Kingdom Come — Interactive escrita por Ártemis


Capítulo 2
Capítulo 1 ▬ Conflitos Internos


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal. Tudo bem?
Sinto muito pela demora, mas aqui está o primeiro capítulo.
Estava em semana de provas, último bimestre, estudando como uma louca.... Acho que estou perdoada, certo? hahaha



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05/07, 20:17 Palácio de Illéa, Angeles.

Henry odiava o silêncio, principalmente em reuniões familiares.

Seu pai, o rei, havia ordenado que todos comparecessem na sala de jantar particular. A mesa estava posta e os criados já haviam preparado o banquete dos Ryeo. Geralmente, a família real não realizava suas refeições no mesmo cômodo, eram desunidos. Porém, por algum motivo, o rei quis reunir os filhos no jantar. Henry temia o que poderia acontecer com todos os Ryeo juntos; talvez a quinta guerra mundial.

Daniel estava atrasado, como sempre. Larine, sua irmã mais nova, foi a primeira a chegar, em silêncio e cabisbaixa. Seu pai, veio em seguida, comprimentou os filhos e reclamou da ausência do primogênito. Henry sentia a tensão no ambiente, estava tão clara que até os criados já haviam percebido. Cansado de esperar por Daniel, o rei ordenou que os filhos desfrutassem da refeição.

Observou Larine, cautelosamente. Ela, que sempre era tão falante durante o jantar, estava sem dizer nada desde que chegara. Henry estranhou o fato, talvez fosse algo relacionado as coisas de meninas. Ou, na pior das hipóteses, ela teria enfrentado o rei novamente.

Ele não conseguia entender a irmã, todos sabiam que enfrentar o rei era suicídio. Apenas uma pessoa poderia realizar tal ato e sair impune. E essa pessoa estava morta.

A sobremesa havia acabado de ser servida quando Daniel adentrou a sala de jantar. Com os cabelos molhados e despenteados, barba por fazer, alguns botões da camisa abertos e uma carranca maior do que o rei Arthur e Larine misturados.

— Está atrasado. — disse o rei, sem olhar para o filho. Daniel ignorou completamente o pai. Pegou uma tigela de creme brûlée, sentou-se ao seu lado e não disse uma palavra.

O silêncio voltou a reinar sobre os Ryeo, como sempre fora. O silêncio os impedia, talvez, de iniciar a quinta guerra mundial. E isso era bom. Pelo menos, Henry pensava que sim.

[...]

Os criados haviam retirado a mesa. Em reuniões familiares, ninguém se levantava antes da ordem do rei. Nem Daniel e nem Larine, por mais rebeldes que fossem, cogitavam a ideia de enfrentar o pai, ao menos, não após a refeição sagrada. Bem, Henry pensava que os irmãos nunca fariam algo parecido, mas ele ainda tinha suas dúvidas.

— Trinta e cinco garotas, meus filhos. O palácio é extenso e magnífico, tenho certeza de que todas ficarão encantadas.

— Encantadas com tanto luxo e riqueza, algo que a maioria nunca sonhou na vida. — comentou Larine, indiferente.

Um homem alto e elegante, o mordomo chefe, adentrou o lugar e serviu água à realeza.

— E que, infelizmente, você tem acesso. — completou Daniel, fazendo a irmã quase se engasgar com a água.

Henry não entendia o motivo da reunião familiar, organizada pelo pai. Os assuntos da Seleção haviam sido tratados há alguns dias, ele cumpriria o seu dever. Enquanto Daniel... Bem, ele seguiria  o protocolo. Se Arthur Ryeo queria se divertir, colocasse apenas Daniel e Larine em uma sala e aproveitasse o espetáculo. Ele preferia ficar longe das discussões dos irmãos.

Enquanto Larine pensava em uma resposta à altura, o rei observava os filhos e Daniel o encarava de volta, em uma guerra silenciosa.

— Anunciaremos a Seleção na próxima semana. — disse, com cuidado. Seu olhar estava entre Daniel e Larine. Henry, com toda certeza, não tinha motivos para preocupar o pai. — Além disso, finalmente terminaremos a maldita reconstrução da área leste. Aqueles detestáveis rebeldes, que se autodenominam revolucionários, irão pagar caro.

— Quando a palhaçada acabar, estaremos livres para seguir com nossas vidas? — perguntou Daniel, seriamente.

Henry se preparou para o que estava por vir.

— Sua vida está destinada a servir os objetivos da realeza, moleque. — respondeu o pai, autoritário. — Todos vocês possuem um papel, um roteiro a seguir.

As palavras atingiram os três, cada um sentiu o impacto de uma maneira diferente.

— Espero que se comporte, moleque. Quero resultados satisfatórios de Atlin. E você, querida, — voltou-se à filha — faça uma boa viagem à França.

Larine passaria um mês em companhia da família real francesa e Daniel visitaria Atlin. Enquanto Henry planejaria seus passos durante a Seleção em Angeles. Por algum motivo, o rei queria os filhos afastados, a ideia das viagens partira de sua mente.

07/07, 01:00 Palácio de Illéa, Angeles.

O quarto de Larine estava diferente. Os móveis haviam sido cobertos com lençóis brancos, como se a garota nunca fosse retornar ao lugar.

