ELENA: 

Os dias foram passando e tornando-se semanas logo abaixo dos nossos narizes ocupados com trabalho e distraídos com tudo que passamos entre as paredes do hospital. Ultimamente a vida da maioria dos residentes resumem-se em plantões cansativos, comidas frias e através de entregas, conversas paralelas ou simplesmente assuntos da medicina, tudo tem sido tão corrido que as vezes cheguei a esquecer que carregava um grande e globoso peso gestacional e me peguei a esquecer por segundos que estava realmente grávida, não foi nada fácil pois primeiramente Miranda ficou com um resfriado e passou cerca de uma semana em casa sob quarentena, Benjamin por alguns dias cuidou dela e intercalava entre trabalhar um dia no hospital, no outro cuidar da esposa e do enteado como um verdadeiro chefe da casa, depois que Miranda retornou Richard passou sete dias em Genebra com outros grandes médicos em uma conferência medica, e teve o dia em que houve um apagão na cidade durante a noite e passamos esta acordados verificando nossos pacientes em ventilação temendo que o gerador extra parasse a qualquer momento.

 Como eu disse foi uma verdadeira maratona seguido de dias comuns com plantões comuns, pacientes e casos comuns e a rotina de sempre partilhada por tantas pessoas distintas em um único hospital, já estou no finalzinho do oitavo mês de gestação, fiz todos o acompanhamento pré natal e ultrassons necessários durante a gestação então precisava apenas aguardar a chegada da minha filha, os preparativos para esse momento estavam a todo vapor, meus pais estão pensando em vir mesmo eu tendo dito que Damon e eu iríamos querer fazer tudo sozinhos e passar pelos momentos iniciais da pequena apenas nós sem ajuda de pais mesmo sendo oferecido de coração e que queiram apenas ajudar, queremos isso e decidimos juntos mas não iríamos impedi-los de ver o nascimento da neta e paparicá-la um pouco como todos os avós fazem e a viagem deles estava programada para uma semana antes do nascimento conforme o cronograma previsto para que ela venha ao mundo. Contudo acontecendo em minha vida de um modo tão corrido conseguir preparar todo o quartinho dela, lavar todas as roupinhas e com a ajuda de Adele todas as pecinhas estavam lavadas há uma semana e dobradas ou em seus devidos cabides dentro do closet, e apesar de ter esquecido em alguns momentos durante o trabalho que meu estado era diferente dos outros residentes, consegui de fato aproveitar tudo em minha gestação do modo mais pacífico e intenso possível, fiz alguns exercícios matinais, sai a passeios em noites de cinema,  jantares românticos e entre amigos, passeios de balsa pelo rio ou noite de garotas com minhas amigas no apartamento de Caroline, em nenhum momento deixei de aproveitar por estar a esperar um bebê, apenas aprendi a compartilhar os meus momentos com o pequeno coração que bate dentro de mim há 8 meses e juntas nós partilhamos de muitos momentos antes mesmo de sua chegada. 

Hoje o dia havia começado um pouco agitado, a emergência estava com os leitos quase todos ocupados e ainda havia atendimento na clínica do outro lado do estacionamento e estava sob comando de Liam hoje que ordenava a maioria dos internos, então os residentes estavam atolados em atendimento durante grande parte do tempo. Ajudei Kyle a abastecer alguns carrinhos após dispensar um paciente depois de suturá-lo devido acidente de trabalho, meus braços estavam cheiros de kit de suturas enquanto caminho pelos leitos abastecendo os carrinho e  minha barriga roncava um pouco de fome após passar a hora do meu lanche matinal mas não havia espaço para uma fugida ao refeitório sem desfalcar o time no momento. 

Precisa de algo Lexi?-- questiono para a loira que tinha seus longos fios dourados em uma bela trança um pouco bagunçada de propósito pela mesma, ela estava a atender uma senhora no leito 3, sentada no banquinho ao lado da maca onde a senhora repousava. 

Pode preencher o prontuário de Gail pra mim? -- ela aponta para o prontuário sobre os pés da senhora e eu confirmo, sento no banco do leito ao lado o puxando mais para perto enquanto suas rodinhas deslizam pelo chão limpo do hospital e fico do outro lado da maca, oposta a Lexi que começava a puxar os sinais vitais da paciente.Faço alguma perguntas a ela para preencher o prontuário de atendimento e Lexi dita-me os resultados dos sinais vitais,estavam estáveis tanto os batimentos cardíacos, quanto a pressão arterial, a temperatura da paciente e a frequência respiratória enquanto ela falava com Lexi como acabou parando em nossa emergência -- Esta quebrado, acho que no seu caso Gail o gesso simplesmente não irá funcionar sozinho 

Sim querido.. eu disse cirurgia -- ela estava ao telefone com alguém enquanto Lexi observava o Raiox da paciente que havia chegado 

Olha só elena -- ela passa-me as imagens e eu levanto um pouco acima da minha cabeça para ver mais nitidamente -- Precisamos de fato operar Gail 

Sim -- concordo ao ver as fraturas no seu braço direito 

Não é nada demais, foi só uma quedinha boba e eu já disse que não deves vim me ver -- ela fala a pessoa do outro lado da linha -- Não se preocupe filho, eu estou bem ... droga garoto já disse que sim, fale com a minha médica .. pegue fale com meu filho querida 

Oi,é.. Eu sou a Dra. Branson Cirurgiã e atendente ortopédica do Seattle Grace, a sua mãe tem ossos quebrados no antebraço mas vamos colocar algumas placas pequenas de metal para uni-los novamente e amanhã mesmo ela terá alta ... -- Lexi fala enquanto a senhora segura o telefone com a mão boa contra o rosto da loira e antes mesmo dela terminar de falar a senhora já esta com o telefone em seu ouvido -- Tudo bem tchau .. -- Não consigo ficar séria com isso e Lexi esta um pouco perdida quanto ao que se passou.

Eu falei que estava tudo bem querido, não precisa pegar um avião desesperado para me ver -- ela fala enquanto sorri devido a preocupação do filho -- Ligarei assim que a cirurgia acabar, eu prometo que sim.. também te amo 

Vamos reservar um S.O-- Lexi fala e eu concordo 

Meu filho é advogado, solteiro, gentil e um pouco mais velho que vocês -- Gail fala e olha de mim para Lexi e da loira de volta para mim. 

Desculpa, eu sou casada e serei mãe em breve -- respondo com um sorriso gentil e aponto para minha barriga 

Eu tenho namorado, estou muito bem Gail -- lexi responde e sorri 

Mas ele não é advogado.. -- gail insiste fazendo-nos rir 

Não, ele não é -- ela confirma -- Mas ele é cirurgião plástico e tenho descontos em cirurgias caso queira melhorar algo 

Droga, não dá pra competir -- ela por fim desiste e eu levanto para ir reservar uma S.O para Lexi operar Gail, entrego o prontuário a Kyle no balcão e ele larga o sanduíche de pastrami e sua coca cola geladinha. 

Preciso que verifique uma sala de cirurgia -- peço e ele usa a mão livre para verificar no sistema, aguardo apoiada no balcão e ele logo vira seu rosto em minha direção e limpa a boca antes de responder. 

Sala 2 em meia hora -- responde -- Eu iria correndo marcar no quadro cirúrgico ou perderá o horário e só o conseguirá após as 8:00 PM o dia esta corrido e o hospital pequeno para tantos enfermos e atendimentos 

Obrigado -- agradeço e retorno ao leito de lexi -- Sala 2 livre em meia hora, quer que eu vá marcar no quadro cirúrgico ? 

Pode deixar, eu faço isso -- ela fala e  agradece -- Pode pedir que algum interno leve Gail para preparar-se para a cirurgia? 

Pode deixar, eu mando sim -- confirmo e Lexi despede-se rapidamente da senhora para ir marcar sua cirurgia, peço que um interno de Bonnie que estava livre guie a senhora para a preparação da cirurgia, empurrando a maca, Ronan era um bom interno, bem prestativo e saio conversando amigavelmente com a senhora enquanto empurrava sua maca. 

Gilbert, vem comigo -- Bailey chama por mim e eu a sigo mais uma vez perdendo a chance de ir lanchar, entramos no elevador e saimos no segundo andar, Bailey caminha um pouco mais a minha frente com o tablet em mãos e entra em um doa quartos, entro em seguida onde duas mulheres jogavam um jogo de tabuleiro. 

Essas são Marla e Sue, se conheceram na unidade de queimados -- Bailey fala enquanto Lorenzo entra logo atrás de mim com Tyler. 

Somos amigas desde então -- Marla fala deitada na cama enquanto Sue esta sentada na cadeira colada a sua cama onde o jogo de tabuleiro estava sobre o colo de Marla, ambas tinham marcas de queimaduras em um lado do rosto, Marla do lado esquerdo e Sue do direito. 

