Quase dois meses depois. Bella segurava o celular que tinha deixado de lado. Ela o carregou depois desse tempo todo e agora estava prestes a ligá-lo. Desde o incidente, afastou-se de qualquer rede social. Tinha voltado a assistir TV aquela semana também, o que foi notado por sua mãe e avó. Pressionou o botão e viu o aparelho iniciar. Seu coração martelou e ofegou um pouco. Rapidamente várias sons foram ouvidos, mensagens diversas surgiam e ela ficou estupefata.

Começou com medo do que veria, ela acessou todas as mensagens. Tinha de Alice quase todos os dias. Jacob, Jasper, Embry e Edward, além das mensagens dos adultos. Várias sinalizações de ligações antes do celular descarregar. O que a fez lembrar da data do acontecimento.

“Ei...você está aqui novamente” – Edward mandou a mensagem naquele momento. “Eu te amo” “Sinto a sua falta” – Bella desconectou e ficou pensando em quanto preocupou todos aquele dia. Estavam tão desesperados para saber sobre ela...

Edward, aquele garoto, tornara-se tão doce e paciente. Sempre aparecia em sua casa, no caminho da escola ou na escola para acompanhá-la. Mas mesmo com os esforços de todos ainda sentia o coração pesado com tudo o que aconteceu. Ainda estava retraída e não sociável. Não sabia quando e se um dia voltaria a ser como antes.

As provas finais chegaram e foram embora. Os garotos da banda foram até a sua casa, ela os recebeu daquela vez, mas sentiu tanta estranheza que mal falou ou olhou para eles. Alice a abraçou muito naquele dia e tentou contar o máximo de coisas que lembrou. Jacob também tinha ido e ficou maravilhado ao vê-la novamente. Foi como a primeira vez, achava Bella muito bonita, mas estava superando aquela paixão aos poucos.

***

As férias tiveram seu início e o inverno também. Renée havia conseguido emprego e estava completamente estabilizada. Bella desejou que a mãe arranjasse um namorado, ela ainda era bastante e jovem e cheia de vida. Pensava nisso enquanto ia falar com ela em seu quarto.

— Vou sair um pouco.

— Sair? Para onde? – Era a segunda vez que Bella lhe dizia que iria sair. Antes a filha só ia para a escola ou biblioteca, mas dias atrás ela tinha dito que iria caminhar já que havia tirado o gesso e hoje, essa novidade.

— Vou encontrar com o Edward. Estou com o celular. – Ela tinha voltado a usar o celular embora desde aquele dia não houvesse entrado em nenhuma rede social.

— Tudo bem. – Renée sorriu alegre.

Bella tocou a campainha e Edward atendeu. A expressão surpresa no rosto dele foi genuína.

— Oh, meu Deus... – Ele disse ainda sem acreditar. Pegou pela mão e a fez entrar. Abraçou-a forte e beijou seus lábios repetidas vezes. – Estou tão feliz, tão feliz... Você está aqui mesmo. – Ele não parava de beijá-la até que ela o afastou.

— Não tem ninguém em casa?

— Todos trabalhando.

— Ah... – Ela sorriu brevemente. – Podemos conversar?

— Claro. Suba até o meu quarto, pegarei umas bebidas para nós.

— Tudo bem. – Bella olhou em volta, fazia meses desde a última vez que esteve ali.

Subiu até o quarto de Edward e sentou-se no chão apoiando as costas na cama. Estava tudo como lembrava.

— Está confortável aí? – Edward entrou com duas latinhas de refrigerante. Ele abriu uma e ofereceu a Bella ao mesmo tempo em que sentava na sua frente cruzando as pernas.

— Obrigada. – Bella bebeu tudo de um gole, sentia a garganta seca. Edward ergueu uma sobrancelha para ela surpreso com o que viu.

— Uau.

— Estava com sede. – Ficaram em silêncio por um momento. Edward bebia sem pressa o refrigerante. – Como pôde suportar todo esse tempo?

— Do que está falando?

— Eu, como pôde aguentar... a forma com que eu ajo. Eu sei que é irritante, embora eu não consiga mudar.

