Mudanças Confusões da Mente escrita por Nathy Oliveira


Capítulo 1
Capítulo 1 - O início de uma história




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Amanhecia em Konoha.

Lentamente todos os seus moradores, civis e shinobis, saíam de suas casas.

A Godaime Hokage, Tsunade, estava reclamando da quantidade de formulários que sua assistente Shizune lhe entregava, como sempre.

Os novos Jounins da vila, Shikamaru e Neji, iam em direção aos campos de treinamento para o seu treino matinal.

Os chunnins candidatos a Jounin, Sakura, Hinata, Ino, Chouji, Kiba, Shino, Lee e Tenten, faziam o mesmo, com a diferença de que treinavam especialmente para o torneio que aconteceria em Konoha, torneio este que os tornaria Jounins.

As crianças seguiam em direção à academia ninja, onde Iruka ainda ensinava, embora fosse jounin agora.

Os genins iam de encontro aos seus senseis. Os demais chunnins iam encontrar os líderes de suas equipes.

Tudo estava muito calmo desde a fuga de Sasuke e a saída de Naruto para treinar novamente com Jiraya.

 

- Ai Sakura... Eu fico pensando, se o Sasuke-kun não tivesse fugido, ele estaria conosco indo treinar... – pensava Ino, que desde a fuga de Sasuke, estava bastante amiga da kunoichi de cabelos rosados.

- É Ino, mas também, se ele não tivesse fugido, nós não estaríamos aqui conversando calmamente... – respondeu Sakura, que sentia muita saudade de Sasuke, afinal, ele havia sido seu grande amor. Entretanto, ela preferia assim, pois agora estava amiga da loirinha e de muitos outros shinobis que antes não falavam muito com ela por causa de sua fixação no Uchiha.

- É bom pararmos de conversar e irmos treinar antes que o fogo da juventude se acabe! – disse Lee, olhando Tenten com olhos galantes.

Desde a fuga de Sasuke, Lee percebeu que não gostava mais de Sakura. Aquela paixão havia sido apenas uma paixonite juvenil e que na realidade, o que ele queria mesmo, era alguma forma de rivalidade com o Uchiha.

- É verdade, deveríamos estar treinando já. Se quisermos mesmo nos tornar jounins, temos que treinar duro. – Disse Hinata.

De todos os presentes no grupo, ela foi a que mais amadureceu. Parou de gaguejar (exceto na presença de Neji), tornou-se uma ótima líder, uma bela kunoichi e o principal: uma futura medinin muito competente.

- É, a Hina-chan tem razão, vamos parar aqui e treinar! – disse Kiba, acompanhado por um latido de Akamaru. Este ainda não perdera a mania de querer ser o líder.

- Ah... Mas eu nem terminei as minhas batatinhas.... – Bem... não vou nem dizer quem é..

- Deixe de ser fominha e vá treinar Chouji, nós temos que nos tornar jounin! – repreendeu Tenten. Esta ainda usava seus coques, mas estava muito mais bonita e usava roupas diferentes.

- Vamos treinar. – falou Shino.

 

Eles começaram a treinar duramente. Lee, como sempre, exagerou no treino fazendo 2000 flexões e 500 abdominais. Hinata, Sakura e Ino treinavam alguns ninjutsus médicos que a Haruno havia aprendido com Tsunade.

Kiba e Shino treinavam com Akamaru, que estava muito grande e muito mais forte.

Tenten treinava sua pontaria com Chouji, já que este ficara sozinho na divisão de grupos de treino.

Passaram a manhã inteira treinando, sem parar pra nada, até que...

 

- Hinata-sama, o que faz aqui? Você não deveria estar no clã treinando com Hiashi-sama? – disse Neji com seu tom frio e rude, tom que só usava quando falava ou se referia à Hinata.

- M-m-mas N-Ne-ji nii-san...

- Nada de “mas nii-san”, volte agora para o clã. Você sabe muito bem que só deve treinar fora do clã quando estiver apenas com sua equipe. – Neji olhou-a de forma repreendedora e seu tom de voz era de dar medo.

- Acontece que a “equipe” da Hina-chan está aqui, Hyuuga. – disse Kiba. Ele odiava quando Neji tratava Hinata desta forma. Quem era ele pra falar assim? Hinata já tinha idade suficiente para se cuidar sozinha.

- Sério Inuzuka? Nem tinha reparado... Acho que é porque você ainda não havia feito nenhum escândalo. – Disse Neji, dando um queimão no Inuzuka, do qual não gostava nem um pouco. Quem era ele pra ter intimidade desse tipo com Hinata? “Hina-chan”. Desde quando chamava ela assim?

 

- Hinata-sama, não tenho todo o tempo do mundo. Ou vem comigo por bem, ou a pegarei a força e a levarei da mesma forma.

- H-hai nii-san... Ja ne... – disse Hinata, olhando tristemente para seus amigos. Não entendia o porquê deste tratamento que recebia de Neji. Ela nunca lhe fez nada de mau, pelo contrário, era sempre ele quem cometia os erros... Mas mesmo assim, por quê?

