e tranquilidade. Os demais pontos como abraços e beijos continuavam, Viktor jamais deixaria que isso sumisse entre eles, entretanto, a ansiedade do moreno vazava a linha comum que tinha estabelecido como "o normal de Yuri".

Depois de ganhar duas competições, fica nervoso ao chegar em casa, Yuuuuri ~. Parecia que fosse para o gelo fosse para o dia a dia, o japonês sempre o surpreenderia.

— Eh, Makkachin, vamos salvar o Yuuri, okay? - brincou com o cachorro, com suavidade passando os dedos pelos pelos marrons.

A resposta foi uma lambida em seu rosto, pouco se preocupava, o amor daquele animal sempre superior a qualquer maneira higiênica. Sorria com carinho para os olhos castanhos de Makkachin.

— Sabia que ia me ajudar... Sua missão vai ser morder a blusa do nosso Yuuri e sair arrastando até a porta, okay? Conto com você, Makkachin.

Para um gênio, muitos se surpreendiam pelo jeito meio bobo com que Viktor lidava com algumas coisas, mesmo Yakov não se importava (na época que era treinador dele) de dizer "louco" quando via o platinado falando com seu cachorro.

O mais estranho de tudo, para todos que conviveram com ele, era que Makkachin sempre fazia o que era pedido e Viktor tinha um orgulho imenso daquele cachorro. O ter quase perdido trouxera um medo novo, uma ansiedade diferente dos jogos, mas afastava aquilo, não seria bom pensar, de qualquer forma.

E tinha mais com o que lidar, como um Yuuri destruindo a casa.

Um som de copo se quebrando acompanhou seus passos no momento em que entrou no quarto do moreno, seus olhos azuis gelo a  deslizar pelos móveis a procura de onde Yuuri colocava a bolsa. Não estava no lugar de sempre, ao invés disso, estava debaixo da cama, somente o prateado das lâminas dos patins pretos a vista pela beirada da roupa de cama.

Viktor se abaixou, reclamando da bagunça que Yuuri deixava com os equipamentos dele, quando ao dar um puxão mais forte, sair não somente os patins intactos, como também um conjunto de muitas folhas que se espalharam no chão, bem ao lado de seu joelho.

Yuuri, eu esperava mais arrumaç... Sua linha de raciocínio se desfazia, surpresa tomando seu lugar, ao delicadamente virar um deles e notar que na verdade se tratava de nada menos que uma fotografia de tamanho A4 de si mesmo, com quatorze anos e Makkachin ao seu lado.

Seu eu sorria, olhos azuis um pouco fechados na expressão de felicidade, fazia sinal de paz com a mão direita e mesmo Makkachin parecia sorrir, nem se importando que seu enorme cabelo branco tivesse em cima de uma de suas orelhas marrons felpudas.

— Yuuri... - inconscientemente sussurrou, divido entre surpreso e...

Encantado, sim, era aquela emoção quente que subia por seu coração.

Uma emoção que se mesclava ao amor que passara a ter por seu aprendiz, e que agora sentia-se encantado, seus olhos azuis brilhando em admiração.

Quando lhe disseram que Yuuri era seu fã, Minako quem abrira a boca, o platinado tinha achado que se tratava somente no caso da patinação, mesmo sabendo ser bobo, uma vez que a vida dos dois se envolviam entorno de patinação.

No entanto, ainda que tivesse o vídeo, pensava que acabasse ali.

Aquelas fotos...

— Ele seguiu minha carreira toda... - sussurrava ao apanhar mais uma, na qual usava a roupa roxa e branca, quase principesca do último Grand Prix que participara.

Na outra, mais novo, talvez vinte e dois anos.

 Abaixo dessa, com dezenove.

Variadas, todas elas alternando entre fotos de competição e fotos suas pessoais.

— Yuri...

Por alguns segundos, somente olhava aquilo em sua mão, seus dedos longos e pálidos acariciando a parte que estava um pouco colante demais e seus olhos azuis gelo se ergueram para a parede, onde o marcar de fita adesiva ainda estavam visíveis.

Um sorriso divertido, ainda que amável, começava a se desenhar nos seus lábios finos.

Ele deixava colada, ele me via todo dia antes de dormir e depois de acordar. Esse pensamento aqueceu seu coração, preenchendo-o com mais que apenas admiração e orgulho.

De repente, todos os pensamentos das últimas temporadas, das dificuldades em conseguir inspiração, do sentimento de solidão... Sim, em algum ponto, Viktor admitia para si ter se sentindo sozinho, um espaço que Makkachin mesmo com todo o amor não conseguia preencher, um espaço reservado a outro humano...

Alguém que o amasse, pelo que ele era e o que fazia, mas que o amasse por ser inspirado.

E me inspirar, suas mãos deixaram as fotos em cima da cama e apanharam o par de patins, levantando-se com graciosidade para ir em direção aonde sabia que Makkachin mordia a roupa de alguém.

