A chegada do inferno escrita por Andrew Ferris


Capítulo 9
Destruindo pilares


Notas iniciais do capítulo

Conheçam minhas outras fics!!! Agora, prontos pra continuar a jornada de Derek? Então lá vai...



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Grito bem alto, e pouco depois o maldito homem aparece. Samuel Baxter está parado de frente para meu quarto com meia dúzia de guardas, prestes a ouvir o que eu tinha para dizer.
— Eu tenho um desejo, embora seja mais um sacrifício do que desejo - Esclareço colocando as mãos à frente do corpo - Me coloque de volta no Animus. Deixe que eu encontre a merda que você tanto quer e depois de liberte, vamos acabar logo com isso.
— Não pode voltar para o processo tão cedo. Não sei o quanto isso pode afetar a você.
— E o que importa? Você não liga de verdade se eu vivo ou morro - Ele passa a mão pela cabeça enquanto raciocina um pouco e logo após indica com um aceno de cabeça para que os guardas fossem me apanhar. Estou deitado na maca quando Baxter se aproxima receoso.
— Vamos injetar uma quantia mais baixa dos componentes para sua mente ficar menos vulnerável à recalibração.
— Que seja. Faça de uma vez - Reclamo respirando fundo enquanto prendem meus braços e pernas.
— Façam logo - Pede Samuel se sentando no final da sala com os demais doutores. Um cientista se aproxima e injeta o líquido azul aqua no meu pescoço, se afastando em seguida. Respiro fundo e fecho os olhos, escutando os aparelhos do laboratório, que se distanciavam um pouco a cada instante, até eu não ouvir mais nada. Aos poucos esse silêncio é substituído por ruídos de caminhada, então escuto pássaros cantando, até que finalmente abro os olhos e me vejo parado no Santuário dos Assassinos, em um corredor ao lado de um belo e enorme jardim, em meio a outros irmãos, que não passavam sem antes dar uma olhada no jovem Azhiph que é Wilkar.
— Wilkar - Chama Hornan apreensivo - Tudo bem convosco, irmão?
— Tudo irmão, vim logo que recebi o chamado. O que os mestres disseram?
— Nada demais exceto as velhas instruções básicas e o sermão de três - Olhamos para os arredores rindo com diversão antes de eu encarar uma torre no alto do lugar.
— Pensei ter visto algo ontem - Afirmo preocupado tentando recordar do que havia acontecido.
— Como assim? - Questiona Hornan confuso - Não há nada para se ver por essas terras.
— Eu sei, mas talvez não seja dessas terras. Talvez venha de bem longe, diferente do que imaginei.
— E o que seria?
— Isso é assunto para outro momento. O que quero saber é, como foi a recepção do Arco? - Hornan olha de um lado para o outro certificando-se de que não havia ninguém escutando.
— Acho que o mestre Grambert ficou bem satisfeito com nosso trabalho - Ele diminui o tom - Foi o que mais perguntou a respeito da tarefa.
— Bom saber. Vá em paz, irmão. Nos vemos na saída.
— Você também irmão - Depois da despedida me dirijo ao grande salão do Conselho dos Mestres Assassinos, onde estavam os três mestres de maior experiência que controlavam nossas atividades e coordenavam a vivência do Credo. No meio está Turin Oreho, o mais velho, conhecido por ter assassinado o grão-mestre Templário do Egito, Isaac Bardenorus. Na ponta direita está Augustus Rabelac, este já não aparenta a idade que tem. Embora passe dos setenta, é fato que o mestre ainda ensina os iniciandos da Ordem. Por último e não menos importante, Ferrien Grambert, conhecido como o "Assassino das mil foices". A lenda conta que, em sua juventude, foi responsável junto a seus irmãos por exterminar cerca de mil rebeldes que seguiam uma causa ressuscitada dos antigos tempos chamada Irmandade do Lobo. Dessa forma, ele havia se tornado um dos Assassinos mais conhecidos e respeitados de nosso tempo, influenciando toda uma nova geração.
— Aproxime-se jovem Azhiph - Pede Turin com calma.
— Relatório da missão - Interrompe Ferrien impaciente, o que deixa Oreho inquieto.
