Durante o Fim escrita por Van Vet
Notas iniciais do capítulo
Oi pessoal!
Essa semana tá meio corrida mas eu consegui um tempinho pra postar de novo.
Beijão!
Então não eram os russos, eram os aliens. Rose nunca pensou estar viva quando o cenário de “O Último Homem na Terra” não fizesse mais parte apenas das telas de cinema. Era in-crí-vel. Para não utilizar palavra pior. Seu pai dirigia há quase duas horas e eles só cruzaram com um único carro em toda a rodovia até então. A cada montanha íngreme que ela avistava, ficava tensa, supondo um Tripods estar oculto, esperando por vítimas. Em outros momentos, tinha a insana vontade de poder testemunhar as coisas que pilotavam as naves.
Todos os livros escolares precisariam ser refeitos. O holocausto nazista não seria mais o pior genocídio da história lembrado, e haveria muito mais conteúdo nas avaliações para estudar.
Estudar? Como Rose divagava sobre estudo quando não havia certeza se a raça humana sobreviveria dali um mês ou uma semana? Ela estava sendo ingênua. Na vida real nada acabava bem. Fora da ficção seus amigos já deviam ter sido obliterados a laser e seu gato jazia soterrado.
Era uma caçada aos idiotas dos homo sapiens. Era dominação e controle como Sauron para a Terra Média, como o Império Galáctico para a Aliança Rebelde, como Coringa para Gothan City. Era uma situação que por fora a adolescente achava muito empolgante, mas por dentro corroia de medo.
ー Vocês estão com fome? ー a mãe virou-se para trás e perguntou aos dois filhos. A cor tinha voltado as suas bochechas, e ela não parecia tão moribunda quanto mais cedo. Foi o jeito como o pai falou e o beijo que eles deram que a acalmou, a menina supunha. Parecia que Mione e Ron, seus verdadeiros pais, estiveram ali mais cedo.
ー Humrum ー Rose concordou.
ー Um pouco ー Hugo disse, a barriga roncando.
ー Vou pedir pro seu pai encostar o carro para pegarmos alguns lanches que trouxemos da casa da vovó.
ー Vamos fazer melhor ー disse Rony, parecendo de bom humor ー Nessa rodovia há um restaurantinho muito agradável, daqui poucos quilômetros. Que tal pedirmos um lanchão com bastante queijo e batata frita? ー e espiou os dois pelo retrovisor, sorrindo.
ー Mas e se não… estiver funcionando, Rony? ー Hermione perguntou com bastante cautela, como se os donos do estabelecimento pudessem ouvir e ficar ofendídissimos pela simples suposição.
ー Aí nós nos contentamos com nosso lanche e devoramos assim mesmo.
ー Por mim tudo bem ー a garota concordou.
ー Por mim também, e se alguma televisão estiver funcionando lá dentro a gente pode tentar descobrir como esses aliens são.
ー Os repórteres estão muito ocupados tentando salvar suas vidas ー Rose revirou os olhos para Hugo.
ー Não enche, tá Rose. Você viu os aliens, mas eu ainda não.
ー E isso por um acaso é alguma competição? ー a mãe se intrometeu, irritada pela discussão e, principalmente, seu teor ー Parem de mencionar essa coisa de extraterrestre!
Hugo falou num tom muito grave, inclinando o corpo para frente:
ー Mas mãe, eles existem, é pra valer.
ー Tá bem, tá bem. Eles existem só que logo vão deixar de existir. Nosso governo não mantêm aquela tal de Área 51 a toa. Deve ter alguma arma muito potente que vai acabar com todos.
ー E se não tiverem? ー Hugo persistiu.
ー Eles têm. São só Ets. Coisas gelatinosas e pegajosas ー Hermione fez uma careta ー Tiro deve matá-los.
ー Água deve matá-los ー o pai se intrometeu, rindo e lembrando a todos de um filme muito famoso com Mel Gibson.
ー O chulé do Hugo deve matá-los ー Rose entrou na brincadeira, provocando o irmãozinho.
ー Sim, do Hugo e do seu pai. Os dois juntos é uma arma que nem a civilização mais inteligente do universo daria conta se tiverem a infelicidade de ter nariz ー a morena emendou, dando uma boa risada.
ー Ei, sua sabe-tudo ー Rony olhou para a mulher ー Coloque você e a sua filha conversando dos livros que vocês leram ou estudaram nos últimos meses, e matam qualquer cérebro avançado de tédio.
ー Rony, Seu legume insensível! ー a mãe aplicou um soquinho carinhoso no braço do ruivo, fazendo a família toda rir.
Rose esqueceu por um segundo de temer os Tripods por detrás da próxima montanha.
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