The Red Eyes escrita por Confusion


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Capa Vermelha


Notas iniciais do capítulo

Agora sim começas, espero de coração que gostem desse capítulo..



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Quando eu era pequena minha avó sempre me contava da história dos encapuzados, que eles eram maus para todos nós e para toda nossa família, lembro que a noite, antes de dormir ela me contava novas histórias em que esses encapuzados eram vilões. Comecei cada vez mais ter medo deles, porém no fundo tinha uma grande curiosidade por eles.

Depois de crescida, no meu aniversário de dezoito anos, minha mãe estava decidida a fazer uma torta de maçã como comemoração, porém faltava as maçãs.

Como não éramos ricos, minha mãe decidiu me mandar buscar as frutas  direto da árvore, na floresta ao lado do reino, ela pediu que eu tivesse cuidado e me entregou uma cestinha.  Então sai para pegar as devidas maçãs.

Era a primeira vez que eu saia pra fora dos muros do reino, sabe estamos sempre em perigos devido às nossas habilidades especiais. Virar um lobo. E isso atrai inimigos das histórias da minha avó, os homens e mulheres de capuz vermelho, eles nos caçam e nos matam, dizem que somos uma aberração.

Quando cheguei na floresta tive um mal pressentimento. Mesmo assim continuei andando, indo até a árvore cheia de maçãs, assim que cheguei comecei pegar as mais bonitas para minha torta. Foi quando fui pegar a sexta maçã senti uma mão em meu ombro, quando virei pra trás dei um grito, era um encapuzado. Pensei em correr mas vi ele estava totalmente ferido.

— Me ajude, por favor…  - Disse ele já caindo de joelhos.

Meu coração acelerou, fiquei nervosa, não sabia como reagir, tinha que ajudar aquele moço, ele era jovem, e assim que tirei a touca de sua cabeça vi sua aparência muito linda. Ele aparenta ter minha idade, tem os cabelos negros e olhos verdes, sua pele é bem branca e ele tinha machucados no rosto.

Deduzi que ele teve alguma batalha com alguém do meu povo.

— Por favor… - Ele pediu de novo.

Suspirei fundo, tinha que ajudar ele, afinal ele também é um ser humano. Ajoelhei ao seu lado e comecei a cuidar dos ferimentos, mas sabia que teria de levar ele pra minha mãe. Ela é a curandeira, saberia ajudar. Mas com esse manto que ele usa, ela iria matá-lo na hora.

— Eu posso te ajudar, mas terá de tirar seu manto.

Ele apenas afirmou com a cabeça, retirei o manto dele, dobrei muito bem dobrado e coloquei ele dentro da minha cestinha, em baixo do paninho de minha avó. Peguei as maçãs caídas, ajudei o moço levantar e comecei a levar ele para minha casa.

— Você é muito bonita, como se chama?

— Alison, obrigada.

Fiquei sem jeito, eu realmente era uma garota bonita, meu pai queria me casar com vários meninos, por serem ricos, mas minha mãe conseguiu tirar isso da cabeça dele.

Eu tinha cabelos ruivos, grandes e liso, gostava muito dele, a cor dele era o'que mais me atraia, puxei de minha mãe. Os meus olhos eram azuis, um azul bonito que foi herdado da minha querida vovó.

Por mais que você pense, eu não tinha as famosas sardinhas que as maioria das ruivas dos reinos tem. Mas sou feliz sem elas.

— E você é um encapuzado?

— Eu era… Mas briguei com meus líderes, eles me expulsaram e me deixaram nesse estado.

— Que horror e você é?

— Me chamo Fernando, mas pode me chamar de Nando.

Gostei dele, ele me trás um sentimento bom, realmente posso confiar nele, dá pra ver no sorriso sincero dele.

Não demoramos muito e chegamos em casa, assim que entrei gritei por minha mãe, e ela veio correndo. Viu o garoto apoiado em mim e logo foi ajudar.

— Rapaz? Como se chama? Quem te feriu? - Disse minha mãe já super preocupada.

— Fernando… Foram meus amigos… - Ufa, ele tem de mentir mesmo, se não ali seria o fim dele.

Minha mãe começou a cuidar dos ferimentos dele. Enquanto isso eu e minha vó começamos a fazer a torta para comemorar.

Fernando logo se recuperou e já estava me ajudando na torta, ficamos horas ali conversando e rindo, convenci minha mãe de deixar ele passar a noite aqui por hoje, ela concordou e convenceu meu pai a concordar também.

