21st Century Girls escrita por LahChase


Capítulo 12
Rap Monster: Gênios Incorrigíveis (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeey ^^
Coloquei o pé na minha cidade e já estou postando! Olha aí o tamanho do amor ^^
Agradeço a Sakyra e Unicórnio Flamejante pelos comments ♡ vocês são uns amores!



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Kim Namjoon se estica todo para alcançar o celular do outro lado da mesa. 

— Alô?

— Nam? — a voz do outro lado responde, e ele sente a pele se arrepiar. É ela.

— Noona? Sou eu. - consegue dizer.

— Escuta, eu consegui dar um jeito no carro que me pediu. — ela diz - Mas o seu Maknae saiu correndo e eu não faço ideia de onde ele esteja. Ah, e o telefone dele ficou no carro.

Namjoon franze o cenho. Mas o que diabos Jungkook está fazendo?

Ele rapidamente raciocina o que tem que fazer, pegando um travesseiro e jogando-o em J-Hope, que está deitado no sofá. O garoto é o único que lhe faz companhia, visto que todos os outros simplesmente encontraram algo melhor pra fazer.

— Ai. - o outro exclama, rindo - O que foi?

— Você sabe onde o Kookie está ensaiando com Yoora recentemente? 

Hobi assente.

— Pode ir até lá e verificar os dois? - pergunta e o outro dá de ombros, já levantando e pegando uma roupa para sair. 

— Noona? - Namjoon volta ao telefone.

— Oi.

— Eu vou aí buscar o carro, okay? Pode me esperar?

A garota solta uma risada do outro lado.

— Nam, nem sonhando eu vou te deixar dirigir! Fica aí que eu levo. 

 

 

Kwan faz uma careta engraçada quando Namjoon abre a porta, o que leva o garoto a soltar uma risada que acalma seu nervosismo.

Rap Monster consegue lidar com muita coisa de um jeito genial. Ele lidera seis garotos desordenados e meio loucos, escreve letras, músicas, encara multidões a cada show, um PD assustador em dias ruins, haters inúteis de vez em sempre e fãs loucas o suficiente para atacá-lo. E ele sobrevive a tudo isso. Mas, de alguma forma, sente que seu coração não vai dar conta de cada encontro que tem com Kwan. Loucura. Uma palavra perfeita para expressar o que ele se vê à beira de enfrentar quando ela lhe sorri. 

— Como vai, god of destruction? - Kwan pergunta ao passar pela porta sem muita cerimônia. 

— Atolado em trabalho. - ele confessa, apontando para as folhas de papel espalhadas pela pequena mesa do dormitório.

Kwan olha os escritos mais de perto, notando que Namjoon estivera estudando inglês, provavelmente querendo melhorar sua comunicação com a fanbase estrangeira. 

— Hmm... - ela murmura antes de erguer o olhar para ele e sugerir: - O que acha de praticar um pouco ao invés de estudar gramática, então? Vamos ter um tempo de conversação. Eu também preciso praticar.

Namjoon leva a mão à nuca por um segundo, mas então dá de ombros.

— Tudo bem. - concorda - Vou fazer café pra gente.

— Ah! - Kwan interrompe a caminhada dele até a cozinha - Nem pensar. Não vou te deixar mexer com coisa quente.

Ele revira os olhos e tira a mão dela de seu peito - que estava ali mais fazendo-o querer derreter que o impedindo de passar. 

— Noona, só preciso colocar o pó e ligar a cafeteira. - diz - Ao menos isso eu consigo fazer.

Ela lhe lança um olhar desconfiado, e então lhe dá passagem, respondendo em inglês:

— Só não vem me pedir socorro depois. Não vou consertar. E também não vou ajudar a acalmar o Jin.

 

 

É claro que, no fim, Kwan teve que apagar os vestígios de uma cafeteira quebrada para que Jin não reclamasse ao chegar em casa. E, sem café, os dois resolveram sair para comer alguma coisa. Ramén: uma bela e barata refeição.

