21st Century Girls escrita por LahChase


Capítulo 20
Bangtan: O Que Queremos Ser (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaaaaa
Tô aqui cedinho pra deixar a segunda parte pra vocês, já qur a fofura de vocês nos comments me comoveu.
Obrigada a Phaella e Kuhaaku17
♡♡



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— Eu... Acho que estou gostando de alguém.

 

Jin engasga, Taehyung sorri e os outros arregalam os olhos. Yoongi o fita com interesse. Ele parece ser o único, além de Tae, que notou o fato de Mali ter segurado a mão de Jimin, e também sabe sobre Ayui.

— Gostando de alguém? - Monster repete, em tom de quem tenta se certificar de que não é uma brincadeira.

O garoto assente, sério, dando aos demais a certeza de que ele realmente não está brincando.

Cinco segundos de um silêncio tenso se seguem, mas são engolidos por uma algazarra tão grande que leva Marina a arregalar os olhos e fazer gestos desesperados para pedir silêncio. Só que a comemoração não pode ser tão facilmente controlada, e dura quase dois minutos inteiros, até que os tapinhas nas costas e as brincadeirinhas se aquietem um pouco mais. Tae exclama um "até que enfim você percebeu que são mais que amigos!"

— Não somos mais que amigos. - Jimin friza.

— Ainda. - V acrescenta.

O menor fica com o rosto corado.

— Mesmo assim... - ele deixa a fala morrer, e Mali percebe que precisa intervir novamente.

— Mas não era bem isso que você tinha pra dizer, não é? - fala, incentivando.

Jimin limpa a garganta e ergue o olhar para seus membros curiosos. Eles são seus irmãos, sua família. Ele sabe que sempre pode contar com eles, então começa a explicar sobre a situação. Até mesmo Marina fica surpresa, ao mesmo tempo em que quer sair pulando de alegria ao ver os olhinhos de Jimin brilharem quando ele fala de Ayui. Seu fangirl side quer apertar-lhe as bochechas e gritar com a fofura daquela cena. No entanto, ela se contém, reconhecendo a seriedade do momento. O garoto explica sobre o problema auditivo da menina e a cirurgia que deve estar ocorrendo naquele momento. Ele conta que ela lhe revelou que o procedimento seria feito em Tokyo, bem como o início da reabilitação, o que levaria cerca de um mês. Depois, ela voltaria à Korea, onde daria continuidade ao tratamento.

Todos entram em um silêncio pensativo quando ele termina de falar.

— Quando penso nisso... - Rap Monster comenta - Faz a minha situação parecer bem menor.

Os olhares se viram para ele.

— Sua situação? - Jin repete.

Namjoon leva a mão à nuca.

— Também gosto de alguém.

É necessário dizer que formou-se mais uma algazarra? Pois bem, formou-se. Os seis falando ao mesmo tempo, com exclamações de surpresa e olhos esbugalhados.

— Quem é, quem é?! - Hobi faz sua voz soar mais alto que as dos outros, e todos se calam, à espera da resposta.

— Jongkook já a conhece, e Jin hyung também - o líder aponta para o mais velho e o Maknae - Kwan Noona.

— A noona?! - Kookie exclama, impressionado.

Rap Mon assente, e Jin balança a cabeça com um ar pensativo.

— Bem que eu achei que você tinha uma queda por ela. - declara com um sorriso - No dia em que ela apareceu lá no dormitório depois de tanto tempo sem te ver, você pareceu que teria um treco.

O líder revira os olhos, mas abre um sorrisinho.

— Nee, eu admito. É assim desde a escola. Mas naquele dia ela me pegou de surpresa. Eu não achei que fôssemos nos ver novamente. Muito menos que ela pudesse gostar de mim como gosto dela.

— E ela não gosta? - Jimin pergunta.

— Gosta. - Namjoon responde, apoiando os cotovelos na mesa - Mas quem não vai gostar nada é o pai dela. Ele é general, sempre se mete na vida dela, e a obrigou a se casar. Ela tá num relacionamento de fachada com um primo distante. Se quisermos ficar juntos, ela primeiro tem que resolver esse problema. E eu vou ter que lidar com um general furioso.