— Fomos até o palácio dos Templários e furtamos sua ferramenta que segundo dizem as lendas pode mudar o mundo para sempre, mas acabamos interceptados no retorno ao pátio externo e nos vimos forçados a lutar para sair dali. O mestre Zenith terminou ferido na batalha - A menos que um dos outros tivesse contado a verdade a eles, eu havia tapeado os três. Depois de refletir, mestre Rabelac se levanta satisfeito.
— Foi exatamente como seus companheiros decidiram, então acredito que possamos libera-lo para suas atividades diárias.
— Eu penso o contrário, mestre Rabelac, com todo o respeito - Declara Grambert se levantando sem pressa - Acredito que possamos conversar a respeito da primeira missão oficial liderada por nosso jovem mestre com ele, pois se o escolhemos com o propósito de amadurece-lo, devemos nos dirigir a ele da mesma maneira.
— Pois bem - Diferente dos demais, mestre Oreho permanece sentado observando a discussão que se inicia.
— Acreditamos que deva conhecer um pouco os antigos mitos, não é senhor Azhiph? - Questiona Ferrien caminhando ao meu redor.
— São muitos, mestre, mas alguns tenho conhecimento - Respondo com respeito.
— Mas não deve ter noção do que de fato é aquilo que lhe foi ordenado que roubasse, estou certo - Aceno positivamente para o mestre, e sem demora ele prossegue - O Arco de Armon, uma ferramenta sem igual, responsável tanto pela salvação quanto pelo fim do mundo. Nas mãos certas, pode controlar o destino de todos.
— E por que os Templários estão interessados em lendas antigas? - Questiono sem entender a relação entre as coisas.
— Nesse caso nós também temos o direito de questionar como anda seu comprometimento com o Credo dos Assassinos, levando em conta o fato de ter acabado de ignorar nossa própria visão - Observa o mestre Rabelac se aproximando desconfiado.
— Me perdoe mestre, mas não entendi a questão - Turin se levanta cansado da discussão e se aproxima tanto quanto os irmãos.
— Nós sabemos tudo que houve no Palácio Templário, Azhiph. Desde seu desaparecimento súbito ao comportamento irresponsável de ter atacado o inimigo em seu covil e em desvantagem. Seus irmãos poderiam ter morrido não fosse sua atitude egoísta e vaidosa - Os malditos haviam me entregado - Seus atos prejudicam a Ordem tanto quanto nosso legado e, de acordos com nossas leis, você deve ser executado.
— Eu discordo, irmão - Diz o mestre Grambert tomando a frente do trio - Não podemos condenar um mestre Assassino sem antes julgá-lo apropriadamente. Primeiro iremos conversar com nossos colegas mestres durante os três dias costumeiros, só então tomaremos a decisão acerca do destino de Azhiph - Após o consenso entre os mestres, caminho pelos corredores do recanto sagrado visando alcançar a saída o mais depressa possível quando sou abordado pelo mestre Ferrien, que mostra um sorriso paternal enquanto olha disfarçadamente de um lado para o outro do corredor.
— Mestre, queria agradecer muito por ter me defendido na frente dos demais irmãos, não saberia o que fazer sem - Ele me interrompe mais impaciente e nervoso que de costume.
— Vá embora do vilarejo durante noite, antes do sol raiar, está me entendendo?
— Mas por que mestre? - Pergunto confuso.
— Seja sincero, garoto, acha que o Conselho chegará a alguma conclusão que não seja puni-lo com a morte? Até hoje só houve notícia de um Assassino que tenha escapado dessa sentença, e eu não penso que seja sábio arriscar a sorte - Concordo com um meneio antes do mestre ajeitar meu manto e sorrir aliviado - Vá para a casa, encontre sua família e espere seus irmãos, eles irão ajudá-lo - O Sol está no meio do céu quando consigo chegar em casa, onde Violet brinca com Isain no quarto já com a comida posta na mesa.
— Você demorou - Afirma se aproximando receosa.
— Temos de ir embora daqui o mais rápido possível, de preferência durante a noite enquanto todos dormem. Abandonem o vilarejo e sigam para a Itália. Tenho amigos em Florença que poderão ajudar você e Isain.
— Fugir? De quem?
