— Isso é incrível! – Alice estava transbordando de entusiasmo, mas naquele dia ela dividia a sensação com todos os outros amigos.

Estavam todos muito curiosos e sorridentes na sala ampla sem divisórias de cômodos. De um lado alguns instrumentos musicais organizados de uma forma casual, nas paredes adereços que remetiam a música como um quadro feito de discos de vinil. Em outra parte havia um grande sofá bem acolchoado de frente para uma TV enorme e alguns aparelhos de som e aproximo a eles uma mesa rústica com cadeiras fazendo um belo conjunto. Em um canto um pouco afastado havia o que seria de fato o escritório de  Benjamim.

Eles estavam sentados todos no sofá. Cada um imerso em pensamentos e curiosidade. Ainda vestidos com os uniformes da escola, eles haviam ido direto para lá e encontrado com a Esme a pedido de todos. Os Cullen eram os responsáveis mais abertos, o que os tornavam a primeira opção para esse tipo de eventualidade. Esme estava sentada à mesa com Benjamim e a sua sócia, Maggie, descendente irlandesa que ainda carregava no sotaque, mas era atenciosa e gentil com todos.

— Quando o Benjamin falou sobre a banda, fiquei curiosa. Faz tempo que não o vejo tão empenhado. Ele me mostrou o vídeo da última apresentação de vocês e achei que vocês tem carisma e o bom visual.

— E são muito talentosos, Maggie. – Benjamin completou.

— Exatamente.

— Fico muito feliz ao ouvir isso. Cada dia me sinto mais orgulhosa deles. – Esme olhou para todos encorajando-os.

— Deve ficar mesmo, Srª Cullen. – Benjamin sorriu diretamente para Bella.

— Aqui está. – A assistente, Mary, uma jovem morena linda aparece com sacolas de lanches que havia saído para comprar. – Vamos, venham para a mesa e aproveitem. – Ela pôs toda a comida à mesa e todos eles foram sentar-se com os adultos.

— Você foi fantástica Mary. Obrigado. – Benjamin agradeceu e ela foi alojar-se no escritório dele deixando-os. – Terei pouco trabalho de inicio. Pelo que vi, Jasper é um compositor e já adicionou algumas de suas músicas. O que devemos fazer agora é ver as músicas que podemos trabalhar e escolher uma que fará com que vocês decolem.

— Assim que escolhermos a música, gravamos a demo e aí sim poderemos lançar vocês. Podemos usá-los como convidados de algum cantor já famoso. – Maggie estava empolgada falando sobre o que fariam, mas parou quando Benjamin acenou negativamente.

— Desta vez quero que eles sejam vistos pela primeira vez em algum programa de TV.

— Mas tão prematuramente?

— Dará certo. – Afirmou.

— Quem nos aceitaria sem nos conhecer? – Jasper perguntou.

— Não será muito difícil? – Bella também duvidou um pouco de que conseguiriam de imediato aparecerem em algum programa.

— Eu posso conseguir.

— Você está mesmo decidido. Isso é ótimo, mas...

— Não se preocupe Maggie, eu já disse, conseguirei isso nem que eu tenha que me esforçar triplamente. – Benjamin estava confiante e isso tranquilizou a banda.

— Tudo bem. Vamos marcar então os dias em que poderão vir para trabalharmos em cima das músicas. – Maggie continuou a conversa. – Já que são todos estudantes tem que ser de uma forma que não os atrapalhe.

— Sim, em hipótese alguma as questões com a banda devem atropelar os estudos dos meninos. – Esme disse convicta. – Além disso, eles não podem ficar tão esgotados que não possam estudar tranquilamente.

— Claro. – Benjamin concordou. – Não haverá problemas quanto a isso.

***

— Nunca iria imaginar que subindo essas escadas haveria um estúdio. – Bella admitiu quando acabou de montar seu instrumento recém adquirido ao lado dos outros. Eles haviam voltado com a Esme dias depois e ao subir as escadas do escritório de Benjamin deram de cara com um estúdio que tomava todo o andar superior.