Mais silêncio, cada um refletindo sobre o que isso significaria pra Monster.

— Bom, ao menos é só uma pessoa furiosa. - Jungkook solta, suspirando.

— Wae? - os outros exclamam ao mesmo tempo.

— O Maknae também gosta de alguém?! - Hoseok exclama.

O mais novo arregala os olhos, só então se dando conta do que havia insinuado, e percebendo que não tem mais volta. Ele fica vermelho, baixa o olhar e esfrega a nuca. Não conhece Mali direito, então preferiria que ela não ouvisse, mas sabe que se não tomar essa oportunidade para colocar logo pra fora o que sente, é bem capaz de não o fazer nunca.

— Nee. - confessa - Kim Yoora.

— Eu sabia! É o OTP!! - Marina deixa escapar um sussurro animado, mas cobre a própria boca assim que percebe que saiu do controle, e se encolhe um pouco mais, buscando refúgio atrás de Jimin. No entanto, o garoto não é assim tão grande, e ela não tem coragem de se aproximar de Yoongi sendo que nunca nem conversou com ele direito.

Seu desespero só passa quando ela nota que ninguém além dos dois sentados ao seu lado percebeu o comentário, e já estão novamente em uma barulheira de expressões surpresas ou comemorações animadas.

— Aish! - Jungkook reclama das brincadeiras de seus hyungs, mas está com um sorrisinho na cara. Quando o silêncio retorna, ele fica sério novamente - Mas... Há um problema.

— Os haters de Yoora. - é Suga que diz, para a surpresa de todos.

— Nee... Eu soube que alguns deles não gostaram dos rumores de que nós faremos o dueto. - o Maknae concorda - E ainda tem as sasaengs.

À menção das fãs histéricas, o clima se torna mais pesado. É uma nuvem escura que paira sobre todos eles, e não só sobre Jungkook.

— Eu e ela não somos apenas duas pessoas normais que querem ficar juntas. Eu não sou só um cara normal que gosta de uma garota. - ele continua, com um tom quase conformado - É por isso que não acho que...

Ele não termina a frase, e eles mergulham em um silêncio desconfortável.

Mali morde o lábio inferior, consciente de que já se meteu de mais para um dia só, mas não consegue ficar quieta:

— Não as coloquem como um obstáculo na vida de vocês. - diz, a princípio baixinho.

Os sete a encaram, novamente conscientes de sua presença. A garota fica nervosa sob os olhares curiosos do grupo, e se sente insegura de continuar. No entanto, não pode perder a oportunidade. Essa é uma das coisas que sempre quis dizer a eles.

— Não deixem que ninguém seja um obstáculo. - repete, dessa vez um pouco mais alto - Eu acho que falo pela maioria das armys quando digo isso: não coloquem a nossa felicidade acima da de vocês, não se forcem a ser o que não são por nossa causa e não sacrifiquem suas próprias vidas por algo que não querem fazer. Mas, acima de tudo, não deixem que pessoas descontroladas como as sasaengs sejam um obstáculo. 

Ela sorri, cruza os braços ao apoiar os cotovelos sobre a mesa e olha cada um deles nos olhos.

— Foram vocês que nos ensinaram isso, certo? Devem lutar de acordo com a própria filosofia - ela lança um olhar a Rap Monster, que solta um sorrisinho - E sejam felizes, mesmo que algumas de nós acabem reclamando. No fim, serão apenas aquelas que não souberam se importar de verdade. Vocês não precisam delas. 

Ela faz uma pausa e assume uma expressão divertida.

— E quanto à segurança contra as sasaengs, não se preocupem. Se cada um de vocês arrumar uma namorada, vou ser a guarda-costas delas. - ela lançou um olhar a Taehyung - Ele sabe bem que ninguém poderá tocá-las se eu estiver lá.

O grupo consegue rir, cada um exclamando alguma coisa numa confusão animada, apontando para Tae ou para ela. Mas a verdade é que cada um tem os olhos meio úmidos. De alguma forma, eles sabem sobre tudo o que Marina falou, mas ter alguém que os lembre pessoalmente sobre isso torna tudo mais fácil de acreditar. Eles começam a agradecer pela injeção de ânimo.