— Está mudando. Você veio até aqui. – Ele sorriu confiante. – Ainda voltará a ser como antes.

— Eu não sei se isso será possível.

— Que seja. – Ele rebateu. – Todos mudam.

— Isso é diferente, Edward. Posso não voltar a ser concertada.

— Você não está quebrada, Bella. Só está magoada e frágil. Eu te amarei assim mesmo se quer saber.

— Eu não quero que continue me amando assim. Eu não posso aceitar o seu amor.

— O que está tentando dizer?

— Estou reafirmando o que te disse meses atrás. Vamos terminar, de vez.

— Você não me ama mais? – Ela ficou calada. – Responda, não me ama mais?

— Isso é irrelevante.

— Acha mesmo? Olha para mim. Olha para mim e repete isso. – Desafiou.

— Algumas pessoas no colégio me reconheceram, elas comentam... Eu tentei ignorar, mas não sou forte o suficiente. Ao mencionar aquilo eu me sinto desmoronar.

— Porque não falou sobre isso comigo? Bella estou aqui para você, eu te disse.

— Como posso te sobrecarregar com meus dramas? Eu não posso prender você. – Bella chorava e Edward tentou abraçá-la, mas ela o impediu. – Eu quero terminar. Não quero que vá me procurar novamente.

— Bella, eu quero que me sobrecarregue, não estarei preso a você, estaremos juntos porque nos amamos. Eu quero fazer parte da sua vida e saber o que está sentindo, como antes quando você contava tudo para mim. Você disse que não conseguia mais parar de me dizer como se sentia. Faça isso novamente. Abra-se para mim mais uma vez.

— Não. – Ela fungou. – Isso não vai funcionar. – Edward bebeu o refrigerante e limpou os lábios grosseiramente com a palma da mão.

— Tudo bem. Sairei da sua vida se assim quer. Não te procurarei mais. Será fácil, em breve estarei indo para a universidade e quem sabe eu não me mude para ficar mais próximo do campus. Ok, começarei de novo, sem você. Viverei a minha vida como se nunca tivesse te conhecido. Faça o mesmo. – Bella ficou em choque ao ouvir aquilo. Era o que queria, tudo o que Edward tinha dito, mas naquele momento parecia que seu coração tinha sido arrancado do seu coração. – Já conseguiu o seu objetivo, me convencer. Agora pode ir. – Bella abriu a boca surpresa. – Vá, Bella. – Ela ofegava em sua frente e a sua irritação não havia passado mesmo descarregando todas aquelas palavras. Tinha dito aquilo para feri-la um pouco. – O que está esperando? Vá.

Bella levantou-se trôpega. Olhou ao redor, esperava algo... Esperava algo diferente daquilo. Mas porque agora que tinha conseguido afastá-lo? Era para o bem dele. Desceu as escadas, sentindo as pernas falharem. Olhou para cima, ela ainda esperava algo. Atravessou a sala e saiu porta a fora, mas continuou parada esperando.

Decidiu caminhar e pegar algum transporte de volta para casa. Andava devagar, desolada. Sempre olhava para trás, estava esperando. As palavras de Edward se repetiam em sua cabeça, cada vez machucava ainda mais seu coração. Ela sentiu as lágrimas, tentou secá-las, mas eram muitas. Ela não teria como viver como se nunca tivesse conhecido ele. Será que seria possível para ele esquecê-la totalmente? Olhou para trás novamente e se deu conta de que esperava que ele fosse até ela, mas sabia que daquela vez ele não faria aquilo.

Sem pensar, correu novamente para a casa de Edward e quando estava prestes a bater na porta, ele a abriu bruscamente. Bella olhava para o peitoral de Edward sem encará-lo nos olhos. Edward olhava para ela, seu amor reprimido, sua raiva contida ainda mais. Devagar Bella ergueu o olhar até seus olhos. Depois de tanto tempo, via os olhos de Bella novamente encarando-o. Seus olhos diziam que ela o amava, ele sorriu e a segurou em seu braços beijando-a profundamente.

— Por favor, não me deixe. – Ela pediu.

— Nunca. – Edward fechou a porta e a carregou em seus braços.

— Como no dia do telhado?

