Moon Lovers: The Second Chance escrita por Van Vet, Andye


Capítulo 48
Passado e Invasão


Notas iniciais do capítulo

Olá galera! Como combinado, cheguei para trazer mais um capítulo para vocês.
Antes de tudo, e como é de praxe, quero agradecer imensamente cada um dos comentários enviados no capítulo anterior. Quase não tivemos reclamações pela falta de nosso OTP principal (o que surpreendeu kkkk). Acho que os cenas apresentadas foram tão fofas que nem lembraram.
Nosso agradecimento para mais uma recomendação linda que recebemos (estamos em festa), essa feita pela Auditore. Muito obrigada, de coração!!!
Nesse capítulo, momentos fofíneos e um pouco de tensão (sim, elas estão chegando... kkk)
Esperamos seus comentários! Fiquem à vontade.
Fighting!



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Pegando o celular pela quarta vez, Shin ainda não havia decidido se concretizava ou não aquela mensagem. “Quer dar uma volta?” era a pergunta que fizera para Ha Jin cerca de duas horas antes, mas sem enviar, de fato, o aplicativo aberto, a foto dela sorrindo para ele. As palavras permaneciam piscando no visor, como se sinalizando que ele precisava tomar uma decisão logo.

O que a garota pensaria ao descobrir que ele tinha o número do celular dela? O que acharia que ele estava querendo com aquela intimidade toda? Uma terceira vez indo vê-la sozinha… Isso significaria alguma coisa para ela, a deixaria pensativa, imaginou, sobre o que o Wang estava desejando.

Shin continuava desviando das respostas que se formavam em sua mente, mas com menos agilidade do que antes. Ele quase deixava a verdade vir de encontro a ele e parecia mais fácil, na teoria, permitir a colisão. Na prática, tudo mudava. Era bem difícil assumir que estava ficando apavorado quando tentava pensar sobre aquilo e tinha sentimentos e sensações estranhas quando aquela realidade queria insistir em se aproximar dele.

Ha Jin voltou a aparecer online e Shin decidiu que tinha de assumir alguma postura, afinal o restante do dia partia. Criando uma nova coragem enquanto prendia a respiração, apertou “enviar” de uma vez e permitiu seu convite viajar de encontro a ela, lançando o celular sobre a cama logo em seguida, tentando enviar para longe a ansiedade pela espera de uma resposta.

Em sua casa, envolvida em suas cobertas, contrariando os conselhos da mãe, com seu lámen fumegante e Gong Yoo lindamente descamisado saindo do banho numa reprise de Coffee Prince na televisão, a governanta em folga suspirou impaciente, praguejando a falta do que fazer de Mi Ok ao ouvir o toque da mensagem no celular. Certamente ela descobrira a mesma reprise há poucos minutos e queria ir até lá para se enfiar nos futons de Ha Jin enquanto ficava apontando defeitos num homem que não tinha nenhum.

Quão grande foi sua surpresa ao perceber um número desconhecido em uma mensagem convidando-a para uma volta. Por um segundo, ela achou que poderia ser algum trote de mal gosto e, em seguida, suas mãos gelaram ao se dar conta sobre quem poderia ser do outro lado daquela interação. A moto caríssima do herdeiro rebelde, estacionada diante do pátio da Mansão da Lua era a foto do avatar da tal pessoa e isso acabou fazendo a garota acreditar na veracidade daquele convite.

Os dedos de Ha Jin ficaram ainda mais rígidos enquanto ela esperava seu coração parar de acelerar ridiculamente para que pudesse raciocinar. Era ele de novo… Ele em posse do seu número de telefone!

“Shin?” digitou para confirmar.

“Quem mais seria?” ele respondeu de prontidão e ela pôde escutar aquela frase saindo do seu ser rabugento. Era ele, sim.

“Quem te deu meu número?”

Muitos minutos de silêncio, algumas tentativas infinitas de digitação e, enfim, uma resposta enviada.

“O que importa… Não é algo impossível de se conseguir. Quer sair um pouco ou já está fazendo isso?”

Ha Jin sorriu bobamente para a tela do celular. Era tão possível que ela até desacreditava. Shin, o intocável filho de Hansol, o reclamão, o rabugento, o indiferente, estava querendo a companhia dela? De novo? Será que ele estava flertando com ela? Era real ou apenas amizade? Carência…

“???”

“Não estou fazendo nada de importante… Me dê uns vinte minutos, tudo bem?” confirmou, após pensar brevemente sobre aquele encontro.

“Ok. Estou saindo agora”.

Ha Jin jogou os cobertores longe e correu para o guarda-roupa. Se ele estava saindo da mansão, ela não teria nem mesmo quinze minutos.

Se livrando de toda a ansiedade de horas atrás, Shin agora se sentia muito à vontade ao lado da sua nova amiga. Sentados num banco diante do parque e contemplando o sol se pôr para além do lago, ele percebeu como a presença dela lhe trazia calma e confiança.

Às vezes, quando seus olhos se cruzavam muito repentinamente, um calafrio irritante dançava dentro do seu estômago e isso ainda o intrigava. Entrementes, no todo, eles conseguiam conversar tranquilamente observando as horas finais do dia pela ótica da natureza.

