A filha de Isabella escrita por Nandah, Fernanda Pinheiro


Capítulo 14
Dad




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Sabe aquele momento que você dorme e acorda na cama, e fica tipo: QUE MACUMBA FOI ESSA? Então, está acontecendo agora! A única diferença é que estou no quarto de Renesmee na casa dos Cullen.

— Bom dia! – Carlisle entrou no quarto. – Como você se sente?

— Estranha, algo certo está errado. – Ele me olhou estranhamente, mas logo sorriu. – O que você sabe sobre lobisomens, Carlisle?

— Achei que já estavam extintos, a última aparição registrada foi a centenas de anos atrás. – Carlisle se sentou a beira da cama.

— Ele estava muito diferente, a última vez que falei com ele me parecia um amor de pessoa. – Observei.

— A culpa não é dele, mas sim da lua cheia, ela afeta o humor deles e isso os tornam violentos. – Carlisle sorriu. – Quero que entenda que não é por você ter o sangue deles que é como eles.

— Eu sei disso, ainda não me transformei em um animal de filme de terror. – Dei um sorriso de lado. – Você já viu a noite do chupacabra?

Carlisle não me respondeu apenas saiu rindo, levantei e entrei no banheiro. Havia uma muda de roupa e logo tomei um refrescante banho, junto a minha higiene matinal.

— Que bom que já acabou. Estava te esperando. – Renesmee estava sentada na cama.

— O que você quer pequena? – Perguntei sentando ao seu lado.

— Nós temos o mesmo tamanho. – Ela resmungou. – Sabe, eu só queria saber..

— Seu eu vou culpar Bella pelo que aconteceu? – A cortei e ela assentiu. – Não, não vou! Eu entendo um pouco ela, sabe, a filha dela se tornaria um bicho grande e peludo. E até que foi bom ela vir para cá, isso a vez amadurecer e agora se preparar de vez para mim, só espero que não ponham uma coleira em mim!

A verdade é que tudo que eu disse era mentira.

— Não, não vamos por. – Ela sorriu. – As vezes acho que ela não deveria ter lhe abandonado.

— Eu também. – A olhei e coloquei minha mão sobre seu ventre. – Só não cometa os mesmos erros que ela, Renesmee.

Levantei e sai do quarto, Renesmee ficou com cara de bunda sem entender e minha barriga roncou ferozmente.

— Esme! Estou com fome. – Gritei enquanto caminhava para a cozinha.

— Já está pronto seu café. – Ela respondeu assim que ouviu minhas palavras.

Para ir até a cozinha eu tinha que passar pela sala, para minha infelicidade, e lá estava Isabella Swan me olhando como uma estátua. Eu não iria parar, não iria nem falar com ela, eu estava com ódio... Muito ódio.

— Annie... — Meu apelido na boca dela saiu como facas e golpearam com tudo meu coração, eu travei no lugar e de repente perdi até o rumo que eu ia seguir. — Deixe eu explicar.

A raiva ainda me dominava e formou um bolo enorme na minha garganta, enquanto eu tentava ao máximo reprimir as palavras que tentavam a todo custo sair.

— Tudo que eu fiz foi para o seu bem. — Assim que as palavras bateram novamente contra mim eu não pude me segurar mais.

— Pelo meu bem? — Uma risada sarcástica escapou da minha boca, enquanto eu virava e encarava a vampira que se mantinha em pé a poucos metros na minha frente. — Você não sabe pelo o que eu passei Isabella.

— Eu posso imaginar.

— Não, não pode! E sabe porque Isabella? — Fiz uma breve pausa enquanto ela me olhava com os olhos pesados. — Porque não foi você que viveu 15 anos da vida sem a mãe, sem o pai, sem chegar em casa e não ter duas pessoas que te amam te esperando para te reconfortar depois de um dia difícil. E sabe o por que os dias eram tão difíceis? Porque as outras crianças ficavam me zuando por eu não ter pais, falavam que eu era abandonada, que nem meus próprios pais gostavam de mim e que tinham ido embora por eu ser estranha, que eu nunca seria amada de verdade.

