Musical High escrita por Any Rebel


Capítulo 7
Capítulo 7 : O Vampiro Caolho - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Como vão? Aqui está mais um capítulo pra vocês! Espero que gostem e boa leitura! (^.^)



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  Rin resolveu distribuir as lanternas enquanto o outro gêmeo abria o portão do lugar. Eu estava tremendo de medo.

  O portão foi aberto e entramos com cautela. Ficamos atentos a qualquer som e nada.

  - Será que era mentira? – perguntou Luka.

  - Espero que sim... – comentei nervosa.

  - Shhuuu! – pede Gumi – Escutem.

  Todos fizemos silêncio e, de leve, dava para se ouvir o som assustador do piano. (Alguém me salva!)

  - Vamos nos separar e procurar pistas! – exclamou Rin mega-animada.

  - Isso! – concorda o outro Kagamine – Vamos fazer assim: eu, Luka e Kaito somos um grupo.

  - Ahh! Não vale! – reclamou a loira.

  - Não vale o quê? – pergunta Gumi irritada.

  - Eu fiquei com duas lerdas! – ele se justifica.

  - Quem você está chamando de lerda! – reclama a verdinha.

  - Gente! – Kaito chamou a atenção – Agora não é hora de briga! Olhem na escola só tem duas salas com piano. Vamos logo!

  - Duas? – perguntei.

  - O da sala de aula de instrumentos musicais e o da sala do clube de música clássica. – Luka explica.

 - Ok, vamos lá! – disse Len animado.

     ***

  Eu, Rin e a Megpoid estávamos na frente da escadaria nos preparando pra subir. Ou melhor: elas estavam me convencendo a subir.

  - Anda fofinha. Não precisa ter medo. – diz Gumi, tentando me tranqüilizar.

  - M-mas... É um vam-vampiro... - eu disse tremula.

  - Vamos Miku-chan. Não se preocupe. Se o virmos vamos correr. – fala a loira.

  - E se e-ele vir atrás de n-nós?

  - Aí ele vai atacar só a mais lerda. – ela responde.

  - Mas eu sou a m-mais lerda-da! – exclamei com mais medo ainda. (Me tirem daqui!)

  - Rin, você não está ajudando. – afirmou a verdinha.

     ***

  Depois de um loooongo tempo me preparando, nós três subimos a escadaria e chegamos no topo. Dava pra se escutar a melodia, agora mais alta ainda. (Socorro!)

  - Acho que vem do clube de música clássica. – comenta Gumi.

  - Então vamos lá! – exclamou a outra maluquinha.

  - Não acham me-melhor irmos-mos?! – tentei convencê-las – Amanhã temos aula e os senseis não perdoam e...

  - Quieta! – as duas sussurraram ao mesmo tempo. Eu engoli seco na hora.

  As duas louquinhas foram até a porta de onde vinha o som. E, para não ficar sozinha, eu fui atrás.

  - No três, nós abrimos a porta, ok? – cochichou a loira.

  - Um, dois... – sussurrou Gumi.

  - Três! – gritaram as duas juntas.

  Elas arrombaram a porta e a música parou. Olhamos e lá estava ele: o vampiro caolho. Iluminado apenas pela a luz da lua e nada mais, a criatura virou a cabeça devagar e nos olhou, com aquele único olho, assustador. Ele disse algo só que não escutamos por causa dos nossos gritos.

  Saímos correndo desesperadas e eu, como lerda que sou, fiquei para trás. Eu estava com tanto pânico que nem desci as escadas direito, o que resultou numa Mikuzinha rolando escada a baixo, atropelando uma loira e uma verdinha.

   Luka e Len vieram até nós por causa da barulheira toda.

  - O que aconteceu? – perguntou a Megurine.

  - O vampi-piro! – gritei apavorada apontando para o alto das escadas, onde o ser estava.

  Na hora, todo saiu correndo e gritando, cada um para um lado. E eu fiquei para trás, de novo. O vampiro falou algo de novo e eu não ouvi (não me julguem. Gritar quando se está apavorada é humano).

  Me levantei, toda atrapalhada, e saí correndo para longe.

  Sem querer, eu fui para um lado escuro. Fiquei com medo e comecei a andar de costas, tocando na parede para achar um interruptor. Do nada alguma coisa agarrou o punho esquerdo e colocou a mão na minha boca. Ele fez um “shuuuu” e ficou quieto.

