O luto durou mais tempo do que eu imaginava. Pra mim era tão estranho não estar no internato e tão difícil responder as mensagens que eu recebia. "Seja forte", "Meus pêsames ", "Sentimos sua falta"... O que eu diria? Não podia responder que estava tudo bem sendo que no meu íntimo eu sabia que não...

Mas, uma mensagem em especial me surpreendeu: " Tenha coragem. É normal esse vazio. É normal essa dor. Mas não deixe isso tomar conta de você. Não deixe que isso tire a doce e fofa Miku-chan que conheci em Abril. Sorria."

No momento que a li me emocionei. Uma parte de mim se revoltava, sentia que aquela mensagem me falava que devia parar de chorar, sendo que nem chorei o suficiente ainda. Mas a outra parte de mim, sentia que eu devia voltar a sorrir. Esse seria o desejo dela. Foi o que ela me mostrou por último...

        ***

— Tem certeza ? - Maika-san me perguntava preocupada.

— Sim...

— Mas você não precisa ir agora... Fique mais um pouco...

Neguei com a cabeça em resposta. Eu estava decidida. Voltaria, voltaria a estudar. Voltaria para a banda. Voltaria para Musical High .

        ***

O carro estacionou e eu desci dele. Senti o ar gelado passar pelo o meu rosto. Peguei meu cachecol e o pus por cima de meu nariz.

A neve fria já se fazia presente naquela época do ano, fazendo tudo ao redor parecer branco.

— Miku-chaaaaannnn! - escutei gritarem. Me viro e trombo com uma porção de pessoas ( o que eu evitara nos últimos dois meses). Eles me abraçavam e choramingavam, até Yowane-sensei se intrometer no meio, gritando que eu precisava de espaço.

Arregalei os olhos prestando atenção em cada um. Gumi, Luka, Rin, Len, Kaito, Ranna, SeeU, Teto, os senseis, Yukari, Oliver, Mayu, Cul até a Neru!

— Miku-chan! Por que você não nos respondia?! - gritou a verdinha .

— Estávamos tão preocupados! - exclamou a rosada.

Diante todo aquele carinho não me conti: desabei a chorar. (Me sentia uma criança novamente...)

          ***

Depois de muitos abraços apertados e choradeira, me despedi da minha mãe adotiva e voltei para o meu dormitório.

Os maluquinhos não queriam me deixar sozinha por um instante sequer. Era até cômico o quanto tentavam me fazer rir!

O dia chegou ao fim e nem assim Luka, Gumi e Rin me soltavam! Me diverti bastante e matei a saudade.

É mamãe, vou levar um dia de cada vez, nunca deixando de sorrir. Essa será a minha homenagem à você.