— Ouvi dizer que você ainda vai dar uma resposta para o meu pai… Se fica na mansão ou não… — ele comentou discretamente para não soar tão preocupado.

— Sim… Ainda estou me decidindo…

— A coisa ficou tão insuportável assim?

— É difícil ficar num lugar onde sou acusada de interesseira e ladra… Olhar para essas pessoas todos os dias…

— Eu entendo perfeitamente — Shin concordou melancólico. Em algum lugar do lago, seus olhos avistaram um casal de idosos flutuando sobre um pedalinho branco — Entendo muito bem como é se sentir assim naquele lugar.

— Foi sempre… muito ruim? — a jovem indagou para ele, a expressão chateada. Ele se permitiu prestar atenção nela por um instante. Seus cabelos soltos balançando suavemente na brisa invernal, as maçãs do rosto coradas pelo frio, os olhos negros e brilhantes. Poucas vezes ele vira uma mulher tão bonita em seus detalhes mais simples.

— Nada que eu não tenha sobrevivido — balançou a cabeça para afastar aquela conversa pesada.

Quando o herdeiro mexeu a cabeça, os cabelos recém-aparados acima da orelha e o vento gelado beijando suas madeixas fizeram o olhar de Ha Jin ser atraído para uma cicatriz muito sutil, mas inconfundível, impressa no lado esquerdo do couro cabeludo dele. Ela nunca havia reparado naquilo e agora seus olhos não conseguiam desgrudar do local.

— O que? Minha cicatriz…? — ele perguntou, complexado ao ver o semblante dela. Mal sabia que a mente da garota estava voltando mil anos atrás. Rapidamente Shin cobriu o corte cicatrizado com os dedos — Continua muito evidente?

— Hã? Ah, não é isso — sacudiu as mãos dentro das luvas de lã — É que… Eu lembrei de outra pessoa… De outro tempo…

Shin soltou o ar tenso que havia prendido e abaixou a mão novamente.

— Pedi para não cortarem muito rende, mas parece que não adiantou nada falar — resmungou para si.

— Gosto do seu cabelo assim — Ha Jin confessou e sua mão intrometida tocou na cabeça dele sem pedir permissão nenhuma, os dedos enluvados se movendo em seu couro cabeludo delicadamente.

O rapaz a fitou demoradamente, o coração em frangalhos e a garganta seca, a vontade de pedir para ela nunca mais tirar a mão dali. Quando Ha Jin caiu na real e percebeu que estava acariciando seu patrão, a mão boba voltou para o colo, de onde não deveria ter saído. Shin deu um pequeno sorriso jubiloso para si.

— Quer saber como ganhei isso?

— Apenas se você quiser contar — objetou.

— Minha mãe… — deu um suspiro longo e inclinou o corpo para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos. A cerração começava a subir do lago e o um funcionário, no pequeno cais de madeira, recrutava os pedalinhos com a ajuda de seu apito agudo — Minha adorável mãe. Um dia ela achou que seria legal testar sua pontaria e acertou um cinzeiro na minha cabeça — riu baixinho.

A jovem governanta ao seu lado não achou graça nenhuma. Muito pelo contrário, sentiu um aperto doloroso no peito.

— Faz muito tempo?

— Tanto tempo que eu não tenho nenhuma recordação desse dia. Eu era muito pequeno… Meus pais estavam brigando feio por algo e eu fiquei bobeando no meio. Sobrou para mim…É isso que se ganha quando a gente se intromete nos assuntos em que não fomos chamados.

— Não… Você era uma criança — ela retorquiu — Uma criança deve ser protegida pelos pais, não importa o motivo. E mesmo que fosse o contrário, ninguém tem o direito de agir assim contra o outro. A culpa não foi sua!

Shin espantou-se com o calor nas palavras dela. Defendendo os fracos e incentivando os desmotivados. Aquela mulher era realmente alguém em extinção.

— Você tá certa — ele concordou apertando de leve a bochecha dela — E não vamos mais falar sobre esses assuntos chatos.

Ha Jin e Shin caminhavam a passos calmos em direção a saída do parque. O funcionário do apito enfim trouxe todos os pedalinhos dispersos e depois partira para enxotar quem ainda estava nos bancos, avisando que o parque fecharia.

Naquele momento, a conversa entre eles era muito importante: se Jjajangmyeon deveria ou não acompanhar um ovo frito por cima. Ha Jin achava que sim, mas Shin persistia que isso era coisa de caipira. Enquanto a moça defendia seu ponto de vista fervorosamente, que a receita original trazia o ovo, alguém passou ao lado deles e encarou o casal intensamente.

Como que por instinto, Ha Jin virou-se naquela direção e seus olhos poderiam jurar que a pessoa que os observava segundos antes era alguém familiar, em seu íntimo aquela sensação estranha de reconhecimento. A neblina se adensava ao redor das árvores e a silhueta da misteriosa figura se fundiu às brumas, desaparecendo pelo caminho de pedras que embrenhava pelo bosque.

