Moon Lovers: The Second Chance escrita por Van Vet, Andye


Capítulo 35
Bons Conselhos


Notas iniciais do capítulo

Como vai, meu povo? o/

Capítulo de hoje segue no mesmo teor que o anterior: mais light...
Vamos começar a nos preparar para as emoções que vem por aí, nas semanas futuras, mas por enquanto nossos personagens favoritos continuam estreitando laços e se descobrindo.

Olha, mais uma semana que nossos corações se encheram de alegria com tantos comentários. ESTAMOS EM ESTADO DE GRAÇA!! ♥ A animação foi tamanha pro lado de cá, que conseguimos adiantar vários capítulos essa semana. Ufa! :)

Ótima leitura e super beijo!



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— Ai! Ai! Minhas pernas estão me matando! — exclamou Ha Jin se arrastando tragicamente para dentro do alojamento dos funcionários, mais precisamente, para a cozinha.

Era quarta-feira, fim da tarde, e a governanta Nyeo se encontrava sentada solitariamente diante da bancada para refeições bebendo um chá que havia preparado para si, ao passo que a funcionária mais jovem se largava no banco oposto, esticando as duas pernas em cima da madeira. A Língua Bifurcada de Yun Min submetera toda a tapeçaria da mansão a uma limpeza minuciosa, mais uma vez em quinze dias, aquela neurótica compulsiva, e as tarefas comuns do dia tiveram de ser aceleradas para que tudo terminasse a tempo.

— Eu estou ficando velha, isso é fato — resmungou massageando os joelhos e arquejando ao próprio toque.

— Essa sua geração é molenga mesmo, não tenha dúvida — Nyeo espezinhou em vez de acariciar a autoestima de Ha Jin falando coisas boas como, por exemplo, sua impressionante cútis na iminência dos trinta anos.

— Agradeço o apoio, senhora — a garota esticou os braços sobre a mesa, deitando a cabeça no braço direito e fitando a colega de trabalho daquela posição.

— Você é muito dramática, Ha Jin — a mulher mais velha argumentou sorrindo bondosa para a mais nova, a seguir bebericou o fumegante chá, molhando a garganta para então relembrá-la — E já disse, pode falar informalmente comigo, me chamar de Hin Hee sempre que estivermos sozinhas.

— Eu sei, mas gosto de Nyeo… Gosto de me referir à senhora respeitosamente, sabe? — expôs seu ponto de vista, calmamente — Mesmo a senhora me chamando de molenga…

— Tudo bem, se assim preferir. Entretanto, eu me sinto sua amiga o suficiente para voltar a alertá-la sobre aquele velho assunto.

A garota dos joelhos doloridos se ergueu, endireitando a coluna sobre o banco, sentindo que a conversa tinha um teor mais sério.

— O que houve?

— Você sabe, Ha Jin. Você sabe… Sua intimidade com os herdeiros Wang me preocupa há tempos, ainda mais agora que sua prima não está mais envolvida com o senhor Gun… As coisas podem se tornam difíceis para o seu lado se a senhorita Yun Mi ou algum outro membro menos amigável da mansão resolver implicar com você.

— Eu trabalho lá dentro, não consigo fugir completamente deles — justificou-se mal e porcamente — Além do mais, tratá-los com descaso também poderá me prejudicar igualmente.

— E não é possível nem recusar-lhes um convite para passearem em conjunto fora do horário de serviço?

— Co-como? — ela arregalou os olhos enquanto ruborizava loucamente mediante ao comentário evidente de Nyeo — A senhora… Bem… É que…

— Não estou aqui para lhe apontar o dedo no rosto — Nyeo suspirou finalizando sua bebida e afastando a caneca vermelha de porcelana — Mas tenho algumas perguntas. Primeiro, gostaria de saber o quão dependente deste emprego está… Testemunhei uma boa garota sendo demitida cruelmente daqui porque deu confiança demais ao senhor Eujin. Foi feio, e ainda que eu não nutrisse metade do afeto que tenho por você, por ela, me senti arrasada.