  Estava com medo. Eu não sabia o quê ou quem era. Tomei coragem e fiz o que a Maika-san me ensinou: levei o meu cotovelo direito ao estômago do ser com força, fazendo-o me soltar, e dei um soco no “bicho de baixo” dele, o que fez cair no chão e gemer de dor.

  - Ai!... Ai... – ele falou.

  - Ora seu...! – eu ia dar mais um chute, mas eu me assustei com o que eu vi: era o Shion – Ai meu Deus! Kaito-kun, é você?! – perguntei (só pra confirmar, né?).

  - Não... Ai... É a Rapunzel de cabelo... Ai... Azul. – mesmo morrendo de dor o cara é sarcástico.

  - Me desculpe! Sério, desculpa!

  - O que deu... Ai... Em você garota?! – ele me perguntou irritado, com uma mão no estômago e a outra nos órgãos genitais.

  - A culpa foi sua! Ninguém mandou você me segurar daquele jeito! Aliás o que você está fazendo separado do seu grupo?

  - O Len... Ai... Tinha me pedido para... Ai... Pegar uns dentes de alho na cozinha... Daí eu ouvi uma gritaria e... Ai... Cá estou eu...

  - Isso explica...

  - Tá!

  - “Tá” o quê?

  - Tá, não vai nem me... Ai... Ajudar a levantar?

  - Foi mals! – dei um sorriso amarelo.

  Peguei um dos braços dele e coloquei em volta do meu pescoço e o levantei (que cara pesado!).

  - E então? Pra onde “Rapunzel”? – perguntei irônica me referindo à onde levá-lo.

  - O refeitório. Ai... Se eu voltar sem o alho o Len me mata.

  - É uma boa idéia. Também podemos pegar um gelo para o seu...

  - Calada! – ele me interrompeu.

     ***

  Larguei ele sentado em cima de uma das mesas da cantina. Fui ao estoque de comida e juntei uma meia dúzia de cabeças de alho. Passei no congelador, enchi uma sacola com gelo e a entreguei para o azulado.

  - Vamos então? – ele perguntou.

  - Mas pra onde...? – fui interrompida pelo o toque do meu celular - Alô? – atendi – Oi, Len-kun. Na sala do clube? Tá, já estamos indo.

  - O que ele disse?

  - Reunião na sala do clube.

  - Pô, Miku!

  - O que foi?

  - Esse teu gelo aqui molhou toda a minha calça!

  - É só dizer que fez xixi de tanto medo! – caçoei me matando de rir.

  - Há, há, engraçadinha... – ele ironizou com uma cara que chupou limão e não gostou.

  - Ou você prefere dizer a verdade: que eu te dei um soco tão forte que precisou de gelo? – ri novamente.

  - Miku, me faz um favor? Cala essa boca!

     ***

  Tive que carregar o Kaito de novo, desta vez até a sala da banda. Eu bati na porta e me perguntaram:

  - Que é? – (acho que era a Rin...)

  - É a Miku. – respondi.

  - E o Kaito. – o azulado disse.

  A porta foi aberta e nós entramos.

  - Kaito, o que aconteceu? – perguntou a Megurine.

  - Longa história. – ele respondeu enquanto Len me ajudava a colocá-lo numa cadeira.

  - E essa água toda na sua calça? – pergunta Gumi.

  - É... An... – ele tentou responder mas não sabia o que dizer.

  - Eu derrubei um copo com água nele. – eu respondi. Ele me olhou surpreso mas concordou. Decidi salva-lo de uma vida de zoações. Sei, por experiência própria, como a verdinha pode ser cruel. Falando em crueldade, essa guria não parava de me olhar com sorrisos e caretas maliciosas só porque antes eu estava sozinha com o Kaito. Aff! Ela ainda vai me deixar louca desse jeito!

     ***

  - Gente... – falei – E o que vamos fazer em respeito ao... An... Vampi-piro?

  - É... Não dá pra se esconder pra sempre, né? – perguntou Kaito.

  - Eu não diria pra sempre. – comentou a verdinha – Acho que até o amanhecer estaria bom.

  - Tenho uma idéia! – exclamou Len – E que tal fizermos uma armadilha?