Ainda cismada, ela voltou a olhar para Shin, mas ele estava muito distraído insistindo que macarrão com molho de soja e ovo não deveriam se misturar num mundo justo e ideal. Instantes depois, a própria garota esqueceu-se daquela sensação estranha e os dois seguiram alegres e ansiosos para a casa dela aonde passariam o restante da noite discutindo outra questão importante em frente à televisão: O que as mulheres viam de tão maravilhoso em Gong Yoo?

***

Ao melhor estilo garoto apaixonado, Taeyang se esforçava para se concentrar no que Na Na dizia e não arruinar todo seu discurso profissional raptando-lhe um beijo. As mãos estavam comportadamente em cima do colo, os pensamentos, entretanto, no desejo de estar a sós com sua namorada mais uma vez e poder tocá-la…

— … Entendeu? — ela perguntou, certa de que Taeyang não havia absorvido nenhuma de suas palavras sobre o grande evento programado para o fim do mês.

— Acho que seria legal você repetir mais uma vez — ele pediu, o sorriso encantador se insinuando no rosto.

Sentada diante da sua mesa de trabalho, excepcionalmente naquele sábado devido a aproximação da feira de automóveis, Na Na fingiu estar muito aborrecida com aquela distração toda e resumiu as informações esmiuçadas na última meia hora.

— A Feira de Automóveis anual está programada justamente para o seu último dia como CEO temporário, no final do mês. O P02 está praticamente pronto e enviaremos o protótipo para o salão três dias antes. A Wang S.A bonificou os organizadores e, como temos mais patrocinadores que as outras marcas, seremos o grande destaque da noite. O senhor Hansol quer todos nós lá… Os filhos, os acionistas, os investidores japoneses e os principais funcionários.

— Tudo bem… — o rapaz suspirou pesadamente, imaginando que deveria se preparar para aquele evento. Era certo que o pai o nomeasse para representar a empresa aos olhos de todos — É só isso? — perguntou esperançoso que o fim estivesse chegando.

— Não, espertinho — a namorada balançou o indicador, minando as expectativas do herdeiro e sacando um relatório escabrosamente imenso da gaveta ao lado — Leia tudo até o fim do mês.

Taeyang esticou a mão e pegou o amontoado de papéis já calculando quantas horas de namoro ele teria de subtrair para digerir o documento. Subitamente, não lhe pareceu tão maravilhoso estar como CEO do conglomerado naquele mês.

— É tudo sobre o novo modelo?

— Tudo que é importante para você saber. Eu pedi ajuda para seus irmãos, principalmente para Shin, e montei esse resumo com bastante cuidado. O documento original está sob sigilo, mas os detalhes essenciais continuam nessas páginas. Tome cuidado para não deixá-lo por aí…

— Esse é o resumo? — Taeyang indagou folheando as centenas de páginas. Não tinha nenhuma preguiça de estudar sobre seu trabalho, mas o prazo andava escasso até o dia da Feira — Ótimo! Quero aproveitar todos os momentos do mundo assim que a vez de Yun Mi como CEO chegar…

— Por onde anda o dedicado Taeyang, focado no trabalho em cem por cento do tempo? — Na Na perguntou provocadora.

— Ele se apaixonou… — concluiu, sedutor — E acha que poderia estar passando esse sábado de forma bem mais proveitosa.

O rapaz se inclinou sobre a mesa, apoiando os cotovelos na madeira, tencionando alcançar os lábios da mulher. Fora um dia de tortura, vendo-a pelo edifício inteiro sem poder tocá-la e, agora, diante de uma oportunidade real de privacidade, no fim do expediente, precisava senti-la.

As bocas mal chegaram a se encostar e Taeyang foi violentamente empurrado para longe, o corpo quase se desequilibrando na poltrona ao tombar para trás novamente, as rodinhas do objeto o levando um pouco para longe. De súbito, alguém entrara no escritório sem bater à porta, assustando o casal, principalmente Na Na.

— Ah, meu deus, me desculpem… — Eujin se virou para o corredor, constrangido por ter flagrado o irmão e a cunhada num momento íntimo.

A cor foi-se e voltou do rosto de Taeyang ao se dar conta de quem os havia flagrado. Embora fosse reservado em se expor aos olhos estrangeiros nesse tipo de situação, ele começou a rir de alívio por se tratar apenas de Eujin, enquanto Na Na não sabia se atirava-se pela janela ou saía correndo da sala.

— Foi mau, gente… — Eujin voltou a olhá-los, timidamente — Eu não sabia que… Eu dei algumas batidas na porta, mas ninguém respondeu…

— Não se preocupe, irmão. Ainda bem que era você — comentou o mais velho, se recompondo do empurrão da namorada e ajeitando-se na poltrona. Na Na, por sua vez, permanecia boquiaberta, como se a habilidade da fala tivesse lhe sido roubada. Taeyang expôs a verdade para ela — Ele sabe. Ele nos viu no restaurante aquele fim de semana… Esqueci de te avisar.

— Mas…

— Oi cunhada… — Eujin acenou sorridente, ainda encostado à porta. Pensou em fazer alguma piadinha envolvendo o fato dela ter voltado à família, porém se brecou em tempo. Ninguém merecia lembrar de Gun sem um bom motivo.

