Anabella Salvatore- a Nova História de B escrita por KathyCullen


Capítulo 3
Capítulo 2: Laurent


Notas iniciais do capítulo

O capítulo já estava pronto, então resolvi postá-lo logo.

Espero que gostem!



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Bella Pov


-Laurent. -eu falei, com um surpreso prazer



Era uma resposta irracional. Eu provavelmente deveria ter parado no medo.


Laurent fazia parte do grupo de James quando eu o conheci. Ele não estava envolvido na caçada que se seguiu -a caçada na qual eu era a presa- mas isso foi só porque ele estava com medo; eu era protegida  por um grupo maior do que o dele. Teria sido diferente se esse não fosse o caso -ele não tinha nada contra, naquela época, a idéia de me fazer de refeição.  É claro, ele devia ter mudado, porque ele foi para o Alaska pra viver com outro grupo civilizado lá, outra família que se recusava a beber sangue de humanos por razões éticas. Outra família como os...eu não conseguia me fazer pensar no nome.


Sim, sentir medo faria mais sentido, mas o que eu sentia era uma dominante satisfação. A clareira era um lugar mágico de novo. Uma magia mais negra do que a que eu estava esperando, com certeza, mas mágica do mesmo jeito. Aqui estava a conexão que eu buscava. A prova, mesmo que remota, de que - em algum lugar no mesmo mundo que eu- ele existia.


Era impossível o quanto Laurent parecia exatamente o mesmo. Eu acho que era muito bobo e humano esperar que as coisas mudassem tanto em um ano. Mas havia uma coisa...eu não conseguia identificar o que era direito.


-Bella? -ele perguntou, parecendo mais pasmo do que eu me sentia.


-Você lembra. -eu sorri. Era ridículo que eu estava tão feliz porque um vampiro lembrava meu nome.


Ele sorriu.


-Eu não esperava te ver por aqui. -falou, andando na minha direção, com a expressão divertida.


-Isso não é o contrário? Eu vivo aqui. Eu pensei que você tinha ido para o Alaska.


Ele parou a uns dez passos de distância, inclinando a cabeça para o lado.


O rosto dele era o rosto mais bonito que eu via pelo que pareceu ser uma eternidade. Eu estudei o rosto dele com um ganancioso senso estranho de alívio. Ele era uma pessoa para a qual eu não precisava fingir -uma pessoa que já sabia de tudo que eu podia dizer.


-Você está certa. -ele concordou. -Eu fui para o Alaska. Ainda assim, eu não esperava...Quando eu encontrei a casa dos Cullens vazia, eu pensei que eles haviam se mudado.


-Oh. -Eu mordi meu lábio quando o nome fez as beiras em carne viva da minha ferida doerem. Eu levei um segundo pra me recompor.  Laurent esperou  com olhos curiosos. -Eles se mudaram. -finalmente consegui dizê-lo.


-Humm. -ele murmurou. -Eu estou suspreso que eles tenham te deixado para trás. Você não era uma espécie de animal de estimação deles? -os olhos dele estavam inocentes como se não tivessem a intenção de ofender.


Eu dei um sorriso torto.


-Alguma coisa assim.


-Humm. -ele disse, pensativo de novo.


Nesse exato momento, eu percebi o porque que ele parecia igual - igual demais. Depois que Carlisle nos disse que Laurent havia ficado com a família de Tanya, eu comecei a imaginá-lo, nas raras ocasiões em que pensava nele, com os mesmos olhos dourados que os...Cullens - Forcei o nome a sair, estremecendo. - tinham. Que os vampiros bons tinham.


Eu dei um passo involuntário para trás, e os seus curiosos, olhos vermelhos escuro seguiram o meu movimento.


-Eles te visitam frequentemente? -ele perguntou, ainda casual, mas o peso dele se inclinou na minha direção.


-Minta! -a linda voz aveludada sussurrou ansiosamente na minha memória.


Eu me assustei com o som da voz dele, mas isso não devia ter me surpreendido. Eu não estava me submetendo ao maior perigo inimaginável? A moto parecia um bando de gatos bonzinhos comparado a isso.


Eu fiz o que a voz me disse pra fazer.


-De vez em quando. -eu tentei fazer minha voz ficar leve, relaxada. -O tempo parece mais longo pra mim, eu imagino. Você sabe como eles podem ser distraídos...-eu estava começando a tagarelar. Tive que me esforçar pra calar a boca.


-Humm. -ele disse de novo. -A casa cheirava como se estivesse vazia já há algum tempo.


-Você precisa mentir melhor do que isso, Bella. -a voz disse, com urgência.


Eu tentei.


-Eu vou ter que dizer a Carlisle que você esteve aqui. Ele vai ficar triste por ter perdido a sua visita. -fingi estar pensando por um segundo. -Mas eu provavelmente não devia mencionar isso pra...Edward, eu acho...-eu mal consegui dizer o nome dele, e isso fez a minha expressão se contorcer, arruinando o meu blefe. -Ele tem um temperamento forte...bem, eu tenho certeza de que você lembra. Ele ainda está nervoso com aquela coisa do James. -Eu revirei os olhos e abanei displicentemente com uma mão, como se isso fosse uma história antiga, mas havia uma pontada de histeria na minha voz. Eu me perguntei se ele poderia reconhecer o que isso era.