Hobi se levanta e aperta as bochechas dela por trás.

— Mali é tão fofaaaa! - fica cantarolando enquanto balança a cabeça dela de um lado para o outro.

— A-ayaa! - a garota reclama, ficando toda vermelha com a atenção recebida.

— Hyung, vai machucá-la! - Tae vem ao socorro, tirando as mãos de Hobi do rosto dela.

— Hipócrita. - Mali resmunga para ele, massageando a própria face - Você vive fazendo isso.

Ele lhe mostra a língua.

— Eu posso. 

Namjoon lança aos dois um olhar esperto, enquanto Taehyung volta ao seu lugar.

— Então... - o líder começa em um tom quase malicioso - Mais alguém quer confessar amores? 

V nota que, por algum motivo, todos os olhares se voltaram para ele.

— Wae? - ele cruza os braços com um sorriso - Querem me fazer revelar também? Nee, eu gosto de alguém. Mas é segredo.

Com isso, ele mostra a língua para Mali mais uma vez, que revira os olhos.

— Se quiser, eu saio pra você poder contar pra eles, amigo. — ela provoca, invocando ironicamente o fato de ele a ter chamado de amiga.

O garoto faz de conta que está pensando, e assente.

— É uma boa ideia.

Marina sorri. 

— Então tá. - ela se levanta e, antes que ele possa voltar atrás, sai da salinha e fecha a porta. Dando de ombros filosoficamente, decide ir ao banheiro, deixando os garotos lá dentro.

Eles ficam fitando a porta meio sem entender o que aconteceu. 

— Não sei dizer se ela entrou no flerte de um jeito estranho ou simplesmente não se tocou do que estava rolando. - Namjoon comenta.

Tae sorri e dá de ombros.

— Também não faço ideia. - responde - Ela simplesmente não é normal.

— Combina com você. - alguém comenta.

— Wae?- Tae pergunta, procurando quem foi.

Hobi lhe dá um tapa no ombro.

— Pabo!

— Aya! - V exclama, esfregando o local atingido com falsa dor - Hyung, pra que isso?

— A sua garota está bem diante do seu nariz e você não faz nada.

Tae suspira e apoia o queixo na mão.

— Ela não é minha garota. E está aqui por enquanto. - ressalta - Esperei quase dois anos para vê-la de novo, e agora nada garante que ela vai ficar. O país dela fica do outro lado do mundo, e ela tem uma vida lá, faculdade, família. Além disso, eu não faço ideia alguma sobre se ela gosta de mim da mesma forma que gosto dela.

— Ela te fez quase uma declaração de amor! - Jimin exclama, referindo-se ao que Marina disse a Tae quando se encontraram no Brasil. Ele é o único que já ouviu a história completa.

— Ela me chamou de "paixão idiota da minha juventude" e se declarou minha fã. - V argumenta - E nós dois sabemos que isso é bem diferente de amar alguém.

— Bem, ao menos ela está aqui. - Namjoon aponta - Aproveite esse tempo, principalmente se há a possibilidade de ela voltar pro Brasil. Se quer saber se ela gosta ou não de você, por que não pergunta a ela?

— Já perguntei - V faz um bico, imitando a expressão da garota - Ela não quer me contar.

Jimin percebe logo de cara do que o amigo está falando.

— Ya! "Quem é o seu preferido" não é a pergunta certa. - intervém - Você está se contradizendo, sabia? Tae-Tae, se quer saber se ela gosta de você como pessoa e não como Idol, tem que perguntar como pessoa e não como Idol. 

— ChimChim tem razão - Jin reforça, e V suspira.

— Eu sei, eu sei. Vou pensar no que fazer. - promete, e continua, querendo mudar o foco de si antes que Marina volte - Mas e quanto a você, hyung? Alguém em mente?

O mais velho sorri.