— Os mestres do Conselho. Acredito que não farão mal a vocês, mas não posso arriscar com tudo o que sei e com os Templários tão próximos. Você vai ter de me deixar - Violet me encara com os olhos cheios de lágrimas.
— Eu até posso fazer o que você quer, mas apenas se prometer que vai nos encontrar independentemente do que acontecer.
— Prometo. De verdade - Ela sorri desamparada e me beija como se aquela fosse a última vez que nos vimos, então me solta e corre para o quarto arrumar suas coisas. Durante os preparativos, começo a imaginar quem teria me entregado aos mestres e por que, mas nada me vem à memória. Está tarde da noite quando meus amigos aparecem destemidos e cheios de confiança.
— Como está, Wilkar? - Pergunta Hornan tomando a frente do trio.
— Poderia ir melhor, mas fora isso, gostaria de agradecer por terem vindo - Declaro apreensivo.
— É o mínimo que poderíamos ter feito - Afirma Arthur verificando suas armas como se um ladrão fosse surgir de algum canto a qualquer instante.
— Mas na mensagem você diz algo mais, disse que havia um problema na missão - Recorda Haquèth intrigado.
— Não se trata apenas da missão - Começo acostumado com a voz e as pronunciações de Wilkar - Acredito que há um traidor na Ordem, alguém tentando se beneficiar com nosso esforço conjunto. O mestre Grambert me disse para dugir, mas pretendo ficar aqui e enfrentar meus irmãos se for preciso.
— Mas por que você acha que alguém na Ordem está tramando contra vossa pessoa? - Indagou Zenith cruzando os braços devagar.
— Os mestres enviaram somente quatro irmãos da Ordem para uma tarefa de extrema importância que em teoria põe em risco tudo aquilo que defendemos - Explica Hornan indignado com a situação - Alguém queria que essa missão desse errado e, de alguma maneira, avisou o grão-mestre Templário da nossa vinda. Eles sabiam que estaríamos lá e estavam preparados, normalmente há metade dos guardas que haviam no dia de nossa incursão.
— E tem mais - Complementei tão revoltado quanto Hornan - Se eu violei o Credo, então por que deixaram que eu saísse dali? O mínimo que o Conselho faria seria me prender.
— Talvez tibessem pensado que não iria fugir e manteria sua honra ao menos por enquanto - Sugeriu Haquèth sem ideia do que pensar.
— A menos que a pessoa que tenha te ajudado na verdade não tenha realmente ajudado - Declarou Hornan pensativo caminhando pelo quintal - O mestre Grambert era o mais interessado no Arco.
— Agora que você disse, foi o próprio mestre Grambert que convenceu os demais do Conselho a me liberar até que realizassem um julgamento, então ele me encontrou e ordenou que eu fugisse o mais breve possível.
— Normalmente eu diria que estão loucos, não fosse o que eu vi mais cedo - Disse Arthur se lembrando do que viu - Eu me dirigia ao salão principal para me encontrar com Garid quando vi o mestre Grambert conversando com Monarc sobre seus serviços se manutenção e preservação. Aparentemente quem guardou o Arco não foi nenhum dos mestres e sim um jovem da guarda. Pelo visto queriam ter o máximo possível de certeza de que a ferramenta estaria segura.
— Então está mais que decidido - Afirmei cheio de determinação - Menzao morreu e eu assumo essa culpa, mas aquele ataque dos Templários não teria ocorrido se não houvesse um informante Assassino, e isso nos deixa apenas uma opção, temos que proteger o Arco - Todos concordam com meneios de cabeça, até que uma rocha flamejante voa a poucos metros de nós, nos deixando cautelosos. Subitamente uma série de guerreiros aparece e nos atacam cheios de habilidade, disparando flechas de perto e de longe, outros nos atacando com lanças, mas todos tinham algo em comum, usavam longos mantos esverdeados. Começamos a nos defender quando sinto algo sobrenatural tomar conta de mim. Wilkar sorri e sua visão muda, deixando tudo mais devagar do que de fato deveria ser. Naquele momento descobri uma coisa que jamais poderia imaginar, Wilkar tinha o mesmo poder que eu.


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Notas finais do capítulo

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