O General e a Princesa do Olimpo (Hiatus) escrita por Nightmel28


Capítulo 24
Pastéis, Naruto e Cãozila


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu sei que eu demorei para cara#$@, mas eu esqueci de avisar que ia demorar pq eu tinha que ajudar minha irmã com os preparativos do casamento dela.
Espero que 2017 esteja sendo otimo para vcs e muito obg por todos os comentários do ultimo cap ❤❤
Me desculpem mesmo por isso e ta aí o cap do Percytio.



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O lugar era familiar para Percy, e congelante também.  Havia ali um acampamento romano congelado, uma réplica quase perfeita dos acampamentos antigos, se aquilo tudo não fosse completamente... mórbido. Ao centro, havia uma figura negra presa contra um enorme poste, mas por mais que aquilo pudesse chamar atenção, não foi aonde os olhos de Percy se fixaram.

 Uns três metros do poste, havia um encapuzado olhando para uma mensagem de Íris, mensagem que Percy não conseguia ver, graças a distância que ele não conseguia romper, mesmo tentando com todas as forças se mexer e se aproximar mais, ele não conseguia.

—Já está tudo pronto? – o encapuzado questionou, com uma voz que Percy não soube dizer se era masculina ou feminina.

—Sim, como eu disse tudo sobre os conformes antes do natal mortal, não precisa se preocupar – diz outra voz cinicamente, que o filho de Poseidon percebeu vir da mensagem.

—Todos já foram unificados? – o encapuzado questionou de novo.

—Todos, menos Atlas. – A outra voz estranha disse sem esconder o desgosto. – Parece que ele quer fazer uma coisa antes de se unificar. É um idiota, se quer saber minha opinião.

—Não ligo para sua opinião, mas.... – Percy não conseguiu ouvir o resto da frase.

Tudo estava girando como se ele tivesse entrado em um dos furacões feitos pelo seu tio e de repente o sonho mudou.

Ali estava Quiron e todos os chefes dos chalés em uma reunião em volta da mesa de ping pong como sempre faziam. Ele reconheceu Silena, a filha de Afrodite, Charles, filho de Hefesto, ambos estavam acompanhados de seus irmãos Piper e Jason, Diana e Phoebe também estavam ali, junto com o sátiro Grover, o filho de Apolo, Dylan, a Clarisse, filha de Ares o irmão de Thalia, Spencer. Todos estes e mais os outros que Percy não reconheceu estavam em um discussão acirrada, que só parou quando um casco de Quiron bateu contra o chão.

—Meus caros –disse Quiron, surpreendendo Percy pelo nervosismo que demonstrava. – eu preciso que vocês se acalmem.

—Nos acalmarmos? – Gritou Clarisse se levantando num rompante. – Acabamos de ter a informação de que há no mínimo 100 semideuses desconhecidos, dos quais não sabíamos da existência desde ontem, se preparando para nos atacar e você quer que fiquemos calmos!

Percy não conseguiu ouvir o resto, pois seu sonho voltou a ser o redemoinho de imagens desconexas. Ele viu um helicóptero, um lugar que parecia uma cela e a mesma cena que já tinha visto de sua mãe segurando o céu, e então em meio a uma gargalhada sinistra que vinha de alguma das imagens ele acordou.

Pov Percy

Eu não gosto do natal, quer dizer, entendo que enquanto para a maioria das pessoas o natal signifique renascimento, amizade, família ou sei lá mais o quê, para mim o natal significa uma enorme festa grega com todos os meus tios e primos divinos numa eterna discussão de quem era o melhor e eu ainda tendo a ridícula missão de tirar Apolo do topo da arvore de Natal, porque ele adorava dizer que aquele era o lugar dele, por que ele era a estrela da família. Há centenas de anos eu fugia dessas festas, antigamente eu dizia que tinha uma caça para fazer, mas nesses últimos anos eu ficava no meu quarto no Olimpo assistindo algum filme. Mas a questão é: mesmo não festejando o natal, eu conhecia um papai noel, um velho e fedorento papai noel que sabia muito mais do que seria bom.

Enquanto eu pensava em como devíamos prosseguir em nossa missão, eu ainda tentava imaginar o que era aquilo tudo que eu tinha visto em meu sonho. Nem o passado, ou o presente e muito menos o futuro me pareciam coisas boas agora.