— Eu… Nós… — ela balbuciou, aérea — Como ele nos viu?

— Foi logo na entrada. Eu disse para meu irmão escolher uma cor menos chamativa para um carro. Azul royal é como andar com uma melancia no pescoço, ainda mais em um modelo como aquele — o mais jovem brincou, aproximando-se da mesa onde eles estavam — E não foram nada discretos enquanto rastejavam pelo restaurante… — brincou ainda mais antes de continuar — Ei, Na Na… Fique tranquila. O segredo de vocês morreu naquele restaurante. Minha boca é um túmulo!

— Eujin, eu e seu irmão… — ela, constrangida, começou a se justificar.

— Estão apaixonados desde que os dinossauros habitavam a Terra e agora estão finalmente dando chance a esse sentimento e namorando — completou desinteressado e emendou no assunto que o trouxe ali para afugentar de vez a vergonha da moça — Eu vim entregar aquela parte que você me pediu para complementar o relatório que nosso CEO vai ter que devorar.

— Mais papéis? — Taeyang murmurou para lá de desanimado.

— Agora prometo que acabou — a namorada admitiu e pegou o documento das mãos do herdeiro mais moço, entregando diretamente para ele.

— Acha que estou satisfeito de vir trabalhar no sábado? — Eujin perguntou ao irmão tentando parecer rabugento.

— Sinto muito por isso, Eujin — Na Na desculpou-se com o rapaz.

— Sabe uma coisa boa nisso tudo? — Eujin observou, radiante — Ainda bem que essa tal feira não estava programada para o meu mês, ou papai teria de assinar os documentos de emancipação com seu quinto filho.

— E essas são suas palavras finais de apoio para mim, Eujin? — o outro perguntou em tom ressentido, quase sarcástico.

— Não… Minhas palavras finais são: tranquem a porta, crianças.

Embora as maçãs de seu rosto estivessem rosadas, Na Na uniu-se aos dois Wang e também riu do valioso conselho ofertado pelo cunhado, não resistindo à expressão do rapaz com seus polegares estendidos em “okay” ao lado do sorriso mostrando todos os dentes.

Taeyang despediu-se dos outros dois, avisando que aproveitaria a quietude da empresa à noite para começar sua tarefa de estudo com as mais de oitocentas páginas do relatório. Era mais calmo estar em seu escritório, solitário, do que na Mansão da Lua, onde Yun Mi poderia recomeçar seus ataques de ira a qualquer instante. Os dias naquela casa não estavam sendo fáceis…

Uma caneta esferográfica em mãos, girando entre os dedos, e a cabeça absorta nos jargões técnicos que compunham a criação do P02, o herdeiro não se ateve quando a porta da sala de reuniões, ao fim do corredor, deslizou sutilmente de encontro a tranca mesmo que não houvesse nenhuma corrente de ar naquele andar.

Continuou mergulhado nas palavras, ansioso pela chegada do grande dia em que o esforço de todos seria convertido no lançamento do novo modelo. Gun poderia ter trazido alguém de fora para elaborar o motor – alguém que ele e Shin nutriam severas desconfianças – mas seria Taeyang quem estaria no comando durante a ocasião mais emblemática, a apresentação do carro na Feira de Automóveis.

As investigações acerca do tal engenheiro seguiam infrutíferas. Ao contrário, o motor confeccionado com a sua ajuda se provou muito além das expectativas dos demais e o próprio Hansol ficara muito empolgado durante a apresentação da peça. Temos o carro perfeito, fora sua orgulhosa frase, duas semanas atrás, na fábrica.

Naquele dia, Shin e Taeyang, capacete e óculos de segurança, como o restante dos irmãos e o corpo de acionistas, apenas se encararam brevemente, ambos acreditando que coisas boas não vinham gratuitamente quando a fonte era o outro irmão.

Uma passagem no texto se destacou para rapaz e ele tateou na gaveta em busca de seu marca-texto. Estava pegando o objeto, perdido em meio a outras bugigangas de papelaria, quando aquele barulho ecoou por todo o andar, assustando-o.

Com o coração ligeiramente disparado pelo susto, Taeyang se levantou de sua poltrona e caminhou, movimentos cautelosos, para a porta a fim de avistar lá fora. As luzes frias do corredor permaneciam acesas e as escrivaninhas das secretárias desertas.

— Tem alguém aí? — perguntou, executando meia dúzia de passos vacilantes naquela direção.

O local parecia ermo. Todos os funcionários haviam ido embora há mais de uma hora e os únicos na empresa, além do CEO, eram os dois homens da segurança que ficavam no térreo controlando a porta e as câmeras.

— Tem mais alguém por aqui? — ele repetiu, avançando entre as mesas. Observou as janelas e escotilhas das portas nas salas de reuniões e nos escritórios dos irmãos, escuros como breu.

Na mesa das secretárias, todos os computadores estavam desligados e as poltronas no lugar. Tudo em ordem, exceto por um lixo de ferro tombado por detrás do móvel em que a senhorita Song Rin Gi trabalhava. Desconfiado, ele se agachou e colocou o lixo vazio no lugar. Será que fora essa a origem do som? Se foi, por que e como caiu?

