Tudo é sobre ela escrita por Camila J Pereira


Capítulo 4
A Garota e a Bola Errante


Notas iniciais do capítulo

Fiquem com um pouco de raiva do Edward.



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O burburinho que se contava em toda a escola, era da novata que estava desafiando as líderes de torcida. Aquilo estava tornando Bella popular mesmo contra a sua vontade. Respondia aos alunos que lhe cumprimentava com educação, mas sempre mantinha a maior discrição e um pouco de afastamento.

Por outro lado, toda aquela fama de Bella estava irritando principalmente Irina e Edward. O tiro estava saindo pela culatra, ninguém antes teve coragem de revidar aquele tipo de investida. Bella parecia não temer nada, então elas deveriam fazer algo um pouco mais agressivo.

As líderes e o time estavam na quadra prestes a sair quando a turma de Bella entrou para a aula. Grupinhos desordenados estavam conversando antes das instruções do professor. Todos estavam distraídos, Bella conversava com Alice e mais uma garota. Edward assim como Irina notaram a sua presença e se inquietaram, não tinham esquecido o refresco em suas roupas.

Bella alongou-se e Edward sem querer notou as pernas bem feitas a amostra e as curvas sob o short, o mesmo aconteceu com Jacob. Este, estava se tornando um pouco óbvio e era frustrante em vários sentidos porque sentia-se cada vez mais atraído pela menina desconhecida, depois de trocar apenas meia dúzia de palavras e ela era supostamente a amante do pai do seu amigo e inimiga dele.

Irina notou o olhar dos garotos em Bella e pegou uma das bolas. Fingiu brincar com as outras líderes e com sinais fazia com que elas se aproximassem da turma de Bella. Jacob notou tarde demais a intenção de Irina, ele quase grita para Bella ter atenção, mas a bola já tinha atingido com força o rosto dela.

— Bella! – Alice segurou a amiga assustada. O coração pulava, não tinha visto a bola se aproximar. Todos rodearam a garota agora preocupados, enquanto Irina sorria de canto.

— Ela está sangrando! Professor! – Alguém chamou. E o professor abriu caminho entre os alunos. Verificou o estado de Bella, seu nariz sangrava e ela sentia-se tonta.

— Pressione o lugar. – Ele pôs a mão dela sobre o nariz. - Esperem um pouco enquanto eu a levo até a enfermaria. – O professor ordenou.

— Posso ir junto? - Alice pediu.

— Vamos. – Ele permitiu.

Bella foi levada amparada pelos dois. Estava dolorida, tonta e envergonhada. Sua blusa já estava empapada de sangue quando chegou a enfermaria. A enfermeira atendeu Bella prontamente, deixou-a sentada com a cabeça um pouco inclinada para cima pressionando o nariz por alguns minutos. Depois aplicou gelo por mais longos minutos. Como Bella estava sentindo dor, deu-lhe um analgésico. Tiraram a radiografia e constataram que não havia quebrado, pelo menos. Mesmo assim, pediu que ela ficasse por ali por um tempo. Alice estava sentada ao seu lado ainda parecendo preocupada. Ela nunca viu tanto sangue, a sorte foi não ter fraturado, mas Bella estava com o nariz um pouco inchado.

— Aquilo foi uma bola esportiva ou uma bola de canhão? - Bella perguntou já um pouco menos dolorida.

— Foi uma bola mal-intencionada. – Alice resmungou. – Irina é realmente diabólica. Tá na cara que foi de propósito.

— Imaginei que sim.

— Não podemos deixar isso barato. – Bella não pôde deixar de sorrir por sua prima está tomando partido dela.

— Eu não sei se devemos fazer algo. – Alice ganhou uma expressão de confusão. – Há um mal-entendido na história. – Bella não sabia porque estava abrindo a boca e tocando naquele assunto se havia prometido que manteria Alice distante daquilo.

— Mal-entendido? - Ela ainda buscava respostas.

— Edward acredita que eu seja algo que eu não sou.

— Vocês já se conheciam?

— Mais ou menos. – Fez uma careta. Estava mesmo abrindo a boca e não tinha jeito. – Não posso falar mais nada. – Alice considerou suas palavras e as aceitou.

— Tudo bem, mas ainda assim, Bella, pelo menos aquelas garotas precisam de uma lição. Elas estão se divertindo em te machucar.

— É o que e penso, que há muito divertimento.  – Ela já sabia o que fazer, mas em sua atual condição, só poderia deixar para o outro dia. – Farei algo amanhã.

— Não se preocupe, a sua amiga não morrerá. Ela não quebrou nada. Ficará um pouco inchada e dolorida. – As duas se esticaram na direção da voz da enfermeira que havia saído por um momento, mas não viram com quem ela estava falando. – Pode entrar por um momento se quiser. – Bella ficou curiosa para saber quem era. – Tudo bem, até mais. – Quem quer que tenha sido não quis entrar. Elas se entreolharam e pensaram a mesma coisa. Alice correu e se esgueiro pela porta olhando para o lado de fora. Quando voltou parecia cheia de questionamentos.

— Quem era? - Bella perguntou quase sem se conter.

