The Red Eyes escrita por Confusion


Capítulo 3
Capítulo II - A cabeça de Lobo.


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi gente s2

Aqui está mais um capítulo, dessa vez o segundo, que tem digamos cenas de ação, é minha primeira vez descrevendo cenas de ação desse tipo então, aceito todo tipo de critica para melhorar cada vez mais. s2



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Assim que vi que estava pronta, sai de casa sem fazer barulho para a vizinhança não despertar, agora estou com a capa vermelha e todos que me verem aqui com ela, irão me condenar como inimiga, e não era isso que eu queria.

Esta capa, era algo que me incomodava um pouco, não era como vestir um manto qualquer, aquele era um manto manchado com o sangue de minha família e do meu inimigo, às vezes sentia ela pesada sobre meus ombros, mesmo assim não iria deixar de usar, vai ser com ela que vou ter minha vingança.

Então tinha um objetivo, acabar com os encapuzados. Não sei como meu reino nunca quis fazer isso, nunca quis fazer uma rebelião, juntar forças, somos um enorme número, somos um reino inteiro. Mas pelo visto vou ter que agir sozinho, vou ter que ter forças.

Agora estou deixando o reino permanentemente, só irei voltar quando tiver feito tudo que é preciso. Não sei por onde começar, preciso de informações, pra onde ir, por onde começar, a unica coisa que sei sobre esses encapuzados são das histórias que minha avó contava pra mim…

Impiedosos, Assassinos e Frios.

Essas eram as três coisas que ela sempre dizia pra mim sobre eles. e eu confirmei da pior forma possível. Como alguém que foi cuidado com todo carinho, recebeu hospitalização de uma familía, comeu da comida dos mesmo, e ainda sim conseguiu matar todos á sangue frio.

Ainda era noite e eu era a única pela floresta, passei pela árvore onde encontrei Fernando, todas as minhas memórias voltaram e a vontade de chorar era enorme, mas hoje aprendi a me controlar, ajeitei meu capuz em minha cabeça e segui em frente.

 

***

 

Quando o sol começou a aparecer, eu já estava indo a caminho de uma vila que tinha enxergado ao longe, decidi ir lá pois não tinha opção, eu não sei como começar, não sei onde é o “covil” dos encapuzados.

Assim que entrei na vila, notei que ela era bem simples, o mesmo estilo de casa de madeira, com pouca proteção, exceto a igreja que tinha lanças farpadas enfiadas no solo em volta de si, algumas estava no chão caídas.

Os olhares dos poucos que já estavam acordados para os trabalhos diários me perseguiam, dava pra perceber os cochichos das pessoas, claramente estavam falando de mim. Parece que os encapuzados tem bastante fama, mas eu continuava seguindo meu caminho.

— Porque está aqui? Já falamos que não aceitamos pessoas como você aqui! - Essas palavras vieram de uma mulher que correu na minha frente quando me viu.

Parece que esta vila não tem uma relação boa com os encapuzados. Puxei essa senhora pra um canto e expliquei a situação dela, disse que não sou parte deles e sim busco acabar com eles, quando falei isso a mulher deu um sorriso enorme e disse que tem o apoio total dela.

—  Esses encapuzados eles roubam nosso dinheiro em troca de proteção. Ou era o'que pensávamos, todos nós pagamos com o pouco que temos, acreditando que se um dia um lobo atacasse iríamos ser protegidos… - Escondi que sou uma loba, não temos uma boa reputação, alguns de nós não consegue controlar na lua cheia e acaba fazendo algumas coisas erradas… -  Mas uma vez, um lobo conseguiu chegar até aqui, o capuz estava também, ele permitiu o lobo fazer um massacre, tudo por causa que uma senhora não tinha conseguido pagar aquele mês, o lobo matou dez da nossa vila, acabou com duas casas e o encapuzado só observava.

— Você sabe me dizer algo sobre eles? - Perguntei.

— Infelizmente apenas eles mesmo tem a resposta que você quer… - Abaixei a cabeça e logo ia agradecer quando ela deu um pequeno “pulo” - Mas, tem alguém, que foi um capuz vermelho, talvez ele possa lhe dar as suas resposta.

A mulher me falou deste homem, o nome dele era Thelonious, ele foi um encapuzado mas parou por motivos de saúde e por já estar em uma idade um pouco avançada, a casa dele era depois do lago perto daqui, ela disse que o velho era difícil de lidar e que eu teria que ter paciência. Agradeci a mulher pelas informações e sai em partida da casa do senhor.

Quando estava preste a sair da vila, algo me fez olhar pra trás, um sentimento. E foi oque eu fiz, e vi ali uma senhora machucada sendo cuidado por uma criança, lembrei dos momentos com minha avó, eu também cuidava dos ferimentos dela quando ela saia pra caçar na sua forma lobo. Eu sinto tanta falta dela, eu nunca imaginava que iria perder daquele jeito, ela era tão forte, mais forte que eu e minha mãe juntas e se duvidar mais forte que meu pai, ela também era uma senhora de grande coração, gentil e sempre sincera. Me dava sempre as melhores dicas e me fazia levantar quando estava triste, eu não tive a chance de dizer que a amo pela ultima vez.