As lágrimas já rolavam pelos meus olhos e eu não conseguia mais impedir.

— E então eu batia nelas, Isabella, uma criança de 7 anos traumatizada por não ter amor, uma criança de 7 anos doente, você sabia disso? Sabia que eu passei 1 ano da minha vida dentro do hospital? Tendo que receber doação de sangue, chegando quase a beira da morte? É lógico que não sabia, porque você não estava lá fazendo seu papel de mãe. — Isabella me olhava sem reação e eu tive certeza que ela não fazia a mínima ideia daquilo. — Vovó sempre tinha que ir na escola resolver meus problemas, sempre resolver minhas brigas, eu estudei em 11 escolas diferentes e no fim era a mesma coisa. E quando isso acontecia vovó me olhava com aquele mesmo olhar, qual eu sei que ela nunca olhou para você, me olhava com tanta decepção que me fazia ter vergonha do que eu havia me transformado, e eu sei que ela se questionava, a cada briga que eu arrumava, aonde que ela havia errado em me educar, aonde ela havia errado comigo.

Respirei fundo tomando ar antes de continuar.

— A questão é que ela não errou em momento nenhum, a culpa era só minha e da minha mente conturbada enquanto eu tentava achar uma explicação para o porque de meu próprios pais não gostarem de mim. E nem mesmo o amor que minha avó sentia por mim era capaz de ocupar o vazio que ocupava meu peito, o vazio de ver os pais das outras crianças buscando eles na escola enquanto outras me perguntavam aonde estavam os meus. — Aumentei minha voz. — Então me responde, Isabella... AONDE VOCÊ ESTAVA?

Avancei em sua direção, sem comandar meus próprios atos, mas antes que eu pudesse chegar perto o suficiente para qualquer coisa as mãos delicadas de Renesmee me rodearam e me empurraram, seus olhos lacrimejando e o rosto vermelho, eu não queria a ver assim.

— Irmã, está tudo bem. Está tudo bem. — Ela falava baixinho entre os soluços.

— Não, não está... Ela precisa me ouvir. — Tornei a olhar para Isabella, que ainda tinha a mesma expressão.

— Você tirou tudo de mim Isabella, o amor de mãe, o conforto do seu colo e agora saber que você tirou até meu próprio pai de mim... Você tem noção do quanto eu também queria um pai? Com certeza não, porque Charlie sempre estava lá para você, todo o Natal te ligando, te dando amor e sendo a base que você precisa. Agora me fala o que eu tinha? Eu tinha Phill que mais estava fora do que em casa, e por mais que ele se importasse, não era a mesma coisa que ter um pai... Que ter alguém para te dizer que tudo ficará bem. Porque nada nunca esteve bem, Isabella. — Meu corpo todo tremia enquanto Renesmee me abraçava mais forte tentando cessar aquilo. — Eu não me importo se você não me escolheu, se preferiu ficar com Edward e se deu todo o amor que poderia ter me dado para Nessie. Eu só não consigo aceitar que você tirou a única pessoa que poderia me dar esse amor de mim também. VOCÊ É UM MONSTRO, ISABELLA.

Por fim meus joelhos cederam e eu caí no chão com Renesmee, Jacob apareceu poucos segundos depois e se agachou ao nosso lado tentando trazer conforto, enquanto Nessie ainda me abraçava e eu me permiti a retribuir o ato. Abaixei minha cabeça e fechei os olhos em direção ao chão, eu não queria ver o rosto da mulher a minha frente. Meus olhos já ardiam por causa do choro e minha cabeça latejava.

— Eu me arrependo mais do que tudo do que eu fiz. — A voz de Isabella era baixa e embriagada, talvez pelo choro que ela nunca pudesse deixar sair. — Mas a verdade é que eu tinha medo, mas não de você. Eu achava que se transformar naquilo era algo compelido, não algo genético, achava que você só de transformaria em um lobisomem se seu pai te transformasse em um. Caso contrário eu nunca deixaria você sozinha com minha mãe, correndo risco de a machucar e viver com essa culpa para sempre.