— Jacob Black. – Por aquela ninguém esperava.

***

— Ela não quebrou o nariz e ficará bem. – Edward estava esperando pelo amigo que havia pedido para ele ficar até que voltasse.

— Eu não queria saber dela. – Jacob mal estava acreditando no amigo.

— Somos a favor de violência física agora?

— Você mesmo disse que ela está bem. – Edward não quis dar o braço a torcer, mas ficou um pouco chocado quando a bola atingiu a garota.

— Edward, ela poderia ter se machucado seriamente. Você tem que pedir para as garotas pararem.

— Eu tenho que ir. – Ele queria se livrar do amigo e de suas palavras, queria também se livrar daquele aperto no peito desde que viu a garota ensanguentada.

***

— Mas olha só o seu nariz! – A sua avó pôs as mãos no rosto. Estava em choque. – O que aconteceu?

— Um pequeno acidente na atividade física. – Bella tentou diminuir o ocorrido para não a deixar ainda mais preocupada.

— Está inchado. Quebrou? Não dói? - Envolveu a neta em seus braços e a sentou no sofá.

— Já fui tratada na escola mesmo. Mais um ponto positivo de se estudar num lugar daqueles. Não está quebrado e não dói tanto.

— Vamos colocar gelo aí.  – Bella aceitou, sabia que a avó só se sentiria melhor se ela pudesse fazer algo.

Depois que foi liberada por sua avó, Bella correu para a cozinha para preparar a sua vingança contra as líderes. Ela usaria uma receita especial utilizando basicamente ovo. As garotas iriam odiar e lhe daria um pouco de risada. Bem, ela merecia depois daquela grande pancada. Deixou a sua vingança tomando forma, ou melhor, odor e foi trabalhar. Teve que mentir para cada colega de trabalho e cliente que perguntava o que tinha sido aquele machucado. “Um pequeno acidente na atividade física”, repetia e repetia.

Pela manhã, pôs a vingança de cada uma em uma caixa de presente. Pediu para um motoboy do bairro fazer a entrega na escola. Os presentes estavam endereçados para Emily Young, Jéssica Stanley e Irina Denali. Sorrindo misteriosamente, Bella sentou no seu lugar ao lado de Alice. Naquele dia elas veriam que não estava de brincadeira também. Bella teve que admitir olhando no espelho ao acordar que elas pegavam pesado, seu nariz estava roxo e não podia deixar passar.  

— Porque esta sorrindo assim? - Alice perguntou. Bella debruçou-se para a amiga e falou em seu ouvido. Alice estava rindo do plano da amiga.

***

— Ei, Edward! – Paul cumprimentou. Eles eram da mesma sala e Edward sabia que era um garoto corruptível.

— Paul. – Sorriu amigável.

— Estou sabendo da festa em sua casa hoje. – Edward estava animado com a ida dos pais para a praia. Rosie estaria no hospital e ele teria a casa para uma pequena festinha como a muito não havia. Ele merecia um pouco de divertimento com tudo o que estava passando ultimamente.

— Está certo e você está convidado.

— Valeu! Eu vou. – Empolgou-se com a ideia.

— Sabe, estou com esses ingressos da próxima partida de futebol. Ótimos acentos... – Edward mostrou os ingressos que tirou do bolso entre seus dedos.

— Wow! Não estavam esgotados? – Os olhos de Paul arregalaram.

— Está interessado?

— É claro! – Aqueles ingressos já haviam esgotado, ele os queria.

— Só precisa fazer três pequenas tarefas para mim. – Paul entendeu e sorriu malicioso. Já estava acostumado com aquelas atividades, ele se divertia.

— Posso pedir outra coisa então?

— Peça. – Edward falou.

— A Emily Young na festa. – Edward pensou um pouco.

— Feito. – Entregou os ingressos para ele que os guardou prontamente. – Primeira tarefa: Pôr isso sem que ninguém o veja no armário da novata o quanto antes. – Edward entregou um envelope com o nome dela digitado. Paul o segurou. – Segundo: Preciso que o celular dela desapareça sem que ela note.

— E o que eu faço com o celular?

— Sei lá, jogue fora. – Paul riu divertido.

— E terceiro: ela subirá até o terraço na última aula, quero que a tranque lá em cima e só abra depois das aulas terminarem, mas novamente, sem que ela veja você.

— Moleza.  

***

Bella abriu o seu armário para pegar alguns livros do segundo tempo. Deu-se conta de um envelope com seu nome. Desconfiada o pegou. Será que as líderes já estavam aprontando outra? Bella só queria um pouco de paz.

“Sei que você é amante de um pai de um aluno. Se não quiser que isso vase, venha me encontrar no terraço no último horário. ”

Bella guardou o papel dentro do envelope novamente. Não entendia como alguém estaria pensando naquilo. Só se... Edward Cullen deve ter falado para alguém aquela baboseira. Como ele se atrevia?

Voltou para a sala um tanto aérea. Não queria ceder aquela chantagem, mas estava curiosa e queria respostas também. Aquele desequilibrado do Edward estaria em maus lençóis se tivesse espalhado essa mentira para a escola.