— Em mente? - pondera - Bom, ela tem estado em meus pensamentos com frequência. Mas talvez ainda seja cedo pra dizer que ela está no meu coração desse jeito mais... romântico.

— Belas palavras, hyung. - Namjoon elogia - Está falando da moça que foi sua dupla no programa, certo?

Jin faz uma expressão de falsa surpresa.

— Como soube? 

Rap Mon dá de ombros.

— Namjin connection. - Kookie sorri.

— Na verdade, achei que ficou bem na cara. - o líder fala - Você parecia feliz feito pinto no lixo.

Jin trata o assunto com graça:

— O que posso fazer? Hae DaeGi é a garota mais divertida que já conheci. Acreditam que ela usa lentes roxas só porque acha legal? Quem no mundo faz isso? - os outros soltam risinhos, e ele apoia o queixo nas mãos - Ah, mas então falhei terrivelmente em esconder meus sentimentos.

— Acho que você não estava tentando, hyung.

O mais velho ri.

— Talvez tenha razão, não escondi muito bem. Mas deveria. DaeGi não tem tempo para isso ainda. Acho que ela está focada de mais no que precisa conquistar agora, e eu não tenho o direito de desviar sua atenção. E nem quero. Depois que ela terminar o que tem que fazer... quem sabe à essa altura eu já saberei exatamente o que sinto por ela.

Ele dá de ombros, e então aponta para J-Hope.

— Hobi! Sua vez.

O main dancer fica vermelho.

— Acho que estou na mesma que você, hyung. - fala - Há alguém que quero muito ver novamente. Ela é linda, alegre, fofa e dança de um jeito incrível. Mas não nos conhecemos assim tão bem. Tudo o que sei é que se fosse pra fazer uma lista das 10 coisas que eu gostaria de fazer se fosse morrer amanhã, dançar com ela seria uma delas. Uma de suas coreografias.

— Coreografia? - Kookie pergunta - Está falando de Sun Hee Seonsaeng? 

— Nee.

O maknae abre a boca em um O, mas logo substitui a expressão por um sorriso malicioso.

— Isso explica vocês dois juntos no táxi semana passada. Aonde foram, hyung?

Os outros soltam resmungos sugestivos.

Pabo! - Hoseok está vermelho - Só estava sendo gentil. Eu a levei até o aeroporto. - ele sorri com a lembrança - E prometemos que vamos dançar de novo quando nos encontrarmos da próxima vez. Por isso estou ansioso. Mas ela foi para os Estados Unidos, e não sei quando nos veremos de novo. Fora isso, mesmo que eu sinta alguma coisa... Talvez sejamos ambos tímidos de mais para dizer.

 A sala se enche de risadinhas e exclamações de fofura. E então mais gargalhadas vão morrendo aos poucos.

— Ya... - Jimin fala - Parece que todo mundo aqui está com problemas em se tratando de amor, hein? Até quem já encontrou a garota certa ainda tem um longo caminho pela frente. - Ele começa a apontar - Ayui está numa cirurgia arriscada, Kwan noona tem um pai ditador, Yoora tem vários haters, Mali pode ter que voltar para o Brasil, DaeGi noona tem um sonho grande pelo que lutar, Sun Hee Seongsaeng é muito acanhada, e... - seu indicador para num espaço vazio - E onde está Yoongi hyung? 

Os outros também olham em volta, procurando o rapper. O lugar que ele ocupava antes está vazio e não há sinais dele em lugar algum. 

— Ele foi ao banheiro? - sugere Taehyung. 

Mas Jimin já tem um sorrisinho de quem entendeu o que está se passando. O garoto cruza os braços e lança um olhar à porta.

— Acho que não. - diz - Ele só está começando a sair da fase de negação. Isso pode doer um pouco. 

Os demais o encaram, erguendo as sobrancelhas. 

— Ya, Jimin-ssi! - Hoseok exclama - Quando foi que se tornou tão esperto?

 

 

Suga escorregou para fora da salinha assim que percebeu sua chance, enquanto todos riam alto de mais para notar sua fuga. Ele estivera se esforçando para participar da conversa, mas estava ficando cada vez mais difícil. Sabia que chegaria a vez dele, e por isso saiu antes que pudesse acontecer. Não estava pronto para verbalizar aquilo ainda. 

