Batman - Alvorecer escrita por Cavaleiro das Palavras


Capítulo 1
Capítulo Um - A escuridão sempre vem


Notas iniciais do capítulo

Batman criado por Bob Kane e Bill Finger.

Gostaria de agradecer a você que está acessando esta história e dando uma oportunidade a um jovem escritor. Obrigado por sua atenção e tempo.



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Arte por Greg Capullo

 

Sou capaz de vê-lo mover-se por entre as árvores, vasculhando os menores espaços. Ouço seus passos e por um determinado momento ficam próximos demais de minha localização. Sua respiração é igualmente fácil de escutar, é fato de que as corridas anteriores cobraram seu peso sobre ele. Talvez haja uma oportunidade aqui.

Aos poucos ele se afasta, arrisco rastejar para fora de meu esconderijo sob as raízes de uma árvore que estão à mostra. Tomo todo o cuidado possível para não alertá-lo. Minha passada é leve, contudo, acabo por quebrar um pequeno pedaço de galho jogado ao chão com um de meus passos. Harvey Dent se volta para mim e sua expressão é um misto de surpresa e triunfo.

Em questão de estatura, Harvey conseguia ser mais alto que eu, suas pernas mais longas, na corrida que deveria a seguir executar, vencer seria quase impossível. Seu cabelo castanho geralmente bem arrumado, agora estava bagunçado e uma folha mantinha-se presa a ele. Seus olhos castanhos escuro demonstravam o quão confiante de sua vitória ele agora estava. Ele dizia que gostava de vir para brincar, para fugir do resto de sua vida, de seu pai.

Inicio minha corrida. Dent o mesmo faz. Posso ser rápido como for, no entanto ele mantém-se perto demais. Ganho vantagem ao desviar corretamente dos obstáculos que pelo caminho encontro. Ele não tem tanta sorte e se atrapalha com alguns, mas continua próximo. Ao longe observo a colina, ao seu topo um grande e antigo Carvalho se encontra. Permanecemos correndo. Ganho distância o suficiente para na colina, onde meu amigo teria vantagem, manter a dianteira. Finalmente, alcanço a árvore. Jogo-me na grama sob sua sombra arfando. Thomas Elliot e Roman Sionis que estavam sentados ao redor da mesma gritam meu nome e festejam rindo.

— Como você... conseguiu... correr tão rápido? – resmunga Harvey por entre longos suspiros para recuperar o fôlego enquanto alcança o topo da colina. É fato que as corridas anteriores cobraram seu preço sobre ele.

— Pode me chamar de “O Garoto mais rápido vivo”. – respondo ainda me recuperando enquanto Ron e Tommy saúdam Harvey também.

Estamos na propriedade da Mansão Wayne, mais precisamente, a leste da mesma. Sentando, apoio-me no Carvalho e observo a vista ao redor. Da colina sou capaz de ver o grande lago aos fundos da Mansão, estendendo-se profundamente na floresta ao redor. É perto do entardecer e a luz do sol é refletida por suas águas escuras. A Mansão possui um estilo clássico europeu, apresentando grande semelhança com um castelo. Ela possui dois andares, a sua frente um caminho de pedras ladeado por belas árvores e arbustos floridos. Seus muros são altos e estendem-se até a única entrada direcionado aos portões da frente do local. Suas janelas são grandes e ao todo por seu telhado conto quatro chaminés. Observo um pouco mais e ao longe vejo Gotham City, considerada uma das cidades mais belas de toda a América do Norte, batendo de frente com Metrópolis, Nova York e Chicago, em uma opinião pessoal.

Tommy me retira da contemplação ajudando-me a levantar. Thomas “Tommy” Elliot, um dos primeiros amigos que já fiz, e um dos mais inteligentes. Quando me visita e não estou com Roman ou Harvey, nós costumamos utilizar de jogos de lógica para diversão, xadrez, damas, combate. Na maioria das vezes, ele me vence e logo explica como. É divertido, embora às vezes ele leve à sério demais. Seu cabelo é ruivo e franjado, sua pele clara quase parece papel ao sol, seus olhos verdes demonstram confiança imbatível. Após dois anos de sua perda, ele parecia tão bem. Papai dissera que seu pai havia morrido no exato instante do acidente de carro, mas sua mãe iria ficar bem devido a seus esforços.