— Estou bem, mas o que Eujin fez? — Ha Jin perguntou, incrédula.

— O “senhor” Eujin não fez nada. Ele só gostou dela e ela acabou sofrendo uma retaliação por isso, você já deve imaginar de quem — a governanta veterana concluiu, o famoso ar eficiente abalado por uma ruga de fadiga.

— E o que houve com Eujin… quer dizer, senhor Eujin? — a mais nova continuava interessada no desenrolar daquela trama.

— A vida dos filhos de Wang Hansol não sofrem abalos como as nossas, pessoas simplórias responsáveis por abastecer o papel higiênico de seus banheiros, esticar o lençol de suas camas ou salgar o molho de suas refeições. Somos tão invisíveis quanto descartáveis.

— Exceto Shin… — Ha Jin deixou escapar sem querer. Achou que havia falado aquilo na mente, contudo foi da sua boca grande que saiu o som exato daquela observação.

— O que nos leva a minha segunda pergunta — Nyeo emendou, nem sequer mudando a expressão facial no transcorrer — Por que ajudou o senhor Shin àquela noite, há mais de um mês, a se reintegrar à mesa junto aos irmãos?

A garota molhou os lábios, ensaiando na cabeça qual desculpa a sua perspicaz interlocutora aceitaria melhor. Vontade de ser honesta havia, porque nada sufocava mais Ha Jin do que negar e ocultar seus sentimentos por Shin, mas seria de uma imprudência tamanha revelar as verdades do seu coração, até mesmo para aquela mulher que ela tanto admirava.

— Eu tive pena, acho… — respondeu cabisbaixa.

— De todos os filhos de Hansol, o que você deve  ser mais cautelosa é com o senhor Shin — a governanta comentou numa voz diferente, misteriosa, quase apiedada. A outra ergueu a cabeça para encará-la enquanto prosseguia — Qualquer que seja o sentimento que estiver nascendo dentro do seu peito, pondere muito sobre ele antes de permitir que a emoção a leve para um caminho sem retorno.

Ha Jin, assustadoramente, compreendia cada frase lançada nas entrelinhas para dentro dos seus ouvidos pela mais velha. O espírito da concubina Oh avançara pelos séculos tão astuto quanto na dinastia Goryeo ou, numa hipótese mais angustiante, a jovem estava se tornando explícita quando próxima da reencarnação de So.

Ela não precisava ponderar, as convicções do seu coração eram certas. Hae Soo perdera muitos anos nesse dilema, se negando, se privando, tornando o momento fugaz e o desperdiçando em definitivo. Mesmo se desapontando, não vendo nenhuma reciprocidade real de Shin, Ha Jin não negaria a verdade dos seus sentimentos. Sabia que sofria muito mais se isso o fizesse.

— Obrigada pelos conselhos, governanta Nyeo — respondeu desviando o olhar novamente. A sinceridade latente em seus olhos a denunciaria — Tentarei segui-los.

— Ha Jin — Nyeo chamou-a para um sorriso franco — Preciso de alguém jovem para ir assumindo a tarefa pesada e nada é mais difícil atualmente do que encontrar alguém disposto… e comprometido. Entende minha preocupação?

— Isso que a senhora fez foi uma piada? — a garota riu, intrigada e encantada.

— Ora, eu não sou um robô, minha jovem — a outra fingiu aborrecimento se erguendo do banco — Aproveite seus quinze minutos de descanso e depois suba para a cozinha da mansão para começarmos a preparar o jantar.

— Quinze minutos? — Ha Jin exclamou escandalizada — Tenha piedade…

— Dez minutos e não se fala mais nisso

— DEZ? Não, voltemos a negociar sobre os quinze minutos — choramingou, esfregando as palmas das mãos frenética em súplica.

— Dez ou eu transformo em cinco — Nyeo atropelou os lamentos da outra, já se encaminhando para os jardins. Os muxoxos de Ha Jin incessantes ao fundo.