 

Neji, sem se despedir de ninguém, virou as costas e saiu, sendo seguido por uma Hinata relutante que desejava ser tratada de forma diferente.

Quando chegaram ao clã, Neji deixou Hinata na sala e seguiu para seu quarto, onde adentrou no banheiro (era tipo suíte) e tomou um banho quente e bem demorado. Queria esquecer os problemas do dia...

“Porque que toda vez que estou próximo à Hinata-sama fico assim, agressivo, rude...? Porque sempre sou ignorante com ela? Ela é um anjo de doçura e eu sempre sou assim, ríspido... Doushite? Como eu queria ser diferente com ela.. Mas, espere aí Neji, o que você está pensando? Você é apenas um bunke e deve protegê-la só porque é sua obrigação! Mas ouvir aquele maldito Inuzuka chamando-a de Hina-chan... me deu uma raiva...”

Era isso que se passava na mente de Neji, enquanto banhava-se. Sua mente estava mais confusa do que nunca. Há pouco tempo ele passou a sentir algo por Hinata, algo que nunca sentiu por ninguém, nem mesmo por Tenten que sempre nutriu um amor platônico por ele. Mas por ser um bunke e primo dela, decidiu reprimir esse sentimento, seja ele qual for.

 

Hinata, ao ser deixada na sala por seu primo, sentiu uma vontade incontrolável de chorar e, para que isso não acontecesse na presença de ninguém, correu para seu quarto. Ao entrar no quarto, viu seu diário em cima de seu travesseiro, da mesma forma que o havia deixado antes de sair para encontrar seus amigos. Abriu-o e começou a ler desde a primeira folha, que datava de seu aniversário de 3 anos, data em que ganhou o diário e conheceu Neji...

 

Trecho do diário

“Querido diário,

Hoje é meu aniversário de 3 anos e eu acabo de te ganhar de minha kaa-san. Agora a pouco o too-san me levou ao quintal, coisa que ele nunca faz. Levou-me até aquele portão enorme que me assusta. Lá tinha um outro too-san que não era o too-san e um menininho um pouco maior que eu. Os dois too-san começaram a conversar e me deixaram com aquele menino. Descobri que o nome dele é Neji e é meu primo...  E o “outro too-san” é chichiue dele. Isso é confuso porque ele e meu too-san são iguais. Meu too-san me afastou do Neji e disse que ele iria me proteger. Não sei porque, mas acho que algo pode me acontecer pro too-san ter dito isso.

(...)

Depois do “Parabéns pra você”, fui novamente com o too-san até aquele portão e vi Neji. Meu too-san me colocou no chão e foi na direção dele. O chichiue do Neji começou a chorar e gritar umas coisas que eu não entendi. Meu too-san pegou Neji e fez um desenho na testa dele. Ele mexeu as mãos de um jeito engraçado, falou uma frase estranha e o desenho apareceu... Acho que o tio Hizashi não gostou... Ah, too-san ordenou que eu chamasse o chichiue do Neji de Hizashi oji-san, porque ele é meu tio...

Fim do trecho

 

Hinata terminou de ler essa folha e quando percebeu, já estava chorando. Lembrou-se que foi nesse dia que Neji fora selado com o juin-jutsu, ironicamente chamado por ele de “Maldição Bunke”. Lembrou-se também que, desde esse dia, Neji tratava-a com frieza, frieza essa que foi aumentando com o passar dos anos até o dia do Exame Chunnin, quando ele quase a matou, se não fosse Naruto. Desde esse dia Hinata não o chamava mais de “nii-san”. Com o tempo a mágoa foi diminuindo e Hinata voltou a tratar Neji por “nii-san”.

Sem perceber, Hinata estava folheando desatentamente seu diário e, quando se deu conta, já estava na página certa pra escrever os acontecimentos do dia. Começou então a escrever, e na hora em que iria escrever o quanto se entristecia com o tratamento que recebia de Neji, o mesmo encostou-se à porta de seu quarto e gritou, já que a porta estava fechada:

- Hinata-sama, Hiashi-sama está mandando a senhorita descer para o jantar imediatamente.

Quando Hinata ia abrir a porta pra dizer que já estava indo, viu que Neji já não estava mais lá.

Vestiu um quimono leve de seda, em tons de lilás com uma faixa roxa e desceu as escadas que levavam à sala de jantar.

 

- Konban wa too-san. – desejou Hinata a seu pai, que olhava a filha seriamente.

- Konban wa, sente-se Hinata.

- Hai. – Após dizer isso, Hinata percebeu que Neji estava sentado à mesa também, coisa que não era muito comum, e que Hanabi não estava. – Too-san, onde está a Hana-chan?

- Ela foi a uma missão para a Godaime e só retornará daqui alguns dias.

- Ah... – murmurou Hinata, que não estava acostumada a ficar em casa sem sua irmã. Elas eram muito próximas e, quando uma saía em missão, Hiashi sempre pedia à Godaime que mandasse a outra em missão também, assim ambas não teriam tempo de sentir saudades ou algo assim.

- Mas a missão de Hanabi não vem ao caso. Eu quero comunicar que a partir de amanhã, Neji lhe treinará para o Exame. Embora eu duvide de que você tenha capacidade para passar, quero que Neji lhe treine para que você, pelo menos, tenha alguma chance.