Gilbert, pode fazer a apresentação -- Enzo fala ao meu lado 

Marla Lopez, 28 anos atualmente em estado pós MVC, envolvida em um acidente de carro quando ele capotou, ela ficou presa e ele pegou fogo -- falo brevemente 

Ela estava ao telefone passando mensagens enquanto dirigia, muito prudente -- Sue zomba da amiga que ri, seu rosto esta com grandes marcas de queimadura do lado esquerdo, seu couro cabeludo esta sem um fio de cabelo do mesmo lado e seu pescoço também foi atingido e estava parcialmente comprometido com cicatrizes. 

Agora Dr. Lockwood irá explicar como utilizaremos o expansor de tecido para a cirurgia -- Enzo fala e aponta para Tyler parado aos pés da paciente 

Esticaremos o tecido saudável, injetando soro fisiológico em um balão colocado sobre o couro cabeludo e removeremos o tecido queimado e cobriremos com um saudável -- Tyler também é breve e seguro quanto ao que fala 

Não quero minha cabeça parecendo peruca -- ela fala risonha 

Eu prometi que não faria isso -- enzo responde e começa a tirar algumas dúvidas da paciente quanto ao tempo de cirurgia, o tempo de recuperação, e eu coloco um par de luvas para verificar a mão dela após ver uma diferença no tecido dos dedos, as pontas estavam roxas meio azulado e o restante do tecido dos dedos estava edemaciado, claro demais e parecia uma grande bolha por inteiro, como se  estivesse acumulando liquido abaixo da pele fina que poderia de fato estourar a qualquer momento mesmo não estando inchada ao extremo. 

Dra. Bailey, Dr. Garcia -- chamo a atenção deles após retirar a coberta por inteiro da sua mão 

Vamos fazer alguns exames, desde quando sua mão esta assim Marla?-- Enzo questiona 

Não sei ela nunca foi boa desde o acidente -- ela responde com naturalidade -- Ainda posso fazer a cirurgia né? 

Saberemos após tirarmos um Raiox dos seus dedos - Bailey responde de prontidão enquanto enzo analisa focado os dedos de Marla, ela olha para Sue que olha para nós e percebo que suas marcas são bem menos chamativas que de Marla, ela já havia feito cirurgias para recuperar sua beleza antes do acidente que a acometeu, porém não estavam 100% natural, havia pequenas e claras cicatrizes das queimaduras mas nada comparado as de sua amiga Marla.

Tyler leve ela para fazer o Raiox -- Enzo fala e bate no ombro de Tyler antes de sair do quarto comigo e com Bailey enquanto Sue estava a falar que Marla não deveria se preocupar com um simples exame quando estava prestes a começar uma nova etapa em sua vida e que tudo ficaria bem como ficou para ela. Finalmente consigo tempo para ir ao banheiro aliviar a bexiga e lavar o rosto, o pescoço e seco-me com papel toalha, livro-me deles no lixo e desço até o refeitório para enfim lanchar, pego uma pequena fila peço uma maçã, um suco de abacaxi com hortelã e sento-me em uma das mesas redondas e vazias do refeitório coberto.

Temos o diagnóstico -- Leio a mensagem de enzo no meu telefone jogo o copo com suco na metade ainda dentro do lixo, porém subo com a minha maça vermelhinha e suculenta em mãos. Entro no quarto guardando a maçã no bolso do meu jaleco e assim que me prontifico em meu lugar em pé próxima a maca enzo começa a falar com Marla. 

Infelizmente há uma infecção nos seus dedos Marla, as imagens mostram um grau forte e alto de infecção e nossa única saída é retirá-los -- ele explica 

Retirá-los?-- ela questiona 

Amputá-los -- Bailey confirma com um outro termo e ela perde o ar 

Quantos?-- questionou 

3 -- enzo responde e ela fica pálida -- Falamos com a ortopedista do hospital, ela nos confirmou que a única opção no momento é amputar e iniciar com antibióticos para acabar com a infecção antes que tome o resto da mão, e precisaremos adiar sua cirurgia do couro cabeludo devido a infecção, o risco é ainda maior, eu sinto muito 

Sobreviveu a um acidente de carro horrível Marla -- Sue fala apoiando a amiga -- Vai sobreviver a isso também 

Eu sei mas.. -- ela tenta se explicar porém a amiga a corta 

O que sempre falamos?-- ela questiona 

Estamos vivas, respirando e vivas é isso que importa o resto são arranhões -- Marla fala olhando pra amiga e eu olho a reação de todos, Tyler esta calado aos pés da cama, com enzo ao seu lado e ele esta impassível com os braços cruzados porém esta preocupado com o estado de Marla, Bailey olha de uma amiga a outra decidindo alguma coisa mentalmente, como se travasse uma briga com seu próprio interior. 

Pode chorar Marla, é normal -- Bailey fala 

Não, ela não pode pois deves ser positiva e pensar positivo é assim que sobrevivemos -- Sue rebate olhando para Bailey 

Ela estava feliz e esperançosa, depois ficou ansiosa e  isso tudo foi destruído a deixando desapontada então não reprima o que ela sente, pois ela tem o direito de sentir as coisas -- Bailey fala seriamente encarando a Sue -- Ela pensa positivo amanhã .. pode chorar querida 

Obrigado -- Marla agradece já chorando e eu preciso sair do quarto pois meu emocional esta um pouco bagunçado nesses ultimos meses, fico encostada no balcão do andar um pouco afastado do quarto enquanto eles tiram as dúvidas dela sobre a cirurgia de amputação e a consolam. Preparamos a sala de cirurgia, levamos Marla após ela falar com sua amiga, nos preparamos a sala de preparação enquanto Tyler falava como deveria ser triste perder assim uma parte do corpo, quando veio aqui tentar recuperar outra, somos preparados pelos enfermeiros e auxliares com máscaras, avental, luvas e começamos a cirurgia, Tyler e eu apenas observávamos ajudando com coisas pequenas enquanto Bailey estava sentada no banquinho retirando os dedos de Marla, costurando a pele de volta uma por um. 

Poderia começar a acordá-la -- Bailey fala ao anestesista Louis 

Não, eu vou fazer a recuperação do couro cabeludo -- Enzo o interrompe -- Mantenha ela dormindo por favor 

Mas e a infecção Dr. Garcia?-- questiono 

Parece esta bem isolada -- ele responde óbvio -- eu farei a cirurgia 

Acha que deve?-- Bailey questiona o olhando através da máscara 

Ela vai acordar sem três dedos ... talvez saber que a reconstrução do couro cabeludo deu certo vá diminuir o vazio que ela sentirá -- ele comenta -- Hoje muita gente tem precisado de um pouco de mágica, não acha Doutora Bailey? 

Observo ela com um sorriso por trás da máscara e seu olhar brilha de orgulho daquele que já foi seu interno. ela confirma com um leve aceno de cabeça e mudamos tudo, Bailey retira o banquinho que esta sentada, Enzo senta nele logo atrás da cabeça da paciente e retira a touca dela enquanto eu movo a lanterna de pé na direção dele para melhorar sua visão do local e Tyler move-se logo atrás de Bailey preparando o balão para expansão. Meu almoço acabou sendo aquela maçã enquanto observava Enzo reconstruir parte do couro cabeludo de Marla enquanto ela estava inerte, inconsciente sobre uma maca com tantas pessoas a observando. Meus pés estavam doloridos de permanecer tanto tempo em pé nas ultimas horas mas tudo acabaria bem no final do dia se nenhuma catástrofe acontecesse, afinal elas surgem do nada sem aviso prévio e por mais que estejamos sempre o máximo prevenidos, quando as coisas ruins vem surgem assim de repente e raramente conseguimos prever sua chegada até que de fato elas nos atingir. 

O que temos? -- Escuto Webber  perguntar enquanto me preparo com o avental amarelo da emergência para receber o paciente, mais a lateral Klaus estava ao telefone com uma folha em mãos falando sobre entregas e ele parecia bem exaltado com a pessoa da linha. Nos dois ultimos dias Seattle estava passando por uma onda de ventos e escuto o socorrista explicar a Richard que o homem foi lançado pelo vento na construção que trabalhava e caiu sobre três vergalhões que atravessou  algumas partes dele e havia perdido uma quantidade considerável de sangue -- Gilbert,venha conosco

..... 

Esse vergalhão esta bem perto da carótida mas parece que não danificou nada --- Bonnie fala observando os exames de imagem na tela da sala de cirurgia onde o paciente estava deitado de lado com vergalhões no corpo, sedado e esperando nosso veredicto, Bonnie já usava sua touca rosa com flores amarelas e azuis para a cirurgia e eu me aproximo amarrando a minha touca lilás sem detalhes no momento. 

Esta no quadrante superior direito e pelo ultrassom passou perto do fígado mas não o perfurou -- falo apontando para a imagem de ultrassom que estava na tela ao lado e minha voz saiu um pouco abafada pela máscara em meu rosto. 