Nós tínhamos parado a periferia de uma pequena cidade localizada nas montanhas. Pelo que eu tinha lido, estávamos em Cloudcroft, Novo México. Altos pinheiros formavam sombras escuras, mesmo com o sol alto. O ar estava frio e cortante, entrando pelas minhas roupas, impossibilitando-me de me sentir aquecido. Estávamos na rua principal a uns 200m da linha trem e Annabeth contava pra nós a visita do deus solmeu tio a ela e Thalia.

—Ele apareceu do nada, disse que nos ajudaria até o pôr do sol e depois que você e Zoe saberiam o que fazer – explicou a loira, não poupando olhares desconfiados para cima de mim e da Tenente dela. Enquanto Max parecia não se importar e Thalia estava com a cabeça baixa, mas parecia prestar atenção na conversa.

—Ele não está enganado – eu disse e Annabeth me encarou espantada. – Eu sei onde está Artemis, eu só não sei onde este lugar fica exatamente.

—O que? – Thalia me questionou, só então eu me toquei o quão estranho o quanto a frase soara.

—Deixa quieto – eu disse, me virando para frente. – Mais tarde eu explico.

—Por que você nunca explica nada? – resmungou Annabeth, mas não disse mais nada sobre isso. Como filha de Atena ela devia odiar o fato de eu esconder informações dela, assim como a mãe dela.

Nós paramos em silencio no centro da pequena cidade observando os poucos estabelecimentos presentes: umas duas lojas, uma escola, duas cafeterias e uma mercearia. Não havia nada que indicasse uma saída, nenhuma estação de ônibus ou taxis, na verdade na cidade inteira parecia não haver se quer um carro.

—Incrível – disse Thalia. – Uma cidade no meio do nada sem nenhuma saída.

—Há, ao menos, uma lanchonete – comentou Annabeth sem muita animação.

—A gente podia comer alguma coisa – sugeriu Zoe. – Depois pensamos em alguma maneira de sair daqui.

—Okay, por que vocês duas não vão pegar alguma coisa para nós comermos enquanto eu, Thalia e Max vamos dar uma volta, ver se encontramos alguma coisa na mercearia. Nos encontramos em 15 minutos em frente a mercearia. – eu disse e todos assentira. Logo, Zoe e Annie iam a caminho da cafeteria.

Nosso trajeto foi feito em silencio, e eu agradeci ao céus por ninguém querer manter uma conversa. Nossa vontade de falar apenas piorou quando o atendente do estabelecimento disse que a única maneira de sair facilmente dali era tendo um carro.

—Eu vou ir até as outras lojas ver se eles tem alguma ideia – disse Thalia, sem esperar uma resposta minha ou de Max.

O silencio perdurou entre mim e meu irmão, como normalmente acontecia quando estávamos sozinhos. Enquanto eu brincava com um rato de borracha que eu tinha comprado na mercearia, eu me questionava o por que minha presença, assim como a da minha irmã, parecia incomodar tanto Maxwell.

—Por que você me odeia? – Perguntei por fim, notando o décimo olhar rancoroso que ele me enviava. Ele não se surpreendeu com minha pergunta, mas não parecia ter nenhuma vontade em responde-la. Então continuei: - Eu consigo entender o fato de que você não gostou de que nosso pai tenha outros filhos, eu mesmo estranhei esse fato. – Ele nem sequer levantou os olhos para me olhar. – Não me lembro de tê-lo ofendido, ou algo assim. Então, responda-me: Por que você me odeia?

Depois de alguns segundos em silencio e com os punhos cerrados, Max levantou a cabeça em fúria, com os olhos azuis escuros queimando de raiva.

—Você e sua irmãzinha atrapalharam minha missão! Exterminaram qualquer chance de orgulhar meu pai e ainda tem a cara de pau de me perguntar o que você fez?! – Me surpreendi com tamanha raiva por um motivo tão banal quanto uma missão.

—É isso o motivo de tamanho desgosto? Uma missão para salvar dois semideuses, que por acaso foi muito bem sucedida? – Eu quase ri, mesmo entendendo a vontade de impressionar o progenitor, principalmente se ele era um ser inalcançável como um deus. Mas naquele momento aquilo parecia sem importância, ou talvez eu fosse egoísta demais ao só me preocupar com o bem estar da minha mãe e de minha irmã. Antes que eu pudesse me explicar, ou falar qualquer coisa, Maxwell me impediu com um tom de voz cortante e frio.

—Você é um tolo, Jackson, um tolo que acha que sabe de tudo, mas no final não sabe nem onde está a própria irmã. E sinto lhe informar que tolos não sobrevivem por muito tempo no mundo em que vivemos.  –Antes que eu tivesse como retrucar, Zoe e Annabeth chegaram, trazendo com dificuldades cinco pastéis e cinco cafés expressos.

