A filha de Isabella escrita por Nandah, Fernanda Pinheiro


Capítulo 20
Lua Cheia


Notas iniciais do capítulo

DEDICO ESSE CAPÍTULO A CalKau pela linda recomendação ♥



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Hoje era o dia em que eu iria me transformar e estava um saco essa casa. Eu e Gary estávamos mais agressivos, até mesmo tentávamos nos atacar, as outras dezenas de lobisomens não pareciam se afetar. Porém o humor deles estava péssimo, segundo Luiz eles escolhiam se transformar ou não.

Meu apetite aumentou bastante, comi o estoque de carne toda do açougue do tio Zé. Layanna estava longe de nós, pois sempre que ela estava a menos de 100 metros eu e Gary nos descontrolávamos e tentávamos comer ela.

— Segundo a internet não aparecerá lua. – Lucas, ou Leonardo, falou.

— Me sinto em Dezesseis luas. – Resmunguei.

— Também me sinto em uma história de livros. – Ele parou e me encarou. – Estranho.

— Como se fosse a história de Isabella Swan? – O olhei.

— Sim, porém essa, que vivemos, é uma fanfic de uma adolescente paranoica alienígena.

— Marciana?

— Não, jupteriana.

— Você é estranho Leonardo. – Revirei os olhos.

— Eu sou o Lucas, se fosse o Leonardo não estaria nem falando com você. – Ele sorriu cruzando os braços. – Você já deveria nos reconhecer, mulher!

— Não sou obrigada a nada. – Resmunguei.

— Nossa, ignorância de graça. – Lucas gargalhou.

— Boa tarde. – Leonardo passou por nós.

— Boa tarde, Leonardo. – Falei vendo ele ir para a cozinha.

— Eu sou o Lucas! – Ele gritou de lá.

Fechei a cara olhando para Leonardo no outro sofá.

— Agora você tem que descobrir em quem acreditar. – Ele sorriu cinicamente.

— Corre. – Grunhi.

Ele engoliu a seco e levantou do sofá correndo. Fui logo atrás dele, eu corria como um vampiro, quando estava prestes a por a mão nele alguém me segurou.

— Calminha. – Josh era o amigo de Luiz.

— Me solta. – Rosnei olhando para ele.

— Você é bem ranzinza. – Ele soltou uma risada divertida me soltando.

— Eu vou te mostrar a ranzinza. – Me virei pronta para pular em cima dele.

— Annalice. – Meu pai me chamou e eu recuei.

— Eu já disse que quero o Edward, não você. – Revirei os olhos.

— Não é você que quer o Edward, é seu lobisomem. Ou melhor, ele quer jantar o Edward essa noite. – Luiz sorriu.

— Tanto faz. – Resmunguei subindo as escadas e indo para meu quarto.

Me joguei na cama frustrada, PRECISAVA DE CARNE. Gary pulou minha janela de repente.

— O que está fazendo aqui?

— Fui no açougue do tio Zé, ele não abasteceu ainda. Disse algo sobre uma menina pior que coice de mula ter ido lá mais cedo, ai assimilei ela com você. – Ele sorriu se deitando ao meu lado.

— Luiz já não disse que não quer você aqui? – Perguntei olhando o teto.

— Não sei, estava te admirando na hora. – Ele sussurrou.

— Vai pra puta que pariu Gary. – Revirei os olhos.

— Olha como fala comigo! – Ele exclamou tentando ficar por cima de mim.

— Saí pra lá. – Empurrei ele com o pé.

Ele voltou para cima de mim e eu tornei a empurrá-lo. Levantei da cama o empurrando, agora com às mãos. Gary voou comigo até a outra parede e pressionou meu pescoço, me desvencilhei e o joguei contra a penteadeira, a quebrando.

— OU! – Julie entrou no quarto nos separando. – O que eu disse sobre ficarem no mesmo quarto?

— Não sei, estava comendo na hora. – Revirei os olhos saindo do quarto e entrando no banheiro.

Meu olhos estavam pretos, eu parecia até um demônio. Suspirei tentando me acalmar.

— Filha, está tudo bem ai? – Luiz bateu na porta.

— Tudo Luiz, pode ir embora, tchau. – Resmunguei pegando o celular.


"Oi gatinha, tudo bem? Espero que tudo ocorra bem hoje. Estou com saudades já (mesmo te vendo ontem) me responde assim que der. Estou preocupado!" – Embry Gostosinho

"Embry, está tudo bem. Não estou com saudades e nem preocupada. Porém, se acontecer algo... NÃO ENTRA NO MEU CAMINHO MERDA." – Annalice.

