Em seus sonhos íntimos, Elia sempre era forte o suficiente para proteger Rhaenys e Aegon. Mesmo que eles ainda estivessem vivos e bem por enquanto. 

Princesa Inútil. 

Dornesa. 

Doente. 

A doce-amarga ilusão de que tudo estava bem se mantinha inabalável dentro da Fortaleza Vermelha. Todos os dias, Aerys cometia suas atrocidades insanas, Rhaella chorava copiosamente e protegia Viserys da loucura paterna e Elia amaldiçoava Rhaegar até sua garganta secar sentindo o ódio correr quente em suas veias. Ele condenara-os todos a morrer sem a menor chance de defesa, sem a mínima possibilidade de que se salvassem, não importava que eram inocentes de crimes. 

Era tudo por conta do sangue e do casamento. 

Maldito seja o sangue dos dragões valirianos. 

Então, segurava suas crianças perto de si e orava aos Sete e a qualquer outro deus para que os agraciassem com mortes rápidas, indolores. Implorava que não sofressem e que tudo não se tornasse um circo de horrores que imaginava sempre que deitava a cabeça no travesseiro. Elia era sábia o suficiente para saber que era apenas uma questão de tempo para que a Rebelião fosse vencida pelos rebeldes, só uma maldita questão de tempo. 

Fogo e Sangue selariam seu destino.