Assim que escureceu, a torta ficou pronta, minha vó a pegou toda contente e orgulhosa e veio trazendo pra nossa mesinha de madeira, onde já estávamos todos sentados esperando.

— Quero dedicar essa torta, à minha melhor neta, e que ela tenha muita saúde e muitos anos por vir ainda! A vovó não vai durar tanto tempo mas ainda vai ter que ainda aguentar meus puxões de orelha!

— Ah vovó,  a senhora é um doce, eu te amo muito! Agora vamos comer essa torta que parece estar deliciosa!

Foi um jantar extraordinário. A presença de Fernando foi maravilhosa, ele fez todos rirem contando piadas, brincando e fazendo caretas. Talvez os encapuzados não sejam todos maus como minha vó disse. Talvez em alguns deles existe um coração.

Nossa conversa continuou depois da refeição, minha avó falou de mim para Fernando, das minhas trapalhadas de quando eu era criança, minha mãe e meu pai ficaram sentados no nosso pequeno e humilde sofá abraçados e felizes, fazia tempo que não via uma cena daquelas.

Sabe eu amo muito minha família. Especialmente minha avó, ela sempre cuidou de mim quando minha mãe precisava sair, ela que me ensinou a controlar meu lobo interior, ela me ensinou a usar as habilidades do lobo sem se transformar. Minha avó era uma grande guerreira.

— Hora de dormir, amanhã Ali, você finalmente vai poder conhecer o lago brilhante.

Quando minha mãe falou aquilo eu explodi de alegria. O lago brilhante, é um lago um pouco distante do reino onde todos aqui falam, que ele é lindo e brilhante, eu sempre quis ir mas minha mãe nunca tinha me permitido e agora finalmente vou poder ir lá.

Levantei e deu um grande abraço nela e falei que a amo muito.

Depois de tanta felicidade eu me rendi e fui para meu quarto. Fernando ficou no quarto do meu avô falecido.

Eu estava tão feliz. Então com um sorriso adormeci.

                                                    ☆☆☆

Acordei um um barulho estranho, primeiro veio do quarto dos meus pais, levantei rapidamente e fui caminhando até o quarto deles, mas antes tive que passar pela cozinha, notei que minha cestinha estava tombada e o capuz vermelho de Fernando não estava mais lá.

Bateu um calafrio, corri para o quarto de Fernando, com medo de que meus pais tinham descoberto sobre ele e estavam preste a matá-lo, assim que abri a porta notei que ele não está ali mais a cama estava arrumada.

Então com medo fui para o quarto de meus pais, bati na porta e eles não responderam, decidi então entrar mesmo assim.

Entrei e me arrependi, a cena era de doer meu coração, meus pais estava ali, mortos…

Minha mãe estava caída no chão, com os pulsos cortados e o pescoço, e meu pai estava logo ao lado, todo ferido, com cortes profundos no peito, eu gelei na hora. Foi ele.

Minha avó! Foi a única coisa que pensei, sai correndo para o quarto dela, entrei com tudo e vi ali parado, Fernando com uma adaga grossa na mão, preparado pra enfiar no peito de minha avó enquanto ela dormia.

— Não se atreva a fazer isso… - Meus punhos fecharam, estava com raiva.

Ele olhou pra mim, com o capuz cobrindo parte de seus olhos.

— Tola garota. Eu pensei que sua raça fosse mais inteligente. Lobos geralmente são inteligentes.

— Se você matar ela… Eu mato você em seguida… - Já estava preparada pra lutar.

Ele ia falar alguma coisa quando minha avó abriu os olhos e sentou na cama, não demorou e ela notou o homem de capuz ao seu lado, ele ia atacar, mas era uma pobre velha, não tinha mais forças, ela pegou nos braços de Fernando, fazendo suas unhas crescerem e ficarem no rapaz, porém ele foi forte, na sua mão livre ele fez surgir uma outra adaga, ele com tudo, atingiu minha avó, ele a atingiu do lado da barriga, e eu não fiz nada, fiquei paralisada e as lágrimas caíram de meus olhos.

— Querida… corra… - Minha avó já estava perdendo as forças - Lembre que a vovó sempre vai estar com você puxando sua orelha…

Ao dizer isso, Fernando bufou e cortou o pescoço de minha avó, eu vi o sangue dela cair nos lençóis brancos da cama. E eu apenas fiquei ali parada sem reação.

