Born To Die escrita por Morgiana Scarlet


Capítulo 1
Can't Feel My Face


Notas iniciais do capítulo

Música que ouvi enquanto escrevia o capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=-G-cuWtH_HY



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And I know he'll be the death of me

At least we'll both be numb

 

And he'll always get the best of me

The worst is yet to come 

 

E eu sei que ele será a causa da minha morte

Pelo menos nós dois ficaremos anestesiados

E ele sempre terá o melhor de mim

O pior ainda está por vir.

— Devia parar de ser tão irresponsável...!— Sussurrou-me Duda em plena aula de história. Eu só havia quebrado sem querer um dos bebedouros da escola particular em que estudávamos, faça-me o favor!

Vamos começar com as apresentações de gente importante na minha vida, ou quase importantes.

Vamos começar com a primeira! Maria Eduarda Palma Freitas.

Olhos castanhos muito escuros quase pretos, tinha cabelo castanho avermelhado, pele amarela clara quase branca, corpo proporcional porém pequeno e algumas sardas no rosto. Tinha traços meio orientais, pelo menos, nas fotos do facebook. Já em personalidade... É alguém muito rígida consigo mesma, meio sem educação e grossa, presta atenção em qualquer detalhe, tímida e não fala muito com quem não tem intimidade.

— Senhorita Freitas! — Exclamou a professora Nádia, furiosa. A sala estava tão silenciosa que ela pudera ouvir o sussurro dela no meu ouvido, no fundo da sala.

Está bem, eu Mariana Tavares (Falei, mãe, que você devia ter colocado seu sobrenome também...) tenho coisas a esclarecer.

Primeiro: Se você disser que eu tenho que namorar a Duda, te dou um murro.

Segundo: Estamos no ensino médio tentando dificilmente passar com boas notas, mas a ética tá em falta, por isso notas ruins.

Terceiro: Não preciso explanar minha personalidade por aí, você leitor, deve ter notado que é uma merda. Eu tenho cabelos negros, olhos negros, pele parda e sou a Nerd leitora que usa óculos também, espinhas e como esquecer? Baixinha. 

— Professora, sabia que a senhora é muito chata? — Gritou Nate Carter, indiferente. Sei que devo uma explicação do por que gostar dele, mas não faço a mínima ideia, popular, extrovertido, bonito, atlético e magro, cabelos e olhos castanhos, pele amarela, sardas em torno dos olhos e nariz e cabelos estranhamente corredios. Nate era tudo isso, mas nem tudo é um mar de rosas. O garoto não gosta de mim, acredita? Sendo que eu sou, olha, perfeita.

Quando a aula acabou, meus dedos estavam doendo. Por causa de Nate copiamos um texto de cinco lousas, e sorte que essa aula era vaga, eu o estrangularia. Estou brincando, Duda me impediria.

— Sabe que vai ter que pagar pelo estrago e seus pais não vão gostar nada, não é? Você é muito idiota, Mariana.Só faz merda.

— Sei, sim. Um trabalhinho extra, só. E você também já fez muita besteira, calada, Duds. — Respondi, sem humor para discutir questões desse tipo. Tinha um emprego. Não era a filha que precisava realmente do dinheiro dos pais, mas gostava de usá-lo para ter mais o meu próprio.

Encarei o grupinho de Nate, “panaca & Cia” como eram chamados quando não estavam por perto. Eram três deles como principais, Lucas Verissimo, Ryann Romão e Rafael Carter. Rafa era primo de Nate. O panaca principal se gabava por que o pai dele vinha dos Estados Unidos e essa baboseira toda.

Sarah e Maurício Carvalho, quase esqueci deles, mas não tinha como por muito tempo, eles estão sempre se pegando por aí mesmo. Éramos amigos, quer dizer, quando eles não estavam segurando as mãos ou fazendo essas coisas nojentas de namorados. Eca. A “senhorita Freitas” acenou um adeusinho para eles quando passamos pela mesa onde estavam. Depois de uma pausa no beijo horroroso, retribuíram a ela.

— Charles está olhando para cá. — Disse Duda simplesmente quando chegamos na fila do refeitório. Ia comprar um hambúrguer, batatas-fritas e um suco de laranja natural, para balancear, mesmo que um pouquinho.

Charles era o cara silencioso que ficava com a mesa vazia no final do refeitório. Moreno, olhos verdes, óculos, raramente sorria. Se você fosse amigo dele saberia que é engraçado, humilde e uma pessoa maravilhosa. Só Duda era amiga dele na nossa dupla. Não entendia como era possível ela estar apaixonada por ele, era tão extrovertida e animada, enquanto ele parecia um urubu.

— Nate também. — Acrescentei, de repente, enquanto pagava meu lanche depois de alguns minutos. Maria apareceu logo atrás, com sua esfirra de carne e suco de laranja.

— Ele, quer dizer, Nate está vindo para cá, Mari.— Disse ela de boca cheia, tirei meu livro favorito da mochila “O Amor é lerdo” de Júlia Martins.

Revirei os olhos, ele com certeza vinha pedir Joyce em namoro de novo. Estava sentada do meu lado, encarando-o sem expectativa. Recusara-o da última vez.

— E aí, Nerd? — Sua voz soou estranha, arrastada e rouca, na maioria das vezes era autoritária e forte. Levantei os olhos. Lá estava ele, com os três panacões guarda-costas. Senti o rosto esquentar, não conseguia movê-lo ainda. Nate estava falando comigo

E aí, panacas e companhia?

Sabia que me arrependeria dessas palavras se as dissesse, mas não sou de pensar antes de falar.


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