O General e a Princesa do Olimpo (Hiatus) escrita por Nightmel28


Capítulo 26
Elsa e os lobinhos


Notas iniciais do capítulo

Olá meus viventes, como estão vocês?
Eu demorei de novo, né?
Mas é que eu tive que sobreviver a uma penca de trabalhos e provas que meus professores acharam que seria divertido dar ao mesmo tempo, praticamente.
Não prometo postar muito rápido, pq eu ainda tenho mais duas semanas seguidas de provas, mas eu vou dar meu máximo...



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 Pov Autora

Quione não mudara muito desde a última vez que Pandora a viu. Seus cabelos negros como breu estavam cortado em um Chanel de bico, os olhos cor de café continham a mesma frieza que lhe era característica e sua pele era naturalmente pálida. Ela parecia com uma mistura de branca de neve com Elsa do Frozen, pois usava um vestido branco com cristais de gelo e uma coroa de prata sobre os cabelos.

Mas o que realmente surpreendeu a Princesa Olimpiana foi a figura ao lado da deusa. Como sempre, apenas a mera visão do antigo *rei de Arcadia embrulhava o estômago de Panda. A aparência meio bestial e meio humana era assustadora, quase saída de um filme de terror. Ele tinha seus dois metros e andava envergado para frente, sua magreza era extrema e a quantidade exorbitante de pelos não eram escondidos nem pelas calças jeans que batiam nas canelas e a camiseta polo muito curta nele. Seu rosto não divergia muito do resto do corpo, era cadavérico e peludo, sendo um pouco escondido pelos cabelos compridos. A única coisa que parecia ter alguma vida no “homem” eram os olhos vermelhos como sangue, que não desgrudavam da filha de Netuno.

—Lycaon! Que bom que venho para a festinha! Espero que você não seja o responsável pelos petiscos! – Pandora disse, não poupando a ironia e a falsa animação.

—Não está sabendo, Pandora? – A voz gutural do monstro causou arrepios na espinha de todos. – Você será o petisco.

—Algumas coisas não mudam, não é? Você continua sonhando alto demais para alguém tão diminuto quanto você. – O tom de animação de Pandora não mudou, mas Frank e Damon, que estavam mais próximos dela, notaram quando seus olhos se tornaram dois tons mais escuros e ficaram sérios. Lycaon fez um som tão alto no fundo da garganta, que ele ecoou pelo pátio.

—Vocês falam demais – disse a deusa das neves, e com um aceno de mão dela, uma rajada de gelo foi jogado em direção a Frank, Jason, Damon e Frank, que desviaram e se aproximaram de Hazel e Hylla.

—Precisamos distrai-los- disse Jason, enquanto eles foram obrigados a se esquivarem de mais um ataque de Quione.

—Deixem isso comigo. Entrem e salvem Juno– gritou Panda de volta, ao ser obrigada a desviar de três ataques em sequência, sendo obrigada a se afastar do resto do grupo.

—Eles vão matar você – gritou Frank, e ao se distrair um espinho de gelo cortou seu braço de raspão.

—Pandora tem razão – disse Damon, olhando preocupado para a irmã, que estava passando por dificuldades com os ataques incessantes. – Ela não foi citada como pivô da salvação de Juno. Vocês três tem que entrar, eu ajudo Pand... – Sua frase foi cortada, quando ele teve que se abaixar para não receber um espinho na garganta.

—Como... sabe que... sou eu... e... não você... a sombra citada? – Perguntou Hazel ofegante, oferecendo a mão para o irmão se levantar.

—Eu simplesmente sei – ele disse, sereno.

—Vamos logo! – Gritou Jason, mesmo que não tivesse gostado do plano suicida dos amigos, ele queria salvar a madrasta logo para poder retornar e ajudar os compatriotas.

—Eu vou ficar e ajuda-los – disse Hylla. E com a faca recuperada ela cortou uma estaca que vinha em sua direção.