Ainda com a cabeça naquele mistério, Taeyang refez o percurso até seu escritório, pensando se deveria chamar a segurança para uma pequena vistoria no andar ou se deveria apenas aceitar que o objeto estava mal posicionado e cairia a qualquer momento. Estava cruzando a soleira da porta, distraído, quando um vulto jogou-se contra ele com força implacável.

Instintivamente, o herdeiro tentou proteger o rosto enquanto seu corpo perdia o equilíbrio e ganhava o chão. Caiu batendo o cotovelo, uma dor tremenda, como um choque, atingindo a protuberância óssea. Buscou ficar em pé para lutar, mas o intruso aplicou um chute muito forte contra seu abdômen, fazendo-o dobrar-se em dois e tombar para o lado.

— Quem… é você? — indagou assim que o ar retornou a seus pulmões e ele conseguiu articular. Tentou levantar o rosto, descobrir a face de seu agressor, contudo na baixa luz do escritório tudo o que viu foi uma sola de sapato esmagando seu rosto, quebrando seu nariz, e batendo sua cabeça num estrépito violento contra o chão laminado. Perdeu os sentidos naquele instante.

***

Na Na continuava impaciente. Havia passado muito tempo desde que ela jantara, tomara um banho e desejara boa noite aos pais, se recolhendo em seu próprio quarto, mas ainda sem conseguir dormir.

De minuto em minuto a moça dedicava um longo e aflito olhar para a tela do celular, conferindo se Taeyang visualizara suas diversas mensagens enviadas ao longo da noite. O relógio passava das onze e meia, e ele já deveria ter abandonado os estudos no escritório e estar em casa nesse horário.

Mais uma vez ela tentou ligar para o namorado e, mais uma vez, o número tocou até cair na caixa postal. No passado, com Gun, Na Na não se preocuparia com esse detalhe. Era habitual do seu ex-namorado ignorá-la descaradamente se não estava inclinado a conversar. Taeyang era diferente, ele jamais deixava de responder se não estivesse muito ocupado.

Sentindo uma agonia crescente no peito, a moça se sentou na cama e, sem retorno dele, resolveu agir de outro modo. Ligou para alguém que poderia ajudá-la a localizar o namorado, Eujin - mas Eujin havia enfiado o celular no bolso da calça e entrado numa balada barulhenta na companhia de Hye… Ouvir o celular tocando seria impossível em meio a tanto som alto e falatório.

Mais angustiada por ter sua segunda opção invalidada, ela deslizou o dedo pelos contatos do aparelho e achou que Jung poderia socorrê-la naquela tarefa sem fazer perguntas demais. O telefone do rapaz chamou até cair, e chamou até cair de novo, e ele não atendeu - Jung estava deitado em sua cama, os fones de ouvido do seu ipad altíssimos nas orelhas, escutando heavy metal ocidental, pensando nas curiosas caronas que vinha oferecendo para a amiga de Ha Jin e como estava gostando das conversas que geralmente aconteciam.

“Por que nenhum deles atende a porcaria do celular?” Na Na se questionou muito agitada, jogando o cobertor longe e saindo da cama de vez. Sua cabeça começou a trabalhar em mil possibilidades absurdas para que nenhum dos Wang respondesse suas chamadas. E então, como que num estalo, se lembrou que poderia tentar mais uma pessoa… Alguém que normalmente não se envolvia nos corriqueiros problemas daquela mansão.

Em apenas dois toques na tela, Shin já estava sendo solicitado do outro lado da cidade. O rapaz, que após passar boas horas com Ha Jin, retornava velozmente de moto pelas avenidas de Busan, sentiu o aparelho celular vibrar dentro do bolso da calça jeans insistentemente. Parando ao meio-fio, na primeira oportunidade que o trânsito lhe concedeu, retirou o capacete e atendeu a chamada.

— Alô?

Shin? Oi, é Kim Na Na.

Oh… oi senhorita Kim — saudou a prima de Ha Jin, surpreso. Eles apenas se falavam no horário comercial, na empresa.

Shin, você está em casa? — ela continuou dizendo informalmente, a voz atipicamente ansiosa.

Humm… a caminho… Por que?

Um suspiro tenso do outro lado da linha.

— Taeyang… Preciso falar com ele, é sobre a empresa, mas não consigo contactá-lo desde às oito horas da noite. Sabe me dizer se ele está em casa?

— Ligou para alguém na mansão, para descobrir?

Tentei Jung e Eujin, mas eles também não atendem por nada.

Ok… Olha, me dê alguns minutos que verifico para você e te ligo de volta.

Desconectando aquela chamada e sentindo que algo errado, de fato, vinha acontecendo, Shin habilmente discou para o número de Sun, que também não atendeu. O garoto estava aproveitando os últimos minutos antes da madrugada chegar para mergulhar em seus jogos eletrônicos, alheio a tudo ao seu redor, quando colocava o headseat no ouvido e se embrenhava em missões bélicas durante a Segunda Guerra Mundial.