Eu era muito mais amável quando estava a beira de me transformar, podem confessar. Luiz não aceitava eu me relacionar com Embry, mas após as cenas recentes ele viu que a melhor forma era deixar acontecer sob a supervisão dele. Então era aquilo, eu e Embry em um sofá e ele no outro. Não tínhamos um momento de paz.


"Annie sua mãe está preocupada, ela deveria estar preocupada mesmo?" – Edward psicopata.

"Não Edward, por que você não vem me ver? Hehehehe." – Annalice.

"Luiz me falou sobre seus convites com intenção de me matar. Não vou não." – Edward psicopata.

"Edward, estou com saudades de você e do Jacob Junior." – Annalice.

"NÃO CAIO NESSA E NEM O JAKINHO." – Edward psicopata. 

Que frustrante não é? Sai do banheiro tornando a voltar pro meu quarto. Todos tínhamos nos acertado, Edward veio me pedir desculpas e Nessie veio me agradecer.

Edward ainda não aceitava a situação muito bem e diante dos fatos eu também não aceitaria se fosse ele, mas ele até que estava tentando não matar Jacob.

Por falar em Jacob ele e Renesmee haviam ido para uma ilha que os Cullen tinham no Brasil, me senti muito aliviada por eles estarem protegidos dos Cullen e ainda mais de mim.

E bom, tinha Isabella... que por falar nela está me ligando agora.

Alô.— Falei com o celular já no rosto.

Oi Annie, bom, é hoje o grande dia não é.— A voz dela era pesada.

É, é sim. – Respondi.

Pude escutar o suspiro involuntário dela do outro lado.

Queria estar aí com você, prometi que passaríamos por isso juntas.— Sua voz era baixa e triste.

Eu sei que se você pudesse estaria aqui, não se preocupe.— Tentei passar confiança. – Eu reconheço os esforços que você faz por mim, Bella.

Fico feliz em ouvir isso, filha.— Senti meu coração palpitar diante a palavra, eu sempre reagia assim diante dela. – Escuta, Annie. Eu te amo, ok? Independe de qualquer situação.

Ah, Isabellinha Vacilona. – Não pude conter meu riso frouxo. – Eu também... Bem.

Eu sei, Annie. Não precisa dizer.

Não...

Eu precisava sim.

Eu também amo você, Bella.

A linha ficou totalmente muda do outro lado, havia sido a primeira vez que eu havia dito aquilo, senti vontade de perguntar se ela estava bem.

Bom, – Ela retomou a voz. – agora me conte como estão as coisas aí.

Sorri começando a contar a ela.


[…]


— Onde estamos indo? – Perguntei enquanto Luiz e Julie guiavam eu e Gary.

— Falta alguns minutos para a noite cair. – Julie suspirou. – Vocês precisam ficar presos.

"Quarto do Terror" me lembrei. Era um enorme quarto, que parecia um freezer, era frio demais e tinha carne.

— Então quer dizer que vocês tinham carne aqui enquanto nós comprávamos do tio Zé? – Perguntei incrédula.

— Essa carne é para durante a transformação. – Luiz apenas falou.

— Preferia cozida. – Gary resmungou.

— Entrem. – Luiz ordenou, entramos e ele fechou a porta.

— Achei que ganharíamos beijinhos. – Falei irônica.

O lugar tinha muitas marcas de garra e sangue no chão, não queria saber de onde havia vindo.

— Eu seria menos homem por dizer que estou com medo? – Gary perguntou se sentando no chão.

— Não. Eu também estou. – Suspirei me sentando ao seu lado.


Annalice off



Narrador on



Já havia se passado minutos, já era noite, porém nenhum deles havia se transformado. Luiz tornou a abrir a porta.

— O que foi? – Annie perguntou levantando do chão.

— A lua não apareceu, podem sair. – Ele explicou.

— Seria muita irresponsável deixar a gente sair, vai que ela aparece depois. – Gary falou e Annie concordou.

— O Google não erra. – Luiz falou sem dar importância. – Vão sair ou querem passar a noite toda ai?

Os dois logo saíram pela porta, andaram até sair do lado de trás da casa. Alguns lobisomens observavam o céu e outros conversavam entre si. Annalice se sentiu estranha e olhou na mesma hora para Gary. O menino já a observava, ele mexeu os lábios formando uma frase "Você também sentiu?" Annalice assentiu e juntos seguiram mais a frente onde tinham uma visão mais aberta do céu.