Somente passou em seu próprio quarto, ao lado, para pegar os seus patins e seu Ipod. Seu coração ardia para fazer o que se passava em sua mente e sabia que não havia ninguém que o inspirasse e o surpreendesse mais que aquele a sua frente, com uma expressão perdida e um pouco revoltada pelo jeito insistente com que o enorme poodle o impedia de voltar para a cozinha, o prendendo na entrada da casa.

— Makkachin... Me solta, Makkachin... - puxava a blusa, sem sucesso, o cachorro determinado. - Eu..Tenho que ajudar minh... me solta.

Sorria pela cena, deixando-se ser notado, o que foi um alívio a Yuri, pois Makkachin o soltava e vinha dar pulos animados entorno de seu dono como se dissesse "hey, olha, eu consegui, eu trouxe ele".

Viktor se abaixou para fazer cafuné no mesmo, aceitava de bom grado as lambidas ao rir.

— Você é o melhor cachorro do mundo, Makkachin ~. - e se erguia de volta, seus olhos azuis gelo alegres finalmente se encontrando com confusos e ansiosos olhos castanhos. Não precisava ser um mestre de leitura facial pra ver o nível de inquietude do moreno.

Sorriu, tranquilo, fechando um poucos olhos.

— Acho que não era ajudar, quantos copos você quebrou, Yuuri?

O olhar, de repente tímido, deslizava para a porta, os ombros se abaixando em decepção.

— Alguns, talvez uns... 3?

— Vamos, vamos, não seja humilde, Yuri ~. 7 cerâmicas?

A expressão do moreno se fechou, ainda mais ansiosa, enquanto o mesmo fazia o tique de passar um polegar no outro. Em quesito de confiança e personalidade, Yuuri havia se alterado completamente, no entanto, resquício existiam e aquela expressão era uma delas.

— Não foram tan... Viktor, onde vai com meu patins?

Elevava os patins, um sorriso divertido e animado se fazendo em seus lábios. Yuuri o encarava atentamente.

— Onde nós vamos, não vai me deixar ir sozinho, vai, Yuri?

— Eu ainda nem concordei de ir aonde você vai.

Fez uma expressão de "porque pergunta o óbvio", uma que usou só uma vez, depois da primeira apresentação oficial quando Yuri o deixou falando sozinho nos primeiros momentos oficiais como um treinador oficial.

Tudo oficial demais, e Yuuri o fazia usar a mesma expressão agora.

— Yuuri ~ Vamos patinar, vkusno.

Uma coloração rosada pintou as bochechas do moreno que finalmente entendia. Seus olhos marrons encararam a porta da cozinha, de onde escutavam a mãe dele murmurar alguma canção japonesa antiga.

Podia ler o que se passava na mente de Yuri, podia já imaginar as palavras, por isso, somente jogou sua blusa de frio para o mesmo que apanhou surpreso e começou puxa-lo pelo pulso.

— Vamos, Yuuri, sua mãe gosta de ter a coleção de porcelana dela, vamos, vamos.

— Sim. - voz tímida, feliz.

Talvez Viktor esperasse um pouco mais de briga,  um pouco mais de "mas eu não posso", entretanto ao olhar para trás, seus olhos azuis gelo encararam os animados e mais calmos olhos chocolate, uma expressão de "obrigada por me tirar dali, por me levar pra um lugar que eu me sinta bem, que me entenda" forte suficiente para que o sorriso dele fosse meigo, tímido e carinhoso - tudo ao mesmo tempo - em sua direção.

E Viktor se viu olhando para frente, porque tinha certeza, de que se continuasse a encara-lo, Yuuri notaria como suas bochechas estavam coradas.

[...]

Mostre, mostre a ele o que sente, sua voz interior implorava, em um tom carinhoso e suave, enquanto estava parado na beirada do ringue, braços cruzados, assistindo em sua expressão usual Yuuri terminar de amarrar os patins pretos.

Os dedos menores fechavam com facilidade e hábito, seu dono a testar com uma leve sacudida dos pés para saber se estavam presos o suficiente, confortáveis. Uma das tantas manias que Viktor notava cada dias mais e mais que Yuuri tinha.

— Vai colocar música, ou vamos só patinar? - a voz baixa e bem mais tranquila de Yuuri o trouxe a realidade, o fazendo perceber que o encarava fixamente, sem mais nem menos. Olhos castanhos curiosos, ainda que as bochechas vermelhas mostrassem sua timidez,  se prendiam a espera de uma resposta aos seus agora carinhosos azuis gelo.

Uma vez mais, sentia aquilo, aquele calor novo e maravilhoso que o deixava leve, alegre sem esforço.

Sorriu, assentindo, os fios platinados a cair para frente.

— Colocar música, mas pode ir aquecendo, vou demorar um pouco arrumando o som, Yuuri. - gostava de adicionar o nome dele só pela vontade que era testar o sabor em sua língua.

