Durante o Fim escrita por Van Vet


Capítulo 8
Primeiro Dia - Hugo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Capítulo atrasou um pouquinho, mas aqui está. Esse fim de semana eu estou trabalhando, então pode ser que isso aconteça nos próximos dias também, ok?

Quem estiver lendo e puder comentar, falar o que está achando e tudo mais, eu ia gostar bastante.

Até mais, um beijão.



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ー Seu pai, o quê??? ー sua mãe arregalou os olhos na metade da discagem no celular em  mãos.

 

ー Caiu um monte de raio e aí depois do barulho o Sr. Wilson disse que o neto dele tinha ido naquela direção. O pai foi ver se ele está seguro.

 

ー Rose, abaixa essa televisão! ー exclamou Hermione para a irmã mais velha dele, displicentemente jogada no sofá, Obi-wan ronronante no colo e o televisor tagarelava abusivamente alto em algum daqueles canais chatos que só passavam noticiário ー Como assim aquele maluco escuta a cidade caindo e vai na direção? Esses raios estão assustadores! Eu disse pra você baixar esse som porque tinha escutado algo lá fora.

 

  A bronca começou com Rose, passou pelo pai e retornou em Rose, que ao invés de fazer uma careta de contrariedade quando repreendida, largou o gato no sofá e foi para a porta balcão da sala, abrindo-a. Hugo seguiu a irmã e contemplou a mesma vista dali. O terreno elevava naquele ponto da casa dando uma visão panorâmica dos quarteirões adiante.

 

  Hugo sentiu o vento gelado morder-lhe as bochechas e a seguir um relâmpago  audacioso agulhou um algumas casas adiante. Ele fechou os olhos num reflexo protetor. Era o mais perto que o garoto tinha visto desde então e esperou o barulho que viria ensurdecedor… Mas ele não veio.

 

ー Por quê não tem trovão? ー quem perguntou foi Rose, mas ele havia acabado de fazer essa mesma pergunta na sua cabeça.

 

ー Por quê os raios fazem trovão? ー foi a questão escolhida, afinal.

 

  Em algum lugar da sua cachola essa resposta já fora dada por algum adulto, entretanto o garoto não se recordava.  Hugo não estava, de fato, muito interessado nesse enigma. Seu verdadeiro questionamento era porque aquele raio não fez trovão ou o que significava aquele raio não fazer trovão. Se era um fenômeno natural como um objeto ter que tombar se solto no ar, um passarinho poder voar se não estiver ferido ou a água ser molhada então o estrondo deveria ter acontecido.

 

ー  Por que o calor do raio expande o ar dentro da nuvem e o ar meio que estoura ー respondeu Rose mecanicamente, absorta no horizonte nebuloso.

 

ー Saiam daí, é perigoso ー a mãe, logo atrás deles pediu. Quando Hugo fitou-a, agarrada ao encosto do sofá mais próximo, viu que seu rosto era tão claro quanto as xícaras de porcelana da cozinha.

 

ー Mãe, o raio não faz trovão. ー ele achou melhor informar por via das dúvidas.

 

ー É, eu percebi quando sua irmã falou.

 

ー O papai disse que é bom estar todo mundo pronto assim que ele voltar ー lembrou-se do aviso colocado na sua responsabilidade.

 

ー Pode deixar… Filho, sobe no seu quarto e pega seu celular ー a mãe disse-lhe de um jeito bastante dócil.

 

  Para Hugo aquilo soou como armadilha, ele não tinha permissão para estar com celular por vários meses. O carregador nem ficava à vista para ele não poder desobedecer essa regra. Era um pedregulho inerte sem bateria dentro da gaveta junto dos gibis.

 

ー Por quê? Eu vou poder jogar?

 

ー Vai sim, agora pegue logo, Hugo. É super importante para nós.

 

   Rose voltou a aumentar a televisão e a mãe disse à ela do mesmo modo calmo e letárgico para abaixar o aparelho para que pudesse ligar para seu pai pedindo sua volta o mais rápido possível. Em seguida disse para a garota subir nos quartos e pegar todas as malas e mochilas que não foram usadas na viagem.

 

ー Então desça e vá colocando o máximo de comida enlatada ou em pacote que couber nelas… ー Hugo ouviu as instruções a Rose, já no pé da escada.

 

ー Mãe, por que isso? ー a irmã perguntou baixinho.

 

ー Hugo, vá logo, eu te dei uma missão! ー exigiu a mãe um pouco mais alto vendo-o parado.

 

  A criança seguiu as ordens correndo pelos degraus acima. Já no seu quarto não sabia se ficava feliz por conseguir se apossar do celular novamente ou preocupado pelos raios não fazerem barulho. Em algum lugar da mente o medo pelo pai era maior que essas duas trivialidades.


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