A chegada do inferno escrita por Andrew Ferris


Capítulo 7
Aprendendo a errar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, estive com pequeno problema par continuar, mas agora voltei com tudo!!! Aproveita e dá uma olhada nas minhas outras fics! Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715828/chapter/7

Pela terceira vez estou inserido no Animus, tendo de passar por aquelas terríveis experiências. Samuel Baxter devia ter imaginado que a conversa dele comigo iria facilitar minha ações, mas se esqueceu que não tenho preparação ou habilidade. Não passo de um jovem empreendedor que teve a vida virada do avesso. Agora, no entanto, tinha uma noção melhor de como as coisas funcionavam. Eu tinha o poder de escolher o que deveria fazer, mas tinha que, de alguma maneira, adivinhar o que meu ancestral teria feito, só assim conseguiria avançar em suas memórias e mostrar seja lá o que os Templários tanto queriam saber. Desta vez uso mais meus instintos, lembrando que da primeira vez morri por não ter me escondido quando era preciso e da segunda morri pelo descuido de confundir uma laranja com uma bomba. Agora tudo estava no lugar, tanto os meus pensamentos quanto minhas atitudes. Faço tudo de novo, inclusive falar com o jovem Assassino na tenda antes de sair da mesma e pular de carroça em carroça, terminando no topo de uma construção depois de girar em um mastro. Novamente sou atingido por um instinto, mas, desta vez não hesito. Me escondo atrás de uma mureta até o guarda dar as caras com sua arma apostos, e teria me acertado em cheio se inesperadamente eu não tivesse pulado para fora do esconderijo para desferir um poderoso chute em seu tronco, fazendo com que derrube a arma no chão antes de liberar minha lâmina oculta e acertar o pescoço do segurança sem clemência. Me levanto e ajeito o capuz antes de seguir em frente, pulando do topo do prédio para outra cobertura, podendo finalmente avistar uma tenda maior que as demais se aproximando de uma edificação cheia de entalhes e com decoração luxuosa. Pulando de uma tora para outra, chego em uma janela, de onde consigo pular para alcançar uma longa toalha, a qual uso por instinto para me aproximar de um soldado e disfarçadamente roubar sua bomba de mão. Me aproximo da segunda tenda pela ordem de entrada e, assim que vejo dois Assassinos no topo do prédio luxuoso, faço um meneio de cabeça e me coloco dentro da tenda sem receios.
— Conseguiu chegar aqui, senhor - Afirma um Assassino um pouco mais velho que eu dando uma risada divertida. Só então reparo os corpos atrás dele.
— Haquèth e Menzao estão no topo do palácio aguardando nossa entrada. Vão se infiltrar no lugar e facilitar as coisas para nós, só vai faltar cuidar de quem está aí dentro - Explico sem noção alguma de como eu sabia de tais coisas.
— Então a hora está próxima. O arco não deve estar longe. Vamos encontrar o que precisamos e terminar com os planos dos Templários de uma vez - Subitamente o nome do Assassino aparece em minha mente. Seu nome é Arthur Zenith, um dos meus professores no passado, que me iniciou na Ordem no tempo dos Andorás.
— Boa sorte para nós todos, mestre Zenith - Ele cobre o rosto com o capuz, ajusta a altura da bainha e as lâminas, então sorri cheio de emoção.
— Assim será, jovem Azhiph - Me escondo na barraca seguinte com Hornan, um jovem Assassino que vinha sendo meu colega desde os tempos de treinamento inicial.
— Como estamos aqui, Hornan?
— Em progresso. Logo estaremos no interior do palácio de Arquer Month, o Grão-Mestre Templário da Península Arábica - Ambos viramos para a frente, nos preparando para a entrada. Os portões do palácio se abrem sem demora, rangendo enquanto nossos instintos cintilavam para nossos próximos passos. As tendas começam a ser levadas para o interior do lugar e, assim que atravessamos o primeiro salão no prédio em si, saímos sem ser notados e seguimos juntos passando por uma série de pilastras até uma porta que leva a um corredor escuro e úmido.