Como oferecido, e como Viktor sabia que ocorreria, o moreno não se fez de regado - pouco teria o porque - ao em poucos passos parar a sua frente, retirando a proteção azul da lâmina do patins, e a entregando.

Seus dedos apanharam por costume os objetos de plástico, depois de tantas vezes fazendo essa ação em todas as competições e horas que Yuuri entrava na pista de gelo, que agora não ser oferecido a chance de guardar seria estranho.

Os dedos menores demoraram mais que o necessário para se afastarem de onde tocou os seus, os olhos do menor momentaneamente o fitando debaixo pela diferença de alturas, antes do mesmo sorrir de forma muda um "obrigada" e com toda naturalidade do mundo sair deslizando pelo gelo, pequenos flocos se erguendo a passagem da lâmina.

Se Viktor se achava em seu campo natural quando estava sobre patins, Yuri expunha essa facilidade de modo ainda mais forte.

O mais forte que eu já vi, sua mente pensava, um sorriso orgulhoso em seu rosto enquanto desviava o olhar do moreno se aquecendo e começava a arrumar os aparelhos de som.

Makkachin olhava eles pela portinha, acostumado a não entrar na pista já que desde pequeno era carregado para os seus treinamentos, e admitiu a si que a ideia dele não estar ali algum dia o deixava ansioso. Era tudo o que sempre teve, era um companheir...

— Viktor?

A voz confusa de Yuuri, soando alto pelo local vazio, o fez submergir dos seus pensamentos, seus olhos se virando para encontrar um preocupado olhar do menor que havia parado para fita-lo com as mãos no quadril.

— É a segunda vez que você se distrai, tem algo errado, Viktor?

No mínimo irônico que tivesse trazido Yuri para patinar porque o mesmo se achava uma bomba de ansiedade para no fim quem estivesse precisando ser consolado fosse ele.

De toda forma, sabia que esconder o que o incomodava não seria a melhor escolha. Yuuri não contava porque ambos sabiam que uma hora ou Viktor descobriria por si só ou Yuuri explodiria, o que ocorrera na China.

Mas Viktor não era sim, era centrado, alguns falavam misterioso, a verdade é que Makkachin e Yakov sempre estiveram ali para ele, para que pudesse falar, então, as vezes esquecia que Yuri conseguia ler muito pouco dele.

Seus dedos apertaram o "play" do Ipod, o som de Schubert inundando os buracos de silêncio.

E Viktor se deixou empurrar, deslizando, escorregando, de olhos fechados até perto de onde se lembrava que Yuuri estava. Escutava o raspar do gelo ao saber que o moreno viria em sua direção, e então, estava sendo abraçado, delicadamente, por trás, os dedos menores tocando seu peito com suavidade.

Agradável, extremamente agradável.

— O que houve, Viktor? - a repetição da pergunta soou baixa, abafada pelo rosto escondido em suas costas.

Por instinto, seus dedos tocaram os dele e sua postura relaxando.

— Makkachin, ele ter ido ao veterinário, me assustou. - disse pouco mais que a música, para que pudesse ser escutado. Seu tom estava abatido até aos seus ouvidos, mas não se importava, eles confiavam um no outro, assim que aquela relação tinha crescido. - A ideia dele não... Makkachin é o que mais tenho de importante de casa, eu só...

Os braços se apertaram e sentiu lábios tocando entre seus ombros, logo abaixo da sua nuca. Seu coração ficava mais leve com aquelas ações sinceras de Yuuri.

Conforto.

Um breve silêncio.

— No último Grand Prix, o que você ganhou... - sentia o raspar dos lábios dele em sua pele do pescoço, calmante. - Um dia antes da competição, meu poodle morreu, eu não conseguia pensar em nada além de que não voltava para casa tinha quatro anos e agora Vi-chan... Vi-chan não estava mais aqui.

O coração de Viktor travou, entendo agora porque Yuuri tinha concordado na mesma hora que ele deveria na mesma hora voltar para o Japão.

E também absorvendo o conforto que ele oferecia ao sussurrar entrelinhas um "eu entendo sua dor, entendo seu medo, eu também passei por isso", um consolo.

Algo que fez seu coração se aquecer, muito, por saber que não era o único que conseguia consolar.

"Somente esteja ao meu lado".

Sua mente recordava e essas palavras ditas com tristeza e um pouco de raiva em sua direção, no dia da competição da China, essas que finalmente eram absorvidas pelo platinado, que fechou os olhos, apertando de leve a mão do menor que tinha entrelaçado os dedos .

Ele simplesmente esta ao meu lado, e de repente tudo parecia tranquilo mais uma vez.

Nem mesmo palavras eram necessárias, absorvendo essa sensação natural.

— Vi-chan... - quebrou o silêncio depois de alguns segundos, sorrindo. - É de Viktor, Yuuri~?

Então, os braços sumiam, em surpresa. As bochechas do mesmo estavam vermelhas ao se virar para encara-lo pelo ombro, a sua franja a cair pelos sexys olhos azuis.

