Herois e Vilões escrita por karollabele


Capítulo 27
Os Pais




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O Homem de ferro e o Patrulheiro ficaram estáticos, parando de voar. Completamente inertes. Eles ainda não podiam acreditar, não podia ser. O mundo deles estava girando. O Patrulheiro olhou para o Homem de ferro, que estava completamente duro. De repente, o Homem de ferro caiu para trás, desmaiando. Manley correu até ele.

 

— Senhor Stark! Fale comigo!

 

— Eu não acredito.. Na minha vida inteira, eu nunca pensei... Eu nunca quis... - Ele colocou a mão na cabeça, ainda tonto

 

O Patrulheiro olhou para baixo, e apertou os punhos.

 

— Quero dizer.. Eu sempre fui um garanhao selvagem, entendem? Nunca permiti que uma coisa dessas acontecessem. Como isso é possível?

 

— Eu.. Tenho uma coisa para contar para vocês. Eu escondi isso há muito tempo atrás.

 

O Patrulheiro olhou para Manley, ainda surpreso. O Homem de ferro se levantou.

 

— O que foi, Manley? - Perguntou o Homem de ferro

 

"Tudo começou há muito tempo atrás, 23 anos atrás para ser mais exato. Eu estava vagando por uma noite, era minha folga e o senhor Stark estava em uma das suas festas exageradas."

 

— Ei! Exagerada nada! - Reclamou o Homem de ferro

 

— Deixe ele contar. - Rebateu o Patrulheiro.

 

"Bem, como eu dizia, eu estava na minha folga, e eu queria dar privacidade ao senhor Stark, e fui caminhar em um bosque aqui perto. Lá tinha espécies novas de flores, e eu ficava feliz em vê-las."

 

— Pula a parte mulherzinha.

 

O Patrulheiro tampou a boca do homem de ferro.

 

— Continue Manley, por favor.

 

"Bem, eu estava caminhando como havia dito, até que ouvi gritos aterrorizantes da floresta. Pensei que alguém tinha se ferido e fui até lá correndo, até notar uma mulher gritando, deitada no chão com barriga de gravida. Eu me aproximei e escondi na arvore. Eu vi Hera venenosa. Ela estava dando a luz. Ela tinha feito varias plantas em volta para se proteger enquanto gritava. Não demorou muito e um menininho chorando nasceu. Ela estava suada e ofegante, e fraca. Eu me aproximei dela lentamente. Ela me olhou.

 

— Você...

 

— Um bebe? Já faz 9 meses desde que você saiu daqui. Você estava aqui o tempo todo?

 

— Não seja estupido, mordomo. Você acha mesmo que eu ficaria nessa cidade barulhenta? Eu não suportaria. Eu voltei porque eu precisei... Eu estava indo até a cidade, mas minha bolsa estourou.

 

— Por que você viria aqui gravida?

 

— Voce é mesmo burro, não? Faça as contas mordomo. Faz 9 meses que não ve, sendo que a ultima vez eu estava com o seu patrão. Percebeu agora?

 

— Quer dizer que esse bebe é...

 

— Isso mesmo. Ele é o ser mais precioso do mundo! Eu estava vindo aqui para punir o Stark por ter me feito isso, mas no ultimo momento eu percebi, esse bebe é meu! E o Stark nunca irá conhecer o filho, porque não há dor maior para um pai que não poder conhecer seu próprio filho!

 

— Não!

 

Eu a empurrei e pegou o bebe. Hera Venenosa gritou e fez raízes de plantas tentarem  me capturar, mas eu fui mais rápido e entrei  dentro de um buraco da arvore.

 

— Meu filho! Devolva meu filho!

 

— Não! Você é um monstro. O que essa criança irá se tornar nas suas mãos? Ele não merece ter você como mãe!

 

— Ele é meu filho! Você não tem direito de fazer isso!

 

— Eu tenho! Eu tenho todo o direito do mundo! Você matou meu filho, sua assassina! Talvez deva sentir a dose do seu próprio veneno!

 

— Não.. Por favor.. Ele é tudo o que eu tenho... - Hera venenosa começou a chorar

 

— Adeus Srta Irving.