—Algum problema aqui? – Perguntou Zoe me olhando, notando o clima pesado que tinha entre nós dois. Assenti com a cabeça, enquanto mordia um pastel e a caçadora me enviou um olhar desconfiado.

—Onde está Thalia? –questionou Annabeth, olhando fixamente para seu pastel.

Deixei que Max respondesse, enquanto eu me concentrava apenas em ignorar o olhar de Zoe sobre minha pessoa. Depois de obter sua resposta, a filha de Atena se voltou para mim.

—Então, vai nos explicar o seu “plano”? – perguntou, fazendo aspas com a mão que segurava café.

—Quando Thalia voltar – respondi, recebendo uma cara feia de Max e de Annie.

Não demorou muito para a filha de Zeus aparecer com uma cara fechada, tão emburrada que eu nem precisei perguntar se ela tinha alguma notícia boa pra saber que a resposta seria não. Com a chegada da morena todos os olhares de expectativa se voltaram para mim, até mesmo a Sra. O’Leary, que tinha reaparecido de onde quer que estivesse, me olhava. Negando-me a olhar para eles, terminei meu café e atirei o copo em uma lixeira do outro lado da rua.

Pronto para responde-los, voltei meus olhos para os deles, todos, sem exceções continham uma fagulha de irritação.

—Nós d... – fui interrompido por uma luz multicolorida aparecendo ao meu lado. Eu reconhecia a cena, e notei rapidamente o que se desenrolava uma mensagem de Iris.

A imagem foi se desembaçando até mostrar um quarto cinza muito elegante e duas pessoas sobre a cama king size. Sorri de canto ao notar quem eram.

Julian estava exatamente igual, como sempre. Mesmos olhos verdes venenosos, mesmo cabelo pintado e bagunçado, mesmas roupas estranhas (e quando eu digo estranhas, é estranhas mesmo. Meu Zeusinho dos céus, o cara estava vestindo uma roupa igual a do Naruto!) e, aparentemente, mesma paixão platônica por minha irmã, que fingia não ver para não magoa-lo. Exatamente a mesma pessoa. Ao seu lado tinha uma garotinha asiática, com uma fantasia de Elsa do Frozen, a pequena Aika, irmã por parte de pai do Julian. Ela não estava olhando para mim, e sim para o tablet nas pequenas mãos.

—Oi Percereia – disse o maluco acenando com a mão. Revirei os olhos para o apelido, mas ignorei isso, assim como os olhares de três campistas atrás de mim.

—Olá Julian – respondi. – O que quer?

—Vocês não tem coração, não é mesmo? – ele fez drama, colocando ambas as mãos sobre o peito. – Nunca me visitam, ou me perguntam como eu estou? Você e Pandora só me usam.

—Pandora? Teve algum contato com minha irmã estes dias? Ela está bem? – se notaria de longe minha afobação por informações de minha irmãzinha.

—Agora você se interessa – um suspiro dramático saiu de Julian, enquanto ele sinalizava com as mãos teatralmente, numa mania que ele sabia que me irritava. – Sim, ela esteve aqui, não faz nem 15 horas e ela estava ótima. – Ele pausou a fala, observando minha reação, quando viu que eu não falaria nada, continuou. – Ela me pediu para informa-lo das novidades.

Anotação mental: Julian sabe como me irritar. Primeiro o negócio com as mãos, agora essa coisa chata de falar as coisas pela metade, esperando uma reação minha. Rezo para que ele saiba que se estivéssemos cara a cara, minha mão já estaria envolta de seu pescoço.

—Que novidades, Julian? – disse entredentes, sentindo um repuxo próximo a barriga ao ver o sorrisinho debochado dele.

—Você deve saber onde está Pandora – ele começou e eu assenti. – Você sabe sobre o seu pai e seu tio do submundo? – franzi o cenho e neguei, vendo quando Thalia, Annie e Zoe se aproximaram mais para ver a mensagem, enquanto Max se mantinha afastado. Os olhos de Julian brilharam ao ver Zoe, mas ele não fez nenhum comentário a respeito. – Ambos foram acusados de traição contra o Olimpo. – Ele disse com naturalidade. Cerrei meus olhos, pensando na dor de cabeça que isso ia me causar.

—Como isso é possível? – Questionou Thalia, não me dei o trabalho de responder, mas Julian, por outro lado, pareceu muito disposto em esclarecer as dúvidas da morena.