— Também não. – Alice estava posicionada, queria tocar imediatamente para Benjamin e Maggie ali sentados a sua frente.

— É claro que teríamos um estúdio. Ele agora pertence a vocês e podem vir o quanto quiserem. – Benjamin olhava demoradamente Bella.

— Acho que a ficha está começando a cair agora. – Jasper falou rindo nervoso. – Isso é inacreditável.

— Vamos lá, toquem. – Benjamim pediu.

Duas horas depois ficou decidido qual música eles gravariam da li a alguns dias. Benjamin queria fazer as coisas o mais rápido possível, o que estava levando Maggie a suspeitar. Embora ela questionasse mais tarde, ele negaria algo incomum.

***

— Você tentou de verdade? – Jane estava carrancuda, mas ainda extremamente elegante em suas roupas de grife e joias genuínas. Tinha marcado o encontro naquele bar por ser discreto, já que fazia parte de um hotel luxuoso.

— Como posso ter tentado de verdade com tão pouco tempo? Estou dizendo que pude perceber um pouco das coisas. Bella está apaixonada pelo namorado.

— Como disse que era o nome dele?

— Edward Cullen. – Benjamin sorveu demoradamente o seu drink.

— É o filho dos Cullen... Carlisle foi o grande amigo de Charlie e se tornou o padrinho da garota.

— Enfim... Ela parece não estar disponível a investidas de outro homem. O namoro parece que é recente.

— Pode ser recente, mas se trata de uma jovenzinha. O coração delas são facilmente mutáveis, ainda mais quando um homem vivido e mais velho se interessa por elas. Faça com que se apaixone, quero que ela chegue ao ponto de fazer tudo por você, então o próximo passo será arruinar tudo com a banda. Ela vai parecer lamentável aos olhos de seus amigos, de sua família, de todos.

— Parece um pouco demais para uma mulher adulta se vingar tão agressivamente de uma adolescente.

— Não é dela que estou me vingando, é toda a ideia sobre ela. Quero que Charlie se revire do túmulo. Que ele nunca descanse.

— Ainda parece demais... Não deveria focar na mãe da garota?

— Acha que ela não sentirá também? Aquela mulherzinha voltará dos infernos de onde se meteu até agora.

— A sua veia pode estourar. – Benjamim apontou para a têmpora de Jane.

— Não seja cretino comigo. – O modo mais brando com que ela falou o fez rir. - Bem, você já concordou. – Ele revirou os olhos.

— Eu devo muito a você e nunca me pediu nada...

— Exato. – Ela fungou. – Não dê para trás.

— Entendi, prima.

***

Eles gravam a música e Benjamim ficou de convencer algum bom programa de TV em convidá-los. Na mesma semana, o time de basquete da escola ganhou o jogo de revanche. Bella nunca havia gritado e vibrado tanto em uma partida de basquete, mas ela queria muito que o namorado tivesse sucesso. Depois do jogo, decidiram comemorar, toda a banda, o time e alguns dos alunos foram para uma casa de show ali perto.

Eles fizeram uma pequena barreira onde Edward, Jasper, Embry, Bella, Alice e alguns alunos dançavam, cantavam e conversavam entre si. Outros poucos ficaram distantes, assim como Jacob que bebi a sua cerveja sem sentir o sabor enquanto olhava para o casal que sempre tinha pretextos para se tocarem e trocavam olhares carinhosos que depois de algumas bebidas se transformaram em olhares mais intensos e provocativos.

— Eu não sei como você suporta. – Irina falou ao lado dele. – Eles agora são o casalzinho da escola. Claro, Ed é o capitão do time e nunca o time esteve tão bem. E ela... Agora ela acha que é uma famosinha.

— Já tenho o meu próprio veneno, não venha me infectar com o seu, Irina.

— Não estou... – Irina se ofendeu. – Só não posso mais aguentar.

