A Love Of Another Life. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 2
1864 - Those Eyes.


Notas iniciais do capítulo

Adorei os comentários de vocês, por isso vim o mais rápido que pude!

Vou explicar para vocês o esquema dos dez primeiros capítulos: Eles se passarão, em 1864 e falarão do romance da Melinda com Thomas, já que essa história será essencial quando a fanfic se passar atualmente.

Comentem e e eu posto mais! Quero a opinião de vocês aqui.

Boa Leitura!



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Forks - 1864.

A criada apertava cada vez mais o espartilho, enquanto a pequena moça de pele pálida arfava. Outra serviçal, penteava seus cabelos negros, que caíam em forma cascata por suas costas. Quando as duas acabaram suas funções, a moça educadamente as agradeceu. Mesmo sabendo que aquele era o trabalho delas, ela achou que fosse gentil fazer isso.

A garota desceu as escadas lentamente, segurando a barra do seu longo vestido azul. Determinada. Como se estivesse esperando uma grande discussão, logo pela manhã — Afinal, elas sempre aconteciam. Caminhou até a sala de jantar, a qual seu pai já estava acomodado, tomando café distraidamente.

— Bom dia, papai. — a jovem o saudou, logo se sentando na cadeira confortável, cor de marfim.

— Bom dia, fico surpreso que tenha acordado cedo, depois de ficar até tarde, lendo aqueles livros inúteis.  — ele reclamou, sem direcionar o olhar a ela.

— Livros de poesias, não são inúteis. São muito inspiradores, se quer saber.  — ela respondeu educadamente.

—Que seja, querida. Isso não lhe servirá de nada quando se casar com Joseph.  — ele fez questão de lembra-la daquilo e ela suspirou.

— Por que o senhor faz tanta questão de me lembrar desse casamento? — ela perguntou. Enquanto uma criada deixava algumas frutas frescas em cima da mesa de madeira polida.

— Você tem que se manter atenta em relação a isso. A data marcada está se aproximando. — ele falou, enquanto tomava mais um gole de café.

— Eu estou atenta papai. Tanto que quero pedir-lhe permissão para ir a cidade com Lydia hoje, acertar alguns detalhes do enxoval do meu casamento. — ela falou com um sorriso de obediência.

— Sendo assim eu permito. Vou pedir a Bartolomeu para preparar a carruagem. Quero você aqui antes do anoitecer.  — ele falou e a garota se levantou animada.

— Assim será, papai. — ela lhe disse, depositando um beijo terno na testa do seu velho pai.

    Logo se encaminhando até seu quarto. Local esse que ela permanece quase o dia todo, com a melhor companhia que podia ter no momento:Seus livros.

(...)

Ponto de vista: Melinda Konstantinova.

Lydia e eu fomos de carruagem. Passamos pela floresta negra; Uma trilha misteriosa que alguns caçadores eventualmente usavam,até o centro da cidade. O caminho até lá foi basicamente silencioso. Uma vez o outra Lydia falava alguma coisa. Ela era o que eu posso considerar, uma melhor amiga. Sempre me dá conselhos, e também não concorda com o fato de eu me casar obrigada com Joseph. Lydia era muito moderna para época, mas sabia que logo estaria numa situação como a minha.

Meu pai a considerava uma boa companhia para mim, por  ela pertencer a uma família influente da cidade:A família Longfell. Umas das famílias fundadoras da cidade. A minha, também, pertencia aos fundadores daquele pequeno e pacato povoado.

Quando descemos da carruagem, ajeitei meu chapéu e suspirei. As pessoas me olhavam surpresas e sussurravam várias coisas entre eles. A verdade é que todos estava surpresos por meu pai ter me deixado sair de casa. O fato era que que é evidente, que eu vivia presa naquela casa.

Fomos até a costureira mais cara da cidade e encomendamos novos vestidos, e outros artefatos,como jóias. Lydia estava muito mais animada do que eu, e isso era visível. Esse tipo de futilidade me deixava exausta, mas era a única maneira que eu tinha de  passear um pouco.

Quando acabamos nossas compras, caminhamos pela calçada em direção a onde a carruagem estava a nossa espera. Até Lydia parar subitamente.

— Oh não. Melinda. Eu acabei esquecendo meus brincos de rubi,me espere aqui. Vou até a costureira, e depois nós vamos juntas até a carruagem. — ela não me deu nem tempo de protestar, porque logo estava fora de minhas vistas.

Fiquei ali parada, esperando e observando a movimentação na cidade e como as pessoas me olhavam.A  verdade é que eu não gostava quando as atenções estavam voltadas para mim . Comecei a observar uma fonte de água no meio do lugar onde as pessoas se acumulavam e sorri ao ver o quão bonita era.

Me virei para espiar se Lydia estava chegando, então alguém esbarrou em mim. Fiquei aturdida no momento por causa do impacto. Mas logo parei para reparar quem tinha esbarrado em mim. Era um homem. Ele parecia ser jovem. Eu diria que tinha 21 anos . Seus cabelos eram cobres como uma joia desgastada. Mas o que mais me deixou hipnotizada foram seus olhos: Eram verdes, como os meus. Mas tinha algo especial neles.

