Mudanças Confusões da Mente escrita por Nathy Oliveira


Capítulo 5
Capítulo 5 - Um Pedido Inesperado




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- Ei Neji-kun, porque você não me leva pra comer um rámen? – perguntava Hanabi, que desde que saíra do hospital com Neji, Naruto e Shino, tentava desesperadamente chamar a atenção de Neji, que andava distraidamente.

- Não.

Neji ainda não se conformava com o fato de que Hinata saíra com Kiba. Como ela pôde? Aquela não era a Hinata que ele conhecia. Porque se fosse, ela jamais teria aceitado. Teria gaguejado e recusado na hora, usando alguma desculpa pra não sair com seu companheiro de equipe.

“O que aconteceu com Hinata-sama? Ela realmente cresceu, ficou mais bonita. Mas ainda não entendo porque ela aceitou o convite de Kiba. Será que ela gosta dele? Afinal, estão na mesma equipe há um bom tempo, tempo mais que suficiente pra eles terem algo... Não! Ela não pode! Ele é de outro clã e Hiashi-sama jamais permitiria! E eu gosto tanto dela... Finalmente descobri porque que fico nervoso toda vez que falam dela, porque toda vez que aquele maldito Inuzuka a chama de Hina-chan meu sangue ferve... É porque gosto dela... Mas não deveria, porque ela é uma Souke! É contra as regras do clã. E de qualquer forma, ela não gosta de mim. Sou apenas o nii-san dela. Como eu queria não ter nascido nesse clã, ou pelo menos ser um Souke..”

 

- Ei Hanabi-chan, eu te levo se você quiser. Estou com muita saudade do rámen do Ichiraku... – Disse Naruto, que passava a mão na barriga e seguia Hanabi com o olhar. Desde que ele saíra da vila para treinar, ela havia crescido muito. Estava muito parecida com Hinata, exceto pela cor dos cabelos e seu olhar mais maduro. Estava muito bonita, fato que não passou despercebido a Naruto.

- Vamos sim Naruto-kun. Shino-kun, você vai junto? “Eu é que não viu ficar sozinha com esse menino-raposa”

- Hai, não tenho mais nada pra fazer.

E os três foram em direção ao Ichiraku Rámen, com Naruto à frente, cantarolando “Eu vou, eu vou, comer rámen agora eu vou!”

 

Neji havia ficado ali, parado, observando os três irem embora. Por um momento pensou em segui-los, mas mudou de idéia rapidamente. Pensou em procurar Tenten e levá-la para a mesma lanchonete que Kiba levou Hinata, para ver o que eles fariam, mas desistiu na mesma hora; ela provavelmente estaria com Lee e ele sequer sabia em que lanchonete Kiba havia levado Hinata...

O que faria?

Enquanto pensava, Neji voltava ao clã, muito desanimado.

 

- Neji! Onde está Hinata?

- Em uma lanchonete com o Inuzuka Kiba. – disse Neji, de muito mal-humor.

- Inuzuka? Mas, o que ela está fazendo lá? Ela deveria ter voltado pra estudar com você!

- Eu sei, Hiashi-sama. Acontece que aquele Inuzuka a chamou e ela aceitou.

- E ela saiu de lá com a roupa de treino que usava quando desmaiou? – Hiashi estava estranhando o fato de sua filha não ter voltado nem pra trocar de roupa.

- Não. Está com... O kimono!

- O quê?

- Mais tarde eu explico Hiashi-sama! Tenho que encontrá-la o mais rápido possível!

E com isso Neji saiu correndo em direção à lanchonete.

- Cada dia que passa eu entendo menos esses jovens...

 

[Na lanchonete...]

Kiba estava tão deslumbrado com o fato de Hinata ter aceitado seu convite, que nem havia reparado que todos na rua a olhavam, pois seu kimono era muito pequeno e ela era a Hyuuga Herdeira.

Chegaram à lanchonete e Kiba levou-a até um banco que ficava bem no fundo do lugar, afastado de tudo e todos.

Pediram dois chocolates-quentes e ficaram sentados, um de frente para o outro, por opção de Hinata.

- E então Hina-chan, o que aconteceu naquele dia em que o seu priminho irritante chegou e te levou embora? – Kiba falava de Neji com desdém, fato este que muito irritava Hinata.