  - Ótimo! – exclamou a loirinha.

  Então do nada os dois Kagamines se reuniram num canto da sala e começaram à falar um monte de coisas sem sentido. Depois eles voltaram até nós e falaram juntos:

  - Plano pronto!

  - Sério? Que rápido... – disse Luka.

  - Não temos culpa se somos grandes gênios! – Len se gabou.

  - Tá pessoal. – Rin falou - Agora escutem: uma isca viva ai até o vampiro e o atrairá para o corredor do bebedouro, onde o chão estará molhado com 200ml de óleo. No final do corredor haverá duas pessoas segurando a rede de vôlei que estará encharcada de mel. Atrás estará um outra pessoa.

  - Dá pra explicar melhor? – pede o azulado.

  - Aff! Tá bom! – disse o outro Kagamine – A isca vai correr até o óleo, escorregará enquanto outros dois vão erguer a rede, a isca passará por baixo e a outra pessoa que ficou atrás vai ajudá-la a se levantar. Já quando o vampiro passar pelo o óleo vai escorregar direto para a rede e vai ser enrrolando, ficando preso.

   - Perfeito! – Gumi sorriu.

  - Mas quem vai ficar com cada função? – eu perguntei.

  - Boa pergunta! – a loirinha explicou – Eu e o Oni, vamos ficar segurando a rede com mel; Gumi vai espalhar o óleo pelo o corredor; Luka vai ficar atrás da rede esperando a isca; como Kaito está nem conseguindo andar direito, só vai ficar olhando; e você será a isca viva.

  - O quê?! – exclamei assustada – Como assim eu vou ser a isca?! Não, não, não, não!

  - Mas Miku... – disse Len – Não tem outra escolha.

  - Como não?! Eu sou a mais lerda! E-eu vou virar caixinha de suco para aquele monstro! – respondi em puro pânico.

  - Mas é por isso, Miku-chan! – exclamou Rin – Se alguém rápido for ele nem vai tentar ir atrás!

  - M-mas... E-eu não quero!

  - Mas vai! – disseram os Kagamines ao mesmo tempo.

  Era o jeito. Eu não tinha mais escapatória. E, ainda mais, tinha um Kaitozinho me olhando com um sorriso de satisfação, tipo: “a vingança é muito doce!”

     ***

  Já tínhamos preparado tudo: o corredor estava cheio de óleo e a rede estava coberta por mel.

  A música do vampiro dava para ser ouvida de longe, era a hora de agir. Eu estava mais tremula do que o "Gaguinho" morrendo de frio. Mas eu tinha que fazer isso!

  - Vai lá fofinha! Você consegue! – Gumi tentou me incentivar.

  - Só não morre antes de voltar! – o azulado falou, ainda com aquele sorrisinho de vingança.

  Bem, quase desmaiando de medo, eu fui andando devagar até a sala do clube de música clássica. Cheguei na frente da porta, respirei fundo e coloquei a minha mão na maçaneta. Abri a porta devagar e, novamente, vi aquela figura assustadora. Ele se assustou comigo, mas tentou falar algo:

  - E-espera... - só que eu saí correndo antes dele terminar. (Eu tava com medo, pô!)

  Desta vez ele veio atrás de mim. (Aaaaaahhhhhh! Socorro!) Puxa vida, ele é bem rápido! Quase me alcançou!

  Finalmente eu estava chegando ao corredor. Quando eu ia chegar no óleo, eu me joguei no chão e escorreguei rápido. Passei por baixo da rede e Luka me ajudou a levantar.

  O vampiro veio atrás e escorregou no óleo também e foi pego pelos os Kagamines. Eles o enrrolaram e o jogaram no chão. Rin na hora pulou em cima dele, tirou (não sei da onde) uma estaca de madeira e ia fincá-la no peito do ser, quando ele exclamou quase chorando:

  - Pare! P-parem! Por f-favor!

  - Você não me engana, monstro! – exclamou a loira irritada.

  - O que está acontecendo aqui?! – gritou Miki-sensei (a nossa professora de química) que chegou na hora.

  - Sensei? – perguntou Gumi.

  A mulher olha para a Rin e para ser preso, depois exclama:

  - Ai meu Deus! O que vocês fizeram com o Oliver?!