***

Não era mais sua primeira reunião, mas isso não impedia Eujin de se sentir extremamente apreensivo diante do corpo de acionistas, aquele bando de gente que respeitava cada palavra dita por seu pai como se fosse lei. Outros funcionários estavam presentes, além de alguns dos seus irmãos, e a única pessoa disposta a transmitir alguma tranquilidade para o rapaz era Shin.

O irmão mais velho o olhava com ratificação e carinho, emendando sempre que possível os argumentos do atual CEO para fazer suas ideias ganharam adesão dos demais. Shin normalmente ficaria taciturno diante de tais pessoas, Eujin sabia, mas se esforçava apenas para ajudá-lo.

Mais detalhes do novo carro da empresa, o P02, entravam na pauta daquela manhã. Eujin tivera de dedicar-se por muitas noites na primeira semana, varando a madrugada, para se inteirar dos pormenores do projeto. Parte disso, com certeza, era sua culpa. Foi displicente, para não dizer procrastinador, enquanto um membro passivo da diretoria, sobre todo o transcorrer do projeto.

Era fatigante ter de ler tantos detalhes dos relatórios e puxar na memória os termos técnicos referentes a sua graduação, para decifrar os parágrafos redigidos pelos dois outros irmãos, Taeyang e Gun, tão imersos em toda a criação. Também teve de contar com ajuda externa; Shin, ainda que não formado em nenhuma profissão, o auxiliava como podia, os dois trancafiados no quarto do herdeiro rebelde até a alta madrugada destrinchando a papelada.

Na empresa, Na Na, para a surpresa estarrecedora dele, muito mais mergulhada na concepção do P02, entregou outras dicas e explicou coisas que ele não era capaz de fazer por si só. Passou duas tardes inteiras com aquele novo e exausto CEO, esclarecendo centenas de dados dos documentos.

Eujin sentiu-se tentado a também abordar Taeyang, mas não sabia até onde poderia ir quando se tratava do discreto filho de Ah Ra. Eles mantinham uma ótima relação desde que Eujin se entendia por gente, contudo, uma barreira invisível parecia ter sido armada por Taeyang contra todos os irmãos, algo sutil, agravado nos últimos quatro anos, e muito bem delimitado.

Ele, entrementes, continuava seguindo em frente. Alguns erros, outros acertos, mas pisando em solo seguro. Após meia hora falando sem parar, a timidez por tão seleta plateia o abandonando, o CEO pegou o copo d’água sobre a mesa e molhou a garganta já seca. Depois, remexeu em sua pauta sobre a mesa e retornou, mirando em cada rosto interessado. “Quando estiver dizendo algo importante, olhe nos olhos” lembrou-se da famosa frase do pai.

Do canto direito da sala, Jo Han Rok, o engenheiro indicado por Gun, entrou no recinto e foi se sentar numa cadeira vaga ao fundo, próxima a Shin. Esse encarou o sujeito abertamente, como Taeyang também fizera, sentado à direita de Eujin, e então ambos retornaram a prestar atenção nas palavras do irmãos mais novo… Assim como aquele tal…

Jo Han Rok sacou um bloco de folhas e uma caneta de dentro do terno e começou a fazer anotações frenéticas, como se estivesse escrevendo palavra por palavra proferida por Eujin. Ele realmente não gostava daquele sujeito. Era verdade que trouxera avanço à produção do motor, antes empacada na fase decisiva, com suas visitações frequentes e seu trabalho intenso na fábrica, porém, havia algo errado tanto no aspecto quanto nos modos do homem.

Seu corpo era visivelmente musculoso por debaixo da roupa, seus olhos intensamente observadores e sua aura, cinzenta. Tudo isso poderia ser mera implicância, o jovem refletiu, se a origem do sujeito não tivesse vindo através de Gun. Gun, que por um sortilégio do destino, ou pelas atitudes, às vezes benquistas de Hansol, continuava no exterior, supervisionando os arranjos finais da nova filial, nos Estados Unidos, e terminando de montar o network por lá.