— Não meu amor, vamos dar um novo significado a isso. – Eles sorriram cúmplices e ela foi carregada até o quarto dele novamente.

Edward a deitou em sua cama e retirou o seu próprio moletom. Por baixo estava com uma camiseta que se livrou também. Bella ficou de joelhos na cama e o enlaçou em um beijo. Aproveitando aquele contato, Edward retirou a jaqueta dela. Ele a deitou na cama, entre caricias e juras de amor, logo estavam desnudos. Edward tentou ser o mais carinhoso possível na penetração, mesmo assim Bella ficou um pouco tensa e acabou aranhando-o nas costas. Aquilo não lhe provocou dor, mas aumentou o seu tesão.

Edward começou a mover-se dentro dela, e aos poucos no lugar de dor, Bella sentia prazer. Ela não chegou ao clímax, mas já sabia que talvez não conseguisse, de qualquer forma, foi a melhor experiência que havia vivido.

— Eu te amo. – Ele disse no final.

Souberam que o julgamento de Benjamin e Jane estava marcado, Bella sentiu-se um pouco mais justiçada. Suas férias depois da primeira vez com o Edward tornou-se mais agradável. Eles não se desgrudavam, consequentemente, Edward  a levava por aí e ela começou a interagir com mais pessoas. Com estranhos era mais fácil, porém com os amigos da banda, Bella sentia ainda um forte bloqueio.

Quase no fim das férias, ela foi até a Maggie. Almoçaram juntas, Bella um tanto constrangida. Ela tentaria fazer o que tinha planejado ou aquela almoço não teria serventia.

— Maggie, eu não te agradeci por ter me ajudado aquele dia e por ter ido a polícia comigo e ter falado tudo o que presenciou mesmo ele sendo o seu sócio...

— Eu fiz o que deveria ter feito. Ele agiu mal, muito mal. É um criminoso e tem que ser levado a lei. – Disse simplesmente.

— Obrigada.

— Não precisa agradecer. – Bella sorriu.

— Maggie... Ainda está interessada em nossa banda?

— Pensei que tivessem parado? – A banda apenas ensaiava, mas não se apresentavam mais. Achavam que sem Bella estava incompleto então optaram por não seguirem.

— Só pararam porque sai, mas se eu voltar...

— Sério?

— Sim.

— É claro! Vamos fazer isso. – Garantiu.

O ano letivo começou. Edward estava indo para a universidade, tentaria o time de basquete e tinha grandes chances de fazer parte. Ele optou em fazer o percurso todos os dias em seu carro, não queria ficar longe dos seus pais nem da namorada.

Bella também foi para o colégio. Estava diante do portão, vários alunos que a reconheceram estavam encarando e cochichando, mas ela apenas ignorou.

“Queria estar aí contigo. Queria ver a cara de todos. Boas aulas.” Edward lhe enviou e ela sorriu respondendo: “Estão todos agindo como o esperado. Boas aulas você também. Te amo” E a resposta dele foi: “Te amo”

— Eu não posso acreditar que está de volta. – A voz cínica surgiu assim como o olhar diante de Bella. Irina parecia ainda mais loura e alta. Emily também apareceu ao seu lado.

— Sentiu saudades? – Bella sorriu jocosa.

— Você não se enxerga? – Emily perguntou.

— Parece que o ano será divertido. – Irina sorriu divertida para Bella.

— É o que espero. – Bella piscou para as duas.

Quando entrou em sua sala, Bella ouviu um grito estridente. Era Alice que não sabia que a prima voltaria. A pequena a agarrou e foi bem difícil separar. Bella pensou em fazer uma surpresa, mas Alice reagia mais exagerado do que o imaginado.

— Primeiro Maggie nos liga para dizer que você voltaria para a banda e que ela queria trabalhar conosco novamente e agora isso! O meu ano será muito bom.

— Sim, Alice.

***

Naquele dia todos se reuniram no café em que Bella trabalhou. Embry, Jacob, Alice, Jasper, Edward e Bella estavam alegres juntos.

— Eu sabia que você voltaria a ter juízo. – Jacob falou para Bella.

— Espero que não nos separemos mais. – Embry revelou tímido.

