Rise escrita por Lua Chan


Capítulo 15
B ô n u s


Notas iniciais do capítulo

Bem, como viram pelo título, esse é um capítulo bônus com total independência dessa história, mas "Rise" ainda não acabou.

Esse é um final (one-shot) alternativo para a trilogia de Ransom Riggs. Apenas tive vontade de escrevê-lo. Boa leitura.



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Então eu acordei, sentindo uma onda de enjoo forte e extremamente desconfortável. Hiperventilei, antes de qualquer coisa e olhei para os lados com ansiedade. Não me lembro da minha casa ser tão brânquida e vazia, muito menos, o orfanato.

Era exatamente tudo o que eu conseguia ver: nada.

Meus pulsos estavam presos a uma corrente pequena e elástica, foi difícil movimentar meu próprio pescoço. A parte boa foi poder me libertar das amarras, depois de minutos.

 — Mãe? — gritei, a coragem brotando dentro de mim — Pai? Onde estou?

A resposta nunca chegou, decidi chamar os nomes dos peculiares. Quem sabe, eles poderiam me resgatar, assim como fiz quando lutei contra os irmãos da senhorita Peregrine.

 — Olive! — senti o ar mais denso, só de lembrar do seu rostinho delicado e inocente.

 — Horace! — lembrei do mais quente e elegante casaco feito a mão por ele. Foi útil, quando Jack atirou em mim — Emma?

O ardor das chamas deliciosas e crepitantes atravessou pelo meu corpo, meu coração pulsava com felicidade de encontrá-la novamente.

 — Jacob Portman. Paciente liberado para exames psicológicos. — uma voz eletrônica foi emitida por dois microfones de dentro da sala. Tremi ao escutá-la.

Uma porta de vidro se abriu bem na minha frente,  passei por ela ainda confuso. De repente, uma pessoa, que conhecia muito bem, veio ao meu encontro. O garoto da cabeleira esverdeada me abraçou como se não tivesse me visto há anos.

 — Jake! Mano, eu fiquei tão preocupado com você! — Ricky Pickering me largou, felizmente. Acho que se não o tivesse feito, eu morreria de uma das maneiras mais esquisitas e irônicas possíveis. O garoto punk mordiscava um cigarro desgastado, tanto por causa do tempo, quanto pelo seu terrível hábito de fumar.

 — Calma, cara. Eu tô bem. — sussurrei, sem jeito — Onde está todo mundo? Na verdade, onde eu estou?

Ricky olhou para o chão, seu cabelo se tornava cada vez mais brilhante, ao ser exposto contra a luz impactante da sala. Ele sentia vergonha, isso era perceptível. Esperei por um tempo, impaciente, mas até que enfim, ele falou.

 — Não se lembra, não é? Você está num hospício, Jake. — meu coração acelerou, as várias possibilidades tilintavam na minha mente como taças de cristal.

 — Mas o que houve, Ricky? Por que eu estou aqui? — meu melhor amigo me lançou um sorriso triste. Mal me lembrava o quão estranho o garoto era. Quase me esqueci o quão vovô Abe o repreendia. Essa não...

Vovô Abe...

 — Tu enlouqueceu, Portman. Depois do seu avô ter... uh, você sabe... — completei o pensamento na minha própria cabeça com tristeza — você recaiu em depressão e depois, teve muitos delírios enquanto dormia.

 — Que tipo de delírios? — o menino estranho me puxou para sentar num banco prateado.

 — Eram coisas absurdas! Você gritava nomes como Emma e srta. Peregrine e etéreos... — declarou — Certa noite, chegou a jurar que iria espancar um garoto chamado Enut.

 — É "Enoch". E claro que eu faria, com todo o prazer. — murmurei, com um sorriso malicioso. Ricky arqueou ambas sobrancelhas, certamente assombrado.

 — Escuta, parceiro. Sei que foi difícil esquecer do seu vô, mas estamos aqui pra te ajudar.

 — Tá, tá certo. Eu sei! — disse, estressado — Foi a mesma coisa que Alma me falou, quando visitei o instituto dela pela primeira vez. Lá é tão legal, Ricky! Era isso que eu queria te falar. Pena que o orfanato dela foi destruído pelos nazistas... Enfim, quero muito que conheça meus amigos peculiares.

 — Jake...

 — Não, é sério. Você iria achar o máximo! — cortei sua fala, segurando seus ombros com fúria — É no país de Gales. Tem um cachorro que fala, uma menina que controla a natureza... é incrível!

 — Olha só-

 — Espere! Ainda não terminei! Eu consigo ver e controlar os monstros, Ricky. A dor que eu sinto quando os vejo, alimenta a minha força. Essa é a pior parte, por sinal... — continuei, olhando para o teto, pensativo.

— Jake, olha pra mim, idiota! — gritou, arrumando uma posição que nunca tinha feito antes. Sempre o olhava como um tipo de irmão mais velho, mas nesse momento, parecia um valentão da escola — Foi assim que tudo começou, seu avô dizia a mesma coisa. Dizia que podia ver os monstros e derrotá-los.

— Mas eu posso, Ricky! Eu destruí vários etéreos e seus assistentes também. Os que se chamam de acólitos. — o menino me olhava com um ar de confusão. Deixei que explicasse.

— Isso é impossível, Jacob. — a coisa parecia séria. Essa era uma das raras vezes que eu ouvia meu nome completo ser pronunciado por ele — Esses personagens vieram da tua cabeça, cara.

 — Tudo bem. Me dê um bom motivo pra você ter razão.

Ele demorou para responder, assim como já tinha feito. A resposta partiu o meu coração da pior forma existente.

— Jake... — começou — Você esteve em coma por 6 meses.


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Notas finais do capítulo

Como disse, esse é um one-shot. Os próximos capítulos seguirão com a continuação de "Rise". Bjos e até logo.



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