Um silêncio de instalou enquanto eu absorvia as palavras dela.

— Eu vim para Forks para procurar respostas e para despistar seu pai, mas acabei encontrando Edward e me envolvendo em um mundo sobrenatural novamente, eu pensei em te buscar e tudo mais, mas eu não seria capaz de te envolver novamente em um mundo assim, te por na mira dos Volturi como um dia eu já estive. — Ela soltou um longo suspiro. — Você pode não acreditar ou ser muito difícil para você absorver tudo isso... Mas você pode ter certeza, Annie, que eu te amo mais do que a Edward e igualmente como amo Nessie. Você foi o primeiro amor da minha vida e eu pensei em você um dia seguido do outro, mas era melhor se afastar de você, para que você não acabasse se envolvendo ou descobrindo coisas que custariam a sua vida. E aqui está você, linda e um orgulho para mim e eu só posso me desculpar por tudo, por tudo que um dia eu achei ser certo e para sua segurança, por mais que você não aceite minha desculpas ainda. Não aceito te perder novamente, muito menos por besteira minha, você é minha filha Annie.

As palavras dela ainda entravam como facadas em mim, mas pareciam muito mais confortantes.

— Você foi amada e ainda é pro mim desde o dia que eu sou e que você existia dentro de mim, e você ainda existe aqui no meu coração. Não fui a melhor mãe do mundo por 15 anos, na verdade nem cheguei a ser uma mãe de verdade para você, mas se você deixar eu prometo dar o meu melhor pelos próximos 15 anos ou até os 100. — Ela levou a mão até o peito. — E eu não tenho medo do que vai vir pela frente, vou estar aqui nem que custe minha própria vida. Porque você é minha filha e eu nunca vou abandonar você... Nunca mais.

— Você está certa em achar que eu não vou te perdoar tão cedo, você me causou muito mal, mas eu ainda sou grata. — Apertei minha irmã ainda mais contra meu peito. — Grata por você ter me dado Renesmee, Edward e essa família. Por ter sido a melhor mãe para Renesmee e ter dado para ela todo o amor que um dia desejou me dar.

Bella abriu a boca para me dizer mais alguma coisa, mas seu olhar rapidamente saiu de mim e foi para algo que acontecia em outro cômodo.

— Tia Alice está tendo uma visão. — A voz de Renesmee saiu abafada.

— Isso não vai acontecer. — Escutei a voz de Edward e só então percebi que ele olhava tudo da batente da porta.

— O que foi, Edward? — Bella olhou em sua direção.

— Ele está vindo pegar ela. — A voz dele era bem amarga.

— Deixe ele vir, ele é pai dela, se Annie quiser ir com ele é o direito dos dois. — Bella tomou a voz final, me olhou com ternura e sumiu com rapidez diante meus olhos.


[...]

E ali estava eu sentadinha na entrada da casa dos Cullen, estava animada como se acabasse de sair da escola e agora estava esperando vovó Renée para tomarmos sorvete. Mas agora era diferente, eu esperava meu pai.

Tinha uma mochila com muda de roupas e um sorriso contagiante nos lábios. Contava os minutos, não, os segundos. Edward permanecia do meu lado o tempo todo, enquanto afogava meu cabelo em um carinho confortante.

Então finalmente o barulho do carro pode ser ouvido por mim e ele apareceu na minha visão, parou em frente a casa dos Cullen, a porta de abriu e ele desceu.



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Notas finais do capítulo

Heeeeeeey, eu sei o capítulo ta pequeno, mas olha só, O PRÓXIMO CAPÍTULO VAI TA GRANDE, então né me agradeçam depois kkkkkkkk

Obrigada pelos comentários, ♥

Espero que tenham gostado do capítulo viu? Lembre-se que sou uma ótima autora e não mereço morrer, okay? Kkkkkkkk