Esse ultrassom também mostrou a artéria femoral intacta -- Lexi surge ao meu lado com sua touca preta com simbolo de ossos, sua máscara já em seu rosto também -- Por enquanto 

Essas barras de metal são de metal bruto -- explico observando atentamente o desenho da barra nas imagens de Raiox e do ultrassom feito em telas diferentes na parede a nossa frente -- Quando retirarmos há chances de rompermos alguns vasos ou artérias e causar uma hemorragia 

As vias aéreas dele estão obstruindo, preciso entubá-lo -- o anestesista fala chamando nossa atenção 

Tudo bem, quero que cortes esses ferros o mais próximo possível para minimizar o estrago quando formos retirá-las -- Lexi fala seriamente caminhando na direção da mesa assim como nós duas e Megan a minha interna. 

O cortador de ossos não vai funcionar -- Bonnie fala após tentar cortar o ferro com a ferramenta usada para cortas ossos e não conseguiu. 

Isso é um vergalhão de meia polegada precisarão de uma serra  de ângulo com disco circular se querem mesmo cortá-la -- o paciente fala retirando a máscara da boca 

Obrigada Theo -- Lexi agradeceu ao paciente 

De nada -- ele responde educado 

Tudo bem, Gilbert vá atrás de uma serra, não ande .. corra -- Lexi comanda e eu vou até a porta -- Aliás, Megan vá você  há uma construção ai fora para aprimorar o hospital para a possível tempestade no fim de semana, eles devem ter isso lá 

Tudo bem -- Megan fala e sai correndo da sala de cirurgia 

Ela é rápida -- lexi comenta observando a porta mexe-se após ela sair feito furacão de dentro da sala. Megan volta minutos depois com um dos operários e colocamos óculos de segurança para que ele pudesse serrar os vergalhões. 

Não.. não façam isso -- Klaus entrou na sala com damon ambos com toucas e alarmados após parecerem ter corrido uma maratona -- A sala ta cheia de O2 a serra vai causar faíscas e tudo pode ir aos ares 

Meu Deus -- bonnie exclama ao perceber que quase nos explodimos 

Bem lembrado -- lexi fala e suspira aliviada 

Eu já passei por isso -- damon comenta óbvio 

Como foi a experiência?-- Megan pergunta curiosa 

Nada boa -- ele responde rápido e o homem afasta-se da mesa de cirurgia com a serra em mãos. 

Vamos avaliar a situação -- Klaus comanda e todos concordamos, o homem sai sem a serra após agradecermos e começamos a avaliar a situação, Bonnie foi passar as informações a Damon e Klaus enquanto mostrava os exames de imagens nas telas da parede. 

Os ferros estão próximos de dois grandes vasos e se retirarmos elas por inteiro eles serão rasgados -- ela explica apontando para uma das imagens 

Tem razão, mas eu sei como fazer isso -- Klaus fala após concordar com ela 

Tiramos os Tanques de oxigênio --- Megan dá uma ideia 

Sim, mas e as saídas que há no chão, ali e ali -- damon aponta para duas saídas de ar no chão da sala de cirurgia e ela não sabe responder -- Vamos remover ele para uma sala normal e fazer isso lá 

ele esta anestesiado demais para ser removido -- o anestesista se mete na discussão 

Que tal removermos os tanques adicionais que tem aqui, eu faço a ventilação manual, dou 100%  de O2 para ele, depois desligo o ventilador e você corta -- Damon fala pontando para Klaus -- Quando ele ficar sem ar, vocês param e eu hiperventilo ele novamente 

Isso vai demorar muito -- falo óbvia 

É arriscado -- Bonnie rebate 

Mas é  nossa melhor chance, mê de a serra e saia -- Klaus comanda pegando a serra das mãos de Megan e ela começa a caminhar para fora da sala 

Louis pode sair também -- Damon comanda -- É um trabalho perigoso, saiam todos 

Eu fico -- Lexi fala de prontidão -- Precisarão de alguém para segurar a barra enquanto serra ou ela moverá e pode romper os vasos, será tudo em vão 

Vai precisar de mim para irrigar o metal, a cortadeira vai esquentá-los e pode causar danos aos vasos do mesmo modo -- falo óbvia e Klaus olha-me por alguns segundos 

Tudo bem, Bennett fica e irriga o metal, Gilbert saia pois é perigoso -- ele ordena me deixando indignada 

Só por que estou grávida? mas Damon é o pai   -- tento me impor 

A criança esta no seu útero Gilbert, não é com ele que esta -- Klaus rebate e eu reviro os olhos -- Anda, saia é uma ordem

Ouviu ele Gilbert, você esta grávida é perigoso, saia da sala como Klaus ordenou -- Damon fala já sentado próximo ao rosto do paciente e eu saio da sala com Megan, estava furiosa após ser expulsa da minha própria cirurgia, retiro minha máscara de proteção do rosto irritada e saio pelos corredores frustrada demais com o que aconteceu, esbarro em Enzo ao sair da sala de cirurgia 3. 

O que há fui expulso da minha própria cirurgia -- ele fala sem entender nada 

Klaus Mikaelson me expulsou da minha própria cirurgia pois estou grávida -- respondo irritada e ele olha-me surpreso por saber disso e pelo meu estado de nervos. 

O que ?-- Enzo questiona e vê seu paciente sendo levado de volta ao quarto 

Bom.. havia uma chance da sala explodir e é muito perigoso -- eu explico e suspiro 

Nesse caso eu tenho que concordar elena -- Enzo fala óbvio -- Pode ir verificar meu paciente? 

Sim, eu vou -- falo sem ânimo algum e vejo ele caminhar para a direção que eu acabará de vim -- Onde vai? 

Ver a cirurgia que pode explodir -- ele responde óbvio -- Não chegue nem perto da sala de observação, fique longe e segura 

Reviro os olhos para ele também e sigo meu caminho para verificar o paciente dele, quando chego ao quarto verifico os sinais vitais e o nível de sedação do paciente que estava diminuindo e ele acordaria a qualquer momento com a noticia de que não foi operado e o osso do seu nariz após a surra de levou numa briga estava torto e feio do mesmo jeito. Após certificar-me de que ele estava bem deixo o paciente sob cuidado de uma enfermeira e sigo meu caminho até a emergência, mas estava muito bem comandada por Tyler e Stefan, vou verificar Caroline e ela estava cuidando bem da clínica afinal quando a tempestade chegasse ela não seria aberta, sendo assim tínhamos que adiantar atendimentos e do mesmo modo ela e Liam estavam dando conta com os internos, Jeremy era um deles e estava indo bem com seus dois pacientes. 

Parece bem irritada -- Caroline fala atendendo uma senhora com um belo de um machucado no pé 

Eu fui jogada pra escanteio -- reclamo suspirando e minha amiga ri do meu drama -- Me expulsaram da minha própria cirurgia após eu ter confirmado a Richard que estava tudo sob controle e saberia lhe dar sozinha com isso 

Quem fez isso? -- ela questiona 

Klaus -- respondo e ela serra os olhos irritada -- Ele me expulsou unicamente por estar grávida 

Que machista -- ela tem seu tom de voz indignado 

Há riscos nessa cirurgia,  se algo sair errado pode haver uma explosão -- respondo entregando a ela uma gases para cobrir o ferimento após finalizar os pontos 

Então ele meio que te protegeu -- ela fala óbvia 

Mas foi grosso, e eu to muito chateada -- respondo sentindo minha visão nublar pelas lágrimas e minha amiga me olha com um olhar carinhoso -- Não me olhe assim Caroline, ou irei chorar e eu quero sentir raiva do seu namorado e do meu marido e de todo mundo que ficou na minha cirurgia exceto eu 

Eu entendo -- ela apenas diz isso e entrego-lhe o  esparadrapo para fixar o curativo de gaze e saio da clínica para procurar algo pra fazer. Faço uma horinha com Kyle logo atrás do balcão enquanto o ajudo a organizar os prontuários dos pacientes atuais da emergência, Bailey atende no trauma 3 e seu paciente esta em para, Stefan esta com leito do 1 ao 5 e Tyler do 5 ao 10 e ambos estavam muito bem que nem aceitaram minha ajuda quando me ofereci, após ajudar Kyle sigo até a cantina e penso em comer algo, observo tudo no cardápio da parede e no balcão expostos pelo vidro mas minha fome havia passado após toda raiva que passei nas ultimas meia hora, e retiro-me da cantina atravessando as portas duplas, caminho para fora do hospital ao sair pela sala de espera e atravesso o hall de entrada, o dia estava ensolarado mas o vento era um pouco forte devido a possível tempestade prevista. 

Poderia me vê um chá verde -- peço na banca de café próxima ao hospital após pegar uma pequena e rápida fila, a moça sorri e confirma pegando o copo e servindo o chá rapidamente, tampando o mesmo com sua tampinha de proteção, retiro dinheiro do bolso da minha calça e entrego a ela agradecendo, retorno ao hospital sentindo a fadinha chutar levemente -- Que preguicinha filha 

Entro novamente no hospital e sigo pelo caminho da sala de espera, não tinha nada a fazer mesmo mas pelo menos caminhava e me distraía e estava pensando em ir a ala pediátrica verificar os bebes de Rebekah e se ela necessitava de ajuda ou enlouqueceria. Atravesso a sala de de espera onde Bailey estava a falar com a família do seu paciente e pela cara do pessoal a noticia não era das melhores, passo por eles tomando o meu chá pela abertura da tampa do copo e subo a escada para o andar seguinte rumo a pediatria, paro no topo no meio do corredor decidindo se sigo caminhando ou pego logo um elevador até lá enquanto bebo mais um gole do meu chá. 