-Ele está mesmo? -Laurent perguntou, prazerosamente...e ceticamente.


Eu mantive minha resposta curta, para que assim minha voz não delatasse o meu pânico.

 

-Mm hmm.


Laurent deu um passo casual para o lado, olhando ao seu redor na pequena clareira. Eu não deixei de reparar que o seu passo o trouxe pra mais perto de mim. Na minha cabeça, a voz respondeu com um rosnado baixo.


-Então, como estão as coisas em Denali? Carlisle disse que você tinha ido ficar com a Tanya. -minha voz estava alta demais.


A questão fez ele parar.


-Eu gosto muito de Tanya. -ele meditou. -E da sua irmã Irina ainda mais...eu nunca havia ficado tanto tempo em um só lugar, e eu aproveitei as vantagens, as novidades de tudo. Mas as restrições eram difíceis...Eu estou surpreso que eles tenham conseguido aguentar por tanto tempo. -ele sorriu pra mim conspiradoramente. -Às vezes eu trapaceio.


Eu não consegui engolir. Os meus pés começaram a ir pra trás, mas eu fiquei congelada quando seus olhos vermelhos olharam pra baixo pra captar o movimento.


-Oh. -eu disse com uma voz fraca. -Jasper em problemas com isso também.


-Não se mova! -a voz sussurou. Eu tentei fazer o que ele instruía. Era muito difícil; o instinto de me mandar era quase incontrolável.


-Mesmo? -Laurent parecia interessado. -Foi por isso que eles foram embora?


-Não. -eu respondi honestamente. -Jasper é mais cuidadoso em casa.


-Sim. -Laurent concordou. -Eu sou também.


O passo à frente que ele deu agora foi de propósito.


-Victoria encontrou você? -eu perguntei, sem fôlego, desesperada para distraí-lo. Essa foi a primeira pergunta que me veio à mente, e eu me arrependi de ter dito as palavras assim que elas sairam. Victoria -que havia me caçado com James, e depois desaparecido- não era alguém em quem eu queria pensar nesse momento em particular. Mas a pergunta parou.


-Sim. -ele disse, hesitando no passo. -Na verdade eu vim aqui como um favor pra ela. -Ele fez uma cara. -Ela não vai ficar feliz com isso.


-Com o quê? -eu disse ansiosamente, o convidando a continuar. Ele estava olhando para as árvores, pra longe de mim. Eu tomei vantagem na distração dele, dando um passo furtivo para trás.


Ele olhou de volta pra mim e sorriu -a expressão fez ele parecer um anjo de cabelos pretos.


-Eu matar você. -ele respondeu com um ronronar sedutor.


Eu vacilei em outro passo para trás. O rosnado frenético na minha cabeça tornava difícil escutar.


-Ela queria salvar essa parte pra si própria. -ele continuou, alegremente. -Ela está meio...aborrecida com você, Bella.


-Comigo? -eu esguichei.


Ele balançou a cabeça e gargalhou.


-Eu sei, parece um pouco atrasado pra mim também. Mas James era o parceiro dela, e o seu Edward o matou.


Mesmo aí, à beira da morte, o nome dele rasgou as paredes não cicatrizadas da minha ferida como se a estivesse serrando.


Laurent não estava consciente da minha reação.


-Ela achou mais apropriado matar você do que Edward. Um troco justo, parceiro por parceiro. Ela me pediu pra ficar de olho na terra deles, por assim dizer. Eu não podia imaginar que seria tão fácil te pegar. Então talvez o plano dela falhe, aparentemente não era a vingança que ela havia imaginado, já que você não deve ser tão importante pra ele já que te deixou aqui desprotegida.


Outro golpe, outra lágrima no meu peito.


O peso de Laurent se moveu levemente, e eu dei outro passo para trás.


Ele fez uma careta.


-Eu acho que ela vai ficar zangada do mesmo jeito.


-Então por que não esperar por ela? -gaguejei.


Um sorriso maquiavélico transformou o rosto dele.


-Bem, você me pegou num mal momento, Bella. Eu não vim pra esse lugar por causa da missão de Victoria. Eu estava caçando. Eu estou com muita sede e o seu cheiro é...simplismente de dar água na boca.


Laurent olhou pra mim com aprovação, como se ele estivesse falando sério quando me cumprimentou.


-Ameace ele! -a linda voz da ilusão ordenou, a voz dele estava desorientada de medo.


-Ele vai saber que foi você. -eu sussurrei obedientemente. -Você não vai se safar dessa.