—Eu não sei onde você vive, mas brigas e traições acontecem há milênios no Olimpo – Julian falava, com os olhos venenosos sobre ela. – Dessa vez seu pai, filha de Zeus, proibiu a presença dos irmãos no Olimpo. Ele não está para brincadeiras dessa vez.

Thalia não fez mais nenhum comentário, acho que ela estava muito surpresa com a ideia de que Julian sabia quem ela era. Enquanto isso, minha cabeça não parava. Pandora não pediria para o Japa me avisar de uma briga entre os Três Grandes. Havia alguma coisa a mais, e eu temia que Julian não falaria sobre isso na frente dos gregos.

Gregos.

Um lampejo de meu sonho se fez presente, eu conseguia me lembrar da filha de Ares dizendo alguma coisa sobre semideuses que eles não tinham conhecimento, então uma luz se acendeu em minha cabeça.

—O acampamento está se preparando para uma guerra? – perguntei de supetão, acabando com os cochichos entre Max e Thalia, que me olharam estáticos, assim como as caçadoras.

—Bingo! – O feiticeiro bateu palmas de maneira eufórica. – Sempre me surpreendo com sua sagacidade. Não sei porque eu e Panda nos preocupamos em avisá-lo, você sempre sabes de tudo.

—Contra quem o acampamento estás a batalhar? – questionou Max, se recuperando do susto. Julian se virou para ele sem nenhum interesse, mas respondeu a pergunta.

—Estará – ele comentou e pegou um lenço roxo do bolso da calça e limpou a testa com ele. – Eu não sei dizer contra quem, mas sei que não vai demorar para isso acontecer.

Eu já havia entendido o recado, Julian sabia sim os oponentes dos gregos, e juntando meu sonho mais o lenço que o Watanabe não parava de mexer, eu sabia que os “inimigos” eram os romanos. Eu só não sabia como os acampamentos descobriram a existência um do outro ou porque minha irmã não estava fazendo nada para impedir, mas eu não poderia questionar Julian agora, não com Thalia e os outros aqui.

—Está bem, temos que terminar a missão antes de pensarmos no acampamento – eu disse para os gregos e após ele assentirem ainda meio em duvidas, me voltei para o Watanabe. – Julian pode me fazer um favor?

—Quando deixei de fazer algo por ti ou por sua irmã? Fale! – ele disse enquanto revirava os olhos.

—Preciso que localize Nereu para mim.

—E assim será feito – ele estava com a mão sobre o queixo e não olhava para a mensagem. – Eu vou localizá-lo agora e mando-lhe uma mensagem com lugar daqui a pouco. – Assenti e vi a mensagem se desfazer como uma bolha de sabão.

—Nós temos que voltar – disse Thalia. – O acampamento precisa de nós.

—Nós estamos no meio de uma missão não podemos retornar agora. – Revidou Zoe, para a filha de Zeus aflita.

—E deixarmos amigos batalharem em uma guerra sozinhos! – gritou Thalia furiosa.

—Você ouviu o garoto, eles não começaram a guerrear. Nós precisamos terminar o que estamos fazendo.

—Você só se preocupa com sua senhora!

—E você estás com medo do que há de vir.

—Chega! – eu gritei quando vi que as duas estavam prontas para entrar em uma luta corporal. – Zoe tem razão, nos comprometemos em salvar Ártemis e teremos que ir até o fim com isso.

—Óbvio que você ficaria do lado dela. – Bufou Thalia virando as costas para nós.

—Não se trata de lado, se trata de princípios, não podemos deixar uma missão incompleta. – Ouvi outro bufo da morena, mas ela não retrucou.

—Que engraçado – comentou Annabeth de repente, mas pelo seu tom dava para notar que ela não achava aquilo nada engraçado. – Nós não tivemos nenhuma notícia de Pandora desde que ela saiu do acampamento, e agora que ela finalmente mostra que está viva é para dizer que há uma guerra. Isso não é estranho? – A voz da loira foi começando a ficar mais irritada e ríspida conforme ela ia falando. Eu tive que virar de costas e cerrar meus olhos para que ela não os visse mudar do verde água para o vermelho fogo, graças a raiva que eu sentia de suas acusações contra minha irmã. Ouvi o muitíssimo alto estouro de trovões e ao olhar para cima vi uma chuva de raios enorme no céu. Acho que eu não consegui me controlar tanto quanto gostaria.