Na mesma hora, Yuri se escondia da sua visão, tímido.

— Hum... Er... Talvez...

— Um poodle igual a Makkachin, com meu nome... - sua voz estava divertida, brincalhona, sua ansiedade esquecida. - Postes na parede, capa do celular do Makkachin, o que mais Yuri~?

E era impossível segurar o sorriso que se fazia em seu rosto bonito diante da expressão de horror e timidez do homem a sua frente. Nessas horas, ficava surpreso o quanto ele não se parecia em nada com o atleta na competição.

— Vo-você encontrou as...?

Os fios platinados escorregaram para frente ao assentir, seu olhar sexy, seu sorriso se tornando felino.

Yuuri engoliu a seco, corado.

— Yuuri, devia ter pedido para autografar, eu teria feito isso pra você... Não precisava esconder.

— Eu... Eu.... - era claro o nervosismo do mesmo, os olhos se desviando para todos os lugares sem jamais encontrar o seus. - Eu... Ah, sim, viemos patinar... Er, eu... vou patinar.

E antes que Viktor pudesse fazer algo, em nada graciosos e muito ansioso deslizar, Yuuri se afastava de sua pessoa o mais rápido que podia. As bochechas vermelhas, mordia de leve o lábio.

Não era mais aquele tímido que mal conseguiam ficar perto, Viktor sentia a diferença, era um tímido diferente, mais doce, mais... apaixonado.

Ou talvez si mesmo fosse um, pouco se surpreenderia. A prova estava no fato de se escorar contra a baixa muralha que dividia a área dos técnicos da pista, cruzar os braços e deixar que seus afiados e profundos olhos azuis gelo seguissem Yuuri.

Os passos do mesmo, aos poucos, se tornavam tranquilos, calmos, ao cair na rotina e no amor que tinha pela patinação.

O quadril se movendo de leve, um leme, que deslizava suave alterando a direção dele pelo gelo, os pés harmonizando com o resto do corpo e o guiando para onde desejasse.

Horas como essa, Viktor podia admirar o verdadeiro Yuuri, aquele de olhos baixos e calmos, perdido em pensamentos, que as mãos naturalmente começavam a gerar movimentos e que em poucos minutos caia no som da música, a mente dele não mais pensando, somente o coração o levando pela melodia.

Esses momentos eram os mais preciosos para o platinado, se ele fosse sincero, dentre todos os demais que  dividiam.

Era quando Yuuri parecia livre, não somente dos seus problemas e medos, como também do seu próprio corpo, pois sua dança se tornava fluída como a música, seus passos em sincronia com o que era tocado e por isso mesmo Viktor se via admirando Yuuri demonstrar os sentimentos que falando não era possível.

Lindo, poucas pessoas eram lindas como Yuri era.

Um sorriso carinhoso se estampava em seus lábios, seus olhos azuis tranquilos.

Enquanto Yuuri proclamava que Viktor aparecer na vida dele havia sido como a Inspiração ganhar forma, fitando-o naquele instante escorregar em um Ina Bauer, tinha a certeza de que era Yuuri quem o inspirava.

Amor.

Aquilo era amor.

A música acabou, Yuuri respirando rápido, fundo, e Viktor se viu batendo palmas, essas que ecoavam pelo local já que outra melodia não havia começado. Yuuri sorria se aproximando, sumido a ansiedade e energia em troca de olhos chocolate alegres e felizes.

— O katsudon de porco mais delicioso que já viu?

A brincadeira pegou Viktor de surpresa, nos primeiros segundos, antes de rir com vontade, seus olhos azuis carinhosos.

Sua emoção refletia em Yuuri, a mesma expressão carinhosa, quando o mesmo parou a sua frente, uma mão em seu peito. Suava, os fios morenos se grudando contra a testa e para trás, gotas sumindo na gola da sua blusa de frio que Yuri usava.

Lindo, vivo, energético...

...inspirador.

Com um sorriso ainda mais carinhoso, aproximou-se para diminuir a altura entre eles e antes que Yuuri pudesse dizer algo, ou sequer reagir propriamente, o segurava pela nuca e colava seus lábios juntos, em um beijo suave e calmo.

Um beijo que Viktor deixava mostrar sua admiração pelo mesmo, seu orgulho, sua felicidade.

Seu amor, Viktor sabia ser amor, com seu coração batendo mais rápido ainda que não de maneira louca e o modo como Yuuri correspondia, primeiro tímido, em seguida abria os lábios e tocava ousado a sua língua, aprofundando o beijo.

Yuri sempre o surpreendia.

Viktor simplesmente o beijou, o beijou por muito tempo, mas que para eles pareceu pouco ao se separarem ainda que as respirações exaltadas e seus rostos corados dissessem o contrário.

Sorria carinhoso, seus olhos azuis água cheios de admiração encaravam um par de amáveis olhos chocolate, que dessa vez não tentava fugir ou desviar o olhar. Sorria ainda mais diante dessa expressão, seu polegar deslizando pela bochecha do mesmo.