— Ficaremos e faremos sucesso com a Sweet Charlotte. – Alice completou.

— E nos amaremos muito. – Bella olhou para Edward.

— Isso valeu? Pareceu tão restrito esse seu desejo. Vocês notaram como ela olhou diretamente para o Edward? – Jacob foi contra.

— Você não perde a oportunidade, mas valeu sim. – Edward defendeu a namorada. – Espero que este ano seja prospero para cada um de nós.

— E que sejamos felizes. – Jasper finalizou.

— A nós! – Edward brindou com seu café e todos o seguiram.

Edward levou Bella para casa depois. Eles estavam na varanda abraçados, ainda não satisfeitos.

— Rosie está mesmo séria com o namorado. Parecem que vão casar. – Ele revelou. Bella ficou boquiaberta.

— Ela parece feliz.

— Eu estou feliz. – Ele disse dando um selinho em seus lábios.

— Minha mãe parece que esta conhecendo alguém também.

— O amor está reinando.

— Me fazendo amar você cada dia mais. – Ela o abraçou apertado.

— Bella, eu sou muito feliz por ter encontrado você. – Ela olhou para ele.

— Eu também. Mas Edward, eu estou um pouco apreensiva com a volta da banda.

— Não fique. Você está em boas mãos agora e há muitos comentários positivos a esse respeito. Além do mais, eu estarei ao seu lado sempre.

— Sempre?

— Sim, jamais te deixarei.

— Eu acredito em você.

***

Prólogo

Um ano depois...

Eles saíram do carro no estacionamento do campus da universidade e logo aconteceu aquilo que sempre acontecia. As pessoas a reconheceram e como sempre ela dava aos seus fãs toda a atenção possível. Então vários minutos eles tiraram fotos.

Edward, embora seja um jogador em ascensão da universidade, já era figurinha batida. A atenção estava toda sobre ela. Foi bom terem saído com os óculos escuros e Bella estava incrível com aquele vestido azul.

— Vamos nos atrasar e você precisa passar na secretaria ainda, meu bem.

Outro carro emparelhou com o deles, Alice e Jasper estavam ali também e a atenção dos fãs se dividiu.

— Bella, Edward! – Ela acenou para os dois e também deu atenção para as pessoas aglomeradas.

— E aí! – Jasper falou com eles também.

— Vamos, esse é o momento. – Antes de conseguirem sair, Jacob com Embry na garupa de sua moto estacionou perto deles.

— Embry, o que está fazendo aqui? – Bella perguntou quando ele desceu da moto e tirou o capacete assim como o Jacob.

— Todos estariam aqui, decidi passar o dia com vocês.

— Está ajudando o seu irmão mais novo a cabular aula? – Edward provocou.

— Cala a boca.

— Embry, você fez bem. – Alice declarou.

Todos estavam juntos e tiravam fotos em grupo. Edward viu a oportunidade, pegou Bella pela mão e a puxou dali pedindo desculpa para quem ficasse em sua frente.

— Ei, é a Bella e o seu namorado! – Alguém disse.

— Porque eles ainda não atualizaram essa informação? Demos uma festa e tudo ontem! Teve champanhe e dança. – Edward parecia chateado.

— Não era você que não gostava de fama? – Bella o provocou. Ele bufou.

Chegaram a secretaria com dificuldade. Bella pegou as suas matérias. Quando estavam saindo algumas garotas entraram.

— Ai, meu Deus é a Bella da Sweet Charlotte! – E novamente os abraços e fotos. – Seu namorado é lindo.

— Não, eu sou o noivo dela. – Ele explodiu enfim. – Noivo. - Ele ergueu as mãos com as alianças. – Pode atualizar todo mundo. – Edward a rebocou novamente para fora da secretaria.

— Isso foi divertido.

— A senhorita também, quando falarem que somos namorados, diga-lhes que somos noivos. Logo estaremos casados.

— E eu não imagino o que fará se alguém errar o nosso estado civil. Vai processá-los?

— Hey, garota!

— O quê? – Ela revidou.

— Beije-me. – Bella sorriu e o beijou demoradamente.

— Seja bem vinda a vida universitária. 

— Sim, futuro marido.