A hora do almoço chegou e, com ela, o fim da reunião. Acionistas e demais funcionários, levantaram-se de suas poltronas agradecendo a boa reunião do CEO em mandato e começaram a deixar a sala. Jo Han Rok escapuliu pela porta, como os outros, feito uma enguia besuntada no óleo, escorregadio aos olhos desconfiados de Eujin. Apenas Shin e Taeyang permaneceram na sala, terminando de guardar suas anotações calmamente. O herdeiro mais novo aproveitou a oportunidade – e a coragem – e achou por bem informar sobre sua primeira decisão radical como diretor executivo da Wang S.A., para os irmãos.

— A partir da próxima reunião não quero mais aquele engenheiro, o senhor Jo Han Rok, presente nas salas — comentou, reunindo seus papéis e desligando seu notebook particular.

Shin olhou para Taeyang. Taeyang olhou para Shin. Os dois pareciam em total sintonia e acordo pela decisão de Eujin.

— Também não foi com a cara dele? — Taeyang perguntou suavemente.

— Não é apenas isso… Há algo errado com aquele homem… — ponderou, pensativo.

Shin saiu de seu assento e aproximou-se dos irmãos, acercando-os cauteloso. Taeyang afastou-se para esquerda para permitir que este aderisse a roda formando um trio de especuladores.

— Eu concordo — disse Shin.

— Eu também, e aprovo — o outro mais velho balançou a cabeça positivamente — Aprendi muito cedo a não confiar em nada que venha de Gun. Esse Jo Han Rok é produto de Gun, e pode estar sondado… Com segundas intenções…

— Que segundas intenções? — Eujin quis saber.

— Sinceramente, não sei — Taeyang suspirou, olhando para o vazio — Seria estranho, devo confessar. Gun pode ter dezenas de defeitos, centenas eu diria, mas ele gosta da nossa empresa e tudo que remete a ela. Quem sabe… Bom, quem sabe esse tal não está espionando para ele? É uma ideia.

— Honestamente, não sou tão otimista quanto você, Taeyang — Shin objetou, a voz tranquila — Mas apoio vetar esse cara de tudo o que não lhe diz respeito. Ele deve se concentrar apenas no motor, não no resto todo.

Eujin absorveu atentamente as recomendações e teoria dos irmãos como se suas frases valessem ouro. Por fim, e sobre os semblantes assertivos deles, reiterou:

— Então está certo. Vou pedir para o departamento responsável enviar um e-mail para ele informando-o a se ater à fábrica e somente aparecer por aqui quando solicitado.

— Pode deixar, eu mesmo informo — Shin se ofereceu — Estou sempre na fábrica mesmo.

— Obrigado irmão, mas sou eu que devo fazer isso. Tenho de me responsabilizar por essa decisão já que estou no comando, não é assim que funciona? — Eujin sorriu fracamente para o outro, se vendo vencido por suas responsabilidades.

— É esse o espírito, irmãozinho — Taeyang tocou de leve no ombro de Eujin, sobressaltando-o e surpreendendo-o. Havia orgulho em seus olhos enquanto o cumprimentava.

***

Sun continuava remoendo a conversa que tivera com os irmãos mais velhos dias atrás. Ainda não se sentia seguro em ter de convidar Doh Hea para jantar - ou lanchar, como Shin sugeriu, mas não conseguia deixar de pensar na possibilidade de gostar daquela situação, e esse sentimento lhe causava estranhamento e certo desconforto. Não aceitava estar curioso sobre nada que envolvesse aquela garota.

A verdade era que Sun conhecia Hea desde que se entendia por gente. A garota sempre esteve presente em todos os momentos que ele forçava o cérebro a pensar. A proximidade dos pais sempre deu aos dois um convívio maior do que o que era necessário e desde aqueles tempos pueris, ele recordava da garota ao seu lado, o rodeando, o irritando.

Ela era irritante. Era isso.

