Damned escrita por IS Maria


Capítulo 4
Questionamentos


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente não tive tempo de editar erros ortográficos ou qualquer coisa do tipo! Prometo dar uma olhada direitinho depois, agora...meus olhos estão cansados demais para que eu consiga prestar atenção.
Volto assim que tiver uma ideia para o próximo capítulo.
Por favor...esperem ansiosamente.
I.S Oliveira



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Kate nunca se sentiu mais arrependida em toda a sua vida. Ela não fazia a menor ideia do que havia acontecido, não sabia nem como tinha feito, mas sentia que a culpa de Alice estar abalada, nos braços de jasper, era sua. E por isso, ela sentia muito.

Seth a segurava...com um pouco mais de força do que ela desejava, mas, levando em conta que ela nem se lembrava de quando ele havia chegado até ali, ela não reclamaria. Estar dentro da cabeça de Alice, disso ela se lembrava. Como, ela não sabia, mas se lembrava.

— Você está bem? - Seth sussurrou contra seu ouvido e por alguns segundos, a temperatura dele, sendo mais quente do que a dele, a distraiu o suficiente para que ela se sentisse segura.

— Não é comigo que deveria se preocupar. - Ela tornou a olhar para Alice.

— Com você é tudo o que eu venho me importando nos últimos dias. - Seth era um doce, mas Kate simplesmente não conseguia se entregar no momento.

— Obrigada, Clearwater, vamos tomar conta dela por agora. - Carlisle se aproximou. O lobo não queria soltar Kate, mas soube que era sua hora de ir.

“Não tranque a janela.” Seth sussurrou no ouvido dela, esperando que apenas ela ouvisse.

— Vem aqui. - Carlisle a puxou para um abraço. —  Vai ficar tudo bem...você só está bem alimentada e mais forte...não é culpa sua.

— Alice…- Ela murmurou, quase em um soluço.

— Tá tudo bem Kate! Sou mais forte do que isso. - A vampira sorriu, logo se ajeitando o suficiente para deixar os braços de Jasper. - Eu só não tinha previsto isso.

— O que aconteceu de verdade? - Jasper perguntou.

— Foi como se Kate estivesse dentro da caminha cabeça, revirando todas as minhas memórias…- Ela tentou explicar.

— Foi como se eu estivesse vivendo tudo o que você viu, como se eu estivesse lá. - Kate continuou.

— Bom...acho que temos uma dica do seu dom. - Edward soltou um comentário leve.

Ninguém mais disse nada.

Para Kate, aquilo não parecia certo. Ela tinha leve consciência do que tinha acontecido, mas não parecia ser algo que era parte dela...foi quase como se estivesse fazendo errado algo que não deveria...a sensação que a deixava, era a de como se estivesse...incompleto.

Mas ela não diria nada! Não depois de todo o estresse.

Alice realmente lhe parecia bem, o que era um conforto, mas não fazia a esquecer. Ajudando-a a entrar e levando-a para tomar um banho e se trocar, ele queriam deixar claro que ela ainda era a criança da casa e que haviam coisas com as quais ela não deveria se preocupar ainda.

Kate podia ver os sinais. Ela sabia que eles queriam que ela deixasse com que eles se preocupassem, mas ela não era muito boa em deixar as coisas de lado. Ela não estava acostumada a ter alguém que se preocupasse por ela.

— Sinceramente...o que você e Emmet estavam caçando? Leões da montanha? - Alice perguntou, incrédula, ao olhar o estado do vestido que Kate usava.

— Eu sinto muito por isso. - Da banheira, enquanto lutava para tirar o sangue do cabelo, Kate sorriu. - Não só pelo vestido…

— Sabe…- Alice se aproximou, colocando-se ao lado dela. - Todos nós tivemos nossos momentos obscuros quando mudamos de vida...ninguém aqui vai te culpar pelo que aconteceu ou te julgar se mais coisas derem errado, faz parte de aprender e se adaptar. - E com uma escova, ela começou a desembaraçar os cabelos de Kate.

— Eu sei...o que você viu sobre mim…- Ela não tinha certeza se devia dizer que sabia. - Eu não entendi muito bem...não sei quem era o outro rosto...você sabe...do meu lado.

— Não se preocupe com isso, ok? Se você não se preocupar, Carlisle e Esme poderão ficar mais tranquilos e talvez Rosalie não perca a cabeça. - Ela sorriu. - Às vezes parece que estamos tentando fazer tudo por você, mas tem eles também.

— Eu não entendi nada de qualquer maneira. - E ela não tinha entendido mesmo.

Ela entendeu o vazio...e a escuridão...pode ouvir os pensamentos de Alice como uma interpretação. Mas Alice também não sabia de muita coisa e para falar a verdade, naquele momento, Kate também não queria saber de muita coisa.

Tinha conseguido caçar...e isso já era o bastante para a deixar feliz por uma noite.

                                                                    ***

— Depois de a ver caçando essa noite, eu podia jurar que ela era uma rastreadora. - Emmet disse.