— O mais delicioso katsudon que eu já provei, Yuuri.

Corar era esperado, Yuuri não o decepcionou, sem evitar o olhar, e um sorriso orgulhoso nos lábios avermelhados pelo beijo aparecendo com a nova melodia calma que iniciava os primeiros acordes.

— O clima está ao nosso favor.

Viktor piscava, maroto e divertido, enquanto começava a puxar Yuuri pelas mãos pela pista, seus movimentos guiando os dois, sem perderem o olhar um do outro.

— Sempre esteve... - uma ideia, uma expressão pensativa. - Vamos dançar, agora.

— Juntos?

Os fios platinados se moviam enquanto seu dono assentiu, animado, uma expressão determinada tomando lugar no belo rosto.

— A regra de dança de casal é não poder soltarem as mãos mais que cinco vezes, acha que consegue, Yuuri?

Sorriso tranquilo do menor.

— Consigo, com você guiando, consigo. - Viktor não sabia que era possível morrer com aquele sentimento quente, mas começava a cogitar a ideia. - Mas não é essa que eu quero dançar... Espera.

E o platinado esperou, seu olhar impaciente, assistindo Yuuri passando música em música, nenhuma ficando.

Boas trilhas sonoras tinham passado, populares dançantes, clássicas felizes e melancólicas. Por alguns minutos, o começo tocava e outra tocava, até escutar um som de aprovação vindo do menor, um pequeno sorriso e Yuuri se aproximava, com o controle na mão.

Parou a sua frente, encarando seus olhos.

— Talvez você queira dançar algo mais... animado, eu... só... - respirou fundo e Viktor admirou todas as emoções que passavam naquele rosto, a mais explicita cansaço e ansiedade. A voz dele estava baixa enquanto explicava o porque, Viktor fez questão de deixar claro que ele tinha toda a sua atenção. Olhos castanhos levemente abatidos. - Eu sei que eu deveria estar feliz quer dizer, eu estou feliz, mais do que estive em... Anos... Você apareceu e de repente tudo mudou e... Eu fiquei tão feliz... - bochechas coradas. - Você me faz feliz, você me ajudou a começar a realizar meus sonhos, pela primeira vez... eu me sinto confiante no que eu faço e isso...

Viktor sorria, pequeno e carinhoso, seus olhos tranquilos sobre os dele, amáveis até.

— Se deve a você, o talento sempre foi seu, Yuri.

Bochechas ainda mais vermelhas enquanto ele assentia, a boca em uma linha fina.

— Eu só... queria dizer o quão feliz eu estou com tudo o que está acontecendo, parece um sonho, tudo isso.

— Não é um sonho.

— Mas parece um, eu... vou para o Grand Prix, você como meu treinador...

— E namorado, Yuuri ~.

— ... E eu sou a pessoa mais sortuda do mundo, eu não tenho dúvida - uma breve pausa, da qual os olhos azuis sérios escaneavam o rosto do menor que perdia um pouco do brilho.

Sentia a palavra no ar.

— Mas.... - ajudava, finalmente tendo seu olhar retribuído, olhos castanhos cansados, ansiosos.

— Mas.... - concordava. - Eu acordei ansioso e nervoso hoje, triste. E eu vi que você também acordou assim... Isso daqui te desgasta tanto quanto a mim e... - Yuuri tocava seu braço, um toque suave ao se aproximar e relaxar dentro de seu espaço pessoal, fazendo seu próprio corpo relaxar diante da presença dele. Viktor só conseguia encarar, olhos sérios contra sinceramente cansados castanhos. - Eu quero tirar essa pressão, esse cansaço que não vai nos ajudar, deixar só o que vai nos levar pra frente... porque agora, eu quero dançar nossos sentimentos ruins.

Era primeira vez quem alguém dizia aquilo a Viktor, o homem mais alto surpreso, a encarar um Yuuri sincero com os sentimentos dele.

Estava surpreso.

E mais uma vez era surpreendido ao ver que Yuri não dançava somente suas felicidades, vitórias e sentimentos bons. Yuri dançava também os seus lados ruins, seus sentimentos exaustivos.

O mesmo que ele havia feito da primeira vez que dançara Yuri on Ice, como parecia ansioso, nervoso, inconstante e por isso mesmo...

— Perfeito... - Viktor sussurrou, baixo, a fitar os olhos castanhos com uma nova visão.

Yuuri corou, ainda a encará-lo.

— Eu costumo dançar sozinho quando sinto isso, mas quero... - uma mão na sua. - Quero que dance comigo, Viktor. Quero que não fique mais acumulando essa energia não necessária, quero... aproveitar... e te mostrar... uma outra parte de mim.

Em "de mim" a voz do mesmo estava quase invisível, a falta de confiança se mostrando presente.