Sempre vinha com histórias de lutas e jogos para ele, inclusive, foi ela que lhe apresentou alguns dos melhores jogos que ele conhecia, mas não era suficiente para suprimir sua chatice. Sun não gostava da forma como ela constantemente tinha uma resposta para tudo, como nunca, desde a infância, conseguia calá-la. Ela não se intimidava com nada e, por vezes, ele se sentia impotente diante de tanta confiança. Não gostava como ela parecia ser superior em tudo o que fazia, como se dava bem, se adaptava.

E tinha aquele sorriso dela. Não importa o que estivesse acontecendo, ela sempre sorria. Mesmo que houvesse um problema, mesmo que estivesse chateada, mesmo que ele a irritasse, não adiantava, ela sorria. Se ao menos fosse um pouquinho parecida com Midori… Ela sim era legal. Adoraria sair com ela, conhecê-la.

Mas não… Teria que sair com Doh irritante Hea.

Shin sugeriu um lanche e ele aceitou. Era bem menos formal e não lhe daria adubo para as vãs esperanças que alimentou a vida inteira. Quando ela iria entender que eles não têm nada a ver? Que ele não sente nada por ela além de irritabilidade com a sua presença?

O fato é que ainda não se sentia bem em realizar aquele convite. Sentia-se ansioso ao pensar nessa possibilidade, na possibilidade de estarem os dois juntos partilhando algo que não tinham em comum, mas como o irmão bem dissera, era um homem e precisava manter sua palavra.

— Precisa de algo, senhor Sun? — Ha Jin perguntou adentrando a sala de jogos onde ele, absorto em seus devaneios, segurava um dos controles observando a tela escura da TV.

— Ah... não — respondeu assustado pelo despertar súbito — Está tudo bem, não se preocupe.

— Não parece estar tudo bem, senhor Sun. Está com algum problema? Posso ajudar?                        

Sun olhou para Ha Jin e ponderou a possibilidade de ajuda. Sabia que a governanta conhecia bem aquela aposta e, talvez, como mulher, pudesse ajudar mais do que os irmãos.

— Ha Jin… — chamou enquanto a jovem organizava as almofadas da sala — Posso pedir um conselho?

— Conselho? — ela o olhou com curiosidade — Acredito que sim. No que poderia ajudar?

— Como você sabe... eu... — começou acanhado — Eu preciso sair com Doh Hea...

— Hmm...

— E não sei se quero...

— Entendo...

— Ela é uma garota irritante, não temos muito em comum... não sei como poderia ter um encontro legal com ela.

— Tem certeza que ela é uma garota irritante ou essa é a ideia que criou dela e se esforça em alimentar?

— Por que está falando isso? — “Por que todos estão falando isso?

— Você me pediu um conselho... Estou tentando entender a situação.

— Não sei por que Shin foi para aquela reunião...

— Senhor... a sensação que tenho é a de que você está exagerando um pouco... Acredito que terem apostado sobre a vida do irmão de vocês foi um erro, ainda mais errado foi o fato de terem envolvido a senhorita Doh Hea nisso, mas você não pode julgar dessa forma, sem conhecer o que ela tem a oferecer.

— Mas eu já conheço ela, desde meus seis anos… — pareceu enfadonho ao relembrar.

— Não... Você não a conhece. Quem você conhece é a Doh Hea que você criou. A garota que você vê por fora. Você não sabe nada sobre ela, sobre quem ela é, porque perdeu seu tempo projetando uma irritação sua sobre ela e não reconhece as qualidades que ela tem.

— E você a conhece, por acaso? — perguntou irritado, os braços cruzados.

— Não — desconversou percebendo que falara demais — Mas tenho certeza que deve haver muitas qualidades a serem descobertas… Das poucas vezes que a vi me pareceu tão adorável… Por que não tenta?

— Eu vou chamar Hea para sair… mas não estou tão esperançoso quando você — comentou entristecendo.