Doutora cuidado -- escuto um grito feminino e olho na direção da voz, mais a minha frente do lado direito estava uma enfermeira e um enfermeiro, ambos olhando-me assustados  e antes que eu possa tomar quaisquer atitude, sou atingida por carrinho de utensílios para reanimação brutalmente, meu copo de chá é lançado para cima e meu corpo é lançado para baixo, não há chão abaixo de mim, apenas os degraus por onde rolo até finalmente chegar ao térreo, o copo vazio chega logo após o meu corpo. Não entendi bem como tudo aconteceu, eu ouvi o grito, eu vi o carrinho vermelho apenas ao me atingir, na verdade eu mais o senti que o vi e no segundo seguinte eu estava rolando escada abaixo, batendo cabeça, meus braços, coxas e minha barriga a cada degrau seguinte abaixo de mim, e logo após veio o chão gelado e meu rosto colado a ele, enquanto o terror toma conta de mim por completo ao perceber o que havia se passado. 

Gilbert.. Gilber ah minha nossa -- Bailey esta ajoelhada próxima a mim e eu mexo-me um pouco virando para que minha barriga fique pra cima, meu corpo todo treme e eu não consigo falar nada. 

O que precisa ?-- a enfermeira questiona ao descer as escadas correndo com o outro enfermeiro -- O carrinho simplesmente seguiu, a trava dele deve ter quebrado mas eu juro que não queria fazer isso Doutora 

Tudo bem -- ela concorda -- Elena, esta me ouvindo? 

Eu to bem.. eu to bem -- repito após ela perguntar novamente e movo-me no chão sentando indo contra as indicações de Bailey, toco minha barriga já chorando e poio-me que senta atrás de mim, Bailey pega minhas mãos tremulas e ela olha-me nos olhos 

O que sente elena?-- ela pergunta calmamente 

Eu... eu -- as palavras não saem da minha boca e a imagem do meu cunhado surge no corredor a direita logo atrás de Bailey que dava na emergência, atrás dele vinha Tyler e a enfermeira todos correndo para saber como eu estava. 

Calma pessoal, deixem a elena respirar -- Bailey fala quando muitos me cercam, até familiares dos pacientes -- Onde dói elena? Elena? 

Elena responda -- Tyler fala angustiado e eu olho todos os rostos a minha volta enquanto seus sussurros saem como cochichos em meio ao zumbido ao fundo. 

Ela ta em choque -- Bailey exclama e suspira -- Vamos pegar uma maca e levá-la para fazer exames 

Me ajuda -- peço ajuda a Stefan tentando levantar e o enfermeiro me mantem sentada e apoiada nele -- Me larga .. me larga 

Calma Doutora, é apenas para evitar quaisquer transtorno -- ele fala calmo e eu me nego a continuar sentada, Bailey permite que eu levante após verificar superficialmente se não havia nenhuma lesão e antes que eu possa levantar, Tyler retorna com uma cadeira de rodas e sou colada nela sem precisar pôr-me de pé realmente. 

Vamos levar ela para fazer uma ultrassom, depois verificamos com exames de imagens se ela possui alguma fratura -- Bailey comanda e Stefan esta segurando minha cadeira de rodas -- Tyler volte para a emergência, os dois vá com eles -- ela aponta para os enfermeiros e eles concordam e seguem com Tyler após ele beijar minha mão falando que estava tudo bem, eu apenas concordei ainda chorando e nem olhei para ele, estava assustada demais para falar algo. Stefan segue empurrando minha cadeira de rodas com Bailey ao meu lado segurando minha mão enquanto com a outra eu escondia meu rosto e chorava com medo de que algo tenha ocorrido a minha fadinha após esse incidente infeliz, subimos para o terceiro andar de elevador enquanto tudo que eu via eram meus pés no apoio da cadeira e o chão passando abaixo de mim numa velocidade considerável. 

DAMON: 

O dia realmente havia começado muito bem, e para um hospital como Seattle Grace que é referência em traumas nossa emergência estava lotando, a clínica estava lotada por pessoas buscando ajuda simples, e nossas salas de cirurgias estavam concorridas. Como não se deve pensar nunca que tudo vai bem e que esta pronto para qualquer coisa, pois se pensa isso quando percebe esta saindo do elevador correndo com seu amigo e colega de trabalho pois mais uma vez o hospital corre risco de explosão, Klaus e eu acabamos por tomar conta da cirurgia do paciente com vergalhões atravessado em seu corpo após uma queda da construção que trabalhava devido os fortes ventos que antecipavam a tempestade já prevista para ocorrer e pela qual estávamos nos preparando para isso. 

Eu vou começar a bombear -- falo com o ambão em mãos e começo a bombear manualmente o paciente de acordo com a ideia que eu dei -- Prontos? 

Sim --todos respondem e eu continuo a bombear um pouco mais 

Se alguém ver uma mínima faísca, grita e corre o mais rápido que puder -- Klaus ordena e todos concordam, ele liga a serra, quando o monitor mostra que o O2 do paciente ta em 100% paro de bombear, Klaus começa a serrar ao mesmo tempo que Bonnie irriga o ferro com água a jato para evitar que esquente, Lexi segurava o ferro acima na ponta o mantendo fime e Klaus serrava próximo a perfuração deixando apenas dois dedos de distância quando faíscas começaram a surgir. 

Faíscas -- Bonnie exclama e Klaus desliga a serra, eu me afasto e Lexi se joga ao chão enquanto Bonnie vai para trás de Klaus. 

Ta todo mundo bem? -- Klaus pergunta ao ver que não explodiu e me aproximo novamente com o banco de rodinhas, Bonnie sai de trás de Klaus com o irrigador em mãos -- Lexi? 

É, eu to bem -- ela fala ao levantar do chão e suspira alto -- Vamos prosseguir 

Bonnie você bem que podia fazer uma oração -- Klaus fala para a morena ao seu lado 

Senhor ajude-nos a salvar Theo, esteja ao nosso lado nesse momento permitindo que salvemos a vida deste homem e nos mantendo seguros.. amém -- bonnie faz a oração 

Agora -- Klaus fala alto e liga a serra começando a serrar, bonnie agilmente começa a irrigar e lexi mantém suas mãos firmes no ferro para impedir que saia do lugar. Finalmente serramos o primeiro vergalhão próximo a carótida e Klaus o colocou na bacia de alumínio na mesinha próximo a mesa de cirurgia -- Vamos para o próximo, o do abdômen 

Vai -- falo após bombear novamente e desligar mais uma vez a ventilação, Klaus ligou a serra e voltou a serrar enquanto bonnie irrigava. 

Faíscas.. faíscas -- lexi repete quando começam a sair faíscas novamente e afastamos nossos rostos mas não paramos -- Damon o chão .. 

olho para o chão e há faíscas acesas nele, começo a pisar nelas apagando-as antes que atinjam a tubulação do chão e Klaus para a serra ao perceber e me olha seriamente. 

Tudo bem, pode prosseguir -- confirmo e ele o faz e continua assim por longos minutos 

Temos que chegar logo ao abdomen -- Lexi reclama e Klaus apenas balança a  cabeça e logo o terceiro e último vergalhão esta cortado também, viro-me para ligar a ventilação e Bonnie grita comigo para não fazer e aponta para um pequeno principio de incendio quando um dos plásticos com gaze dentro estava sobre o carrinho logo na prateleira de baixo pegando fogo após faíscas atingí-lo. 

Cubram o corpo -- Klaus fala e lexi e Bonnie cobrem o paciente e ficam com seus troncos sobre ele o protegendo, Klaus corre ao lado da porta e pega o extintor de incêndio. 

88% ele ta ficando hipóxico -- falo para klaus e ele rapidamente apaga o fogo 

Pode ligar -- Lexi confirma quando Klaus apaga o fogo -- Mandou bem Bennett 

Tudo bem, temos as barras cortadas -- Klaus anuncia -- Então faremos assim, Bennett volte para o PS e ajude lá, Branson se prepara, bipem o Webber para que venha auxiliar 

Bonnie sai de cara amarrada após ter sido expulsa da sala de cirurgia e minutos depois Webber entra na sala já preparado para cirurgia. Klaus já estava fazendo a incisão com bisturi para usar o expansor e abrir um pouco mais a cavidade do abdômen do paciente e eu estava ligando os aparelhos novamente, Klaus fica com o vergalhão do pescoço, Webber fica com o do abdômen e Lexi com o da coxa, fico do outro lado da mesa oposto a Webber e ao lado de Klaus, lexi estava ao lado do meu lado por ser a perna atingida, auxilio Richard no abdômen preparando-nos para retirar a parte do vergalhão que ficou dentro. 