- Mas too-san, eu posso treinar com o Shino-kun e o Kiba-kun... Eles também farão o exame.. - disse Hinata sem encarar seu pai, pois sabia que se o olhasse, começaria a chorar. Como ele podia tratá-la com tanta indiferença?

- Mas nenhum dos dois poderá lhe ensinar as técnicas secretas do clã, técnicas que eu já lhe ensinei e você não aprendeu porque é incapaz. Técnicas que o Neji aprendeu sozinho mesmo sabendo que só são permitidas à Família Principal. Técnicas que agora, um bunke irá ensinar a uma souke. A primogênita incompetente da souke! – Disse Hiashi, com a voz baixa, mas que transmitia frieza, desprezo e autoridade.

- H-hai t-t-too-s-san.. – O que Hinata não queria havia acontecido. Ela começara a chorar. Não podia, afinal, teria de se mostrar forte perante seu pai! Mas ela simplesmente não conseguia reagir de forma diferente na presença dele.

Neji olhava Hinata com compaixão. Sabia exatamente como ela estava, afinal, por tantos anos ele fora rejeitado por todos. Mas, por ser o “gênio Hyuuga” conseguiu mudar isso. Hinata, por sua vez, não conseguiria mudar essa situação tão facilmente. Achando ser a melhor coisa a se fazer no momento, Neji disse diretamente a Hiashi:

- Hiashi-sama, contrariando sua ordem, eu me recuso a treinar Hinata-sama.

Hiashi, interpretando mal a frase de Neji, disse à Hinata:

- Viu Hinata? Nem um bunke quer lhe treinar, porque sabe de sua incompetência!

- Não foi isso que eu quis dizer Hiashi-sama. – disse Neji, em voz alta e de pé, meio que desafiando Hiashi.

- E o que você quis Neji? – Hiashi também se levantou e ativou seu Byakugan.

- Eu disse que não é por achar Hinata incompetente que não irei treiná-la. Disse que não irei treiná-la porque acho que não há o que ensinar a ela. Hinata-sama é capaz de aprender com o senhor. Ela não deve se rebaixar aprendendo jutsus secretos do clã com um bunke. – Neji manteve seu tom de voz baixo, olhando Hiashi diretamente nos olhos, sabendo exatamente o que lhe esperava.

- Ah, então você está querendo dizer que Hinata é capaz? Pois eu sou o líder deste clã e digo o contrário! E você Neji, apesar de ser meu sobrinho, deve me respeitar! Você sabe muito bem o que eu posso fazer com você. – Hiashi, apesar de manter o mesmo tom de voz, não estava com raiva de Neji, pelo contrário, admirava a atitude dele! Neji sabia muito bem que contrariando uma ordem de seu tio, corria o risco de ter seu selo ativado, podendo até morrer. Mas mesmo assim, se arriscava apenas para defender Hinata! Hiashi, apesar de achar estranho, admirou muito, muito mesmo a atitude de seu sobrinho.

- Sei exatamente o que pode acontecer Hiashi-sama. Se quiser ative meu selo. Eu não irei treinar Hinata-sama, não importa o que o senhor faça. Com licença. – Neji se retirou da sala de jantar, sem olhar Hinata nem Hiashi, pois imaginava que ao chegar na porta, seria imediatamente jogado ao chão por causa de seu selo, pois este lhe traria muita dor ao ser ativado.

Só não esperava que voltaria para seu quarto inteiro e que, ao virar as costas para seu tio, “arrancaria” dele um quase sorriso.

- Hinata, peça que Kin lhe sirva a janta caso ainda esteja com fome. Amanhã acorde bem cedo, pois você irá treinar sim com Neji. Com licença.

Hinata estava pasma, observando seu pai correndo atrás de Neji pela mansão. Imaginava que assim que o encontrasse, seu pai lhe ativaria o selo, para obrigar Neji a lhe treinar. Preferiu nem pensar e jantar, para depois tentar dormir, já que teria que acordar cedo no dia seguinte.

- Kin! – Gritou para a empregada, que imediatamente apareceu – Onegai, você pode servir a janta enquanto eu vou ao banheiro?

- Hai, Hinata-sama.

- Arigatou. – Falou Hinata enquanto se levantava e seguia em direção ao banheiro.

 

Após jantar, Hinata retornou ao seu quarto e, perdida em seus pensamentos, acabou dormindo.

 

Neji, após ser encontrado por Hiashi, teve uma longa conversa com este. Seu selo não havia sido ativado em momento nenhum, o que fez Neji agradecer mentalmente a Kami-sama. Hiashi lhe expôs alguns fatos e, por incrível que pareça, pediu que Neji treinasse Hinata. Após ouvir atentamente os argumentos, Neji avaliou o pedido de seu tio e aceitou.

Agora, Neji descansava a cabeça no travesseiro, pensando em como treinaria Hinata, no que lhe ensinaria...

Enfim, estava tão confuso e perdido em pensamentos que nem reparou quando adormeceu e sonhou com uma linda kunoichi de olhos perolados...


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