Ela não conseguiu mais concentrar-se em nada em especifico, queria desvendar aquele mistério. Foi almoçar com os amigos de sempre, mas não estava por dentro da conversa. Alice ainda perguntou porque ela estava tão dispersa, mas não quis contar sobre o bilhete. O que falaria? Ela não poderia dizer nada.

Paul já a esperava há algumas mesas de onde Bella e os amigos sentaram. Atento a todos os seus movimentos, viu quando ela pôs o seu celular ao lado de sua bandeja. Era o seu momento. Ele levantou decidido, gostava de agir daquela forma, lhe dava emoção. E nada mais divertido do que uma escola com aquele tipo de dinamismo. Ele pôs o seu celular ao lado do dela quando se debruçou a mesa e a assustou. Todos olharam para ele estranhando o seu comportamento invasivo.

— Ei, novata. Eu soube da bolada em seu nariz. – Ela não sabia o que dizer diante daquela abordagem nada sútil. – Falta de sorte. – Lamentou. – Você está bem?

— Sim, obrigada por perguntar. – Bella estava desconfortável com a aproximação do estranho.

— Qualquer coisa que precisar... Sou o Paul.

— Tudo bem. – Ele piscou para ela e ao pegar o seu celular também pegou o dela em um único movimento.

— Que esquisito. – Alice disse depois que ele se foi. Paul saiu do refeitório, retirou a bateria do celular e jogou na primeira lixeira que encontrou. – Nossa! – Alice mudou de assunto assim que viu as três líderes inseparáveis entrarem com as caixas de presente. Estavam todas sorridentes.

— Chegaram para nós. Acho que temos admiradores secretos. – Jéssica fez questão de falar em alto e bom som. Alice riu baixinho e tentou desviar o olhar, mas sem vitória.

— Elas trouxeram para abrir aqui. – Alice falou baixinho para Bella que olhou de lado em direção a elas em expectativa.

Quando as garotas abriram, sentiram o forte odor saindo da caixa. Ficaram horrorizadas quando viram que se tratava de bombas de fedor. Todos em volta já estava sentindo o mau cheiro vindo das caixas. Emily fechou as caixas tapando o nariz com a mão, as outras assim como os alunos mais próximos estavam se afastando. Pessoas começaram a ter ânsia de vômito.

— Acho melhor a gente sair daqui. – Bella falou tentando conter o riso. Quando levantou-se notou que Edward e Jacob olhavam para ela como se estivessem falando dela naquele momento. Bella pensou ter notado uma sugestão de riso nos lábios de Jacob.

— O que vocês têm a dizer? - Jasper perguntou para as duas nos corredores de volta a sala.

— Que isso me ajudou a esquecer os problemas por um momento. – Bella disse sincera e dirigiu-se para a sua sala. Alice deu-lhe um selinho nos lábios e sorrindo acompanhou a amiga.

— Isso foi fabuloso! – Parabenizou-a.

— Eu não contava que elas eram tão metidas a ponto de levarem os presentes para o refeitório.

— Elas precisam de atenção. – Alice explicou.

Foi na aula após o almoço que Bella percebeu que estava sem celular. Procurou em sua bolsa e não encontrou. Quando a aula terminou disse para Alice que iria procura-lo.

— Posso ir te ajudar.

— Não, fique e pegue a matéria para mim também. – Alice concordou. Bella pegou a mochila.

— Porque está levando a mochila?

— Terei que ir depois de encontra-lo. Esqueci que tenho um compromisso. – Mentiu para a amiga. Na verdade, já estava na hora indicada pela pessoa do bilhete, iria se atrasar, esperava que essa pessoa fosse tolerante.

Bella refez todos os seus passos, mas não encontrou seu celular. Foi até os achados e perdidos e também não o achou. Resolveu aceitar que tinha perdido, aquilo a fez ficar triste. Muitas coisas ruins estavam acontecendo ultimamente.

Subiu até o terraço quase correndo. Paul estava impaciente, mas decidiu esperar para ver. E ficou contente quando ela passou apressada. Ele a seguiu de longe. Bella passou pela porta do terraço e Paul pegou uma vassoura em um armário no caminho. Ele fechou a porta do terraço com delicadeza para que ela não escutasse e trancou com a vassoura.

Alguns minutos depois, Bella se deu conta de que ninguém iria chegar. Ou a pessoa esperou por ela antes e desistiu, ou ela tinha sido feita de trouxa. Como estava bem difícil para ela esses dias, apostou que tinha sido feita de trouxa. Ela voltou para a porta, desceria as escadas e iria embora, mas quando tentou abrir, não conseguiu. Ela tentou algumas vezes e se deu conta de que estava presa.

Bella então bateu na porta e gritou por ajuda, mas ninguém veio. Começou a chover e a chover forte. O barulho da água impedia que a sua voz fosse ouvida pelos alunos que saiam da escola e iam para as suas casas. Bella tentou se proteger, teria que pensar em algo. Não podia passar a o resto da tarde ali debaixo daquela chuva. Mesmo perto da porta, ainda se molhava muito, ela já estava encharcada.


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