— Sun… — ela o tratou informalmente, chamando a atenção do rapaz enquanto se aproximava dele. Seu tom era carinhoso — Eu entendo que esteja preocupado com tudo isso, afinal, é uma aposta e você, aparentemente, não demonstra interesse por ela… Mas não fique se pressionando assim, apenas seja sincero. Faça um convite amigável, diga que quer apenas uma trégua com ela e nada de mais. Nesse meio tempo, se permita observar as qualidades acima daquilo que considera defeitos. Eu tenho certeza que será agradável se você for livre de suas armaduras…

— Você parece sempre tão sábia… — pontuou encantado.

— É que já vivi bastante… — recordou.

— Como? Você é um pouco mais velha que eu, apenas.

— Eu sei… — ela o olhou amável — Mas já vi mais coisas do que você poderia imaginar. Presenciei pessoas perdendo oportunidades por não aceitarem a felicidade diante de seus olhos… Por se prenderem em sentimentos vãos e não se darem conta do real sentido da vida foram impedidos de vivenciar tantos momentos felizes… E por perderem muito tempo, não foram capazes de serem felizes como mereciam ser… É muito triste não aproveitar intensamente o que a vida nos proporciona, Eun…

— Eun…? Quem é Eun? — Sun perguntou confuso, observando a governanta com uma ruga de estranhamento no meio da testa.

— Ah… Sun… Senhor, desculpe… — ela acordou de seus pensamentos se dando conta do que fizera — Eun… É um primo meu que tem a sua idade. Tive uma conversa parecida com essa faz pouco tempo com ele e acho que confundi, me desculpe.

— Tudo bem, é normal — o rapaz estava espantado com o nervosismo da moça.

— Oh, sim… Obrigada! — agradeceu com suas vênias impetuosas — Muito obrigada.

— Ha Jin — Sun a segurou pelos braços olhando fixamente para seus olhos — Está tudo bem, de verdade.

— Sim… Obrigada!

— Eu que agradeço — ele falou quando achou prudente soltá-la — Obrigado pelos conselhos.

— Pode me procurar sempre que precisar, senhor. Será um prazer fazer algo por você.

— Obrigado.

— Se não precisar mais de mim, já vou…

— Claro…

A governanta, agora aparentemente mais tranquila, olhou para o jovem com um sorriso leve e o cumprimentou antes de dirigir-se à saída. Antes de cruzar a porta para o corredor, ouviu o patrão a solicitar novamente.

— Ha Jin… Eu sei que fui meio irritante com você algumas vezes e te tratei mal… Me desculpe, você é uma garota legal.

— Obrigada senhor.

— Só mais uma coisa…

— O que?

— Por favor, não me chame de senhor… Me dá uma sensação esquisita quando escuto esse tratamento vindo de você — ele parecia tímido enquanto falava — Gostei bem mais de ser chamado de Sun… Pode continuar me tratando informalmente, afinal, você também é mais velha que eu…

— Sim… Me lembrarei disso — e, com um sorriso cúmplice, se despediram.


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Notas finais do capítulo

Glossário:

Concubina Oh - Nyeo Hin Hee
Hae Soo - Go Ha Jin
Hwangbo Yeon-hwa - Wang Yun Mi
Imperatriz Hwangbo - Woo Ah Ra
Ji Eun Tak (OC) - 4ª esposa de Wang Hansol
Khan Mi-Ok (OC)- amiga de Ha Jin
Lady Hae - Kim Na Na
Li Chang Ru (OC) - 1ª esposa de Wang Hansol
Park Soon-duk - Doh Hea
Park Soo-kyung - Doh Yoseob
Park Sun Hee (OC) - Esposa de Sook
Sung Ryung (OC) - empregada/amiga de Ha Jin
Taejo - Wang Hansol
Wang Baek Ah - Wang Eujin
Wang Eun - Wang Sun
Wang Yo - Wang Gun
Wang Ha Na - filha de Wang Sook
Wang Jung - Wang Jung
Wang Mu - Wang Sook
Wang So - Wang Shin
Wang Wook - Wang Taeyang
Yoon Min-joo - Imperatriz Yoo

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