—Não! – gritou Panda, que não conseguia se aproximar dos amigos graças as ofensivas da deusa da neve. – Você tem que cobri-los. Lycaon não venho para essa batalha sem seus subordinados. – A morena segurou uma estaca que vinha em sua direção e a quebrou no meio. Ela dirigiu o olhar para os amigos receosos e gritou: Vão!

Os três romanos mais a amazona correram em direção da mansão, se perguntando se veriam os amigos novamente. Quione parou os ataques e sorriu com escarnio para a filha de Diana.

—Acham mesmo que seus amiguinhos vão conseguir? – A risada ao mesmo tempo doce e frívola da deusa eriçou os pelos dos semideuses.

—Crianças! – O chamado do alfa licantropo revibrou nos ouvidos de Damon e Panda. Ambos conseguiam sentir o chão tremendo ao ter a alcateia de Lycaon indo ao encontro do líder. –Matem-nos.

Damon não gostava do número de chances que eles tinham, que pareciam pequenas demais. Mas ao olhar para a amiga ao lado, ele viu que ela não tinha, ou não demonstrava, as mesmas duvidas que ele.

—Eu fico com Quione – ela informou sem olhar para ele. – Acha que consegue dar conta de Lycaon?

—Vamos nessa – ele disse, se colocando em posição de batalha.

—Irá lutar comigo, Panda? – Debochou Quione. – De princesa para princesa? – ela sorriu, com olhos de chocolate brilhando.

—Você não é uma princesa, é apenas algo que ninguém quer, que ninguém deseja, é apenas uma sombra. Jamais será digna de tal título, jamais será eu. – A face da neta de Minerva não se alterou, enquanto os olhos mostravam a fúria contida. O sorriso no rosto de Quione sumiu e sua expressão se tornou raivosa. Seu descontrole, fez com que a temperatura diminuísse mais de dez graus.

A batalha não era algo de agora. Aquela luta não representava momentânea desavença, e sim um rancor enorme que durava milênios.

Entre a Princesa do Olimpo e a Deusa das Neves.

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Lycaon não era um oponente que desse para se preparar para enfrentar, Damon sabia disso. O homem tinha a velocidade e agilidade de um lobo, anos de experiência devorando semideuses em ascensão e ainda estava com raiva.

—Vamos criança, vamos acabar logo com isso – sua voz retumbou nos ouvidos do moreno. Damon não conseguiu evitar o arrepio que se alastrou por sua nuca.

O primeiro movimento foi do licantropo, que com sua velocidade sobre humana havia chegado rapidamente próximo ao romano, perto o suficiente para retalha-lo com suas enormes garras, o que só não aconteceu porque os reflexos do moreno entraram em ação, o fazendo desviar para o lado. Já com a espada de ferro estigio nas mãos, Damon se jogou contra o inimigo, tentando atingi-lo com um golpe transversal abaixo das costelas, porém o monstro previu o ataque, se abaixou e deu uma rasteira no garoto, que deu uma cambalhota para trás para não perder o equilíbrio.

—Que criança patética – ele disse, observando o moreno agachado. – Você não é diferente dos outros de sua espécie que devorei – Seus olhos vermelhos travavam uma batalha contra os negros do romano. Ele pendeu a cabeça para o lado e sorriu morbidamente, voltando ao ataque.

 A maior habilidade do velho rei se encontrava em combates corpo a corpo, o problema era que Damon também tinha seu porte em combates de curto alcance.  Enquanto desviava das garras de Lycaon, Damon mantinha a calma, ele sabia que essa era a vantagem que ele tinha sobre o monstro, a capacidade de controlar as emoções.

A neve não atrapalhava o moreno e ele esperava que não atrapalhasse Pandora também, ele não conseguia e nem queria observar a luta da amiga contra Quione, não queria se distrair e nem imaginar se a morena conseguiria dar conta da deusa.

—Você é bom, semideus – comentou Lycaon, depois que a espada de ferro estigio acertou seu braço, fazendo verter um liquido preto do corte. – Mas, não o suficiente para me derrotar.

—Você fala muito - disse Damon observando o liquido preto escorrer de sua espada e manchar a neve branquinha. –Mas até agora não chegou nem perto de me acertar.