Mali estava sentada ao balcão do lado de fora, meio longe da porta para não ouvir a conversa, mas perto o suficiente para observar qualquer pessoa que pudesse se aproximar da porta da área reservada dos meninos. Parecia estar realmente esperando ser chamada de volta para poder entrar, e isso fez Yoongi querer rir. Ela realmente não havia entendido que Tae só estava provocando, tentando fazer com que ela o fizesse revelar o segredo. 

Mais uma onda de risadas explodem dentro da sala, e Suga se apressa para longe do perigo, indo em direção a Mali. Ela, que o estivera fitando com uma expressão questionadora, levanta do banco alto, firmando os pés no chão e caminhando até ele.

— Suga... - a garota começa, mas então parece em dúvida - Min Yoongi? - ela franze mais a testa - Sunbae-nim? - sua expressão é confusa o suficiente para fazê-lo querer rir - Você é mais velho, mas Oppa não parece certo. Mas também não é meu sunbae. E chamar pelo nome soa informal de mais...

A risada dele a interrompe. Ele mete os punhos dentro dos bolsos do casaco.

— Não esquente com isso. - diz - Pode me chamar do que quiser. Os outros membros também. Oppa, name stage ou nossos verdadeiros nomes... Não faz diferença. Ainda mais você sendo estrangeira e estando trabalhando junto nosco. Antes disso, você já era ARMY, então só chame como costumava chamar.

Ela sente o nervosismo se esvair com a simpatia dele. 

Como ARMY, é claro que gosta de Suga. Mas depois de conhecer o rapaz pessoalmente, começou a se preocupar com o que dizia perto dele, temendo incomodar. Pensando sobre isso agora, ela conclui que só estava tímida, o que lhe é incomum. Normalmente, Mali encara pessoas novas com facilidade. 

— Nee. - concorda - Komaweo. 

Suga aperta os lábios, e aponta para a porta da sala por cima de seu ombro.

— Estou escapando da conversa. - revela - Quer me ajudar? 

A menina ergue uma sobrancelha.

— Te ajudar a fugir? - repete - Teoricamente, o meu trabalho é justamente garantir que possam saber onde vocês estão, e não te ajudar a sumir. 

Ele dá de ombros.

— Você não tem cara de quem segue tudo à risca, por isso pedi. - sorri - Eu vou de qualquer jeito. Mas preferiria ter nossa guarda-costas comigo. 

Marina lança um olhar à salinha, considerando se pode deixar os outros seis sozinhos. Sabe que Yoongi é perfeitamente capaz de sair, e entende que ele não deve ir desacompanhado, mas tenta mais uma vez:

— E quanto ao almoço? 

— Vai ser rápido. Eu vi uma loja de conveniência com alguns livros na vitrine aqui perto e pensei em dar um pulinho lá só pelo tempo em que eles não mudam de assunto. Quero comprar algo para alguém. - diz, já começando a andar para a saída. Ele coloca um gorro e uma máscara branca para não ser reconhecido.

Mali hesita, olha para a porta, volta a Yoongi, para a porta mais uma vez... E acaba seguindo o Idol, suspirando ao pensar que talvez isso seja quase como escoltar uma criança que pensa poder fazer o que quer. "Uma não, sete." corrige mentalmente. 

Do lado de fora, o motorista aguarda na van alugada para transportar o grupo de forma discreta. 

— Yoongi, espera só um segundo. - a garota pede, e vai até o homem, orientando-o a esperar pelos outros dentro do restaurante e avisá-los que os dois voltarão logo - Vamos. 

Os dois caminham apenas algumas poucas quadras e entram na lojinha.

Marina se distrai logo, embora continue a seguir Suga, caminhando entre as prateleiras. Ela não percebe o conflito interno do rapaz. 