Estavam todos de novo, reunidos e sinceramente, pareciam que tinham se reunido a apenas minutos atrás.

— Ela é muito forte...até para uma recém-criada, pensei que esse fosse o seu dom. - Jasper comentou.

— Tem a visão de Alice...mas sinceramente, aquilo não entregou muito. - Edward tentou.

— O que você vê na cabeça dela? - Nesse perguntou para Edward.

— Ahm...ela ainda pensa muito sobre a vida de humana...analisa muito...mas não é nada que seja preocupante. - Ele deu de ombros.

— Não tem muito mais que possamos fazer, não é mesmo? - Esme estava preocupada.

— Podemos cuidar dela. - Rosalie disse. - E se isso tudo for demais para ela. Emmet e Eu podemos levá-la e criá-la longe daqui.

— Se for preciso, todos vamos embora. - Carlisle disse.

Não acreditavam que aquilo fosse preciso e não seria de muito ajuda de qualquer maneira. Levar para longe, não mudaria a natureza de nada, só a localização dos fatos.

— Acha seguro que ela vá para a escola? As aulas se aproximam cada vez mais. - Bella parecia preocupada. Ela, ainda que sendo um escudo, lembrava-se mais vividamente do que os outros, dos impulsos de uma recém-criada.

— A vida toda ela esperou por algo assim….nem ela mesmo sabe que precisa. - Carlisle passou a mão pelos olhos. - Precisamos tentar isso por ela.

Ainda que a experiência toda fosse complicada, não só por ela ser uma vampira, mas também por nunca ter pisado em uma escola antes, ela precisa disso. Kate precisa entender como a vida funcionava, como o mundo e as pessoas funcionam. Ela precisava do contato externo para que pudesse manter a sua própria humanidade.

Ela precisava ver como era ter uma vida completamente diferente da que ela levava para se adaptar melhor. Os Cullen não havia escolhido viver longe dos humanos, mas no meio deles e Kate agora era uma Cullen.

                                                           

                                                           ***

 

O quarto de Kate era o que antes costumava ser um cômodo perto do telhado. Não era exatamente grande, mas ela não precisava de muito espaço. Ela não precisava mais dormir e para passar o tempo, cada um tinha a presenteado com os livros que mais tinham gostado de ler.

Ler era fascinante e ela se perguntava como tinha passado tanto tempo sem saber como fazer. Era melhor ainda ler, sentada no topo de uma das árvores, mas agora estava escuro demais para que ela fosse lá para fora.

Uma das coisas que ainda a surpreendiam, era a sua capacidade de devorar rapidamente centenas de dezenas de páginas ou a de se lembrar de muitas palavras ao mesmo tempo. Ela tinha aprendido fácil com Carlisle quando era humana, mas agora, aparentemente aquela capacidade havia aumentado milhares de vezes.

Se alguém conversasse com a Kate de antes e a Kate de agora...nem em um milhão de anos, diria ser a mesma pessoa.

Kate mal pode ler o título que pretendia ler. Distraída pelo cheiro dele, ela não conseguiu prestar atenção em mais nada. Ele estava ao lado de fora da janela - ou telhado - mas ela não precisou vê-lo para saber que ele estava ali...e francamente não teria precisado nem ter sentido o seu cheiro.

A influência dos olhos dele sobre ela o tornavam presente. Era forte demais para que passasse despercebido.

Ele não era muito mais velho do que ela, mas era o suficiente para deixar Kate inquieta. No fundo, não era nem a ideia dele...ou a aparência dele...mas a maneira como ele parecia a tocar. Dizer que ela não conhecia nada daquilo, era uma besteira. Ela tinha passado a sua vida inteira indo de hospitais em hospitais, mas não estava morta e realmente houveram dias nos quais ela podia dizer que estava muito bem.

Ela não era mais virgem. Não se orgulhava e nem se arrependia. Antes de ser transformada, estava a dois passos de seus dezoito anos - agora, ela se considerava oficialmente uma maior de idade. - e foi algo que simplesmente aconteceu, em uma noite qualquer, com alguém que um dia significou muito antes de partir, em uma noite na qual ela se sentia particularmente curiosa.

Era essa curiosidade que às vezes a tirava do sério. Com Seth não era nada do que ela esperava...ela não era nada...do que ela esperava de si. Seu corpo reagia estranho e tudo era novo demais. Na maior parte do tempo, ela lutava para entender as emoções que sentia e na parte que restava, ela tentava controlar seus impulsos.

— Eu não sabia que viria. - Kate abriu a janela e ele passou por ela rapidamente, deixando claro que a agilidade estava dentro de seu amplo jogo de habilidades.

— Alguma vez já deixei de fazer algo que disse que faria? - Ele a olhou nos olhos, seus lábios carregando um sorriso desafiador.

— Você não precisa dormir? - Ela o olhou em questionamento.

— Não tô com sono. - Ele desviou seus olhos dos dela.