— Oh me desculpe, não era minha intenção esbarrar na senhorita. — ele disse e quando ouvi sua voz me arrepiei. Era rouca e marcante. Então, ele delicadamente, beijou as costas das minhas mãos. — Sou Thomas Avery, e mais uma vez: Eu sinto muito. — ele falou educadamente.

 —Não tem nada, senhor. Eu me chamo Melinda Konstantinova. — eu falei o cumprimentando, também, educadamente.

— Me chame de Thomas, por favor. Então quer dizer que você faz parte da família dos fundadores?  — ele observou e eu sorri.

— Pelo que vejo, o senhor também. Já que é um Avery. — mencionei e ele me olhou surpreso. Era difícil, mulheres donzelas como eu, se interessarem por história aqui. Elas passavam tempo demais, bordando para seus casamentos.

 —Mas me diga, o que uma moça tão bela faz sozinha, por aqui? —ele perguntou sorrindo.

 — Estou passeando com uma amiga. — limitei minha resposta. Não queria dizer-lo que estava encomendando, o meu enxoval.

— Cheguei a pouco tempo na cidade, mas nunca a vi pelas redondezas. — ele falou como se esperasse uma explicação.

— Eu não saio muito de casa. — o expliquei e ele pareceu entender.

— Seria muito atrevimento dizer, que, nunca vi uma moça tão bonita quanto a senhorita? — ele perguntou e eu fiquei corada pelo elogio.

— Suponho que sim. — respondi de maneira educada. Então parei para observa-lo melhor e notei que ele segurava um livro em suas mão. O encarei surpresa.

— Gosta de poesias? — perguntei ainda surpresa e ele sorriu.

— O que seria a literatura sem elas: Elas dizem mais do que a palavras que saem de nossas bocas. — ele falou e me ofereceu o livro e eu comecei a folhear as páginas.

Até ver Lydia, se aproximando com seu vestido verde. Sorridente ,e com uma caixinha de veludo em mãos. Ela ainda estava um pouco longe.

— Eu preciso ir. Já está ficando tarde. — eu falei o devolvendo o livro, mas ele não aceitou.

— Me entregue da próxima vez que nos encontrarmos. — ele pediu e eu o encarei.

— Nós não vamos nos encontrar novamente. — eu disse e ele apenas sorriu.

—Me encontre aqui depois de amanhã, nesse mesmo horário. — ele falou e eu suspirei.

— Eu não posso senhor Thomas. Eu sou uma moça comprometida, daqui há algumas semanas, vou me casar. Isso seria desrespeitar o meu noivo.  — falei escondendo o livro, para evitar questionamentos de Lydia.

— Será apenas um encontro de amigos. Não se importe com o que as más línguas dizem.  — ele falou me olhando nos olhos.

— Vou ver o que posso fazer. — falei desviando de seu olhar e correndo em direção a Lydia, antes que ela nos visse juntos.

(...)

Depois que jantei com meu pai, subi para meu quarto alegando estar cansada por causa do passeio e ele acreditou. Uma das criadas me ajudou a me trocar, e eu me deitei na cama. Me acomodando nos lençóis de seda.

Tentei dormir. Mas os olhos e a voz daquele rapaz não saíam da minha mente. Ele era diferente de todos os rapazes que eu já vi. — Não que eu tivesse visto muitos —. Mas havia algo diferente nele, algo que inesperadamente me causou interesse.

Abri o criado mudo e retirei de lá o livro de poesias que ele me deu. Aquele livro tinha o cheiro dele. Eu tinha passado pouco tempo com ele. Mas reparei no seu cheiro peculiar: Um cheiro de madeira adocicada. Um cheiro único

Então dentro da mesma gaveta, retirei meu diário.

Molhei a caneta no tinteiro a fim de escrever, como tinha sido meu dia hoje. Abri exatamente numa folha em branco que esperava ser escrita, e comecei a escrever.

Querido diário, hoje o dia foi diferente do que do de costume.  Meu pai permitiu que eu saísse com Lydia. Depois de eu inventar que iria providenciar meu enxoval. A verdade é que eu já estou me acostumando com a ideia do casamento, porque sei que não posso fazer nada a respeito. Esse foi o futuro que meu pai escolheu para mim.

O dia foi divertido, quer dizer,  retirando a parte da Madame Moufre tirar as medidas para meu novo vestido. Que vou usar na festa em que toda cidade foi convocada aqui em minha casa.

Mas outra coisa tornou o dia diferente:Ele. Quem é ele? Thomas Avery. Aquele rapaz dono dos olhos mais misteriosos e gentis que eu já vi. Eu não sei porque eu dei-lhe atenção. Eu não deveria. Isso ia contra todas as regras impostas pelas sociedades. Mas logo me atraia nele, e eu não sabia o que era.

Deve ser o gosto pelo novo. Acho que passei tanto tempo dentro de casa, que quando sai, me encantei por um moço qualquer...Quer dizer, qualquer não. Ele me convidou para um passeio amanhã, eu não posso está lá. Mas eu quero...

Melinda Konstantinova. 27/09/1864.


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Notas finais do capítulo

Comentem!



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