-E por que não? -o sorriso de Laurent cresceu. Ele olhou ao redor para a pequena abertura das árvores. -O cheiro vai ser lavado na próxima chuva. Ninguém vai encontrar seu corpo. Você simplismente estará desaparecida, como tantos, tantos outros humanos. Não vai haver motivos para Edward pensar em mim, se ele se importar o suficiente pra investigar. Não é nada pessoal, Bella, eu te asseguro. Só sede.


-Implore! -minha alucinação gritou.


-Por favor. -eu asfixiei.


Laurent balançou a cabeça, seu rosto estava gentil. Veja dessa forma, Bella. Você tem muita sorte que fui eu quem te encontrou.


-Eu tenho? -eu murmurei, arriscando outro passo para trás.


Laurent seguiu, leve e gracioso.


-Sim. -ele me assegurou. -Eu serei bem rápido. Você não vai sentir nada, eu prometo. Oh, eu vou mentir pra Victoria sobre isso mais tarde, naturalmente, só pra aplacar ela. Mas se você soubesse o que ela tinha planejado pra você, Bella...-ele balançou a cabeça com um movimento lento, quase com desgosto. -Eu juro que você estaria me agradecendo.


Eu olhei pra ele horrorizada.


Ele fungou a brisa que soprava o meu cabelo na direção dele.


-De dar água na boca. -repetiu, inalando profundamente.


Eu fiquei tensa pra sair dali, meus olhos piscando enquanto eu tentava me afastar, e o som do rosnado enfurecido de Edward ecoava no fundo da minha cabeça. O nome dele escapou pelas paredes que eu havia construído pra pará-lo. Edward. Edward. Edward. Eu ia morrer. Não devia importar se eu pensasse nele agora. Edward, eu te amo!


Minha atenção voltou para Laurent, que estava a centímetros de mim. Sentia seu hálito gelado em meu rosto, enquanto ele se aproximava mais e mais.


De repente, ele parou no meio do ato e virou a cabeça rapidamente para a esquerda. Eu estava com medo de tirar os olhos dele, de seguir a direção do seu olhar, apesar de que ele já não precisava mais de nenhum truque ou nenhuma distração pra me pegar.


Eu estava muito surpresa pra me sentir aliviada quando ele começou a se afastar de mim.


-Eu não acredito nisso. -ele disse, a voz tão baixa que eu quase não ouvia.


Então tive que olhar. Meus olhos vasculharam a clareira, procurando pela distração que havia estendido a minha vida em mais alguns segundos.


No início eu não vi nada, e o meu olhar voltou para Laurent. Ele estava se afastando com mais velocidade agora, os olhos dele fixos na floresta. Antes que eu pudesse sequer pensar no que estava acontecendo, Laurent voltou, me pegou e me colocou em seus ombros. Disparou por dentro da floresta. Comecei a gritar e bater em suas costas, mas somente minhas mãos saiam machucadas.


Percebi um movimento próxima a nós dois e olhei pra cima. Então eu vi; enormes figuras correndo em nossa direção, rosnando. Eram enormes, altos como uma casa, só que mais grossos, muito mais musculosos. Um longo fucinho arreganhado, revelando uma longa fileira de dentes afiados como adagas. Horríveis rosnados saiam por seus dentes, rompendo pela floresta como o barulho de um trovão prolongado.


O urso que todos falavam. Só que aquilo não eram ursos de jeito nenhum. Mesmo assim, aqueles monstros tinham que ser a criatura que andava causando alarme. De longe, qualquer um presumiria se tratar de ursos. O que mais poderia ter uma estrutura tão vasta, tão poderosa?


Eu desejei ter sido sortuda o suficiente pra vê-los de longe. Ao invés disso, eles corriam pela floresta, a poucos metros de nós dois.


Por um momento me perguntei o motivo de Laurent estar me levando com ele. Se foi pra me salvar ou apenas me levar pra me matar depois. Provavelmente a segunda opção.


Minha atenção foi voltada para aquelas criaturas que nos seguiam, minha mente borbulhando enquanto eu pensava num nome pra dar pra elas. Havia uma aparência canina bastante distinta no formato delas, no jeito como se mexiam. Eu só podia pensar numa possibilidade, travada de horror como estava. Eu nunca tinha imaginado que um lobo podia ser tão grande.


Mais rosnados sairam por suas gargantas, e eu me encolhi com o som assustador.


Com muito horror, vi quando o lobo preto, o mais próximo de nós dois, deu um impulso e saltou em nossa direção. Fechei meus olhos, bem a tempo de sentir meu corpo sendo arremessado longe, antes de bater contra uma árvore. Pude ouvir um "crack" de algum osso quebrando, ao mesmo tempo que senti uma dor intensa em minhas costas. Abri meus olhos quando meu corpo fez contato com o chão da floresta e pude ver um dos lobos vindo em minha direção. Seus pêlos eram castanhos avermelhados, e eles brilhavam quando o sol batia neles. Pude ouvir rosnados enfurecidos que iam diminuindo pouco a pouco, conforme minha visão escurecia. Só tive tempo de ver profundos olhos negros, que pareciam inteligentes demais para um animal, antes de cair na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!!

Próximo capítulo irá começar as mudanças.