— E aí galera, a vez agora é do Bruce, certo? – pergunta Roman colocando a mão sobre meu ombro. Roman “Ron” Sionis. No início não nos dávamos bem. Seus pais incentivavam nossa amizade, mas ele pouco fazia questão. Com o passar do tempo nos tornamos bons amigos, ou, pelo menos, acredito que sim. Seu cabelo é preto e constantemente penteado para trás. Sendo a íris de seus olhos preta, quase não se diferenciavam das pupilas.

— Ei, mas antes de Harv fui eu, e Tommy o primeiro. – reclamei.

— Podemos jogar a moeda e decidir na sorte quem procura. – sugere Harvey sacando a velha moeda de seu avô, a qual sempre carregava com ele.

— Não, não cara. É sua vez mesmo. – lembrou-se Tommy.

— Poxa... – resmunga Roman enquanto se dirige ao Carvalho para começar a contar. Todos corremos para nos esconder.

Começa a anoitecer, o número de esconderijos aumenta graças ao escuro. Vejo Harvey subir em uma árvore da qual seria difícil saltar para correr de volta ao Carvalho. Tommy se esconde atrás de algumas pedras entre arbustos, uma fuga para a colina seria fácil. Continuo correndo. Passo por meu último esconderijo, sob a cobertura de diversas raízes expostas, longe da luz do sol proporcionando a quantidade certa de escuridão para ocultar-me de olhares desatentos. Continuo procurando por um local.

Encontro entre um amontoado de pedras uma entrada. Aparenta ser um túnel. Não poderia ficar muito mais do que deitado ali para me esconder, contudo, seria perfeito. Uma árvore está sobre o pedaço de terra existente sobre as rochas, suas raízes secas ficam à mostra. Rastejo para dentro. Era escuro em seu interior. O chão fofo com seções quebradiças. Sinto-as movimentar-se. O chão perde sua firmeza e rui.

Caio através do buraco. Sufocado pelo susto não grito. Bato na parede rochosa e rolo. Utilizo minha perna para procurar estabilidade. Sinto uma dor queimar através da mesma ao executar o ato. Grito e agarro o membro. Minha reclamação parece atrair atenção. Ouço ruídos e vejo rápidos movimentos por entre a escuridão que como um manto me cerca.

Morcegos.

Voam em minha direção. São rápidos demais. Não distingo mais que vultos negros. Peço para que parem, para que se afastem. O susto pelo que passo faz com que esqueça da queimação de dor que os arranhões e minha perna causavam. Finalmente eles voam mais alto. Fico no chão ouvindo seus ruídos se afastarem. Levanto minha cabeça.

Então, algo emerge das sombras, planando em direção à luz fraca que vem de cima. Ele não se afasta como os outros, apenas aproxima-se. Arrasto-me para a rocha mais próxima e nela me apoio. Estou em pânico. Fito seus olhos brilhantes, aparentam através de mim enxergar. Eles veem minha alma. Não há alegria ou tristeza, apenas ódio. Ele emana força. Ele sente meu medo, e dele se alimenta. O mundo se torna sombras e nada mais vejo.

 

Bruce Wayne

Primeira Aparição – Detective Comics #27 (1939)

 

Harvey Dent

Primeira Aparição – Detective Comics #66 (1942)

 

Roman Sionis

Primeira Aparição – Batman #386 (1985)

 

Thomas Elliot

Primeira Aparição – Batman #609 (2003)

 

Personagens presentes nas publicações da Editora DC Comics;


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido até o fim. Caso tenha gostado, aproveite e leia os próximos capítulos já disponíveis aqui.