— Mentiroso. - Ele era um péssimo mentiroso.

— Você fica bem assim, sem todo o sangue. - Ele mudou de assunto.

— Jura? Eu tava pensando em aderir. - Ela se olhou no espelho.

— E como você tá? Depois…- A expressão dele pesou. Claro que ele não conseguiria dormir. Seth se preocupava demais às vezes.

— Eu vou ficar bem...e  Alice também...eu só preciso me adaptar. - Kate disse, procurando convencer a si mesma daquela verdade.

— Eu queria que...você não tivesse que viver dessa maneira...ser desse jeito…ser assim...-Ele não havia dito por mal, era a natureza dele. Mas a natureza dela era outra.

— Queria que eu estivesse morta? - Ela se voltou para ele. - Por quê é bem como eu estaria se eu não fosse assim? - O tom dela não era exatamente rude, mas suas palavras foram o suficiente para que ele se desse conta do que havia dito.

— Não foi o que eu quis dizer…

— E o que você quis dizer...Lobo? - Ela disse a última palavra em um sussurro.

— O que eu quis dizer…- Ele se aproximou, passando um de seus braços ao redor da cintura dela e a trazendo para perto, tão rápido que ela preciso recuperar o fôlego...mesmo que não precisasse respirar. — É que eu não queria que estivesse passando por tanta dificuldade...Eu não me importa que seja uma Fria… - Ele aproximou os lábios dele aos dela.

Aquele era um dos momentos em que Kate desligava, mesmo que sem querer, qualquer parte de seu cérebro que tendia a alertar de qualquer perigo. Ela não sabia se isso era um dos impulsos incontroláveis de “recém-criada,” ou o que...mas eles estavam ali e tomavam conta dela.

Era como se ele pudesse tocar cada nervo do corpo dela com apenas um toque e ele era tão quente que a fazia queimar. Os olhos dele eram o suficiente para que ela queimasse….mas era um calor surpreendentemente aconchegante, do qual ela não parecia ter o suficiente e sempre acabava buscando por mais.

Ela o pressionou contra a parede, não exatamente tendo consciência de sua força. O barulho foi como se ela tivesse aberto um buraco na parede. Ainda imersa em qualquer transe que ela tivesse entrado, com a ponta dos dedos, procurou acariciar a extensão de seu peito, mas ao invés disso, acabou por rasgar a camiseta dele ao meio.

— Kate…- Ele teve que juntar tudo dentro de si para segurar suas duas mãos.

— Ah...meu Deus! - Ela se soltou e cobriu a boca com as mãos. - Fizemos barulho demais. - Ela podia já sentir a ansiedade.

— Boa noite! - Ele sorriu. Deu-a um último selinho como despedida e voltou para a janela, não levando muito para sumir de vista.

Kate estava confusa por outro lado. O que ela pretendia fazer? Nem sabia se já estavam prontos para aquele nível. E o que era essa sua mania de perder o controle de suas ações? Aquilo poderia deixar de ser divertido logo logo.

— Eu disse que foram os livros. - Nesse, entrando subitamente no quarto, a pegou de surpresa. - Disse que você derrubou muitos livros. - Ela sorriu.

— Muitos livros…- Kate ainda não sabia como acalmar o próprio corpo.

— Vampiros tem isso…- Ela se sentou ao sofá de Kate, não era uma cama, mas era o mais próximo disso que ela tinha.  - Essa vontade toda que é difícil de controlar...Ouvi que demoraram meses até que todo mundo pudesse voltar a ficar perto da Tia Rosalie e do  Tio Emmet, depois que eles se casaram…

— Ewww Nesse. - Kate fez cara de nojo. - Eu poderia viver sem saber disso.

— Só tó dizendo, caso esteja pensando. - A híbrida deu de ombros. — Você e o Seth já...? - Ele aguardou a resposta com olhos ansiosos.

— Não! - Kate se sentiu constrangida, mas Nesse era praticamente a sua melhor amiga. — Eu não sei...às vezes…

— Às vezes…?

— Às vezes é como se...não fosse certo...e então, parece ser tão certo...eu gosto dele...e ele gosta de mim...mas sinto que já estamos lá onde você e o Jacob estejam, por exemplo. - E então Kate parou para pensar por alguns segundos. - Não que eu queira que Seth tenha esse negócio de lobo comigo ou algo do tipo...ou que eu venha a achar ruim se ele tiver...nós só não estamos lá.

— Quero ver quando estiverem lá então. - Nesse pareceu surpresa. - Quando estão juntos não tiram um dos olhos do outro.

— Eu gosto dele...gosto muito! - Kate se entregou.

A quem queria entregar? Sabia que parte dela ainda era bastante insegura e que, sendo Seth experimente, a deixava meio incerta do que estava fazendo. Ela sabia que tinha uma queda gigante por ele e não tinha nada de errado...era só bobeira dela, era isso.

É que seria bem mais fácil não estar se apaixonando por um lobo!


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