Passei a noite toda pensando. Não consegui fechar os olhos. Tentei encontrar respostas para todas as perguntas e no final as tinha. A realidade me invadiu e eu fui obrigada a aceitar. Lobisomens existiam e vampiros também. 

Tinha uma suspeita maior e era sobre os Cullen. Eles seriam vampiros? Tudo indicava que sim. Eram gelados, pálidos, ágeis e aliás parecia que não envelheciam. Bella tinha 29 anos, mas aparentava ter 18, Edward parecia ter 17 anos e eu nem imaginava quantos ele poderia ter. Renesmee não ficava para trás, ela é diferente, mas deveria ter 10 anos, não 16.

— Charlie? – Procurei pelo homem descendo as escadas. 

— Na cozinha. – Ele gritou e eu segui para a mesma. – Bom dia, Sue. 

— Bom dia. – Sue passou por mim indo para a sala. 

— O que você quer? – Charlie questionou se encostando no balcão. 

— Pensei que você poderia me emprestar seu carro. – Dei um dos meus melhores sorrisos. 

— Você não tem idade ainda. – A resposta dele foi curta. 

— Idade não é documento. – Levantei meu dedo indicador como se passasse uma lição para ele. 

— Mas nesse caso é! – Ele exclamou. – E, aliás, você está de castigo e eu não esqueci daquela conversa. 

— Charlie. – Comecei. – Eu estava indo ver Isabella. 

— Você? Indo ver Bella? – Charlie deu um sorriso irônico. 

— Eu estou falando a verdade, não força. – Revirei os olhos. 

— Porque não liga para Edward? 

— Não, Edward é estranho sabe. – Falei. – Às vezes parece que ele pode ler minha mente. 

— Certo. – Charlie suspirou fundo. – Eu te levo. 

— Obrigada. – Dei um rápido abraço nele e corri para fora da casa. – Anda mais rápido Charlie. 

— Não sei pra que tanta animação. – Charlie vinha vestindo seu casaco. 

— Não precisa saber. – Entrei no carro e coloquei o cinto. 

— Mas seja o que for, pelo menos isso está aproximando você e Bella. – Charlie comentou. 

O resto do trajeto seguimos calados, não tínhamos muito assunto. 

— Quando quiser voltar é só me ligar. – Charlie alertou. 

— Okay. – Dei um beijo em sua bochecha e sai do carro o vendo partir. 

Apressei os passos ao me aproximar da casa dos Cullen e antes que minhas mãos tocassem a maçaneta Esme abriu a porta. 

— É ótimo lhe ver aqui. – Ela me lançou um sorriso dócil. 

— Corta essa, eu sei que vocês sabem porque que eu vim aqui. – Entrei e logo subi para a sala. 

— E a culpa disso tudo é de Jacob. – Edward abordou o menino quando eu entrei. 

— Eu não contei sobre vocês. – Jacob se defendeu. 

— Ele está falando a verdade, eu descobri sozinha. – O defendi também. – Só não entendi tudo. 

E eles me contaram, desde a vinda de Bella até a quase guerra com os Volturi. No final eu entendia perfeitamente. Carlisle disse que tínhamos que tomar cuidado agora que eu sabia sobre eles e que os Volturi não poderiam saber da minha existência. 

Os Volturi são um clã de vampiros que ditam regras como reis, isso, reis vampiros. Acho eles uma porcaria, em um mundo de vampiros quem tem tolerância ao sol que deveria ser rei. Não que eles queimem, mas isso de brilhar no sol né? Pelo amor de Deus. 

Bem, agora nós estamos indo para uma clareira, pois está caindo alguns relâmpagos e os Cullen, aparentemente, tem uma tara por jogar beisebol enquanto eles caem. 

— Eu quero jogar. Nem preciso rebater, quero só ficar parada lá, não preciso nem pegar nada. – Insisti. 

— Ta, você fica perto da floresta. Não tente pegar. Não tente correr contra nós. Não tente nada. – Jasper falava enquanto me empurrava até meu lugar. 

Phil é jogador profissional, mas eu nunca fui em nenhum jogo dele, beisebol é pros fracos eu prefiro futebol. 

Observei atentamente o jogo até uma presença me chamar a atenção e no meio das árvores tinha algo me observando. Andei sorrateiramente até lá e senti algo passar ao meu lado. 

— PEGA ANNIE! – Escutei a voz de Emmett. – NÃO DEIXA BELLA PEGAR. 

Então eu corri atrás, possivelmente, da bola de beisebol. Isabellinha vacilona é uma vampira então eu sou inútil numa corrida, mas quem estava mais perto da floresta era eu. Eu avistei a bola e a peguei, mas a mão de Isabellinha se chocou contra a minha. 

— Saí que é minha. – Resmunguei. 

Em resposta ela rosnou pra mim! R-O-S-N-O-U como um animal selvagem. Avancei na bola, mas Bella me empurrou para trás, eu cai sentada e gemi de dor. 

Isabella me olhou com a bola em maus e deu um sorriso vitorioso, mas algo entre as árvores pulou bem em cima dela e começaram a rolar. Era o lobo de ontem, tarararam, ele brigava com Isabella, não estava satisfeito com o que ela fez comigo. Era como se ele dissesse entre rosnados: Não toque no meu imprinting. 

Eu torcia pelo lobito, mas não demonstrava, porém tinha certeza que ele sabia disso. Logo os Cullen chegaram e separaram os dois. 

— O que está acontecendo aqui? – Edward questionou. 

— Esse lobo maluco. – Bella grunhiu tentando avançar novamente, mas eu entrei na frente. 

— Você não vai tocar nele Isabellinha. – Neguei cruzando os braços. 

Papéis invertidos agora eu protegia. 

— Vai ficar do lado de um lobo que você nem conhece? – Bella perguntou sem acreditar. 

— É – Olhou para trás vendo o lobo me olhar e retornei meu olhar a Bella. – Vou sim. 

Dei um sorriso satisfeita passando por ela e indo de voltar para a clareira. Não mexa com o meu lobinho, Isabella.