 

*Flashback On

— Vovó! A senhora se machucou muito dessa vez!

— A querida, as vezes temos de fazer sacrifícios para dar o melhor a nossa família!

— Deve doer tanto, porque a senhora nunca chora? - Fiz a pergunta enquanto cuidava da perna ferida  com um pano.

— A dor é algo passageiro, e não podemos chorar em meio a uma batalha! Você aprende a resistir querida, todos nós conseguimos resistir a dor, basta acostumar! - Ela acaricia meus cabelos - Mas eu choraria muito se não tivesse minha pequena cuidadora comigo.

*Flashback Off

 

E com um breve sorriso, triste mas ainda sim era um sorriso, parti em busca do senhor. Eu tinha certeza de que não seria nada fácil, mas vou tentar todas as formas possíveis.

Passei pela floresta novamente e encontrei o lago que a senhora tinha me falado. Mas tive uma surpresa, aquele era o lago que minha mãe tinha me prometido trazer hoje. O lago brilhante, ele era lindo, muito transparente, dava pra ver o seu fundo, os peixes nadando por lá, o verde que tinha nas pequenas plantas, eu sorri, finalmente estava aqui, o lugar onde eu ouvia minha mãe falar, foi aqui que ela encontrou meu pai, quando eles eram jovens, foi aqui que eles tiveram seu primeiro beijo, foi aqui também onde minha avó deu luz a minha mãe.

Queria que eles estivessem aqui comigo, para podermos aproveitar um momento em família, isso era a única coisa que eu queria no momento, um último momento em família.

Parei na frente do lago e ajoelhei, tirei meu capuz e coloquei as mãos dentro do lago, era gelado, estava muito bom, então lavei o rosto e fiquei me olhando pelo reflexo da água. Não aguentei em derramar algumas lágrimas quando minha imaginação colocou junto do meu reflexo, cada um de minha família, no reflexo minha avó estava com a mão em meu ombro, não resisti em colocar a minha mão também em meu ombro na esperança de aquilo ser real, mas tudo que senti foi o pano do manto vermelho.

— Ele trás nossos maiores desejos. - Alguém disse atrás de mim, levantei num pulo.

— Quem é você? - Perguntei já me afastando.

— Thelonious. - Era ele..

— E.. Oque você quis dizer com “ele trás nossos maiores desejos”?

— O lago, ele é enfeitiçado. Ele reflete nossos maiores desejos. Foi enfeitiçado a muitos anos atrás por um bruxo, no intuito de lhe trazer felicidade… Porém, isso é uma felicidade falsa, e ele não aguentou aceitar isso e acabou morrendo para sua própria criação.

— Por isso todos gostam desse lago…

— Realmente, todos que veem aqui, conseguem ver seu maior desejo, muitos começam a voltar várias vezes para olhar novamente. Mas no fim…

— Todos acabam como o bruxo.. - Disse.

— Esperta. E você, quem é? É uma capa vermelha mas nunca lhe vi.

Levantei, agora era a hora das perguntas.

— Me chamo Alison Vandevir. E eu tenho umas perguntas para lhe fazer sobre… - Suspirei fundo - Nós. Os encapuzados.

O homem parou e fitou os olhos em mim, ele parece ter notado alguma coisa, ele deu dois passo atrás, e soltou uma pequena risada.

— Você é uma loba não é? Nenhum de nós nos chamamos de “encapuzados” apenas sua raça. O que você quer saber?

— Tudo. Cada detalhe e tenho todo o tempo do mundo.

— Você pensa que vai conseguir as coisas fáceis assim, jovem? - Eu ia o ameaçar - E me matar, irá apenas fazer com que você fique sem saber.

— O que você quer?

— Você quer se passar por uma de nós. Então, hoje você vai me trazer uma coisa, uma coisa que lhe fará parecer como nós. - Ele abriu um grande sorriso. - Existe uma loba. Numa vila aqui perto, você provavelmente veio de lá. Eu quero que você me traga a cabeça dela, a cabeça de loba dela.

Engoli seco, eu teria de matar alguém da minha própria raça?

— Você terá de fazer isso hoje. Será lua cheia essa noite. Se me trazer a cabeça, contarei tudo o'que quiser, e lhe ensinarei como utilizar a capa. - O homem pegou uma adaga semelhante a de Fernando e me entregou - Use isso. Minha casa é aquela, estarei esperando.

Ele se retirou, e eu fiquei ali, parada processando tudo, com a adaga na mão. Voltei a olhar para o reflexo do lago, e dessa vez o que eu vi me espantou, era varios e varios encapuzados, mortos ao meu redor. Olhei pra adaga em minha mão e decidi. Iria fazer isso.