—Uouuu, essa foi forte, hein? – era a voz de Julian, olhei para o lado e vi outra mensagem de Iris com o Watanabe. – Consegui a localização do fedorento, ele está em um porto na Costa Oeste.

—Obrigado Julian, fico te devendo essa. – eu murmurei, ainda tentando me acalmar.

—Você sempre fica me devendo Percy – ele disse, me olhando preocupado, acenei para ele dispensando seus cuidados. – Bem, tenham uma boa viagem. – E novamente ele sumiu.

Ficamos em silencio por um tempo e quando eu me senti calmo novamente, eu falei:

—Vamos continuar? Ou vocês pretendem retornar?

—Acho que é melhor continuarmos – disse Annie, sem um pingo da arrogância de antes, ela parecia assustada com os raios. Se eu soubesse que para fazê-la ficar quietar, era soltar raios...

—Concordo com a Annie – disse Max, não o olhei, ainda sentia suas palavras de antes martelando em minha cabeça. Zoe assentiu, e Thalia não falou nada, mas parecia estar de acordo. – Mas como vamos sair daqui?

Suspirei, eu não queria fazer isso, mas situações desesperadoras requerem medidas desperadas.

—Sra. O’Leary – A cadela se levantou do chão e se sentou em minha frente, me olhando incisivamente com aqueles olhos enormes. – Precisamos de uma carona. – Ela latiu feliz e se afastou.

—Que? Vai montar na sua cadela... – Thalia não pode terminar a frase, por que Sra. O’Leary estava rodeada de sombras, que iam crescendo e crescendo e crescendo. Quando as sombras se dissiparam, havia no lugar da rottweiler, um cão infernal do tamanho de um rinoceronte adulto.

Olhei para meus companheiros quando ouvi o barulho de armas sendo desembainhadas, Zoe era a única, além de mim, que estava tranquila.

—Mas como? – A loira foi a primeira a conseguir falar, ela segurava uma pequena adaga na mão, que nem faria cocegas na cachorra (essa frase ficou estranha).

—Ela me acompanha desde sempre – eu disse, enquanto abaixava a lança de Thalia. –Foi um presente do meu tio Hades.

—Hades não dá presentes – rosnou Thalia enquanto tirava a lança de perto de mim, dando um passo para frente, que eu bloquei. – Graças a um desses bichinhos – ela disse a última palavra com nojo. – fez com que eu fosse transformada em um pinheiro. – Ouvi o choro da cãozila e me irritei, coloquei minhas mãos sobre os ombros dela e a encarei, vendo seus olhos refletirem raios.

—O que fez você se transformar em um pinheiro foi o fato de que queria proteger seus amigos, não coloque a culpa na minha cadela – rosnei. – Um da espécie dela pode ter feito sua vida um inferno, mas agora Sra. O’Leary é nossa única chance de sair daqui e tão guarde seu rancor para mais tarde. – Eu me afastei sem ouvir sua resposta, e num salto perfeito subi nas costas da cãozila.

—Boa menina – eu acariciei o pescoço dela e ela abanou o enorme rabo de dois metros. Zoe me seguiu e subiu na sequência. Olhei para os três que encaravam o cachorro como se esperassem que ele virasse um pterodátilo assassino (nota mental: pedir para Hefesto construir um pterodátilo assassino pra mim.) – Vocês vêm ou não? – questionei sem conter minha impaciência. Cada minuto perdido aqui era um minuto que minha mãe está nas mãos de um maníaco, vingativo.

Annabeth foi a primeira a dar um passo para frente e conseguiu subir com a ajuda de Zoe, depois venho Max, meio arisco, que subiu sem comentar nada. Então veio Thalia, com os olhos crispando em raiva e pregando bastante, até demais, força no aperto que deu em minha mão para subir e ficar em minha frente. A nossa ordem estava: Thalia, eu, Zoe, Annie e Max.

—Siga a oeste, menina – eu disse e a cadela latiu uma vez, se pondo a correr numa velocidade absurda. Ouvi um gritinho, que provavelmente veio de Annabeth (ou foi do Max?), e vi quando Thals enterrou as mãos no pelo negro e espesso de Sra. O’Leary, talvez por medo, ou por raiva.

—Não fica com raiva, eu poderia ter feito pior – eu me inclinei para frente para cochichar no ouvido dela. Quando ela virou levemente a cabeça completei. -  Eu podia ter feito você pedir desculpas para Sra. O’Leary.

Não consegui saber se ela respondeu, porque logo estávamos numa sombra e eu não consegui mais enxergar nada.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar daqui 15 dias, mas não prometo nada