E molhada também. 

Eles estavam no meio da comida quando precisaram sair às pressas por causa da chuva que começou, e agora entram no apartamento de Kwan, que é mais perto que o dormitório. 

Ela tira o casaco molhado e pendura em um cabide ao lado da porta, e então pede a Namjoon que espere pela toalha que vai buscar. Quando a garota se retira, ele passa os olhos pelo ambiente. 

É um apartamento de tamanho considerável, o que leva Namjoon a relembrar a posição que Kwan ocupa no laboratório de robótica onde trabalha desenvolvendo máquinas avançadas e peças de alta tecnologia. A sala, apesar de não ter uma divisão de espaço clara, dispõe de uma mesa de jantar para quatro mais no canto e um sofá espaçoso de frente a uma mesinha de centro e uma televisão grande. A cozinha, à direita dele, não é grande, mas é bem organizada e limpa - em contraste com a do dormitório do Bangtan. Ele ainda pode ver uma varanda externa, com portas de vidro, e o corredor por onde Kwan seguiu. 

A decoração segue uma linha um tanto clean, sem muitas informações, mas Namjoon chega à conclusão de que isso se deve mais à falta de tempo passado ali do que ao gosto pelo estilo. O pensamento é acompanhado pelo questionamento sobre a solitude que aquilo proporciona à garota, já que ela vive sozinha, o que acarreta a pergunta se ela está ou não feliz daquele jeito. 

Não tem tempo de continuar sua divagação sobre o tipo de vida que Kwan leva, pois agora sua mente é invadida por outros pensamentos, estes mais perplexos e bem menos filosóficos. Ela vem até ele com uma toalha estendida, o que é um ato simples, mas não é bem isso que lhe chama a atenção. Talvez por só agora estarem sob uma luz mais clara, ele nota a forma como a roupa molhada dela cola em seu corpo e....

Desvia o olhar e pega a toalha. Mal se dá conta que ela também lhe está entregando uma muda de roupas masculinas e lhe aponta o banheiro onde pode se trocar. 

Uma vez bem trancado, ele tenta se acalmar. Não tinha pensado ainda que está sozinho na casa de uma garota, e agora seu coração acelera com o nervosismo... até ele se perguntar de quem são aquelas roupas que está vestindo. Por que Kwan tem roupas masculinas em casa? Será que...? Ele engole em seco. Pior. Hipótese. Do mundo. 

— Ai, droga. - ele apoia as mãos na pia e deixa a cabeça pender, em seguida passando os dedos pelo cabelo molhado - Por que não consigo pensar direito quando se trata disso...? 

Ele respira fundo, encara seu reflexo no espelho, e sai do banheiro sem nenhuma conclusão sobre o assunto. E se sentindo cada vez mais incapaz de pensar. Por que se tornou tão difícil agir normalmente com aquela que foi sua melhor amiga por um ano inteiro na escola, que o conhece talvez melhor que os membros do grupo, que o apoiou antes mesmo da fama? 

Kwan está na cozinha, já seca, vestindo um moletom largo e grande que alcança o meio de suas coxas, deixando apenas um pedacinho de seu short jeans aparecendo. O estilo lhe lembra o que sempre usava nos dias de escola. Ela se vira para ele, lhe entrega uma xícara de café e os dois vão  até a mesa, sentando e bebericando o líquido quente que lhes aquece o corpo frio. 

Ele aproveita a quietude para observar o rosto dela. Olhos escuros e grandes sob os óculos de grau, pele delicada e lábios pequenos. O cabelo está molhado, mas ele ainda pode identificar o corte irregular que ela sempre usou, e os vários brincos nas orelhas. Ela está como sempre. Linda como sempre. 

— Acabou? - pergunta Kwan, o que faz Namjoon se assustar pensando que ela notara sua análise, até que ela aponta para o café e ele percebe que ainda não tomou tudo. 