 

***

 

Logo a Lua foi surgindo, era minha hora, arrumei o manto, coloquei o capuz, ajeitei a adaga em minha mão, olhei para a casa de Thelonious e respirei fundo e fui para o caminho da vila.

Chegando lá, fiquei parada na entrada observando, o vento estava forte e frio. E comecei a ver as gotas de água fazendo suas pequenas marquinhas no chão seco, estava começando a chover. Ainda tinha pessoas para fora de suas casas, e essas pararam de fazer quando notaram minha presença. Era hora de agir, eles vão entregar a loba, eu tenho de ameaçar. Me aproximei mais do grupo de pessoas.

— Estou aqui por um único motivo! - Encarei todos - Estou atrás da loba da sua vila!

Todos começaram a falar entre si, consegui ver a mulher que tinha me ajudado mais cedo balançando a cabeça negativamente. Ninguém falava nada.

— Vou dar dois minutos para falarem.

— Ou vai fazer o que? - Um homem disse debochando - Uma garotinha como você.

Eu sorri, me dirigi até umas das tochas que iluminavam a vila, tirei ela do chão sem dificuldade, todos começaram a observar, eu sentia o medo deles. Olhei para o lado, uma casinha, mas aquela era a casinha que reservava todo o alimento da vila. Carnes, vegetais já colhidos, frutas, tanques de água..

Caminhei lentamente até lá. E estiquei a tocha perto do pequeno depósito de madeira.

— Vocês tem dois minutos. - Falei novamente.

Todos iam começar entrar em desespero quando, do meio do grupo, uma senhora. A mesma senhora de idade que estava sendo cuidada pela criança quando sai da vila. Meu coração gelou de uma tal forma quando ela disse que era a loba. Lembrei logo de minha avó.

— Está procurando por mim? Encapuzada? - Ela falava com nojo.

— Lute. Honre sua vida. - Disse apenas isso.

— Você acha que eu vou me rebaixar e lutar com você? - Meus olhos já estavam pedindo pra soltar todas as lágrimas, mas eu tinha que ser forte. É preciso sacrificar alguns para um bem maior.

— Você prefere lutar, ou perder sua neta?

Parece que esse é o ponto fraco de toda avó, quando falei a palavra neta, ela mudou a feição e logo deu um passo à frente, e num instante se transformou em um lobo marrom, com olhos castanhos. Olhei fixamente para ela, estava com medo. Mas era hora de lutar.

O lobo veio correndo em minha direção, eu estava nervosa, nunca tinha lutado contra alguém da minha própria raça, então desviei rapidamente quando ele saltou para me dar uma única dentada, ele se chocou contra o depósito.

Realmente eu nunca tinha lutado contra alguém da minha própria raça, mas minha avó já tinha me dado dicas para lidar com um lobo descontrolado caso um dia eu tivesse problemas com um.

 

*Flashback On

— Todo lobo quando ataca, geralmente ele antes salta no ar, isso é um grande erro de todos nós lobos. Se você tiver uma grande lança, poderá perfurar ele no seu próprio ataque, acertando o coração!

*Flashback Off

 

Nisso a população já tinha se afastado apenas para observar, algumas se escondem de medo, entraram nas casas. Eu tinha desviado já de vários ataques. O lobo já tinha começado a fazer provocações, realmente essa senhora era bem habilidosa. Mas ela cometia o mesmo erro que a vovó me contou uma vez. Então quando desviei novamente, corri, lembrei que na igreja, tinha algumas lanças farpadas, corri muito rápido até lá e deslizei no chão, me arranhando um pouco, mas consegui pegar uma das lanças,  fiquei ali fingindo estar caída.

— Parece que você não é uma encapuzada experiente. - Disse o lobo.

Não falei nada. Esperei o momento certo. Escutei que ele começou a correr, e no segundo que percebi que os passos pararam virei com tudo e com a lança apontada pra cima. Como a vovó disse! O lobo tinha saltado, eu virei na hora certa e ele caiu com tudo, deixando a madeira enfiar em seu peito todo, perfurando claramente o coração. Caiu em cima de mim, senti o sangue escorrer pela madeira e chegar em minhas mãos, empurrei com dificuldade ele pro lado, não podia perder tempo, peguei a adaga e arranquei sua cabeça.

— Até o dia que nos encontraremos de novo… Desculpe..

Escutei um grito das pessoas, um grito de criança. Olhei para a multidão e vi, um homem segurando uma garotinha, era a mesma que estava cuidado da senhora. Era a neta dela. Escutei todos me chamando de monstro. Levantei com a cabeça em minhas mãos, olhei pra todos ali, vi a mulher que tinha me ajudado, agora estava me xingando. Me senti mal, me senti um lixo.

Mas foi preciso. No final, tudo vai ficar bem.


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Notas finais do capítulo

Então, como me sai ? Comentem ♥



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