“Para quê as pessoas tinham celular se não atendiam?” Shin se perguntou, irritado. Chegou a passar por sua cabeça ligar para algum outro irmão, mas Gun era fora de cogitação e Yun Mi faria perguntas demais no dia seguinte. O pai também poderia mais atrapalhar do que ajudar, se alarmado…

— Hin Hee? — tentou o número de alguém que ele sabia que nunca decepcionava.

Alô, quem…? Shin? — a voz sonolenta da governanta Nyeo veio a linha, porém se tornou imediatamente alerta a seguir — Shin, tudo bem? Houve algo com você?

Comigo não, está tudo bem, mas eu preciso de um favor urgente. Será que pode me ajudar a localizar Taeyang? Preciso perguntar algo para ele, mas não consigo falar no celular. Pode ver se o carro dele está por aí, ou se ele chegou?

Vou lá agora… — a governanta concordou sem delongas.

— Ligo daqui a pouco então…

Cinco minutos depois, a própria Nyeo retornou para ele trazendo a informação almejada.

Um dos carros dele não está na garagem. Liguei para a portaria e disseram que o senhor Taeyang não voltou desde de manhã, quando saiu para o trabalho…

— Muito obrigado, Hin Hee — Shin agradeceu retornando para Na Na imediatamente — Ele ainda não chegou em casa, senhorita Kim… — silêncio do outro lado — Tem algo acontecendo? Algo que eu possa ajudar?

É… Taeyang não costuma sumir desse jeito… Estou achando tudo muito estranho, sabe…

Shin pulou a parte das explicações desnecessárias e foi logo para o que interessava tão logo um caminhão barulhento percorreu a avenida inteira e o deixou escutar a linha novamente ao desaparecer depois da esquina:

— A última vez que vocês se viram… Ele estava na empresa?

— Isso…

— Certo. Estou indo para lá. Te retorno assim que tiver alguma notícia.

Apenas poucos minutos depois e o herdeiro Wang chegava diante do prédio da empresa de sua família. Estacionando a moto em frente à entrada principal, um pressentimento ruim e crescente no peito, identificou-se no interfone e pediu para os dois guardas do saguão abrirem a elegante porta de vidro para que entrasse.

— Senhor Wang — o guarda que ficava no balcão de informações veio recebê-lo — Há algo de errado com as portas da garagem?

— Não. Estou sem tempo para entrar por lá… Ainda há alguém no prédio? — Shin perguntou — Algum dos meus irmãos?

O guarda responsável pelas câmeras abriu a porta da sala de vigilância e, curioso, se uniu a Shin e ao colega de trabalho no luxuoso vestíbulo de vidro e mármore da empresa.

— O que houve, senhor?

— Meu irmão, Taeyang, ele ainda está no prédio?

Um funcionário olhou para outro, ambos confusos, e então o vigilante das câmeras respondeu:

— O senhor Taeyang permaneceu na empresa até mais tarde, mas o carro dele passou pelas câmeras do subsolo e abandonou o prédio já faz muitas horas…

Shin sacou seu celular e tentou ligar para o irmão mais novo pela enésima vez. Se Na Na estava desconfiada, ela que certamente conhecia mais de Taeyang que ele, se as suspeitas de Eujin e os sinais óbvios daquela noite estivessem certos, então algo não se encaixava na história. Como Shin havia se deslocada para a Wang S.A, não custava nada conferir.

— Vou subir para verificar o andar dos escritórios… — e encaminhou-se a passos rápidos para os elevadores.

— Eu acompanho o senhor — o guarda do balcão se prontificou e os dois subiram juntos para o último andar do edifício.

O funcionário das câmeras aproveitou o momento de solidão e, praguejando por estar tão desatento ao seu trabalho naquela noite, discutindo os gastos da festa de aniversário do primeiro ano de vida de sua filha com a esposa ao telefone, retornou para a sala verificando as gravações de mais cedo.

Nas câmeras instaladas nos corredores entre os escritórios, o homem observou que o outro rapaz Wang não aparecia em nenhuma das filmagens desde às sete e meia da noite, quando todas as filmagens daquele andar oscilaram por dois minutos inteiros antes de retornarem à posição habitual. Alternando para as filmagens da garagem, mais uma vez o fenômeno se repetia – a gravação saiu do ar no momento em que Taeyang deveria ter entrado em seu carro e deixado o prédio.

Muitos metros acima, Shin aguardava as portas do elevador se afastarem para averiguar o piso. A escuridão no ambiente chegou a sobressaltá-lo um pouco e o estalo das luzes de movimento do corredor principal acionando, uma a uma, conforme ele e o guarda caminhavam pelos espaços entre as mesas das secretárias não eram mais confortáveis que a falta de iluminação.

Dedicando uma espiada extremamente cismada para as salas escuras através das janelas nas portas, o guarda direcionava o facho de luz da lanterna em cada um dos locais e perguntava aos sussurros:

— O senhor acha que seu irmão pode estar por aqui ainda? Nós vimos o carro dele indo embora pela rua…

— Não sei… — comentou o herdeiro rebelde, concentrando sua atenção na porta do escritório de Taeyang, ao lado da de Gun, a única que estava escancarada.

Shin tocou no homem ao seu lado e, apenas utilizando gestos, pediu para ele não emitir nenhum som, mas acompanhá-lo cautelosamente naquela direção. A cada novo passo rumo ao local de trabalho de Taeyang, ele tinha mais certeza de que as suspeitas de Na Na tinham algum fundamento.