Precisamos nos prepara para a tempestade -- Lexi comenta -- Digo olha esse homem, o que aconteceu com ele pelos ventos 

Já estamos dando um jeito Lexi, protegendo as janelas mais inferiores para risco de acidentes, estamos com dois geradores caso a luz vá embora, temos um grende estoque de medicamentos, instrumentos, e comida chegando essa tarde -- Klaus fala calmo -- Eu cuidei de tudo com Richard 

Temos cobertores aquecidos estocados, fluídos também -- falo certificando que nem isso faltava 

As pessoas buscarão por nossa ajuda, por abrigo -- Richard comenta enquanto aponta para a área que eu devo intervir assim que ele retira o vergalhão e confirmo com um leve aceno de cabeça, ele calmamente pega o ferro e começa a puxá-lo não muito rápido para fora da cavidade do paciente, e assim que esta fora eu entro com gaze para sugar o sangue dentro da cavidade antes de tentarmos fechá-lo -- Vamos abrigá-los na sala de espera, no refeitório, onde conseguirmos espaço 

Tudo bem -- concordamos todos com suas ordens 

Faremos diagnósticos precisos, evitaremos transtornos entre os abrigados e os pacientes e faremos sempre o nosso melhor -- ele continua -- Até que  a tempestade passe e todos possam voltar para suas casas 

São uns dois dias de tempestade -- Lexi comenta -- Será bem difícil 

Quero todos aqui, protegidos com nossos recursos e ajudando um ao outro em tudo que for preciso -- ele mais uma vez comanda e prepara os fluídos mornos para jogar na cavidade enquanto seguro a sucção. Nenhum de nós discordou do chefe, se ele nos queria no hospital ficaríamos no hospital como seu pedido, seriam dois dias bem difíceis e de fato seria mais seguro estarmos aqui com geradores extras, comida estocada e meios de intervenções em casos de emergência com um de nós. 

Dr. Salvatore, tenho um recado para você -- Um enfermeiro fala ao entrar na sala de cirurgia, com uma máscara segurando contra o rosto, ele está logo atrás de Richard. 

Diga -- respondo para que ele prossiga 

É a Doutora Gilbert, ela sofreu um pequeno acidente e caiu da escada -- ele fala e eu largo a sucção na cavidade do paciente com o susto, Lexi é mais rápida e retira ela de dentro 

Como assim acidente?-- questiono preocupado 

Ela esta na obstetrícia, sendo atendida -- explicou sem muitos detalhes -- Pediu sua presença com ela 

Eu.. mas .. -- Queria ir mas o paciente também precisava de mim, Richard olhá-me e balança a cabeça concordando e eu olho mais uma vez para o enfermeiro, batidas nos assustam e olhamos na direção da sala de preparo onde no vidro Ben havia batido três vezes, ele estava a lavar-se para entrar na cirurgia. 

Vai .. eu cuido daqui -- Entendo seus gestos e faço uam breve leitura labial, concordo e retiro as luvas, dou a volta na mesa de cirurgia e jogo no lixo, retiro o avental também e jogo no lixo, saio da sala após me livrar da máscara e sigo para o elevador no final do corredor, clico no botão de numero 3 para que siga logo ao terceiro andar e quando ele abre saio rapidamente, viro a direita e sigo pelo grande e amplo corredor indo na direção oposta da pediatria. 

Bailey, como ela esta ?-- vejo Miranda na frente da sala e ela abre a porta pra mim, elena estava deitada na maca com a barriga exposta e a médica fazia perguntas a ela -- Ei.. o que houve? 

Eu fui atingida por um carrinho e cai da escada -- ela responde com o olhos inchados e vermelhos do choro que ocorreu, toco-lhe os cabelos e faço um breve carinho. 

Bom como eu estava falando com ela, segundo as respostas dela não há nenhuma fratura e nós faremos um ultrassom apenas para ter certeza de que tudo esta bem com o bebê -- a médica explicou -- Mas os exames e a inspeção que fiz descartou sangramento externo 

A mulher morena com cabelo curto e enrolado liga o aparelho de ultrassom para começarmos o exame, Bailey havia saído e nos deixado a sós já que eu havia chegado e elena segura minha mão ansiosa e após despejar uma quantidade de gel condutor no cabeçote do aparelho, ela começou a deslizá-lo pela barriga exposta de elena. A imagem da minha filha quase não era perfeitamente vista devido o nível avançado da gestação e o pouco espaço que fica conforme o avanço e crescimento do bebê mas conseguíamos distinguir suas formas devido os anos na faculdade de medicina, e dava-me uma imensa felicidade vê-la mais uma vez através dos exames de imagem, apesar do momento assustador que procedeu essa consulta.

O bebê esta bem -- ela fala pós parar de mover o cabeçote e o pendurá-lo na máquina após limpar o mesmo para retirar o excesso de gel. 

Defina bem , por favor -- elena insiste -- Fale como médica 

Bem significa que não há sinal de ruptura na placenta, nem sangramento interno ou lesão ao feto -- explicou enquanto limpava a barriga de elena -- Não há ruptura uterina ou deslocamento de placenta, o coração do bebê esta batendo bem, não há nada de errado até então 

Graças a Deus --- elena fala aliviada e olha-me com um breve sorriso 

Obrigado Doutora -- agradeço a mulher que sorri 

Teve muita sorte, sente muita dor ?-- ela questiona a elena que nega -- Numa escala de 0á 10 qual a intensidade da sua dor?

Só um pouco dolorida, eu diria que estou em 4 -- ela responde e olha-me novamente -- Ficaremos bem, agradeço o cuidado conosco Doutora 

Se sentir qualquer dor, sabem onde me encontrar -- ela fala levantando-se do seu banco e sai da sala livrando-se das luvas de procedimento, concordamos e  ela sai da sala. 

Obrigado Connie -- agradeço e ela fecha a porta -- Eu disse para diminuir o ritmo elena 

Quer saber como isso teria sido evitado? se não tivessem me expulsado da droga da cirurgia que era minha -- ela responde rudemente e eu penso em rebater mas não era o momento, suspiro lentamente antes de decidir por fim me calar. 

Bote a sua calça -- falo entregando a ela a calça do uniforme,e elena levanta-se e o faz emm seguida coloca seu tênis e sai da sala na minha frente. Descemos de elevador e encontramos no corredor Caroline com Stefan e Tyler, os três levantam de uma maca no corredor e param a nossa frente. 

Eu estou bem, fizemos todos os exames e estou bem --- elena responde quando os três começam a perguntar sobre ela, após a mesma confirmar que estava bem começou as perguntas sobre a bebê -- Esta bem também, foi só um susto 

Fizeram hemograma e AKB?-- Stefan questiona 

Sim, fizeram todos os exames e a bebê esta bem --- elena confirma enquanto senta na maca 

Precisa deitar elena, vá para o quarto dos plantonistas -- falo e ela concorda e levanta 

Deixo elena deitada em uma das camas do quarto dos plantonistas e retorno para a cirurgia mas já estavam finalizando então sigo para a emergência. Ajudo Bonnie e Kyle a organizar tudo que chegava para a tempestade, água estavam sendo levadas para a dispensa do refeitório, cobertores estavam na dispensa do primeiro andar com mais alguns kits de socorros que foram montados de acordo com o material que chegou, estocamos algumas lanternas, pilhas, e tudo isso durante o restante da tarde em meio ao atendimento que fizemos. Elena passou o restante da tarde descansando e sob cuidados e observação no quarto de descanso. 

Eu estou exausta -- Lexi reclama assim que estamos em casa e sentados para o jantar.

A partir de sexta ficaremos no hospital Richard nos quer lá até passar a tempestade, vamos dormir todos lá, pelo menos os residentes e atendentes -- falo a elena e Stefan durante o jantar -- Ele deve fazer um comunicado quanto a isso ou deixar algo no mural de avisos, enviar aos emails não sei 

Estaremos preparados -- Stefan exclama servindo-se mais com a salada cortada e montada por Lexi, enquanto eu fiz todo o resto. 

Após o jantar passamos um tempo assistindo ao programa de cirurgias plásticas que Lorenzo é vidrado sem opção de outro programa, pelo menos nesse havia grandes conteúdos expostos por mais que não mostrasse tão abertamente o momento da cirurgia como eu gostaria. Assim que o programa acabou pudemos mudar para Code Black uma série médica que tem mais probabilidade de nos animar, todos largados no grande e espaçoso sofá assistindo enquanto comíamos pipoca de microondas e debatíamos o que faríamos em cada caso apresentado no episódio novo. 