- Ele não é irritante Kiba-kun, só estava me protegendo e lembrando-me de minhas obrigações.

- Protegendo-a de quem? De Akamaru?

Só então que Hinata percebeu que o Inuzuka não estava acompanhado do cão. Ele nunca saía sem Akamaru.

- Não sei ao certo. Acho que o nii-san tem medo que eu me machuque, sei lá.

- Ele não é seu irmão. Então porque você o chama de nii-san?

A voz de Kiba transparecia ciúmes, raiva e um pouco de inveja...

“O que é isso? Kiba-kun com ciúmes do Neji nii-san? Porque será?”

­- Eu o chamo assim porque é uma forma de respeitá-lo, e meio que dizer que gosto dele, que ele não precisa me odiar...

- Ah, o Chunnin Shiken né?

- É… Kiba-kun, vamos mudar de assunto? – Toda essa conversa sobre Neji estava deixando Hinata com um mal pressentimento...

- Hai. Sobre o que você quer falar?

- Como tem sido os treinos com os outros shinobis? “Ai não... Porque fui falar de treino??”

- Têm sido bons... Não é nada comparado aos treinos em que você está junto mas...

- Como assim? – Hinata não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando...

- O chocolate de vocês... – disse a garçonete, colocando dois copos na mesa, um na frente de Kiba, e o outro de Hinata.

- Arigatou... – falou Hinata.

- Obrigado. – disse Kiba a contra gosto. – E então Hina-chan?

- O que? – disse Hinata aos tomar um longo gole de seu chocolate.

- Como têm sido os seus treinos?

- Bem... Até agora só treinei uma vez... “Ele não havia concordado em não falar do Neji??”

- Humm...

- Kiba-kun, você ainda não me respondeu. Porque os treinos são diferentes quando eu estou lá?

- É que você é tão bonita, que eu sequer consigo prestar atenção no treino, mas consigo treinar. E quando você não está, a única coisa que consigo pensar é que você está lá, no seu clã, com aquele Hyuuga metido a besta, treinando! – Kiba gesticulava feito louco enquanto falava.

- Kiba-kun...

- Hina-chan, o que eu quero dizer é que eu gosto de você. Pronto! Falei...

- ... – Hinata sentiu seu rosto queimar e corar.

- Hina-chan, quer namorar comigo?

 

 OoOºOoO

 

Neji corria feito louco por toda Konoha. Isso já estava se tornado parte de sua rotina, em menos de quatro dias ele já havia feito isso algumas vezes, e motivo era sempre o mesmo: Hyuuga Hinata.

Ele não sabia em qual lanchonete Kiba a havia levado, mas como só havia três lanchonetes em Konoha que serviam chocolate-quente, não teve muito trabalho. A primeira estava fechada por motivos não explicados. A segunda era mais voltada pra casais e Neji imaginou que eles não estariam lá. Foi direto na 3ª lanchonete e não os encontrou.

“Se aquele Inuzuka levou a Hinata-sama pra lá, eu o mato!”

Neji já estava bufando de raiva. Não era possível que Kiba tivesse levado Hinata para aquela lanchonete...

Encontrou a lanchonete e antes de entrar, tentou se acalmar, sem sucesso. Entrou e procurou Kiba e Hinata nas mesas principais, mas não os achou.

“Não, ele não pode ter levado ela para as mesas reservadas!”

Neji, agora, temia perder Hinata para Kiba. Agora, que finalmente identificara seus sentimentos, mais do que nunca protegeria Hinata. Não apenas por ser sua obrigação, mas também por amá-la.

E essa proteção incluía não permitir nenhum tipo de aproximação entre Kiba e sua prima.

Foi seguindo mais pro fundo da lanchonete, que estava lotada, e encontrou, na mesa mais afastada, Kiba gesticulando feito louco e Hinata concentrada em seu copo.

 “Ele com certeza disse algo que a deixou encabulada pra ela estar assim. Ela só faz isso quando quer esconder sua face, pra que ninguém perceba que está corada ou chorando. Inuzuka, eu ainda te mato!”

Neji foi se aproximando bem devagar, de forma a surpreendê-los, e conseguir ouvir o Kiba falava.

Pena que Neji chegou na hora errada... Ou talvez na hora certa...

- Hina-chan, quer namorar comigo?

 

- Ki-kiba-kun...