Hesitando no umbral, esticou o pescoço e colocou metade do tronco para frente, apurando a visão a fim de enxergar pela luz noturna proveniente da cidade na grande janela à frente, o que havia ali dentro.

A silhueta de alguém caído sobre o chão o sobressaltou. Com a mão espalmada, bateu no interruptor ao lado e descobriu o irmão mais novo inconsciente e muito machucado no rosto:

— Senhor Taeyang?! — o guarda exclamou primeiro.

Shin se agachou sobre o irmão e sua primeira ação foi buscar alguma pulsação no pescoço do outro rapaz.

— O que aconteceu com ele? — o outro homem continuava perguntando estupidamente.

O herdeiro Wang, alerta, constatando que o irmão respirava e tinha batimentos, apoiou a cabeça dele em sua perna e pegou o celular. Virando para o perplexo funcionário do edifício, ordenou:

— Ligue para a polícia… Agora!

— Si-sim senhor — o guarda acatou, correndo para o elevador.

Shin ainda agia no automático quando começou a ligar para o serviço de emergências e solicitar uma ambulância. Seus dedos tremiam um pouco durante a discagem, mas ele se concentrou na tarefa de ajudar Taeyang e não pensar no pior. Seu segundo telefonema foi para Na Na.

Kim Na Na sequer aguardou que o motorista do táxi providenciasse o troco da corrida e saiu do veículo, correndo angustiada para dentro do Hospital Universitário de Busan em busca de notícias sobre Taeyang. Esbaforida, debruçou-se sobre o balcão de informações onde uma atendente gentil lhe deu as instruções para chegar ao andar onde seu namorado estava recebendo tratamento.

Logo no corredor, diante das internações particulares, ela encontrou Shin, sentado solitariamente nas desconfortáveis cadeiras de hospital, debruçado sobre as pernas e brincando de passar seu celular de uma mão para a outra.

— Como ele está? — a moça chegou perguntando, desesperada demais para passar pelos cumprimentos formais.

Shin ergueu o rosto, reconhecendo-a, e desatou a informar:

— Acabaram de levar ele para fazer uma ressonância na cabeça, mas ele está bem. Começou a acordar na ambulância e até conversamos um pouco ao chegar aqui… Acho que foi apenas um susto…

— Mas como alguém se machuca assim? Ele se sentiu mal e bateu em algum móvel? Não estou entendendo…

— Sente-se aqui — Shin ofereceu o assento ao seu lado — Os médicos acabaram de levá-lo para o setor de Diagnóstico por Imagem… Vai demorar um pouco…

Relutante, Na Na que queria ver Taeyang naquele exato minuto, acompanhou a espera ao lado do outro Wang. O rapaz esperou alguns instantes enquanto uma enfermeira caminhava pelo corredor e se perdia em uma das muitas portas por lá, para revelar em tom reservado:

— Ele foi atacado.

— Atacado? — ela arregalou os olhos, chocada.

— É… Não perguntei muito. O médico disse para não ficar forçando, porque ele ainda pode estar em risco de concussão… — o rosto da moça continuou tenso, de forma que ele abrandou a informação — Mas eles estão fazendo exames para descartar isso agora, vai ficar tudo bem. De qualquer jeito, alguém entrou no prédio e partiu para cima de Taeyang… Parece que essa pessoa deixou o escritório com o carro dele, então os guardas não desconfiaram…

— E as câmeras de segurança?

— Pois é, boa pergunta — Shin suspirou sabendo que muita coisa ainda deveria ser respondida.

— Eu não entendo… Não tem dinheiro na empresa. Por que atacariam ele? Como entraram? Estariam atrás do que? Do carro…?

Shin também não possuía aquelas respostas, mas algo lhe dizia que a pessoa por trás daquilo não era um ladrão comum. O veículo ser levado poderia ser apenas o modo que o criminoso encontrou para despistar a patética segurança.

Na Na respirou pesadamente, fitando o corredor tranquilo do hospital  ponderando as novas informações fornecidas pelo cunhado, então, lembrando-se de algo tão importante quanto aquilo que acabara de escutar, virou-se para ele:

— Shin… Posso te chamar apenas de Shin?

— Não tenho nenhum problema com isso — ele permitiu de pronto.

— Obrigada por hoje… Atender o telefone, ouvir minhas desconfianças e seguir em frente… Essas coisas, entende?

— Sei sim — ele anuiu sorrindo calmamente — Ele é meu irmão também.

Taeyang estava sentado na cama de um dos quartos particulares mais caros do hospital, porém não dormia, portava o celular quando o irmão e Na Na entraram para visitá-lo após a bateria de exames. Enquanto a namorada olhava horrorizada para a massa disforme e arroxeada que se transformara seu nariz, o herdeiro desligava o aparelho com uma sensação inquietante no peito.

— Você deveria descansar — a moça pegou o celular da mão dele e jogou dentro da própria bolsa.

Taeyang riu em resposta à preocupação de Na Na, mas o gesto atiçou pontadas dolorosas no abdômen, no local onde ele levara o chute, fazendo-o parar no meio da ação.

