Rise escrita por Lua Chan


Capítulo 12
Amor? O que é essa palavra?




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Não avistei, obviamente, o etéreo, mas era como se sua missão tivesse sido cumprida. Segurei a cabeça de Nigel e a apoiei em meu colo.

—M-me desculpe! -Gritei, como se ele pudesse me ouvir -Eu não queria que isso acontecesse com você. Era o único que me entendia do orfanato, meu melhor amigo.

Notei sons de passos vindos atrás de mim. Eram os outros peculiares. A srta. Jay pediu para as crianças não se aproximarem -seria trágico, para eles, ver um cadáver. Ainda assim, alguns deles arriscaram alguns passos.

—Não! -Jasmine gritou, procurando se ajoelhar ao redor do corpo gélido de Nigel, seus olhos estavam abertos e eu os fechei. Pearl não permitiu que aproximasse.

—Jas, volte para os outros. Não há nada para ver aqui. -Pearl vestia uma máscara de frieza, mas por dentro, seu coração se derretia.

—É tudo... é tudo culpa minha. -Sussurrei, meus olhos não piscaram em nenhum momento.

—Não diga isso, Eno-

—Preciso trazê-lo de volta! -Gritei, antes mesmo da senhorita terminar sua frase. Peguei uma bisturi que passei a carregar no bolso e quase a enfiei na pele do garoto, mas fui parado.

—Enoch, você, mais do que ninguém, sabe o quão doloroso isso é. -Marie alarmou, abraçando Jasmine que não parava de chorar. Caleb e mais um garoto, cuja peculiaridade se relacionava ao controle do clima, me seguraram pelos braços. Fiquei imóvel por alguns segundos.

—Me larguem, eu quero meu amigo de volta! -Vociferei, exalando toda a dor que sentia. Estava chorando feito um louco, fiquei tão mal -Me deixem, me soltem! Eu deveria ter sido atacado por aquele etéreo! Eu deveria estar no lugar dele. Ele não merecia morrer! -Enterrei meu rosto na barriga de Nigel, deixando vestígios de lágrimas nela.

—Grace, faça, por favor. -Srta. Jay suplicou e eu sabia o que significava. Grace iria configurar minha memória, só não sabia como ainda.

—Não! -Esperneei numa convulsão.

Apareceram estranhos flashes na minha cabeça. Nigel estava em alguns deles. Ele sorria para mim, segurando sua inseparável faca de bolso. Em outros deles, o rosto de uma bela menina radiante emergia.

Eleonor.

Eram pessoas importantes para mim e que não estavam mais na minha vida. Aquilo me deu uma sensação de paz, como se eu precisasse disso para livrar da minha angústia.

Finalmente, adormeci nos braços de alguém.

Quando abri meus olhos, as primeiras palavras ditas saíram involuntariamente.

—Nigel? El? -Disse, olhando de um lado para o outro -O que houve?

Uma garota simpática me examinava como uma médica profissional. Seu sorriso aqueceu meu coração.

—Eles se foram, En. -Replicou com um olhar triste -Você está bem?

Ela ficou mais próxima de mim e olhou no fundo dos meus olhos, como se fossem atravessá-los. Senti o mesmo quando vi Eleonor pela primeira vez, mas pensar que isso poderia ser amor fazia meu estômago revirar.

Mas "amor"? O que é essa palavra? Francamente, agora nem mesmo eu a compreendo direito...

Ela corou. Por um breve e estúpido momento, esqueci que Marie era capaz de ler meus pensamentos. Abaixei o olhar, evitando pensar em qualquer coisa que me constrangesse.

—Acho que sim. -Tossi. Minha voz soava mais adulta, mesmo que eu estivesse preso no corpo de um moleque de 16 anos.

—Que bom... -Um silêncio foi implantado. Felizmente, Marie se arriscou em falar algo -Se quiser, posso ficar mais um pouco com você aqui. A não ser que seja incômodo.

—N-não, claro que não.

Marie se aconchegou no meu ombro direito. Não queria isso. Não queria me apaixonar de novo, mas algo dentro de mim me empurrou para o seu lado. Minhas irregulares respirações esquentavam sua testa, desenhada com listras de preocupação.

Por que quer ficar comigo aqui, Marie? Pensei, esperando uma resposta. Dessa vez, sendo intencional.

—Acho que seria muito rude deixar um amigo sozinho. Ainda mais quando ele precisa de ajuda. -Seus olhos da cor de avelã brilhavam, emocionados.

Você me deixa feliz. Há muito tempo não sou o centro das atenções. Sorri fracamente, ainda pensando. Ela repetiu o gesto.

—Eu gosto de você, Enoch. -Disse -Muito.

Fiquei calado. Não pensei, não falei. Só deixei que o silêncio pudesse responder por mim.

Beijei o cume de sua cabeça e fiquei calado. Deslizei minha cabeça até seu colo. Seus dedos escorregavam pelos meus cabelos negros e então...

... nos beijamos.

Por que parecia tão errado?


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