— Acredito que este seja o caminho para as salas dos experimentos de Kardile - Declara Hornan tomando a frente após pegar uma tocha pendurada na parede.
— Então este é o caminho certo - Confirmo empurrando meu colega para descer as escadas o mais depressa possível.
— Isso considerando o que nosso informante disse - Observa meu colega com ironia assim que chegamos no final do corredor subterrâneo. Ignoro suas palavras enquanto observo uma sala sem porta, onde se amontoavam objetos de teor científico, além de armários lotados com frascos de vidro. Saio de detrás da parede para observar direito o local. As paredes estavam escuras em alguns pontos, já em outros haviam panos pendurados com hieróglifos desenhados há pouco tempo.
— Acho que o doutor é obcecado pelos mitos antigos.
— Deve ser - Afirmo sem alterar o tom, afinal aquele não era meu propósito ali - Vamos pegar o tal Arco e cair fora - O ambiente se torna mais quente à medida que concentramos nossos esforços em procurar o Arco, embora eu não soubesse nem a consciência de Wilkar me dizia o que seria esse artefato, no entanto tenho meus pensamentos interrompidos por seus assobios, o que me faz direciomar o olhar para ele.
— Achei - Afirma orgulhoso me mostrando um arco de ouro e prata, cheio de frescuras que indicavam ter pertencido a alguém de classe muito tempo atrás. Sua aparência era velha e gasta, o que me fazia repensar sobre a prioridade de pegar algo tão inútil. Ao subirmos pelo mesmo corredor e escada, nos deparamos com meia dúzia de guardas que, sem demora alguma, são abatidos por nossos colegas Assassinos Haquèth, Arthur e Menzao.
— Tivemos sorte de não sermos notados - Comenta Menzao limpando o suor da testa enquanto analisa o Arco com seus olhos.
— Então é hora de irmos - Decreta mestre Zenith apanhando o Arco e posteriormente enfiando o mesmo dentro de uma bolsa larga, mas meus instintos (ou os de Wilkar, se preferir) me levam a afastar gradualmente do grupo para subir uma coluna e alcançar o topo de uma torre. Ao fazê-lo, tudo o que vejo são os quatro me procurando de um lado para o outro desesperados enquanto tentavam se esconder no campo aberto do palácio. Encontro uma viga deitada e sigo por ela, terminando em uma janela, a qual seguro pouco abaixo do seu término, em pequenas falhas da construção, pequenas, mas grandes o bastante para um Assassino tão bem treinado e obstinado quanto Wilkar Azhiph. Fico ali aguardando, então escuto a porta se abrindo e alguns gemidos vindos de um canto do aposento.
— Está tudo no lugar, o que nos resta é esperar nossos colaboradores encontrarem a última peça do jogo. Em breve, o mundo conhecerá sua verdadeira e legítima face, que virá junto à missão da Ordem - De algum modo, eu sabia exatamente a quem aquela voz pertencia. Se tratava do Grão-Mestre Templário, o velho Arquer Month. Começo a descer a parede quando escuto uma movimentação constante um pouco abaixo. Me mantendo esguio, vejo que há dezenas de guardas no pátio tentando conter meus colegas Assassinos. De súbito resolvi dar o fora dali, mas o corpo de Wilkar não. Seus pensamentos me levavam a ajudar os amigos, então corro até onde se encontram, esfaqueando sem jeito um soldado, que avança para me matar com a lança ao mesmo tempo que tenta conter o sangramento com a mão restante. Sua preocupação dupla me dá a vantagem, assim rolando no chão e rasgando sua armadura com a espada antes de abrir o peito com a lâmina, espalhando sangue nos demais soldados e pelos tapetes lisos do jardim externo. Mais soldados partem para o ataque, então sou cortado na perna por um deles depois de girar na direção que por algum motivo eu não deveria ter girado. Depois desse descuido finalmente chego à conclusão de que eu precisava sincronizar com as ações de Wilkar, senão eu nunca conseguiria progredir nas memórias. Deixando a experiência do meu ancestral assumir o controle, giro no lado oposto de uma lança, partindo a mesma e usando sua ponta cheia de farpas como arma para enfiar na barriga de um soldado. Outros se aproximam, com três