— Pois bem, entenda Irina que Edward antes escolheria qualquer pessoa menos você e agora ele largaria qualquer pessoa menos a Bella.

— Porque está agindo assim? Você não era o legal dos dois?

— Eu disse que tinha o meu próprio veneno. Não venha cutucar o que está quieto. Assim como eles, use o seu título de líder de torcida gostosa e arrume outro cara. Alguém que você possa manipular, do jeito que você gosta.

Jacob deixou Irina e foi procurar mais uma cerveja. Ele decidiu tomar a saideira e ir para casa dormir pesadamente, livrando-se daqueles pensamentos angustiantes e do peso no peito. Estava quieto quando viu Bella voltando do banheiro, percebeu que ela estava um pouco cambaleando. Caminhou até ela para ajudá-la e eles se esbarraram como na primeira vez. Seus olhos se encontraram, assim que o reconheceu ela sorriu. Não deveria ter feito aquilo, a vontade que ele teve era de carregá-la para longe.

— O quanto você bebeu? – Jacob pegou o copo de suas mãos e inalou identificando o tipo de bebida que ela estava ingerindo. – Ele só pode estar louco de deixar que beba isso.

— O que é que tem?

— Você não é nem um pouco acostumada a bebidas alcoólicas. Você ficou completamente bêbada na casa de praia e então ficou com o Edward. – Lembrou amargamente. – O que esta pensando em fazer hoje? Pretende dormir com ele? – Bella piscou algumas vezes, chocada e confusa. Mais confusa do que gostaria.

— Você acabou de me ofender?

— Jacob? Bella eu estava te procurando. – Alice havia voltado quando olhou para trás e não a viu.

— Ele também está bêbado?

— Está procurando briga de novo.

— E se eu estiver? Não posso? – Ele estava também alto e não controlava sua língua.

— Caramba, isso de novo não, né! – Alice pegou Bella pela mão e a puxou para longe de Jacob. Eles viram então seus namorados e Embry parando perto deles.

Edward olhou em silencio para o amigo, tentando entender aquele clima. Depois analisou a sua namorada inquieta e ainda tonta.

— Eu te disse para não beber tanto. – Ele estendeu a mão dela em sua direção. Bella automaticamente foi para ele. Edward a abraçou tentando aquecê-la.

— Viemos encontrá-las para irmos embora. – Jasper também abraçou a namorada.

— Vamos sim. – Alice disse prontamente aliviada por uma cena ter sido evitada.

— Vai dirigir nesse estado? – Jacob perguntou. Edward permaneceu calado, seu maxilar travado e o olhar em fenda para o amigo. A bebida também não o deixou muito receptivo as provocações de Jacob.

— Eu acho que não deveríamos conversar hoje. – Edward enfim respondeu.

— Eu te fiz uma pergunta. – Insistiu.

— Nós pedimos motoristas substitutos, tá bom para você? Mas que merda, Jacob! Qual é a sua? – Edward levantou a sua voz dando vazão o seu mau humor crescente.

— Vamos, Jake. – Embry empurrou o irmão que teimou um pouco antes de se deixar levar.

— Vamos também? – Alice os chamou.

Cada um deles esperou o seu motorista substituto e já dentro do seu carro com Bella enroscada em seu peito ele soltou irritado novamente.

— Sério! Quanto mais eu penso mais eu fico irritado. Jacob, Benjamim...

— Benjamim? – Bella o cortou.

— Benjamim, sim. Fala sério! Isso está me fazendo suar. – Edward tirou o seu casaco. Bella sentou ereta e permaneceu calada. Estava tonta, sem poder de argumentação. – Ei, não vai dizer nada?

— Não.

— Não? – Edward soltou uma risada um tanto macabra. – Você deveria me dar um pouco de consolo.

— Não consigo agora.

— Bella, você é... Você... – Ele meio que gaguejou para a atitude de sua namorada. – Eu estou confessando estar inseguro com esses caras em cima de você.

— Você disse antes que confiava em mim. Porque está todo nervoso agora?