Na manhã seguinte após mais uma vez despertarmos com o som barulhento e estridente do despertador, cada um preparou-se em seu quarto em sua bolha de sono e mau humor esperando que as horas passem rapidamente para retornarmos a nossas camas afinal o fim de semana turbulento se aproximava. Visto-me com um jeans, uma camisa de mangas longas com os três botões fechados, e minha jaqueta de couro, pego minha pasta de couro preta e penduro em meu ombro com a grande alça, a mesma bate em minha coxa enquanto desço as escadas e ao chegar na cozinha Elena estava preparando o café com sua camisola de gestante e o robe aberto, os pés estavam em sua pantufa de unicórnio e ela tinha os fios de cabelos amarrados em um coque, alguns fios estavam soltos e assanhados deixando sua beleza natural e realçada pelos seus detalhes. 

Bom dia -- saúdo ao entrar na cozinha e ela sorri pra mim colocando a jarra de vidr da cafeteira quase cheia de café ao retirá-la do aparelho. Elena havia preparado o café, esquentado leite, feito torradas, ovos mexidos e bacon, e cortado algumas frutas numa tigela para diferenciar um pouco o nosso café, Enzo e Lexi descem conversando não muito animados, pareciam ainda cansados e loucos para voltarem para cama. 

Eu vou levar algumas coisas para nossa mãe, o cobertor aquecido, lanternas e pilhas, aquele pacote que montamos e as revistas de pontos, tricô e alguns novelos de lã -- Stefan fala ao sentar para o café -- Após isso vou para o hospital 

Ótimo, precisamos diminuir o numero de pacientes hoje para que amanhã haja mais espaço e leitos vazios para os acidentes e abrigados -- Comento pegando um pouco das frutas que elena cortou, havia morangos, kiwi, abacaxi.. 

Não se preocupe -- ele afirma e serve-se com café 

Posso ir com você Stefan? -- Elena pergunta sentando-se a mesa para juntar-se a nós no café 

Sente-se bem para isso?-- ele questiona e ela confirma -- Então sim 

Nada de ir trabalhar, quando retornar você fica aqui e o stefan vai sozinho para o hospital -- falo e bebo um pouco do meu café quentinho -- Sabes que precisa pegar leve, Richard já avisou que podes parar de ir trabalhar 

Eu farei isso, após a tempestade -- ela fala teimosa -- Vão precisar de o máximo de atendentes possíveis nesses dois dias e eu estou me sentindo bem, ontem foi um acidente infeliz mas que não me ocorreu nada demais 

Teimosa -- Enzo cantarola baixinho e o restante de nós concorda continuando a comer, Elena sobe após finalizar suas frutas e seu suco para arrumar-se e acompanhar meu irmão até a clínica para verificar minha mãe, ela havia pedido mais material de tricotar e estávamos preocupados com essa tempestade a caminho, se ela tinha tudo pronto para manter-se segura. 

Até mais -- Elena acena ao entrar no carro de meu irmão e sigo com meu carro para o hospital, com enzo e lexi apenas enquanto meu irmão segue logo atrás porém muda de percurso após alguns minutos apenas, eles passariam em um mercado para comprar algumas coisas que minha mãe gosta e levar para ela comer durante esses dias sitiada totalmente dentro da clínica. Assim que chegamos ao hospital trocamos de roupa, e começamos a atender o mais ágil e preciso possível os pacientes da emergência naquela manhã, a clínica do hospital estava totalmente fehcada e segura e seus atendimentos haviam sido interrompidos até segunda ordem então diminuía a demanda de atendimento e aumenta a demanda de atendentes livres no PS. 

Bom dia Sr. Flyn, eu sou Dr. Salvatore e irei atendê-lo hoje -- apresento-me após abrir a contina do leito 4 para dar de cara com um senhor 

Tudo bem querido? eu cai no banho e machuquei-me -- ele fala e vejo seu braço sem movimento, toco o mesmo e ele geme de dor 

Deve ter partido o osso, vou pedir uma consulta ortopedica -- aviso e ele concorda -- Há algo mais a doer? 

Sim, minhas costelas doem quando respiro e meu peito -- ele responde e sorri sem jeito 

Poderia por favor abrir a camisa para que eu possa verificar e examinar ?-- pergunto e ele concorda, o ajudo abrindo a camisa devido seu braço esquerdo esta sem movimento e havia um grande hematoma que pegava parte do abdômen e as costelas esquerdas, estava inchado e roxo -- É um belo de um hematoma Sr. Flyn, vou pedir um raiox para verificarmos como esta por dentro, e vou fazer um ecocardiograma para averiguarmos seu peito 

Obrigado Doutor -- ele agradece -- Aliás poderia não avisar a minha família ? 

Bom.. -- antes mesmo que eu fale algo uma senhora de uns 50 anos ou 60 surge com um homem e uma mulher, todos nervosos e ansiosos já na nossa direção e falando enquanto chamavam Flyn de teimoso,fujão e mentiroso por não avisar que estava no PS de um hospital -- Acho que é tarde demais 

É, eu tentei -- ele comenta rindo antes de ser bombardeado pelos três, Flyn faz uma expressão de dor quando a filha o abraça 

Chamou? -- Lexi aparece minutos depois  que a bipo para consultar Flyn e eu confirmo 

Verifique o braço dele, eu pedi um raiox o Kyle ou Morine deve estar a trazer, ele caiu e acho que partiu o osso uma ou duas vezes, esta com dores nas costelas e dor no peito -- explico ligando a máquina de eletrocardiograma após ter fixado os eletrodos na pele do seu peitoral. 

O que temos ? -- Richard questiona 

Flyn Jones, 65 anos acidente caseiro durante o banho -- começo a falar -- Reclama de dores no peito, hematoma grande e visível no tórax e abdômen, estamos aguardando resultado da tc abdominal 

Ele tem dois locais quebrado no braço e tem três costelas quebradas -- Lexi completa e toca o hematoma com as mãos protegidas por luvas, o homem solta uma exclamação de dor enquanto tem a mangueirinha do respirador no nariz para ajudá-lo a respirar melhor por estar com fratruas na caixa torácica. 

São familiares dele?-- Richard questiona enquanto vê o prontuário que eu preenchi alguns campos e os três adultos, um deles mais velho que a senhora jones afirmam que sim -- Ele perdeu a consciência ao cair? 

Não sabemos, eu fui ao mercado e meus filhos estavam em seus trabalhos -- A senhora Jones responde deixando Richard intrigado 

Ele veio sozinho ao hospital, pegou um táxi e veio -- respondo e ele apenas balança a cabeça,enquanto a máquina fazia o ECG, utilizo o estetoscópio para verificar seus sinais cardíacos e ele conversa com Richard de como foi o seu tombo, repetindo o que havia me dito mais cedo. 

Eu acho que ele desmaiou antes de cair -- Tyler comenta dando o seu parecer -- Algum tipo de tontura, vertigem ou coisa do tipo que o levou a perder o equilíbrio 

O que há Doutor? -- Flyn olha-me quando recebo a impressão da máquina das mãos de Lexi ao ver que havia acabado o exame, observo os gráfios desenhados na folha pela máquina. 

Você possui o que chamamos de síndrome do nódulo sinusal -- respondo e novamente olho para o papel -- É uma arritmia que causa perda de consciência, teremos que fazer uma ablação 

O que é isso? -- Cindy a filha questiona curiosa 

É um procedimento minimamente invasivo, consiste na inserção de cateteres inseridos em veias ou artérias cardíacas para corrigir vários tipos de arritmias cardíacas -- respondo olhando os três familiares -- É um processo rápido, não invasivo e ele terá alta em até 24 horas após o procedimento

Parece seguro -- o filho fala olhando para a mãe e a irmã 

Fazemos isso quase todos os dias aqui -- Richard confirma -- Seu pai esta em boas mãos e cuidaremos bem dele, acreditem 

Tudo bem, podem fazer a cirurgia -- a esposa concorda e sorri para o marido -- Vamos aguardar na sala de espera seu espertalhão e nada de tentar nos passar pra trás depois de hoje Flynn Jones ou eu vou castrar você 

Pode ir marcar a cirurgia e reservar a SO Lockwood -- ordeno e ele concorda largando o prontuário após ter pego para preencher conforme Richard pediu. Tyler some para ir reservar a sala de operações enquanto Richard conversa com os familiares de Flyn e os guia até a sala de espera  e eu e Lexi ficamos com o paciente para explicarmos os procedimentos, ela iria fixar o osso com placa de metal enquanto eu operaria o coração dele. 

Passaríamos 3 horas e 45 minutos na sala de cirurgia afinal o paciente era idoso, deveríamos tomar cuidado com os nossos movimentos e inserir cateteres no coração do paciente para causar nele cicatrizes em certos pontos corrigindo a arritmia não era algo tão fácil a ponto de não nos importarmos com a forma de exercer cada movimento. Além disso havia a cirurgia de Lexi no braço do paciente e ele tinha uma quantidade considerável de sangue fora da cavidade torácica que teve de ser drenado também.