Min Yoongi está sendo invadido por memórias. Aquela loja de conveniências é como uma cópia daquela perto do antigo dormitório do Bangtan, onde ele encontrou So-Young pela primeira vez, onde ele a olhava de soslaio, onde brincava de notar fatos sobre uma completa estranha. O garoto para de frente para o caixa, meio afastado para não ser notado encarando o espaço. Pode lembrar da imagem de uma garota de cabelos azuis e rosa cochilando sobre os braços no balcão, ou ouvir na mente sua voz sonolenta anunciando os preços das compras que ele fazia só como desculpa para estar ali. Recorda seus olhos cansados, mas vivos. Os lábios com um sorrisinho cada vez que lhe recepcionava. Seu canto baixinho de vez em quando, o que fazia Suga aguçar os ouvidos para ouvir melhor...

Ele balança a cabeça e se obriga a desviar o olhar. Não consegue entender o motivo daquilo tudo. Por que diabos tudo a sua volta lhe lembra Sunny? Ele saiu do restaurante justamente para escapar dessa confusão em sua mente, mas isso o persegue impiedosamente. "Está na hora de aceitar" uma voz em sua consciência diz "Precisa reconhecer seus sentimentos". Ele aperta os punhos socados dentro dos bolsos do casaco. "Mas... E se...?"

— Ya, hyung! - a voz de Jimin o arranca de seus pensamentos, e ele ergue o olhar para o menino. Os outros cinco membros também estão ali.

— O que está fazendo? - Jin pergunta.

Mali se aproxima.

— Falei para ficarem lá. - ela diz baixinho para Taehyung - Por que vieram? 

— A comida chegou. - V sussurra, erguendo sacolas - Mas vocês não estavam lá, então pedimos para embalar pra viagem. Vamos comer no hotel.

Jimin ainda está concentrado em Yoongi, que solta um suspiro, e encara o grupo.

— Hyung, o que houve?

— Vocês têm sorte. - começa, em um tom melancólico - Até Jin hyung e Hoseok. Porque todos sabem dizer exatamente o que sentem, por que sentem e por quem sentem. Conseguem reconhecer tudo isso sem medo. Eu nem saberia por onde começar. Até a letra que escrevi é insuficiente.

Ele volta a encarar o balcão do caixa.

— Vocês falam em admirá-las? Ela me salvou. Ela me encontrou quando eu estava prestes a me perder. "Admirar" é pouco. Se me preocupo com ela? Nesse exato momento, não paro de pensar que ela não sabe patinar no gelo, então poderá se machucar... Ela está tomando cuidado? Levou as luvas que falei pra levar?... E quer saber se perco a fala perto dela? Eu perco a noção de tudo, a ponto de ter segurado sua mão em público só para aquecê-la. Só me dei conta muito depois. - ele solta uma risada de deboche - Fico parecendo um completo idiota. Ela sabe das minhas fraquezas e ainda assim eu quero fazer de conta que posso protegê-la com coisas bestas assim. Se tenho medo de perdê-la? O insano é que nem a tenho para mim, como posso me preocupar tanto com isso? Se quero vê-la? 

Ele faz uma pausa, procurando a palavra certa. Todos têm os olhos grudados nele.

— Com uma vontade sufocante. - declara - Como se fosse faltar ar aos meus pulmões a qualquer momento. Mas isso não é o pior. O pior é que eu estou sendo consumido por um medo covarde. Enquanto tudo em mim clama por ela, tem aquela voz distante que continua a me impedir de me aproximar mais, de falar tudo pra ela, de retribuir devidamente sua confissão. Essa voz diz para eu me proteger, para expulsá-la do meu coração antes que ele se torne completamente dela. Porque, no dia em que isso acontecer, eu sei que me tornarei completamente dependente dela.

Ele os fita. 

— E não saberei viver se a perder. 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eeu de novo 0/

Como está o capítulo? O que achou das confissões deles? E quanto à palavras de Yoongi? Críticas, correções, pedidos, teorias ou pensamentos aleatórios? Deixa um comment aí me contando tudo e me faça uma autora feliz ^^

Não esqueçam de dar suporte aos meninos votando neles pro prêmio do Billboard ^^

Vou indo agora pois tenho prova. Saranghaeyo!
♡♡
~jaa ne!



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