— Eu confio, não confio neles!

— Vamos parar por com essa conversa agora. Faça algo melhor... Vem cá. – Bella o abraçou e o beijou. Edward não podia se esquivar de tão apaixonados beijos e nem queria. Daquele momento em diante, ignoraram completamente o motorista que tentou também ignorar o namoro quente deles.

***

— Espero que não se torne um hábito o exagero na bebida. – Bella cerrou os olhos com força diante do comentário da avó. Ela bebeu o café quente tentando fazer o seu cérebro despertar.

— Sim, senhora.

— “Sim, senhora”. – A Srª Bree a imitou. – Um namoro prematuro, com uma pessoa improvável, agora chegando bêbada...

— Não fale que foi influencia dele. Juro que não foi. Eu exagerei por minha conta e o Ed tentou me avisar.

— Ora essa... Olha só como está defendendo o Edward Cullen. – A Srª Bree deu um peteleco na orelha de Bella.

— Aí vó! – Bella esfregou a orelha atingida.

— Que não se torne um hábito. Há limites e eu posso muito bem fazer você lembrar deles. A sua mãe não está aqui, mas eu estou. Lembre-se disso.

— Céus...

— Continue sendo a menina boazinha que sempre foi. Tome o seu café. – Bella pegou a sua xícara rapidamente, estava disposta a obedecer a sua avó já que nunca a viu tão assustadora.

Bella foi para o trabalho mais tarde, depois de estudar toda a matéria e conversar bastante com Edward por vídeo chamada. Eles estavam completamente viciados naquilo. Eram os seus últimos dias no Café, já que tinha pedido para ser dispensada. Como estava se dedicando mais nos estudos e na banda, achou melhor deixar aquele compromisso e utilizar aquela energia.

— O que está fazendo aqui? – Perguntou assim que Benjamim parou no balcão.

— Qual a bebida que você mais gosta? – Bella olhou para ele com ar desconfiado. – Vamos, dê-me duas dela. – Bella registrou o pedido e o pagamento. A sua colega entregou as duas bebidas para ele. – Segure isso. – Ele pegou a sua mão por cima do balcão e entregou o copo. – Vamos brindar. Tim-tim! – Eles bateram os copos, Bella imaginando que ele pudesse ter pirado.

— Do que se trata isso?

— Bella Swan, você e a sua banda participarão de uma apresentação ao vivo na TV. Não é uma maneira perfeita de se apresentar ao público?

— Verdade? Isso é mesmo verdade? – Bella estava quase gritando de animação.

— É mesmo verdade, estou dizendo. – Ele piscou pra ela.

— Isso é fantástico, é muito legal! Jasper já sabe? – Bella perguntou, pois ele era o líder da banda.

— Ainda não, quis primeiro falar com você e ver a sua reação de perto.

— Sério? Eu a primeira? Benjamim... Mas o Jasper...

— Eu acho que estava mais curioso com a sua reação. – Bella ficou sem palavras. – Acho que agora vou chamá-los, vamos todos beber uma doce bebida.

Mais tarde, todos os integrantes da banda estavam ali. Eles riam e conversavam atropeladamente sobre as suas expectativas. Alice foi até o balcão discretamente falar com Bella.

— Não acha estranho ele ter vindo aqui te avisar primeiro? Acho que ele continua flertando e talvez descaradamente agora.

— Foi um pouco estranho ele não avisar ao Jasper primeiro. – Admitiu.

— Bella, fica esperta. Ele é bem legal, mas isso pode dar problema.

— Não dará, Alice. Eu não quero nada com ele.

O Café estava prestes a fechar e Bella estava indo embora com os amigos. Benjamim segurou em seu ombro para chamar a sua atenção.

— Posso levar você para casa. O Jasper trouxe a Alice e o Embry, pode levá-los de volta...

— Eu vou com o meu namorado. Ele acabou de chegar. – Benjamim recuou diante da recusa e da aproximação de Edward. Ele teria dificuldades ali.