- Hinata-sama, levante-se imediatamente e me acompanhe até o clã. Hiashi-sama a espera para o jantar.

A raiva de Neji era tanta que, se houvesse um termômetro para medi-la, ele com certeza estouraria.

- O que faz aqui Hyuuga? Já não basta atrapalhar o nosso treino e agora você quer também atrapalhar o meu encontro com a Hina-chan?

- Ah... Eu jurava que você apenas queria levá-la pra tomar um chocolate... Agora vejo que você não quer apenas o chocolate... – Neji falava baixo, para não chamar a atenção dos outros clientes da lanchonete e constranger ainda mais Hinata. 

- Claro que quero o chocolate! E o que eu quero com Hinata-chan não é do seu interesse! – Kiba, frustrando total e completamente o plano de Neji de falar baixo, gritava feito louco.

Todos na lanchonete pararam para olhar à discussão dos jovens shinobis. Assustaram-se ao ver Hyuuga Hinata entrando embaixo da mesa e Hyuuga Neji discutindo com Inuzuka Kiba, mas ninguém ousou chegar perto, com medo que um dos dois usasse algum jutsu.

Hinata, muito assustada, sentou-se embaixo da mesa e começou a chorar, coisa que não fazia desde os 12 anos de idade.

- Como não é do meu interesse? Por acaso se esqueceu de que é meu dever proteger Hinata-sama? – Neji usava um tom de voz sarcástico, que causava arrepios em Kiba.

- Proteger de quem? Eu não represento mal algum à Hinata-chan! Ela deveria ter outro protetor, afinal, que vai protegê-la de você?

“O quê? Como se eu fosse causar algum mal à Hinata-sama!”

- Sabe de uma coisa Inuzuka? Realmente deveria haver alguém para proteger Hinata-sama de mim... Vai que eu tento agarrá-la no meio de uma lanchonete né? Mas, peraí, não é você que decide isso.. Então, não se intrometa com o meu clã! Hinata-sama, levante-se por favor. Vamos retornar ao clã. – disse Neji, olhando sua prima no chão. Vê-la chorando daquele jeito partia seu coração.

- Você não vai levá-la a lugar algum! Eu nem terminei de conversar com ela! Hinata-chan me responda, por favor!  - Kiba agora suplicava.

- Agora não Kiba-kun, por favor. – Hinata chorava muito e tremia como se estivesse tendo uma convulsão.

- Vamos Hinata-sama?

- Não!

Hinata saiu correndo da lanchonete, com todos na rua a olhando por causa de sua roupa. Cansada de ser observada, adentrou na floresta, onde seguiu até a sua cachoeira e lá ficou, até Neji aparecer.

Kiba, que ficara na lanchonete sozinho depois que Neji saiu atrás de Hinata, não teve outra escolha senão pagar a conta e ir embora.

 

- Nii-san, eu sei que você está aí. Não esqueça que também tenho Byakugan. – Disse Hinata, de repente, soluçando baixo.

- Gomen Hinata-sama. Achei que seria melhor não aparecer...

- Seria melhor, mas também não seria legal ficar me espionando. – retrucou Hinata, colocando ênfase no espionando.

- Erh... o que foi Hinata-sama? Sei que não está assim por causa do que aconteceu na lanchonete e sei também que está tentando me evitar. – Tá, esse foi um chute no nada... Mas que Neji tinha quase certeza de que acertaria em algo.

- Eu não estou tentando te evitar! – Hinata imediatamente olhou para Neji, ato de que se arrependeu logo depois, pois lembrou-se da cena no dojo, ficando extremamente corada...

- Sabe, eu acho essa cachoeira muito bonita... – Neji tentou disfarçar olhando para a cachoeira, pois ao olhar Hinata, também lembrou-se do dojo.

- Sim... Eu sempre gostei daqui... É tão...calmo...

- Realmente. Quer dizer que você já havia vindo aqui antes, Hinata-sama?

- Hai. Sempre que acontece alguma coisa ruim, ou alguma coisa que me entristece, venho aqui...

Neji aproximou-se lentamente de Hinata, sentando-se ao seu lado na cachoeira.

Ficaram conversando por um bom tempo, relembrando a infância, os tempos de academia, algumas missões...

 

- Hinata-sama... – disse Neji, levantando-se – Acho que devemos voltar. Já está ficando tarde.