— Você sentiu isso? – Outros lobos se perguntavam.

Annie e Gary se entreolharam novamente.

— Seus olhos estão pretos. – Ambos sussurraram entre si.

— Luiz! – Annie gritou para o homem que estava estático olhando para um ponto fixo no céu.

A lua tornava a sair, linda e brilhante.

— Para dentro agora! – Julie gritou para os dois, mas antes que eles criassem forças para correr os dois caíram no chão.

— Segurem eles. – A ordem veio de Luiz, ele não se mexia, porém tinha consciência de tudo.

Os lobisomens juntaram em cima dos dois, e os gritos rapidamente preencheram a silenciosa noite. Do outro lado da cidade Embry também gritava, os quileutes tentavam o ajudar, mas não conseguiam.

Annie tinha consciência que isso aconteceria, mas ela não poderia fazer nada. No seu caso os seus ossos realmente quebravam e cresciam outros no lugar.

Gary já havia terminado a transformação, por isso mais lobos foram para ele. Luiz permanecia sem reação, ele já havia visto centenas de lobisomens se transformarem, mas ver sua filha o causava arrepios, ele estava com medo. As lágrimas de Annie desciam vermelhas de sangue, antes de seu rosto mudar de vez ela olhou para Luiz e pela primeira vez falou.

Pai! – Seu olhar era de medo, porém no segundo seguinte ela já era um grande monstro.

Tanto Annie quanto Gary se debatiam, ambos transformados e irritados. Por infelicidade conseguiram se soltar. Ambos olharam para a lua e uivaram.

Na casa dos Cullen o pavor era enorme, quando escutaram o uivo os olhos se arregalaram, eles estavam soltos? Alice havia acabado de ter uma visão de Annie e Gary se transformando e correndo pela floresta.

Gary e Annie jogavam os outros longe, ambos correram para a floresta em caminhos opostos, algumas pessoas se transformaram prontas para ir atrás, porém um uivo mais forte e feroz invadiu toda a floresta. Annie por intuição seguiu, aquele era o uivo de um alfa. Ela diferente de Gary, que foi mordido, não tinha oficialmente uma alcateia e quando um alfa a chamava na lua cheia ela o seguiria em busca de uma alcateia. Os outros lobisomens conseguiram alcançar Gary e o conter, Luiz era um deles. Assim que rosnou para o menino, o mesmo abaixou a cabeça mostrando obediência. Luiz procurou sua filha, porém começava a chover e as pegadas, como o cheiro, sumiram. Ele uivou tentando chamá-la.

Annie se aproximava do lobisomem que havia uivado, ele estava em pé numa colina a olhava como se sorrisse, diferente dela ele tinha consciência de tudo a sua volta. Annie escutou o uivo de seu pai e ficou sem saber o que fazer, mas o lobisomem a sua frente estendeu a enorme mão para ela. Seu lobisomem tomava consciência do corpo de Annie e por instinto ele tocou a mão do outro. Que por sua vez rosnou fortemente, e todos os lobisomens que estavam na floresta souberam que Annie não fazia parte mais da alcateia deles, ela agora pertencia a outra.

O lobisomem olhou sugestivamente para o de Annie e então virou-se para a lua e, como se a controlasse, as nuvens a cobriram e ela sumiu junto a chuva. O corpo de Annie diminuiu e aos poucos sua consciência voltou. Seu corpo estava nu e ela não sabia o que havia acontecido, olhou para, agora, o homem em sua frente que se encontrava nas mesmas condições.

Quem é você?— Ela praticamente sussurrou.

Seu alfa. – Ele sorriu e seus olhos ficaram vermelhos.

Annie abaixou a cabeça em sinal de obediência, pela primeira alguém conseguia a controlar.

— Te esperei por décadas. – Ele sorriu estendendo a mão em sua direção. – Vamos embora, minha querida.

Annie segurou sua mão e se levantou. Ela se sentia, estranhamente bem com ele. Sentia como se fizesse parte da vida dele a anos, como se fossem dois. Agora ele era seu alfa e ela fazia parte da sua alcateia, e a alcateia para os lobisomens é uma família e família vem em primeiro lugar sempre.


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Notas finais do capítulo

EAI? Psé. Nskwmwkmw



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