Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 19
Capítulo Dezenove - Aigam!


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de desejar a todos um Feliz Natal! A atenção e aprovação de vocês são os melhores presentes que este humilde escritor poderia receber.



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Ter o endereço de “Fósforos” Malone não significava exatamente que uma visita lhe seria feita. Uma abordagem direta necessitaria contar com o bom senso do homem e uma boa quantia de dinheiro, afinal, quem seria louco o suficiente de entregar de mão beijada esquemas de planos sobre um dos homens mais poderosos de Metrópolis? Provavelmente não alguém esperto. O dinheiro não seria um problema, no entanto, isto apenas serviria como um incentivo para que continuasse a colaborar neste sujo esquema. Um ponto final deveria ser posto. Por isso, o vigiei.

Durante um dia inteiro o observei. Seus hábitos, seus comportamentos. O sujeito acordava tarde, próximo ao meio-dia. Almoçava em casa e logo em seguida saía para encontrar-se com o que presumi serem outros serviçais de algum mafioso da cidade. Neste horário o destino poderia variar. Por volta das 18h00min ia a um mercadinho onde comprava cigarros e leite. De lá permanecia em um beco não muito longe às portas do fundo de outro estabelecimento. Lá tinha a companhia de dois homens armados. Prosseguindo na vigília constatei que era naquela locação que fazia a troca de informações por dinheiro. E diversos eram seus clientes.

Policiais, repórteres, cidadão comuns. De diversos tipos. Tudo era feito na encolha. Os métodos utilizados dificultavam que o mesmo pudesse ser associado a isto de alguma forma. Nunca contato direto. Os que o acompanhavam faziam o serviço. Seu rosto coberto por uma máscara de esqui.

O beco no qual praticava esta atividade possuía alguns pontos de vantagem dos quais poderia me aproveitar. Escadas de incêndio, varandas. Fixando em minha mente o posicionamento dos capangas, era fácil bolar uma estratégia para tirá-los da jogada rapidamente. Contudo, o equipamento se ausentava. Precisaria de uma corda e gancho para subir e descer do prédio rapidamente. Não... Não seria rápido o suficiente para evitar que fosse baleado executando a tarefa. Teria de abatê-los em solo.

...

Eu tinha um plano. Estava preparado para aquilo. Mas não importava o quão bom um plano fosse, sem uma execução adequada, de nada ele valeria. Por isso tudo necessitaria ser preciso.

Entre meus equipamentos levava uma corda e gancho, um tazer, suprimentos médicos entre outros itens.

Como no dia anterior, vigio “Fósforos” Malone. O sujeito passava o tempo inteiro com um fósforo pendurado à boca. Talvez fosse daí que o apelido viera. Em pesquisas rápidas não fui capaz de encontrar informações mais precisas sobre o mesmo. Era praticamente um ninguém.

Chegando novamente o horário em que este iniciava suas negociações no beco. Posicionei-me em uma das varandas próxima a posição de um de seus capangas. O movimento deveria ser preciso e rápido. Visto uma máscara que deixa unicamente olhos e boca à mostra. Coloco o capuz e deixo sobressalente a mão a corda e gancho. Ligo um gravador e o coloco no bolso do casaco. Seu primeiro cliente deixava o beco. Hora de agir.

Da varanda salto sobre um de seus capangas levando o mesmo ao chão fazendo com que sua arma escapa-se das mãos. Seu companheiro notara rapidamente a ação e no exato instante em que apontava sua arma para mim, lancei a corda com o gancho que se prendeu de imediato ao objeto. Com um puxão o desarmo desequilibrando-o. Com uma breve corrida acerto uma joelhada em seu rosto nocauteando-o. O homem ao qual havia levado ao chão rastejava de volta a arma. Carrego-o e lanço-o na direção de “Fósforos” Malone. Este quebra a mesa onde seu protegido permanecia sentado para executar as negociações. Aproveito-me de sua surpresa lançando-o a parede retirando sua máscara e contemplando sua amedrontada face.

— “Fósforos” Malone, eu preciso de informações! – bato suas costas na parede o que o faz tossir.

— Quem... O que é você?! – sua voz sai esganiçada e falha. O mesmo deixa cair o palito de fósforo que carregava a boca consigo todo o tempo.

— Alguém que precisa de informações e vai quebrar o seu maldito braço caso não as consiga. – estava obviamente blefando, mas Malone não precisava saber disso. Ducard dissera-me que o inimigo não deveria ter ideia do que você iria fazer, mas sim do que você era capaz de fazer.

— De quem, de quem você quer informação?

— Bobby Gazzo. O que ele pretende com Metrópolis? Qual seu jogo? Por que ele estaria interessado em comprar um teatro antigo?

— Bobby Gazzo? Ah cara!

Jogo-o no chão. Puxo seu braço, pisando em seu ombro e imobilizando sua mão.

— Tá bem! Tá bem! Eu te conto! Bobby Gazzo iniciou a um tempo atrás uma estratégia pra dominar Metrópolis. Pra isso ele começou a comprar as principais propriedades da cidade de cada distrito. Assim ele tinha posses por toda cidade. Olhos em toda a cidade! O comércio dele de drogas e armas era facilitado por isso. Ele conseguia preços bons ou a escritura das construções de graça através de ameaças, tortura e assassinato. Mas teve uma... Uma propriedade que ele não conseguiu...

— Qual?!

— O Teatro! O Teatro onde o tal do Zatara se apresentava! Aquele mágico maluco se recusou a passar a posse do teatro para o Gazzo e o cara ficou bravo pra caramba!

Largo sua mão e paro de pisar em seu ombro. Malone rasteja para a parede onde se apoia e tenta levantar.