Viktor havia notado como Yuri demonstrava pouca emoção a frente de muitas pessoas, como guardava a si, dizia palavras de "está tudo bem" quando não deveria dizer, e ver aquela porta se abrindo a sua frente, tudo o que Viktor podia fazer era o que fez: uniu os dedos, os trançando, em um aperto seguro e confortador.

Seus olhos fitaram com carinho os castanhos inquietos.

— Claro, Yuuri.

E um sorriso pequeno e tranquilo se fez naqueles lábios antes do mesmo assentir, devolvendo o aperto em sua mão.

Os dois sabiam os passos clássicos de patinação em dupla, aprendiam isso geralmente em escolinhas, e era nisso que Viktor estava se apoiando, mesmo que soubesse que naturalmente cairiam na melodia.

Dividiam isso em comum: se interligar com música ou sentimentos.

[Música: Down]

E quando Yuri soltou a música, parando ao seu lado, foi de modo instintivo com que colocou seus dedos entorno do quadril do mesmo, em uma posição que se parecia muito com um abraço, que ainda se olhavam.

Os acordes de um violão, tranquilo e calmo, preenchiam o lugar, seus pés a deslizarem em mesmo ritmo para começar, aquecendo na música.

E Viktor parou de calcular, pois agora se afundava em seus próprios sentimentos. Puxando-os a superfície, notava o que Yuri falava, havia uma camada de estresse sobre os demais sentimentos, algo agitado, drenante, como o mesmo havia dito "não necessário".

Tirar, limpar... Seu quadril virava de leve, o que para sua surpresa foi também um guia para Yuuri, que Viktor começava a notar deixar-se ser levado em pura confiança.

Limpar... Agora entendia... Suas mãos apanharam as dele, firmes, seus pés fixando as lâminas no gelo enquanto o peso de Yuri o fazia girar tão baixo que o joelho do mesmo tocava a superfície gelada, com Viktor como o centro, a pessoa que segurava, que mantinha os dois, em um death spirals.

Dois giros suaves, antes de trazê-lo de volta, seus quadris se movendo no mesmo momento, suas mãos juntas, e Yuuri o puxava, a velocidade dele se tornando a sua, o permitindo erguer a perna para trás em perfeição, enquanto o mesmo abaixava-se para que os dois conseguissem fazer a curva da pista.

Viktor se viu relaxando, seu passo mudando para Yuuri ser aquele que os guiassem. Os olhos castanhos pareceram notar aquilo, um pouco ansioso e surpreso, para algo que Viktor simplesmente sorriu, deixando-se escorregar para a lateral, onde na mesma hora, Yuuri o segurou nos braços, gracioso, forçando o movimento bruto em delicadeza quando o menor se abaixou um pouco até estar deslizando ajoelhado de forma que grande parte do seu peso caísse sobre a perna do mesmo, sua cabeça e cabelos platinados jogados para trás, seus olhos fechados.

Os dedos dele colavam-se ao seu pescoço, uma âncora.

E Viktor naturalmente voltava, seus braços se passando pelo corpo do menor, o impulso que usava para ficar sobre as lâminas de pé trazendo Yuuri para cima, esse que apoiava as mãos em seu ombro, pulando com uma perna para cima. Viktor amaciou o impacto do menor com o gelo, absorvendo o peso em um Ina Bauer.

Então se afastavam, as mãos maiores empurrando o quadril menor para longe, algo que Yuuri usou para segurar a perna acima da cabeça, pela entrada da lâmina. E do qual Viktor se deixou escorregar, até ter a posição perfeita de conseguir velocidade e fazer um Quadruple Salchow.

Quando saiu dele, Yuri o esperava, seus quadris criando um curvado “z” pelo gelo ao se moverem, e lado a lado, caíram em uma sequência de giros, rápidos, baixos, que de tanto treinarem juntos estavam quase alinhados, quase perfeita sincronia. E Viktor respirou fundo, erguendo-se, ainda girando um pouco, puxar Yuuri, que facilmente se adaptava ao seu corpo e o maior podia fazer com que girassem juntos. Um sentimento diferente tocava Viktor, um sentimento mais tranquilo, de proteção naquela posição, que o fez abraçar, como se engolfasse Yuuri com seu tamanho, o cobrisse, algo que o menor correspondia, se diminuindo para que suas pernas se juntassem e permitia o russo aumentar a velocidade.

Era como se aquilo misturasse o sentimento deles, como se naquele instante, tudo de ruim se afastasse, Viktor se sentia parte de Yuuri assim como imaginava que o mesmo ocorresse com o menor.

E puxar para cima, seus corpos, suas mãos se erguerem, entrelaçadas, seus braços mesclados, ainda a girarem, na parte mais agitada da música.

Até, aos poucos pararem, se encarando, frente a frente e Yuuri colocar a mão sobre seu peito, o empurrando gracioso para longe.

Havia agonia nessa parte da música, havia uma ansiedade nos passos de Yuri, ao jogar o braço por trás da cabeça, a mão livre a deslizar pelo peito dele, sob o coração. Viktor sentia os seus próprios sentir uma fisgada na frase "ignore my stripped heart", era aquilo que Yuri sentia.