Essa era sua vantagem. As provocações de Lycaon não o incomodavam nenhum pouco, mas Lycaon e sua arrogância não conseguiam ser desafiados. Logo ele perderia o fraco controle que tinha, e Damon saberia se aproveitar disso.

O monstro estava prestes a atacar quando ambos sentiram um poder colossal se apoderar do campo de e um estrondo alto vindo da direção das meninas, isso fez o moreno olhar na direção em que tinha visto Pandora pela última vez. Essa distração custou caro, pois um chute de Lycaon em seu peito o fez perder o ar e cair para trás.

                                                               ***+++***+++***

Enquanto isso Pandora e Quione travavam uma batalha a longo alcance. Com a deusa atirando estacas de gelo na morena que as parava facilmente com suas flechas.

—Vamos lá, Quione – resmungou Pandora ao acertar três estacas com uma única flecha. – Você esperou tanto tempo para lutar comigo para fazer essas coisas infantis? Estou desapontada.

Num grito de raiva, Quione fez um enorme pilar de gelo crescer sob os pés de Pandora, que não teve outra escolha, se não a pular do local, rindo alto.

—Isso é tudo o que você tem? – o sarcasmo escorreu da boca de Pandora, que girou o arco, o transformando novamente em seus brincos e os colocou no bolso, e rapidamente tirou o anel negro do dedo, o transformando em uma belíssima espada de ferro estigio.

A deusa olhou para Pandora com os olhos refletindo loucura, a deusa sabia os riscos de enfrentar Panda em um de seus estilos, como a luta corpo a corpo, mas a loucura de Quione a impedia de ver o que estava a sua frente, e por isso ela deu um sorriso debochado. A estaca que ela estava para atirar transformou-se em uma linda espada transparente, feita de um gelo mais forte que titânio.

—Será um prazer ver seu sangue manchar a neve – A deusa olhava fixamente para a semideusa pela a espada, que desfocava a visão da mulher.

—Não se preocupe logo o branco estará dourado. – Revidou a filha de Netuno.

A deusa se jogou contra a morena que desviou da espada com um giro para o lado direito, tentando fincar a espada na lateral do corpo da outra, que por sua vez notou o movimento a tempo de só sair com um corte não muito profundo. Algumas gotas de icor caíram na neve.

—Eu não disse – debochou Pandora.

A fala da garota atiçou mais a fúria da filha de Bóreas, que sem plano nenhum atacou diretamente a Princesa já preparada, se defendeu com a parte plana da espada. Panda forçou as espadas para baixo, deixando os rostos de ambas centímetros um do outro. Quione saltou para trás, mas logo voltou a atacar incessantemente Pandora. A neve, mesmo que espessa e alta, não atrapalhava em nada a Princesa, que desviava dos ataques facilmente. Depois de algum tempo e muitos cortes sobre ela, Quione se afastou, desta vez ficando mais distante.

—Agora é o seu fim!

A espada de gelo de Quione começou a reluzir, graças ao poder que a deusa canalizava para a mesma, Pandora e qualquer ser bem treinado conseguia sentir o poder irradiando do objeto. A semideusa calmamente dirigiu os olhos para o resto da deusa, vendo a loucura brilhar nos olhos cor café da filha de Bóreas. Com um suspiro resignado, Panda segurou sua espada como se fosse um taco de beisebol e se manteve imóvel, mesmo quando viu a adversaria correr em sua direção.

—Se é assim que você quer.

Sombras escuras como breu envolveram o corpo da menina, enquanto ela invocava o poder de seu patrono. Logo a espada negra continha um brilho espectral e mortal, e os olhos prateados da filha de Diana se encontravam completamente negros, como o abismo mais profundo do oceano. Não havia tempo, nem lucidez, para que Quione desviasse o ataque. E quando a deusa fez menção de desferir o golpe no peito da outra, Panda moveu a espada como se fosse fazer uma perfeita rebatida, causando um choque entre ambas as espadas.

E um barulho ensurdecedor por causa do contato entre os dois poderes.