me atacando de uma só vez, mas agora me adianto e, sacando a espada com agilidade ao mesmo tempo que percebia o ambiente ao meu redor, desvio e encaro as espadas e lanças adversárias, deixando o tinir do metal me guiar no meio da batalha. Mestre Zenith ataca um Templário que avança por minhas costas, o que o deixa com a guarda baixa, sendo facilmente atingido por um Templário empunhando espada longa. De imediato avanço no sujeito e meto-lhe um chute para afasta-lo dos Assassinos antes de pular nele com um golpe certeiro e profundo da espada. Quando me levanto, sinto tão sincronizado com o que Wilkar faz e pensa que não hesito em atacar um Templário que empunhava duas espadas. Este tinha o dobro das habilidades dos demais, dando início a um longo embate de espadas longas, até que um consegue desvencilhar o outro de sua arma, nos obrigando a lutar com as mãos. O Templário avança com os punhos fechados, atacando principalmente meus pontos letais, mas eu desvio dos golpes com certa facilidade antes de acertá-lo na cabeça com um poderoso chute, caindo no chão do outro lado do pátio. Quando me levanto, porém, meu foco se desvia do Templário habilidoso e passa para um homem de vestes lustrosas acompanhado por dois seguranças, Arquer Month. Ele sorri convencido, e no mesmo instante sou atingido por um golpe do Templário habilidoso. Este me segura com a ajuda de mais dois comparsas. Vejo que meus colegas também tinham sido presos, mas meus pensamentos estão fixos em Arquer. Eu queria me livrar daqueles braços e matar aquele desgraçado, mesmo não tendo ideia de onde partira tanta raiva.
— Eu sabia que viriam aqui, crianças, mas não achei que perderiam seu precioso tempo invadindo um recanto sagrado deste país. Pelo visto realmente não há limites para as ações dos Assassinos - Arquer se aproxima de mim com uma expressão fria enquanto busco nas memórias de Wilkar algo que pudesse explicar aquele momento, mas não conseguia pensar em nada além do que via - Realmente uma pena, tão jovens para morrer tão cedo - Ele saca a espada de um soldado e atravessa a lâmina em Menzao com vontade antes de arrancar a arma de seu corpo e cortar seu pescoço num segundo ato. Ele funga e treme por alguns instantes no qual sua gargante sangra e espirra até seus olhos vazarem as vistas e ser jogado no chão já morto.
— Eu vou acabar com a sua raça - Dou um grito revelador antes de encontrar força para me desvencilhar de um dos soldados, pulando em cima do segundo e perfurando seu pescoço com minha lâmina oculta antes de correr na direção do Grão-Mestre com a bomba na mão. Arremesso e a explosão cria um verdadeiro alvoroço no pátio, com soldados perdidos ou fugindo de medo enquanto meus irmãos aproveitam a bagunça e atacam os inimigos para fugir dali. Ignorando seus gritos eufóricos pedindo para desistir do que estava fazendo, me coloco perante Arquer Month e dou um sorriso arrogante.
— Você já era - Ele sorri com diversão antes de sacar a própria espada e aguardar meu ataque certeiro e ágil, que impede sem dificuldade aparente. A agilidade e velocidade daquele homem eram impressionantes, mas não me contenho e uso o máximo do que sei para impedi-lo, e não fosse o mestre Zenith eu estaria morto, já que quando ele me derrubou no chão e se preparou para o último ataque o mestre veio em minha direção e empurrou o adversário para longe, me levando embora pelas vestes soltas e rasgadas.
— Eu ainda não acabei - Grito exasperado vendo o Templário se levantar cheio de pose.
— E eu mal começei - Avisa Arthur aguentando bem os efeitos dos ferimentos adquiridos na última batalha. Naquele momento ao menos uma coisa eu sabia, estava completamente sincronizado com meu ancestral Azhiph.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Acompanhem e comentem o que acharam!
O que Derek vai conseguir aprender através de suas experiências no Animus? E quais serão as reais intenções dos temidos Templários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A chegada do inferno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.