Em um movimento belo, segurou a mão dele, seus olhos se fechando ao se abaixar e passar pela lateral do mesmo de um jeito que não restasse jeito que não fosse Yuuri cair em seus braços, o que o mesmo fez sem precisar pensar duas vezes. 

Mãos em seu rosto, mãos que o acalmavam, e colocou impulso para que pudesse erguer ambos, os dois frente a frente como um valsa. Viktor apoiou as mãos no quadril de Yuuri, seus patins gerando a força para que o menor conseguisse continuar de costas.

Seus olhares se encontraram, sem avisar, o platinado se forçava  para melhor força nos braços, em um movimento que tinha feito algumas vezes com a Mila.

(I felt like you once, i wish i could jump)

Yuuri parecia entender, as mãos deslizando dramaticamente de seu rosto para que pudesse se abraçar e então Viktor o jogava para cima, girando, como se fizesse um Duble Salchow. Foi impossível não sorrir quando em perfeição Yuuri conseguiu pousar do throw jump, a coxa esquerda dele absorvendo o impacto, os braços se abrindo, a perna para trás.

Em seus próprios sentimentos, Viktor dançava, sua raiva, seu estresse sumindo, ainda que visíveis em seus passos, suas ações mais agitadas até parar ao lado de Yuuri, que também tinha saído de um segundo salto consecutivo.

Suas mãos se colaram na mesma hora, na parte de maior agonia da música, no momento que mais subia e pareceu natural que eles deslizassem com raiva, ainda que juntos, até Yuuri dar uma pequeno pulo, numa posição confortável para Viktor o girar com velocidade, rápido, rápido, até o mesmo voltar e o platinado simplesmente passar um braço pela cintura dele, o puxando com força contra si, tão próximos agora que seus rostos quase tocavam e suas respirações se mesclavam enquanto deslizavam.

Deslizando, deslizando até pararem, ainda nessa posição.

Viktor tinha certeza que esse tinha sido um de seus treinos mais simples, passos tranquilo, usuais, talvez por nunca terem inventado de criarem uma dança juntos.

De toda forma, parado ali, a encarar aquele par de olhos castanhos pelos quais escorriam algumas lágrimas.... Viktor teve a certeza de que aquele havia sido a dança mais sentimental que tivera.

Por mais que não tivesse pensado, seu coração parecia leve, não mais pesado.

O suor era como tranquilidade, a certeza de que aquela raiva e estresse tivesse sumido.

Aquele corpo em seus braços parecia certo, parecia necessário, parecia...

...O que sempre procurou, e quando aqueles dedos tocaram seu rosto, em admiração, em conforto, em...

... Amor, podia ver o brilho de carinho por trás das lágrimas.

Entendeu o que era dançar os outros sentimentos, entendeu o que era estar emocionalmente ligado a alguém em um nível profundo como o deles, entendeu o que era simples e totalmente confiar em alguém em passos que poderiam machuca-los muito, entendeu...

...o que Yuuri queria dividir com ele.

O mesmo Yuuri que sorria um sorriso meigo entre as lágrimas que sabia ser de estresse, de cansaço, de tudo o que ele não demonstrava nessa eterna pressão de ser melhor e provar ao mundo que valia sim a pena ao ponto de tirar ele, Viktor Nikiforov, a lenda vida, das apresentações e competições.

— Viktor... - um sussurro, um chamado admirado, e seus olhos azuis escuros se perdiam nos castanhos dele.

Sentia que também chorava, mas não podia dar a mínima, não quando Yuuri estava tão perto, o olhando daquela forma.

— Yuuri... - foi todo o aviso que deu antes de erguer-se um pouco e tocar os seus lábios, apenas cola-los juntos, sem pressa, sem pressão, somente a apreciar a textura deles próximos.

Das respirações, do calor, das lágrimas e do suor também.

De tudo o que eram feito além da beleza que sempre mostravam ao público.

— Fique comigo. - sussurrou a voz trêmula de Yuri, tanta emoções por baixo daquelas duas palavras.

Sabia do medo do mesmo de que desistisse, de que resolvesse voltar para Rússia.

Talvez você não note, Viktor pensava, o quanto você é especial, para mim.

Não teve duvidas ao responder:

— Sempre, Yuri. - e seu peito explodia, em sentimentos intensos, seus braços o envolvendo no abraço enquanto finalmente aprofundaram o beijo.

O beijo mais sentimental que aqueles dois já tiveram.

[..]

— Oh my god... - era o terceiro ou quarto murmurar consecutivo que um grogue e ainda sonolento Viktor (que tentava voltar a dormir, obrigada) escutava e a prova de que seria totalmente impossível enquanto não calasse a boca do homem ao seu lado.

Makkachin não tinha se importado de ter doado o seu lugar na cama de casal do quarto que dormiam para que Yuuri pudesse ficar com eles, em fato, o traidor muitas das vezes fazia Yuuri como a carne e ele e o cachorro como os pães, em um hambúrguer yurisco.