- Bem... Você está certo nii-san...

Hinata, ao levantar, se desequilibrou e, se Neji não a tivesse enlaçado pela cintura, teria caído na água fria da cachoeira.

- A-arigatou Neji nii-san... – Disse Hinata, com o rosto tão vermelho quanto um pimentão.

- Não há de quê.

Neji pulou na margem do lago, soltando Hinata e indo em direção à saída da floresta, para voltar ao clã. Surpreendeu-se ao ouvir Hinata dizer:

- Nii-san, vamos apostar corrida até o clã? Não fazemos isso desde que éramos bem pequenos...

- Hai. Será como um treino então. Você deve chegar antes de mim, ou pelo menos junto. Caso você fique cansada, me avise, ok?

Com um aceno de cabeça, Neji e Hinata começaram a correr lado a lado com uma velocidade incrível, típica de um ninja.

Neji estava pasmo com sua prima.

 “Como isso é possível? Ela praticamente acaba de sair do hospital, está com um fôlego enorme e ainda é capaz de me acompanhar?”

“Hun? Porque o nii-san está me encarando? É melhor eu me concentrar mais...”

E assim seguiram, até a porta do clã, lado a lado.

Ao chegar no portão principal, Neji e Hinata estavam sem fôlego nenhum e muito cansados.

- Hi..nata-sama, é me...lhor es...perar...mos um pou..co antes de en..trar.

- Concordo...

Ficaram uns dois minutos parados no portão, até recuperar o fôlego. Logo em seguida entraram indo direto para seus quartos, onde tomaram banho e logo em seguida desceram até a cozinha, onde jantariam.

A janta transcorreu de forma normal. Hanabi, como sempre, não parou de falar um segundo sequer e, para a felicidade de Hinata, não comentou nada sobre o mini kimono e a “saída” com Kiba.

Hinata, que pretendia estudar um pouco a história do clã antes de ir dormir, foi até a biblioteca. Neji seguiu-a.

 

- Nii-san, o que quer?

- Nada... – Neji sentou-se de frente para Hinata, que estava sentada no chão, apoiada em uma poltrona, com um monte de pergaminhos em volta, um caderno ao seu lado junto com um monte de canetas coloridas.

- Tem certeza? – Hinata estava estranhando a atitude do primo. Ele nunca fora assim com ela, tão..carinhoso...

- Hai...Certeza absoluta! ”Chikuso! Eu não posso ficar corado, não na frente de Hinata-sama!

- Hum... Então poderia por favor me deixar ler esse pergaminho em paz?? – Hinata queria muito rir naquele momento. Ver Neji corado não acontecia com freqüência...

- Claro. Eu tinha quer ler um pergaminho também...

Neji tentava de todas as formas possíveis controlar sua vontade de abraçar Hinata e nunca mais soltá-la. Havia ficado com muita raiva do Inuzuka e queria, à todo custo, descobrir se Hinata gostava dele.

- Hinata-sama, sabe onde está o pergaminho da genealogia Hyuuga?

- Hai nii-san. Está na minha mão.

- Oh... Tudo bem, eu procuro outro.

- Não! Se não houver problema, você pode ler comigo... – Enquanto falava, Hinata batia os indicadores.

- Não há problema nenhum... Mas é que..

 - Hina nee-chan! O tou-san está te chamando e ao Neji-kun também!! – gritou Hanabi, da porta da biblioteca.

- Vamos Hinata-sama?

- Sim...

Eles se levantaram e foram até o escritório de Hiashi. Hinata bateu de leve na porta e quando seu pai autorizou, adentrou no cômodo. Surpreendeu-se ao ver seu pai com uma expressão séria, afinal, nos últimos dias ele estava tão alegre...

- Neji e Hinata... A Godaime pediu que vocês fossem o mais rápido possível no escritório dela... Acabei de receber essa carta dela e pelo que li é algo sério.

Neji pegou a carta da mão de seu tio e leu, em silêncio, assustando com o teor da carta. Nela, a Hokage pedia que Neji e Hinata fossem enviados com urgência a seu escritório, preferencialmente na próxima meia hora.

- Hiashi-sama, não entendo. O que está acontecendo?

- Não faço a menor idéia Neji, mas é bom vocês irem logo.

- Hai.

 

E assim foram os dois, seguindo apressadamente até o escritório de Tsunade.


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