Uma criada ajeitava suas vestes, enquanto outra terminava de arrumar suas malas. Recebera instruções de um dos homens do rei, pois ele mesmo se recusava a vê-la. Encontraram-se pela última vez na reunião familiar, há dois dias. Os irmãos estavam presentes, a reunião ocorreu durante um jantar. Larine não considerava aquilo uma reunião, era apenas um jantar em família, onde Arthur falava e eles eram obrigados a ouvir.

Uma falsa família, que metade de Illéa acreditava ser perfeita.

Era isso, ela havia perdido a guerra.

Partiria de madrugada rumo à França, evitando os paparazzi e olhares curiosos.

Havia treinado um pouco seu francês, era de suma importância conseguir se comunicar com aquelas pessoas, que lideravam o segundo maior país com poder bélico; estando atrás apenas da Inglaterra, nova potência mundial. Se conseguisse apoio francês, poderia retornar à guerra.

Contudo, provavelmente o rei alertara à todos sobre suas — prováveis — segundas intenções. Talvez, fosse feita prisioneira por lá. Para todos os efeitos, ela conheceria a família do noivo. Um rapaz nunca visto na vida, o segundo filho do rei da França. Alguém que nunca herdaria o trono, como ela.

Não. Ela não havia perdido a guerra. Não perderia sua coroa para estultos, como os irmãos. Afinal, Illéa era dela por direito. Um direito que apenas lhe pertencia.

10/07, 10:00 Palácio de Illéa, Angeles.

Daniel estava sentado em uma poltrona marrom, enquanto Henry estava de pé ao seu lado. O rei adentrou o gabinete, sendo seguido por seus dois fiéis ministros. Daniel estranhou o fato do pai estar desacompanhado de um terceiro homem, o Ministro de Estado, seu braço direito.

O rei Arthur se sentou em sua cadeira.

Tudyk Edwards, um ministro alto e magro, encarou o príncipe mais velho e estendeu um papel para o rei. Assim que viu o conteúdo do papel, seu rosto adquiriu uma tonalidade vermelha. Encarou Daniel, furiosamente.

— Seu idiota, como pode?! — gritou.

O Ministro de Defesa, um general aposentado, que não gostava nem um poco de Daniel, cujo nome era Esprit Hughes, mostrou outros papéis para o soberano, deixando-o ainda mais furioso.

— O que você aprontou dessa vez? — Henry perguntou, em voz baixa.

Daniel deu de ombros, não estava muito preocupado, já esperava uma reação parecida.

— Um dia. Um dia. Um dia! — o rei esbravejou. — Você não poderia esperar um dia, moleque?

— Não é válido, pai. — argumentou. Começou a brincar com os botões de seu paletó, tentando demonstrar indiferença.

Não é válido? — perguntou o rei, ironicamente. — Você se casou, Daniel!

Tentando entender o que estava acontecendo, Henry foi até o pai e pegou um dos papéis. Era uma certidão de casamento.

Certo, seu irmão havia se casado com uma tal de Oriandel Waller.

— Seu dever em Atlin era visitar a construção de uma ponte, posar para as fotos, acenar para as pessoas e coisas do tipo, Alteza. Casar-se, não estava nos planos. — disse Edwards. — Felizmente, conseguimos silenciar as testemunhas. O juiz de paz era um mentiroso, o casamento, realmente, não foi válido, Majestade. — concluiu.

Todos o encaravam. O rei pegou um vaso, que estava por perto, e o lançou no chão, como forma de demonstrar sua raiva. Daniel procurou uma nova posição na poltrona, despreocupadamente.

— Primeiro, você não deveria ter ido à uma festa. — Colt começou a dizer, enquanto o rei Arthur tentava se acalmar. — Segundo, não deveria ter se embriagado.

— Então, basicamente, eu não deveria ter me divertido? — debochou. Estava seguro de si mesmo, o casamento com a tal de Oriandel fora uma brincadeira. Não estava tão bêbado, mas seria melhor que todos acreditarem que sim.

Não soube decifrar o que se passava na mente do irmão, o que era uma surpresa, pois ele era muito previsível. Confusão e indignação, talvez. Todavia, isso não importava realmente. Sua atenção estava voltada aos cachorrinhos do pai. Os ministros pegariam em seu pé por alguns dias, mas depois ignorariam o ocorrido, como sempre faziam.

Daniel prometeu a si mesmo que não permitiria o pai governar sua vida como governava Illéa. Ele sabia brincar e provocar, atos que o pai abominava.

O rei havia declarado guerra.

Além de príncipe, ele era um soldado. E estava disposto a lutar contra o exército de Arthur.


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Notas finais do capítulo

Betado por Lizzie - PD

Por essa ninguém esperava huehuehue.
Espero que tenham gostado ♥
Comentem dizendo o que acharam, gostaria de saber a opinião de vocês.
Daniel e Larine se odeiam por um motivo específico. . .
No próximo capítulo, teremos a apresentação de algumas Selecionadas. O blog será atualizado em breve, tenham um pouquinho de paciência :/
Eu amo, simplesmente amo, escrever em terceira pessoa, mas estava pensando em me aventurar escrevendo algo em primeira pessoa. O que acham?
Prometo não demorar tanto para postar o próximo!