O único problema, em certos dias, como aqueles que um dos poucos dias que podiam dormir até tarde, Yuuri fazia questão de levantar e hoje era um dia que Viktor só queria dormir.

Por isso, jogou um braço pela cintura do corpo ao seu lado, o puxando para perto de si, para que pudesse esconder seus olhos da claridade na nuca do menor.

— Yuri~ - reclamou, chateado.

O menor sequer dava bola, entretido com fosse o que fosse que via no celular com capinha de poodle (seu poodle, mais específico). Viktor, no calor que o menor trazia e na tranquilidade daquele, estava quase voltando a dormir quando outro "oh my god" o trazia a vida.

Irritado, estava irritado.

— YUUUUURI.

— Eles gravaram... - a voz do mesmo tremia, não tanto quanto o celular, para qual Viktor bocejou, abrindo só um olho. Yuri parecia em pânico, vergonha. - Elas... gravaram...

Sua mente estava lerda.

— Elas.... Gravaram o que? Eu não entendo, Yuuuuri.

Então, um par de olhos chocolate pasmos encaravam os seus, um pouco pálido. Suficiente para acordar mais sua mente, as próximas palavras escorrendo para sua consciência:

— As trigêmeas Nishigori -  e então um celular bem a frente dos seus olhos, fazendo os azuis piscarem diante de tanta luz. Aos poucos, conseguiam ler... Dança... Yuuri... Viktor... - Elas gravaram a gente dançando ontem e jogaram parte na internet, Viktor.

Agora sim, agora sua mente havia acordado e seus olhos azuis se tornaram afiados ao ler "Ensaio Privado - Down - Yuri Katsuki & Viktor Nikiforov" e o vídeo estar exatamente na cena em que os dois param, frente a frente, os últimos segundos, os segundos que se encaram, que sussurram algo que não dá para ouvir e a imagem corta no momento em que se inclinam, colando os lábios juntos.

Viktor soltou um assovio, surpreso.

— Ficamos sexys - foi tudo o que disse, antes de voltar a afundar o rosto nas costas de Yuri como se nada tivesse acontecido. Não era como se fosse totalmente surpresa o relacionamento deles depois de beijar o moreno em rede internacional. - Viralizou?

Yuri suspirou, jogando o celular no chão. Sabia que ele estava com raiva, porque sabia o quanto privacidade e ações como aquela eram importantes para ele.

— Todos os patinadores comentaram... Desejaram boa sorte, felicidades e... - agora havia um sorriso pequeno. - Se vamos participar da dança casal ano que vem, tentar o Grand Prix.

Foi impossível não sorrir também, admitia que não tinha pensado nessa possibilidade, tão pouco pensara em algo além de conquistar o Grand Prix de Yuuri aquele ano. Mas...

Beijou a nuca do menor, apertando o abraço entorno dele para sentir o modo como Yuuri relaxava em sua presença.

— Hm... - estava mesmo pensando. - O que acha da ideia?

Breve silêncio tranquilo.

— Viktor Nikiforov e Katsuki Yuuri, ambos vencedores?

Agora, ambos sorriam, divertidos.

— E dois homens... - brincou Yuuri.

— E namorando...

Então, Yuuri se virava, os olhos castanhos podendo assim encarar os seus sonolentos olhos azuis céu, admitia que estava praticamente dormindo de novo, somente o sorriso de Yuri o impedia disso, o forçava a querer saber a resposta, o que fariam.

A mão dele tocava seu rosto com carinho e a mesma expressão se espalhava entre eles: amor e cumplicidade.

Yuuri assentiu com a cabeça, um sorriso de lado.

— Vamos, nós nascemos pra fazer história, Viktor.

E sorrir com a mesma animação e determinação em competir no casal do Grand Prix não foi difícil. 

Aproximou-se, seus olhos ainda o encarando com seus lábios quase a se tocar.

Ambos sorriam.

— Então vamos fazer historia, Yuuri~.

E foi assim, que depois de Yuuri conquistar sozinho seu primeiro Grand Prix, os dois maiores ícones da patinação atual: Katsuki Yuri e Viktor Nikiforov, participaram na classificação "Dupla/Casal", inaugurando essa possibilidade, e ganharam o primeiro Grand Prix...

... Juntos.

Realizando o sonho infantil de Yuuri: competir na mesma pista com seu ídolo e inspiração.

Também, agora, seu marido.

E eles fizeram história.

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*sons de fofura instantanêa* eles são lindos, pretendo continuar ajudando o vício de todos e também o meu ♥ então simbora, meu povo. Se curtiu e se quiser, pode deixar recadinho ai embaixo,
Com muito muito muito amor,
Nívea e lambidas de Maccachin ♥
ps: escrevo Viktor porque é russo, apesar de muitos colocarem "Victor", apenas variação meixmo ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conforto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.