— O que Gazzo fez?

— Ele queria mostrar que ninguém diz não pra ele. Ele mandou passarem um recado pra o Zatara. Contratou uns caras pra sabotarem o show dele.

Malone hesitava. Havia algo naquilo tudo que ele escondia. Agarro-o pelos ombros e lanço-o contra uma das portas do beco. Chuto a mesma próximo a onde seu rosto estava.

— Você está escondendo algo, me conta!

— Eu “tava” junto! Ele me mandou junto com uns malucos. Nós colocamos ácido nas cordas do palco. Era pros pesos arrebentarem na hora do show. Mas caiu antes. Matou a esposa dele!

Malone voltara a rastejar. Dessa vez apenas para longe de mim. Gaguejando ele continuava:

— Mas nem adiantou. O tal do Zatara manteve o teatro. Gazzo não conseguiu comprar!

“Fósforos” ainda se afastava. Vasculhei entre os documentos caídos ao chão que antes estavam sobre sua mesa. Havia diversos. Os mais variados nomes. Entre alguns reconheci grandes personalidades da cidade. Havia um sobre Bobby Gazzo. Guardei-o em meu casaco.

Após isto, voltei-me para meu interrogado. Caminhava até ele quando que de supetão o mesmo sacara um revólver e o apontara para mim. Erguendo-se ele diz:

— Seu filho da mãe! Eu vou enfiar uma bala bem no meio dos seus...

 BANG! BANG! BANG!

Três tiros atingem o tórax de “Fósforos” Malone que vai ao chão morto. É neste instante que noto um carro que estacionara na saída do beco. Deste, quatro homens armados saltavam e iniciavam os disparos. Tenho tempo o suficiente para saltar e esconder-me atrás de um tonel de lixo.

Os disparos eram incessantes até que momentaneamente são interrompidos por uma batida de metal seca ao fundo. Outro carro batera no deles que estava estacionado. O ato os pegara de tamanha surpresa que haviam esquecido de mim. Uma mulher salta do carro e de sua boca o que ouço não compreendo.

— Ratlas a sohleoc! * “Coelhos a saltar!” de trás para frente. *

Instantaneamente um forte brilho dourado emana da mesma e os homens armados se transformam em coelhos.

— Bruce, vem rápido!

É Zatanna que cambaleia para dentro do veículo pronta para desmaiar. Corro o mais rápido que posso desviando dos coelhos que antes eram capangas.

— O que está fazendo aqui? Como fez aquilo? E por que coelhos?

— Eu não vou conseguir dirigir, pega o volante!

Zatanna salta para o banco do passageiro forçando-me a ir para o banco do motorista.

— Eu não tenho carteira de habilitação!

— Dirige! Eles não vão ficar assim para sempre!

Dito e certo. Os coelhos retornam a sua forma de homens, contudo, atordoados. É incentivo o suficiente para que eu afunde o pé no acelerador.

Poderia não ter carteira de habilitação, todavia, isto não significava que não sabia dirigir. Digamos que meus anos longe de meu amigo Alfred Pennyworth tinham sido mais cheios do que era possível se imaginar.

— Ai... - Zatanna gemia a meu lado e parecia aos poucos perder a consciência - Preciso comer algo...

— Tem barras de cereal nessa mochila. – indico a ela a mochila que levava comigo e rapidamente jogara no banco traseiro do carro quando entrara no mesmo. Ela começava a se servir das mesmas.

— O que foi aquilo?

— Magia.

— O quê?

— Magia. Mágica. Bibidi Bobidi Bu! Sabe?

— Impossível. Mágica de verdade não existe!

— Você acabou de ver quatro homens adultos serem transformados em coelhos. Acredite no que quiser.

— Ah droga!

— O que você fazia lá?

— Estava à procura de informações. Há quanto tempo você faz isso?

— Isso o quê?

— Magia!

— Desde que tinha quatro anos. Foi quando descobri. Mas não sou muito boa. Ainda preciso de treino. Um mágico de verdade não estaria em minha condição atual depois de executar um feitiço daqueles.

— O seu pai... Ele faz isso também?

— Sim.

 -E por que você me chamou de Bruce? Esse não é...

— Não precisa fazer teatro. Sei que você é Bruce Wayne. Sabe, magia... E você precisa aprender a mentir melhor. Foi por isso que resolvi te seguir. Queria saber o que mais você escondia. E você não me respondeu ainda, o que fazia naquele beco? Quem era o cara morto no chão?

— O cara morto era “Fósforos” Malone. Fui atrás dele, pois acreditava que ele possuía informações sobre Bobby Gazzo.

— Bobby Gazzo? O que você quer com um mafioso? Ai meu Deus!

— Não. Eu não estou procurando emprego. Acredito que ele esteja associado... Bem, agora eu tenho certeza de que ele está envolvido com o...

— Com o quê?

Hesito. Retiro meus olhos rapidamente da direção e fito Zatanna. Seus olhos parecem sugar a verdade de mim. Toda aquela intensidade.

— Ele estava envolvido com a morte da sua mãe.

— Com a minha mãe...? Como...?

— Eu tenho como provar. – retiro de meu bolso o gravador e entrego-o a Zatanna.

Ela escuta a gravação por completo. Sua expressão é de completo terror. Talvez fosse pelo esforço que havia executado ou pela revelação, mas sua pele estava tão branca quanto papel.

— Papai sempre havia dito que fora um acidente. Mas ele nunca dissera o que acontecera de verdade.

— Ele não sabia. Achava que a culpa era dele. Que ele causara isso. Mas não foi um acidente que tirara sua mãe de você e uma esposa dele. Ela foi assassinada, e agora temos como provar por quem e como.


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