— O que fizeram com o seu rosto? — ela tocou no queixo dele, avaliando os machucados na pele.

— O médico disse que estou bem… Por mim, ia embora para casa agora, mas eles querem me deixar aqui por vinte e quatro horas devido ao desmaio — reclamou.

Os olhos de Na Na se voltaram para ele cheios de lágrimas. Ela não estava achando aquela situação nada irreverente ou corriqueira, muito embora não fosse a primeira vez naquele semestre que ele machucava o rosto severamente. De repente, lembrou-se de como ele fora mentiroso ao dizer repetidas vezes que não a faria sofrer.

— Ei, eu estou legal, não fique triste. Estou novo em folha, já — piscou para a namorada, erguendo o braço e pegando nos dedos dela de leve.

Na Na tencionou abraçá-lo, mas lembrou-se que Shin também compartilhava o recinto e se afastou um pouco, sinalizando com os olhos para Taeyang disfarçar sua postura informal.

— Shin, eu te agradeci uma meia dúzia de vezes desde que recobrei a consciência, mas quero agradecer de novo… Obrigado.

— Não há de quê — Shin aceitou o pedido, sorrindo brevemente, em seguida observando a cidade enfrentando a madrugada plena através da janela — Eu concordo com Na Na, você não deve abusar da sua saúde, apenas fique bem. Bater a cabeça é coisa séria. Acho que ouviu falar do que aconteceu comigo uma vez, quando eu era criança…

— Vocês são muito mandões — Taeyang resmungou, se encostando nos travesseiros e bufando.

Na Na e Shin trocaram olhares cúmplices e sorriram com descontração.

— Tenho uma notícia perturbadora para compartilhar com os dois… — o rapaz mais novo comentou, quebrando o pacífico silêncio que havia se instalado por quase um minuto inteiro.

Seus ouvidos então escutaram a história apresentada por Taeyang. Ele acabara de ligar para a Wang S.A e solicitara aos guardas para averiguarem uma desconfiança que começara a martelar sua cabeça assim que acordara e recobrara o raciocínio. O relatório preparado por Na Na, e que ele estudava com afinco naquela noite, havia desaparecido do escritório.

— Vocês estão dizendo que Gun pode…? — a moça os questionou enquanto Shin e Taeyang levantavam possibilidades sobre a produção do veículo novo e a contratação repentina de um funcionário milagroso que resolveu a questão do motor em poucas semanas de trabalho.

— Estou preocupado…Tenho certeza apenas disso…

— Se esse relatório era tão importante, precisamos resguardar o projeto de alguma forma… Solicitar uma investigação formal sobre tudo que aconteceu nessa noite… Nosso pai precisa saber, Taeyang.

— Sim — o outro concordou, fatigado — Eu ainda não sei como eles não chegaram aqui. Papai é avisado sobre tudo o que acontece naquele edifício. A segurança em algum momento vai reportá-lo…

— Eles não contaram nada a meu pedido… Achei que vocês dois gostariam de se ver primeiro, talvez…

Na Na e Taeyang abaixaram a cabeça, levemente retraídos. Shin não queria ser óbvio, mas a coisa toda estava explícita demais para ele se fazer de ingênuo. Em seguida, disse:

— Acho que vou para casa comunicar o pessoal que você está aqui. Não vamos conseguir esconder esse ocorrido por muito mais tempo.

— Você tem razão — o mais novo concordou, passado o constrangimento — Na Na, nos falamos por telefone amanhã. Vá para casa descansar, eu estou bem. Seria arriscado minha mãe, minha irmã… meu pai até, verem você aqui no hospital.

Na Na, os olhos marejados de novo, não se controlou e abraçou o namorado com força, o pescoço enroscado no pescoço dele. Taeyang fitou o irmão por cima do ombro dela, que com um meneio de cabeça, sereno, afirmou:

— Serei discreto, fiquem tranquilos — saindo do quarto para dar um pouco de privacidade ao casal.

***


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Notas finais do capítulo

Glossário:

Concubina Oh - Nyeo Hin Hee
Hae Soo - Go Ha Jin
Hwangbo Yeon-hwa - Wang Yun Mi
Imperatriz Hwangbo - Woo Ah Ra
Ji Eun Tak (OC) - 4ª esposa de Wang Hansol
Khan Mi-Ok (OC)- amiga de Ha Jin
Lady Hae - Kim Na Na
Li Chang Ru (OC) - 1ª esposa de Wang Hansol
Park Soon-duk - Doh Hea
Park Soo-kyung - Doh Yoseob
Park Sun Hee (OC) - Esposa de Sook
Sung Ryung (OC) - empregada/amiga de Ha Jin
Taejo - Wang Hansol
Wang Baek Ah - Wang Eujin
Wang Eun - Wang Sun
Wang Yo - Wang Gun
Wang Ha Na - filha de Wang Sook
Wang Jung - Wang Jung
Wang Mu - Wang Sook
Wang So - Wang Shin
Wang Wook - Wang Taeyang
Yoon Min-joo - Imperatriz Yoo
Nahm Hye - Woo Hee