 

— Eu vou fazer você pagar!

 

Hera venenosa por causa do parto estava fraca e não conseguia levantar. Eu aproveitei  isso e coloquei um artefato teletransportador, fazendo ela voltar de onde tinha vindo. Eu olhei para o chão.

 

— Esse artefato só funciona uma vez... Ainda bem que foi usado do jeito certo. E agora, o que eu faço com você?

 

Eu olhei para o bebe que sorria para ele, esticando os bracinhos.

 

— Só há uma coisa a ser feita.

 

Horas mais tarde,  apareci na casa do senhor Stark. A casa, como sempre, depois de uma festa estava toda bagunçada e ele estava sentado na poltrona. Me aproximei dele.

 

— Senhor Stark..

 

— O que é isso ai, Manley?

 

— Um bebe..

 

— Eu estou vendo que é um bebe. Por que você o trouxe até mim?

 

— Porque eu o achei abandonado. Ele não tem onde ficar, senhor. Não podia deixa-lo na rua.

 

— Certo. Mas você que vai cuidar! Eu já tenho trabalho demais para cuidar de um bebe!

 

— Pode deixar senhor Stark.

 

— Ele tem nome?

 

— Não senhor. Ele é recém nascido.

 

— Hummm...

 

O senhor Stark se aproximou do bebe que balançava os bracinhos e fez carinho na barriguinha dele.

 

— Já sei o nome dele. Será Tay.

 

— Perfeito nome, senhor.

 

Com o passar do tempo, por mais errado que eu estivesse, eu senti a culpa me consumir. Mas eu não podia voltar atrás. Porque no fundo eu sabia, que tinha feito a melhor escolha. Eu dei aquele bebe a sua melhor chance."

 


O Homem de ferro estava com a boca aberta, em choque. Ele tremeu um pouco ao pensar em tudo o que Manley tinha falado.  O Patrulheiro, por outro lado, estava com olhos arregalados. Porem, o que seus olhos revelavam era algo a mais. Ele sentia um desapontamento. Ele nunca esperava ouvir isso. Ele nunca quis conhecer seus pais, nunca havia se interessado na verdade, afinal, para eles, os pais haviam abandonado quando bebe? Que monstro faz isso? Ele estava de cabeça baixa. E de repente olhou para Manley, que também estava de cabeça baixa, o encarando sem brilho no olhar.

 

— Me perdoem... Me perdoem de verdade... Mas, com o tempo o senhor Stark foi se afeiçoando ao senhor Tay.

 

— Por que você não contou que ele era o meu filho, Manley?!

 

— Porque.. Eu me senti muito culpado pelo o que eu fiz, senhor Stark. Eu estava com raiva, eu queria me vingar... Mas também, eu queria ter o que ela tirou de mim, um filho. Por isso eu o trouxe para casa. Mas depois... Eu fiquei com medo que vocês não entendessem...

 

— É muito pra mim, eu preciso de uma bebida.

 

— Sinto muito..

 

— Minha cabeça está rodando, e eu nem bebi nada!

 

— Eu sei que não parece.. Mas o que eu fiz, foi pelo o bem do senhor Tay. Eu queria que ele tivesse a melhor chance. O que aconteceria se ele não tivesse sido treinado pelo senhor? Eu sei que eu estou errado, mas no final, ele não merecia ser filho da mãe que tem.

 

O Patrulheiro que estava calado, de cabeça baixa, gritou:

 

— Cale-se! - Ele o encarou com os olhos furiosos

 

— Senhor Tay...

 

— A partir de hoje, eu não quero saber de você, Manley! Você não tinha esse direito! E tudo pra me substituir como seu filho?

 

— Não foi substituição, senhor Tay.. Digo, no começo, eu até pensei..

 

— Chega! Não quero ouvir nada! Eu nunca serei seu filho, porque se você foi um pai para mim, você não é mais!

 

Manley abaixou a cabeça, enquanto isso, Lotus prendia pessoas no lodo. O Patrulheiro e o Homem de ferro olharam para o local onde Lotus estava.

 

 

 

 

 

 

 

 


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