 Eu daria tudo para passar o final de semana em uma praia com uma bebida tropical em mãos, um frasco de protetor solar e apenas isso -- Lexi comenta sobre a tempestade prevista para amanhã a noite 

Passaremos bem, não com o que se preocupar -- Richard fala durante a cirurgia 

Preparando para inserir cateter -- comunico e recebo o mesmo em minhas mãos 

Eu sei que sim, mas deve ser tão bom o sol, a areia a bebida tropical -- ela comenta e suspira fazendo-nos rir -- Quantas pessoas ficarão sem lugar amanhã perdidos em meio a tempestade sem casa e sem rumo ? 

Espero que poucas, espero que a maioria consiga abrigos -- Louis o anestesista comenta e nós concordamos 

Algumas paróquias estão oferecendo abrigo aos desabrigados -- Richard fala enquanto retira gaze encharcada de sangue -- Reverendo Johnson é um dos responsáveis para abrigar estas pessoas em sua paróquia, ele juntou uma quantidade boa de alimentos, cobertores e roupas caso haja necessidade 

Que maravilha -- Lexi exclama aliviada -- Eu realmente gostaria de uma pizza cheia de queijo 

O que há de errado contigo hoje? -- questiono 

Nada, eu só acho que amanhã a noite começamos a ficar sitiados pela tempestade que só tem previsão de ir embora no fim de domingo, sendo assim vamos estar sem acesso a pedidos de comida e eu não acho errado querer uma pizza agora -- ela fala e balança os ombros 

Pedimos depois Alexia -- reviro os olhos para ela -- Uma cheia de queijo, outra de calabresa.. 

Foquem os dois -- Richard resmunga 

estamos focados -- falamos juntos e continuamos o procedimento 

Estou passando pela cavidade cardíaca em direção ao nó sinusal -- falo observando pela câmera do computador a minha frente -- Podemos pedir sushi também 

Seria maravilhoso -- lexi concorda e Richard suspira derrotado por ainda estarmos a falar de comida em meio a cirurgia -- Aliás Richard, onde Adele ficará? 

Eu mandei que viesse abrigar-se aqui, estará segura sob meus cuidados --- ele responde enquanto esta concentrado em sua missão. 

Que bonitinho, todo preocupado -- Lexi comenta e Richard  ri por baixo da máscara -- São um casal  e tanto, minha meta de vida é esse.. se um dia eu casar mas por enquanto a reposta é não para todos os pedidos sejam lá  de quem for 

Já te pediram em casamento Lexi?-- Tyler pergunta curioso segurando a sucção para Richard 

Já, duas vezes -- ela responde -- Uma na época do ensino médio, ele queria que eu vivesse com ele quando fosse pra faculdade pois ele era mais velho que eu, os pais dele eram legais porém a mãe tinha receio quanto a minha pessoa por não ser como eles, com casa, família tudo isso que a sociedade diz ser normal, enfim ele pediu e  eu disse que precisava ir ao banheiro e fugi pela janela, entrei no meu carro acelerei e não olhei pra trás 

E a segunda vez? -- ele questiona rindo da história dela 

Foi Will, nos conhecemos aqui no hospital e nos apaixonamos e eu não sei como mas ele conseguiu me convencer a dizer sim a ele, fomos a vegas ao sair do nosso turno, pagamos um pacote de 60 pratas ganhei um véu, um buquê de plástico e ele uma cartola e uma gravata, casamos e voltamos para casa horas após termos aproveitado em um dos hoteis -- ela explica e novamente causa risos -- Ele não era rico, o anel era simples e quase não se via a pedra dele,  mas ele era tão importante quanto a pessoa que me deu, Will foi a primeira pessoa que eu deixei entrar na minha vida de uma forma tão intensa e permanecer na minha cama 

Nunca havia feito os dois aos mesmo tempo?-- ele questiona 

Não, eu deixei damon entrar na minha vida intensamente mas ele nunca esteve pelado em minha cama assim como eu na dele, ou a pessoa tinha meu corpo ou tinha minha admiração, coração e alma -- ela responde e balança os ombros -- Eu não sabia me entregar por inteiro, sempre fui muito cabeça antes de coração, e com William foi diferente pois ele era diferente 

É ele era -- Richard concorda -- Ele sempre foi diferente de você, Damon ou Lorenzo 

Totalmente -- ela concorda e sorri por trás da máscara -- Enfim, depois dele veio o que se denomina rei da cirurgia plástica e com ele é intenso, é bom e eu o amo de verdade, ele é diferente de mim, como Will foi também e ele é diferente do que o Will foi pra mim, há vários amores em nossas vidas, uns mais intensos que outros e cada um com seu ensinamento, com seus momentos e diferença o que o torna único sempre que o encontramos 

Belas palavras doutora -- Louis o anestesista alogia e ela agradece 

Finalizei -- Richard anuncia -- Lockwood pode fechar pra mim 

Obrigado -- ele agradece tomando lugar e Richard segura a sucção para ele, ao finalizarmos a cirurgia exatamente 3horas e 45 minutos depois, Tyler e Richard vão até os familiares avisar que estava tudo bem e eu sigo com Lexi para verificar que o Sr. Jones estava sendo bem instalado e já deixamos marcados no prontuário do sistema e no prontuário escrito na cabeceira da sua cama os sinais vitais averiguados após a cirurgia assim que chegamos no quarto, em seguida os deixamo assim que os familiares entraram com Richard que explicava as possíveis complicações que poderiam surgir de pós operatório. 

Durante o almoço sento-me com Lorenzo e Rebekah para almoçarmos pois Lexi estava em cirurgia com um atleta. Pedimos o especial do dia que se referia sanduíche de peito de peru, suco natural, um pote de salada e uma gelatina, sentamos em uma mesa e começamos a almoçar em meio a algumas palavras trocadas sobre a manhã que acabara de se passar, Enzo estava comemorando que passaria por mais duas cirurgias essa tarde e tinha quatro pacientes já liberados de pós cirúrgico sem nenhuma complicação. 

Viram na televisão? -- Klaus questiona sentando na nossa mesa com seu almoço 

Não -- respondemos 

Kyle esta sempre com a televisão ligada principalmente em possíveis catástrofes ou quando já há algo terrível ocorrendo -- ele explica enquanto desembrulha sem sanduíche -- Deu no jornal que os ventos aumentaram constantemente nas ultimas horas, estão há 50km por hora e já causou alguns estragos mas nenhum morto até o momento 

Imagina essa tempestade -- Rebekah comenta suspirando -- As grávidas, crianças, bebês que podem se machucar 

Imagina só -- Enzo concorda -- Estão em perigo todos que estão na rua 

Nossos pacientes estarão seguros, nos estaremos seguros e vamos ajudar aqueles que surgirem -- Klaus fala confiante --- Estamos prontos, protegidos com todas as providências que tomamos para passar pela tempestade sem danos, e conseguiremos fazê-lo 

Preciso ir, meu paciente tá parando -- falo ao ver a mensagem e subo correndo pelas escadas para não esperar o elevador, quando chego ao quarto Richard estava reanimando o Flyn Jones com as pás do carrinho de reanimação e os familiares estavam assustados olhando do lado de fora. 

Carrega em 280 -- Richard comanda e eu me aproximo, afastando a enfermeira e faço isso aviso que esta feito e ele usa as pás no peitoral de Flyn, logo o monitor apita avisando que há sinal cardíaco e Richard suspira limpando o suor da testa com o braço após se livrar as pás jogando no carrinho -- Muito bem, ele voltou 

Ele vai ficar bem, precisaremos manter Flyn em observação e talvez colocar um marcapasso cardíaco nele para evitar fibrilações ou taquicardias assim -- explico após os familiares entrarem, retiro-me do quarto com Richard e retorno para o refeitório afim de finalizar meu almoço, Rebekah ainda estava lá com Klaus mas Lorenzo havia sido chamado também, sento-me em meu devido lugar e continuo a comer como se não tivesse reanimado ninguém nos últimos segundos,verifico o horário e se havia alguma mensagem do meu irmão ou de elena mas não havia nada, penso em mandar algo mas eles provavelmente estariam conversando com minha mãe por horas como Stefan e eu fazíamos afinal Alexandra James sabe como nos prender. Assim que finalizo o almoço vou ao PS, ajudo Klaus com os atendimentos nos leitos e acabamos liberando alguns pacientes sem nenhuma dificuldade no atendimento e com niveis baixo de risco, em seguida reabastecemos os carrinhos dos leitos já vazios após os pacientes serem liberados e Klaus foi verificar um caso no trauma 3 que Bonnie estava atendendo com Liam. 

Como estão as noticias ?-- pergunto sobre o que passava na televisão 

No momento sem nada novo -- Kyle responde -- Os ventos continuam com a mesma força, não há caso de desabamentos ou de desmoronamentos até então e os dois adolescentes que foram jogados para fora da estrada numa moto foram encontrados e estão em um dos hospitais 

Tudo bem, me parece bom -- comento e observo a imagem da televisão onde a moça do tempo dava a previsão para os dias de tempestade, a coisa não parecia nada boa nos mapas. Por volta das duas entro em cirurgia com Bailey para um caso de hemorragia interna após acidente de carro e nosso paciente não parecia muito bem, Bailey estava nervosa tentando salvar o baço dele e tudo que eu tinha que fazer era evitar uma nova hemorragia abdominal após ter suturado a parede do estômago dele que havia rompido com o impacto. 