                                                                              ***+++***+++***

—Vocês humanos são sempre presas fáceis – murmurou Lycaon, enquanto observava o moreno caído em sua frente. – Tão previsíveis.

O licantropo se jogou contra um Damon caído e preocupado, mas que mesmo assim conseguiu desviar das garras mortais do monstro. Porém, não foi rápido o suficiente para evitar que o adversário pisasse em seu pé, cujo o estalo do osso partido pôde ser ouvido de longe. O garoto sufocou um grito na garganta e se arrastou para trás, tentando alcançar a espada que estava a alguns metros de distância.

—Nem tente, prole renegada – grunhiu o monstro, enquanto com uma mão levantou Damon e o atirou contra uma árvore, alguns metros de longe dali.

Damon limpou a neve que tinha caído sobre sua cabeça dos galhos das árvores, enquanto mantinha os olhos fechados e o maxilar trincado, com os lábios tremendo com a raiva mal contida.

Mesmo com os olhos fechados, ele conseguia ouvir a aproximação de Lycaon. Quando ele sentiu ser erguido pelo colarinho da blusa, ele abriu os olhos.

O monstro o soltou bruscamente, enquanto colocava ambas as mãos dos dois lados da cabeça, enquanto a chacoalhava repetidamente, ele soltava grunhidos, que se transformaram em gritos e por último em uivos. Lycaon estava desesperado e em um momento de pura agonia, rasgou a própria garganta com suas garras, virando pó logo em seguida.

O moreno suspirou enquanto tentava encontrar uma posição confortável para seu pé quebrado, ele esperava que Pandora estivesse se saindo tão bem quanto ele na sua luta. Ao apoiar sua cabeça no tronco da árvore, ele rezou para que seus olhos voltassem ao norma, em sua cor negra habitual, e que não ficassem como estavam.

Vermelhos, como carmesim.

                                                                              ***+++***+++***

O golpe entre Quione e Pandora fora intenso, fazendo a morena ser arremessada uns sete metros para trás, apesar dela estar intacta e sem nenhum ferimento. Por outro lado, Quione estava de joelhos no chão, com uma aparência exausta e uma espada de gelo estilhaçada em sua frente.

—Isso é impossível – gritou a deusa, enquanto segurava em suas mãos os cacos do que um dia fora uma espada.

—Não, não é – comentou Pandora que se aproximou da oponente, tentando esconder o sorriso de escárnio. A espada ainda em mãos, pronta para dar o golpe final.

—Você não pode me derrotar – berrou Quione, ultrajada, tentando se levantar e falhando miseravelmente nisso. – Eu sou uma deusa!

— E eu sou sua princesa! – e com isso Pandora desceu a espada contra Quione, transformando a mulher em uma pequena tempestade de neve.

A filha de Netuno suspirou e correu na direção em que tinha visto Damon pela última vez. Ela o encontrou embaixo da árvore, parecendo tirar um cochilo. Ela acabou fazendo uma careta de dor ao ver o pé do mesmo virado em um ângulo estranho.

—Que bom que não virou espetinho de cachorro, Gasparzinho – ela chamou a atenção dele e se sentou ao seu lado. Ele abriu os olhos, e focou as orbes negras no rosto da mesma, dando um sorriso débil.

—Devo dizer o mesmo, apesar de imaginar como você seria como um picolé, Princesa – ele retrucou, sem pestanejar. Ao tentar se mexer, o garoto fez uma careta de dor, que não passou despercebida dos olhos atentos de Pandora. – Acho que eu preciso de uma pausa de cinco minutinhos para voltar à ativa.

Panda riu e se levantou, indo em direção a mochila que tinha deixado cair, pegando um pacotinho com ambrosia e uma garrafa com néctar, trazendo em seguida para o moreno, que não desviou os olhos ônix um segundo dela.

—Só cinco minutos – brincou quando se agachou em frente a ele, oferecendo o néctar e a ambrosia, que foram bem aceitos pelo rapaz. – Ainda temos uns amigos para ajudar.


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Notas finais do capítulo

GLOSSÁRIO
*Lycaon, de Arcadia - rei que foi transformado em lobo por Zeus



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