— Agora, falta a filha. E essa família chegará ao seu fim.

Não aguentei, corri em direção a ele, fiz minhas garras aparecerem, comecei a tentar golpear ele com todas minhas forças, mas ele desviava, e toda vez que desviava ele conseguia fazer um corte em mim.

— Vocês só atacam na pura raiva, não tem estratégia. Uma pena também não ser lua cheia para você ficar com todos seus poderes e se transformar em uma loba.

Ele tinha razão, eu só estava atacando ele com ódio, não tinha estratégia, e tinha razão da lua cheia. Nós só podemos nos transformar por completo na lua cheia. Só podemos nos transformar ao ver ela…

Enquanto eu ainda tentava atacar e ele me feria cada vez mais, me lembrei de uma conversa com minha avó, essa memória veio na minha cabeça de uma forma extraordinária.

 

*Flashback On

— Mas só podemos nos transformar quando vemos a lua cheia?

— Exatamente querida. E tem alguma lua cheia no Céu?

— Não vovó…

Ela então se transforma na sua forma de lobo, minha avó tinha se transformado em uma grande loba negra, com os olhos azuis penetrantes. Fiquei surpresa, não tinha lua cheia, como ela conseguiu?

— Querida… - Minha avó começou falar, ela domina totalmente a forma lobo, ela consegue falar, pensar, e se controlar. - Não precisamos só dos olhos para ver algo. Temos algo muito poderoso, na nossa cabeça

— E o'que é? - Perguntei curiosa.

— Nossas lembranças. Se você viu a Lua cheia uma vez na vida. Conseguirá reproduzir ela na sua cabeça, e essa lembrança te trará o sentimento e a visão que teve. Esse é um segredo nosso certo?

*Flashback Off

 

Minha avó, mesmo morta sempre está me ajudando…

— Então, você é a mais fraca de todos que já lutei, sabe, eu posso ter mentido de muitas coisas, mas você continua linda.

Olhei pro chão e me concentrei o máximo que podia e comecei a recordar. O primeiro dia que tive contato com a lua cheia, foi com minha avó, eu lembro de olhar para o céu e, eu via aquela linda bola branca no céu, brilhante e poderosa. Eu me sentia forte, eu me sentia determinada, eu me sentia como se pudesse fazer qualquer coisa. A lembrança veio.

— Te dou um minuto pra correr. - Eu disse ele.

— E oque vai fazer lobinha?

— Vou devorar você !

E quando estava pronta, consegui me transformar, ao contrário de minha avó, eu era um lobo branco, mas a cor dos olhos continuava o mesmo.

Fernando quando me viu transformando começou a se perguntar como, ele se afastou correndo, mas pulei em cima dele, coloquei minha pata em seu peito e fixei meu olhar nele. Nos lobos quando estamos transformados, temos o poder do olhar, onde posso fazer ele sentir seu maior medo. E quando vi que já estava louco mentalmente, dei apenas uma mordida em sua cabeça, os ossos dele quebraram na hora. Ele estava morto.

Voltei ao normal, a lua cheia “imaginária” nos dá um tempo limite pra transformação. Mas usei bem esse tempo. Olhei para o corpo morto no chão.

Depois olhei para o corpo de minha avó, fui até lá e fechei os olhos dela.

— Até o dia em que nos encontraremos novamente.

Fiz o mesmo com os de meus pais. Eu sentia uma dor muito grande no peito. Voltei para o encapuzado. Senti um ódio por dentro.

Minha avó estava certa, nenhum deles são bons. Preciso acabar com todos eles. Preciso de vingança.

Tirei o manto vermelho do corpo morto, olhei bem pra ele e me decidi de uma coisa.

A primeira coisa que fiz foi abrir o guarda roupa de minha avó, e lá estava um de seus vestidos, brancos, favoritos. Eu o peguei, era de quando ela era jovem da minha idade, nele tinha um colete marrom para firmar a parte de cima, vesti sua bota grande da mesma cor que o colete e agora peguei o manto vermelho,  e coloquei em mim mesma.

Senti um poder percorrendo pelo meu corpo. Quem diria, o manto que foi feito para ser contra minha raça, eu vou usar para defendê-la e matar o resto dos encapuzados.

É hora da vingança.


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Notas finais do capítulo

Então, digam se gostaram ♥



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