  - “Oliver”? – eu e o pessoal questionamos ao mesmo tempo.

  - Sim! – exclamou o garoto com os olhos úmidos.

  - O Oliver é um aluno francês de intercâmbio. – explica a sensei – Só faz uma semana que ele está aqui e vocês já aprontam essa com o guri?!

  - Se ele é um aluno por que está aqui à noite? E por que não o vimos na escola? – pergunta Len.

  - Porque ele não está acostumado com os horários daqui. Então ele passou a semana se acostumando, enquanto eu o ajudava a estudar de noite. – a mulher responde.

  - E também p-porque eu estou t-treinado para entrar no clube de música clássica. – Oliver disse gaguejando e caindo em lágrimas. (Bateu um dósinho  dele agora...)

  - Deixa eu confirmar. – a loirinha disse abrindo a boca do garoto – Verdade... Não tem presas. Aff, que chato!

  - Mas então porque é tão branco? – perguntou a Megurine.

  - Só sou um ga-garoto albino! Algum problema?! – ele chorou.

  - Pô meu... Foi mal... – a Kagamine sorriu amarela.

  - Agora dá p-pra sair de cima de mim?! – o menino gritou se referindo à loira.

     ***

  Miki-sensei ficou muito brava com agente. E, por causa do que aprontamos, tivemos que passar o resto da noite limpando e arrumando tudo. Os Kagamines tiveram que até pagar uma roupa nova para o Oliver-san, já que melecaram a anterior de mel.

   É tive que passar outro dia de aula morrendo de sono. Aff! Eu tinha avisado que era má idéia! Mas alguém me escuta?! Nãããão!

     ***

  A hora do almoço chegou. Estávamos todos loucos de sono então mal comemos.

  Mas teve um momento em que eu vi o garoto albino passar. Ele nos olhou e saiu correndo, cheio de medo.

  - Rin-chan. – falei – O que você acha de irmos pedir desculpas para o Oliver?

  - Por quê? – ela me respondeu bocejando – Já falamos com ele ontem...

  - Sim, mas... – insisti – Eu ainda estou meio mal com aquilo...

  - Tá, mas por que eu tenho que ir junto?

  - Porque você pulou em cima dele com uma estaca de madeira. Aliás, onde você conseguiu aquilo?

  - Primeiro: ok, você me convenceu. Segundo: ela é da minha coleção pessoal de caçadora de monstros.

  Nos levantamos e fomos até o rapaz que, quando nos viu, quase saiu correndo se não fosse a loirinha o segurar pelo o braço. Nós três sentamos numa mesa e ele perguntou com cara feia:

  - O que vocês querem?

  - Am... N-nós só queríamos n-nos desculpar mais uma vez. – eu falei – Sentimos muito pelo o que fizemos.

  - Mas também não temos culpa, já que você não nos avisou antes! – retrucou a loira.

  - Rin! – reclamei.

  - Como não têm culpa?! Cada vez que eu tentava falar vocês saiam gritando e correndo! – ele se justificou.

  - C-calma gente! – pedi nervosa.

  O garoto respirou fundo, e eu falei o que realmente queria falar:

  - Você disse que queria se apresentar para o clube de música clássica, não é? – ele assentiu – Quer que vamos lá f-falar com a líder do grupo?

  - Você não consegue nem falar direito comigo. – ele respondeu.

  - M-mas eu a conheço bem. Posso conversar com ela.

  Ele suspirou, mas concordou. Eu me levantei e fui até a mesa onde a Yuzuki Yukari estava. Cutuquei ela e falei:

  - Yuzuki-san...

  - Oi Miku! Pode me chamar só de Yukari.

  - Yukari-san, t-tem uma pessoa que quer f-falar contigo.

  Eu a levei até o Oliver e ela concordou de ele se apresentar para o clube depois da aula.

  Até que as coisas acabaram bem. Não tinha vampiro nenhum (que ótimo!), um aluno francês de intercâmbio foi traumatizado por seis alunos japoneses (se bem que isso não foi bom...) e o Oliver conseguiu entrar no clube que tanto queria (pelo menos é o que eu espero...).


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Então comentem!
Sinceramente eu ri bastante para escrever esse cap. (Meu irmão até tinha achado que eu estava endoidando! (O.o))
Nos vemos semana que vem! Beijinhos! (^3^)