Me parece preocupado -- Bailey comenta olhando-me através da máscara que ficava próxima aos seus olhos e sua cabeça estava inclinada para baixo sendo assim ela apenas levantava o olhar -- Foco Damon 

Desculpe, é só essa tempestade chegando -- respondo enquanto continuo a suturar a parede abdominal com prolene 1.5 -- Fico pensando nos danos que ela pode e irá causar quando chegar, quantas vidas podem ser perdidas, quantas pessoas machucadas 

Pense que conseguiremos salvar metade ou mais da metade das vidas que podem se perder, e que faremos o possível para ajudar aos machucados -- ela fala enquanto corta uma parte da linha da sua sutura -- Em momentos assim, eu gosto de pensar em coisas boas que podem surgir tipo quando eu me divorciei, todos falavam que eu seria mãe solteira e passaria por coisas horríveis por negligenciar as necessidades do meu filho, que não conseguiria fazer tudo sozinha e que meu filho poderia se tornar um delinquente 

Quem disse isso?-- questiono 

Algumas pessoas com pensamentos pequenos -- ela responde seriamente -- Mas eu vi diferente, eu vi que conseguiria sim cuidar do meu filho com a mesma dedicação de sempre, que manteria meu emprego e minha casa sozinha como a mulher que meus pais me ensinaram a ser, vi que de certa forma estava me abrindo a novas experiências, novos amores ou não, e estava prestes a conhecer a Miranda Bailey totalmente diferente da que estava costumada a ser e que gostaria dela 

Você é boa em tudo Bailey, seu filho nunca vai se tornar um delinquente se depender da mãe que tem, seu marido te ama e te admira, todos te admiram -- comento e ela sorri e agradece 

A tempestade começou -- uma enfermeira entra na sala de cirurgia meio alterada e avisa saindo em seguida, acho que foi avisar nas outras salas de cirurgia. Bailey olha-me assustada atraves da máscara, seus olhos arregalados e imagino que por baixo da máscara o seu sorriso havia desaparecido. 

Tucker -- Ela sussurra -- Alguém pega meu telefone e disca o numero do meu marido Benjamin Warren -- ela manda e a auxiliar faz isso colocando o telefone próximo ao ouvido dela -- Ben? Esta com Tucker ?... graças a Deus .. estão a caminho? tomem cuidado por favor, sim .. estou bem e segura também... espero vocês aqui .. tchau 

Merda.. merda ... merda -- resmungo ao lembrar de Elena e Stefan e torço para que meu irmão tenha ido deixar elena em casa e acabado por ficar com ela devido a tempestade -- Megan pega meu telefone e liga pra Elena 

Ela faz e o telefone nem chama, diz que esta desligado o que me deixa irritado e eu solto alguns palavrões na sala de cirurgia. Respiro fundo como Bailey mandou e ela tenta mais uma vez porém continua dando desligado, peço que tente ligar para Stefan e ela o faz colocando o aparelho no viva voz mas meu irmão não atende, cai na caixa de mensagens dele e eu deixo uma ameaça para o mesmo seguida de um '' me ligue ''. Assim que finalizamos as cirurgia Bailey manda que Megan e Ronan os dois internos levem o paciente para um quarto e seguimos para dar as noticias a noiva que estava na sala de espera, ao virarmos no corredor assim que saímos da sala de cirurgia Lexi estava andando de um lado pro outro com a touca em mãos apertando enquanto tentava falar ao telefone. 

Enzo não esta no hospital, ele ta em algum lugar no meio da tempestade -- ela fala assim que vira e nos vê 

Mas que droga -- grito com mais essa noticia e Bailey se assusta 

O  que ele foi fazer? -- ela pergunta 

Eu não sei, Kyle disse que alguém ligou pra ele e que ele disse  que voltaria em breve pois precisava fazer algo importante mas não me atende e nem responde as minhas mensagens -- ela responde e sua explicação me faz suspirar -- Esta horrível lá fora, ventos, chuva trovões e raios parece o fim dos tempos 

Elena e Stefan não me atendem -- comento seguindo pelo corredor com as duas ao meu lado, Bailey foi falar com a noiva do paciente e eu e lexi fomos tentar contato com meu irmão, minha esposa e meu amigo namorado dela, ambos os três sumidos em meio a tempestade que cai fora do hospital. Entramos no pronto socorro onde Klaus estava e ele tinha em mãos o controle  da telvisão onde passava notícias sobre o que estava acontecendo lá fora -- A tempestade era pra ser amanhã 

Quer ir lá fora contar isso a ela ?-- Klaus questiona irritado -- Droga... essa merda deveria vir amanhã 

Quer ir la fora contar isso a ela? -- rebato o que ele disse e Klaus desliga o telefone irritado -- O que há? quem mais sumiu ? 

Sumiu, quem sumiu? -- ele questiona -- Eu estava tentando falar com Joey, ele pediu alguns cobertores aquecidos para abrigar algumas pessoas no bar mas não consegui ir lá ainda e agora fica impossível com esse mundo caindo lá fora 

Elena, Stefan e Lorenzo sumiram -- Lexi comenta suspirando -- Celular  de enzo chama mas ninguém atende -- Tento falar com elena ou Stefan novamente mas não consigo e isso me faz socar a parede de raiva e frustração. 

Eles não foram visitar sua mãe, devem estar na clínica seguros e tomando chocolate quente -- Klaus comenta tentando me acalmar -- Devem estar bem 

Tomara.. tomara -- comento e verifico o horário era mais ou menos 3:00PM, a maldita tempestade estava mais de 24hrs adiantada causando um transtorno tremendo em nosso dia. 

Lorenzo Garcia seu animal, onde você esta?-- Lexi pergunta assim que consegue contato com ele 

Estou bem amor, quando a tempestade começou eu já havia saído do hospital então não tinha mais volta -- ele respondeu e nós suspiramos aliviados com isso -- Richard pediu que eu viesse pegar Adele pois ela havia tomando um calmante devido os dias de estresse por essa tempestade e não deveria de modo algum dirigir até o hospital 

Ela esta bem? -- questiono e ele afirma que sim -- Estão na casa dela? 

Não, estamos na metade do caminho para o SG, estamos no carro a caminho do hospital pois Adele inventou de ir para a casa da irmã de taxi sem avisar e eu tive que ir até lá buscá-la -- ele respondeu fazendo lexi suspirar ao ouvir isso -- Chegaremos bem, eu prometo 

Tudo bem, cuidado -- ela fala antes de desligar o telefone 

Alô?-- falo esperançoso assim que alguém atende ao telefone da casa de repouso -- Penélope? é Damon Salvatore o filho da Alexandra James ... Enfim meu irmão e minha esposa chegaram mais cedo para uma visita a minha mãe ? sim.. certo e eles ainda estão ai? Não.. saíram um pouco antes da tempestade cair ... tudo bem eu agradeço.... tchau 

Eles estão no meio da estrada nessa chuva -- Lexi sussurra ao entender o que se passou na minha ligação e ela não tem uma boa expressão no rosto -- Que merda .. 

Perco as contas de quantas vezes tento contato com Elena ou meu irmão e não ter noticias deles é o que mais me irrita e me preocupa ao mesmo tempo. Eu arranquei meus cabelos, eu dei um soco na parede e chutei um vaso de lixo no corredor, já sem paciência e louco para ir atrás dos dois no meio da chuva nem que fosse andando para encontrá-los embaixo de uma árvore com o carro esperando a chuva passar enquanto dormem para que eu possa respirar aliviado e asfixiá-los por não darem noticias em momentos de desespero. 

Stefan? Merda cara eu passei um baita desespero tentando contato -- falo assim que ele finalmente atende ao telefone -- Onde diabos estão? 

Estamos no caminho, nós paramos em um posto para abastecer e a tempestade começou a cair forte, meu telefone estava no carro e o da elena esta descarregado -- ele explicou de uma vez -- Nós iríamos esperar a chuva passar ou diminuir para seguir percurso mas não dá ... 

Retorne ao posto, se proteja e proteja minha esposa -- mando irritado 

Não dá -- ele repete 

Por que?-- questiono irritado e coloco a mão no outro ouvido para escutar melhor sua voz afinal estava chiando um pouco devido toda a chuva -- Por que Stefan? 

Simplesmente porque ... é isso  -- ele fala e tudo que eu entendo é o inicio e o fim 

Eu não entendi -- comunico -- Fala novamente 

A bolsa da Elena rompeu, ela esta em trabalho de parto -- stefan grita ao telefone e eu apoio-me na parede do corredor que estava a caminhar, batendo minhas costas nela enquanto permaneço estático com a noticia que saiu da boca do meu irmão. 

Tem certeza?-- questiono 

Sim,eu sei o que é quando uma bolsa rompe e ela esta com contrações -- ele responde óbvio -- ta acontecendo irmão, sua filha vai nascer hoje ....