Bebe o resto e então assente.

— Agora podemos praticar? - a garota relembra, fazendo-o se dar conta de que havia esquecido o propósito de estarem juntos. 

Ele permite um sorrisinho e se recosta na cadeira.

— Sim, senhora. - diz em inglês.

Ela o fita em silêncio por alguns instantes e então se põe de pé.

— Vem, vamos pra varanda. - fala - O clima está ótimo pra isso.

Ele franze a testa, mas já está sendo levado pela mão até a pequena área, que dispõe de espaço suficiente para que fiquem ali, juntamente com duas cadeiras e uma mesinha baixa. Kwan se apoia na grade com os cotovelos, a mão ainda segurando o braço de Namjoon e o obrigando a ficar na mesma posição. A chuva se tornou um pouco mais forte, e gotículas respingam sobre os dois, mas ela não parece se importar, apesar de estar pressionando seu braço contra o dele para se manter quente.

— Nam. - chama, fazendo-o parar de pensar sobre a contradição de terem acabado de se enxugar e agora estarem se molhando de novo.

— Sim?

— Vai me contar o motivo de você andar tão estranho comigo? 

Ela sempre foi direta. Tão curta e reta que sempre arrancou dele algumas palavras truncadas antes que fosse capaz de se acostumar com o jeito da amiga. Mas, pelo jeito, ele perdeu a prática com o tempo sem convivência. 

Namjoon se xinga mentalmente. Não consegue nem disfarçar o nervosismo que lhe sobrecarrega quando está em companhia dela?! Mas o garoto decide que agora é uma boa hora para recuperar sua mente, então permanece em silêncio até que tenha uma resposta formulada. Leva pouco tempo, no entanto, pois ele já sabe muito bem o motivo disso tudo há tempos. Só nunca achou a oportunidade perfeita para tomar a frente e dizer o que precisa. Como sempre, as iniciativas partiam da garota com o nome de "forte".

— Noona - ele começa, ficando de frente para ela - Naquele dia, no parque... 

A voz dele morre, mas não é por fraqueza ou pela tentação de desistir de falar, e sim por causa do brilho desafiador no olhar de Kwan, que o impulsiona a dizer o que precisa sem rodeios.

— Naquele dia, eu percebi algo. - continua - Algo que me arrependo de não ter notado antes. Sua força de vontade, sua inteligência e sua firmeza sempre foram para mim cristalinos, mas ali eu notei como eu sinto falta de seus sorrisos, como dói quando você chora, como machuca a perspectiva de não te ter por perto. E fui inteligente o bastante para chegar a conclusão certa, que sei que você também já sabe qual é.

Ela crava o olhar ao dele de uma forma indecifrável, e é quando ele percebe que terá que perguntar diretamente:

— O que quero saber, noona, é se ainda resta em seu coração ao menos uma fagulha do sentimento que a impulsionou naquele dia. É se há uma chance de eu ainda ser alguém especial para você, é se poderia voltar... Voltar a me aproximar de você dessa forma.

Ele dá um pequeno passo à frente, diminuindo a distância entre o rosto dos dois. No passado, ela chegava a ser um centímetro mais alta, mas agora seu pescoço se ergue um pouco para fitá-lo nos olhos. Encaram um ao outro, atraem um ao outro, até que tocam um ao outro. E, envoltos em um sentimento único, eles provam do que esperaram tanto tempo para provar, enquanto a chuva respinga sobre os dois gotas frias que se perdem em meio ao calor daqueles corpos.

Hoje essa chuva está embalando muitos bons momentos.


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Notas finais do capítulo

Eu de novo! ^^
O que acharam? Esse capítulo foi um pouquinho parado, na minha opinião... Mas espero que tenham gostado. Críticas, opiniões, expectativas? Deixa um comment pra mim ♡
Amo vocês!
Até a próxima ^^



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