Durante o Fim escrita por Van Vet


Capítulo 13
Primeiro Dia - Rose


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, sei que vocês estavam ansiosos e aqui está!

Espero que curtam as loucuras desse capítulo.

Grande beijo!



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Rose correu para a despensa para pegar a caixa de transporte de Obi-Wan.  Hermione carregava a mochila de mantimentos e gritava para ela se apressar. A mãe nem havia impedido de pegar o gato, ela sabia que isso seria impossível. Obi-Wan estaria ao lado de Rose não importasse para onde fossem.

 

ー Rápido, Rose!

 

  A adolescente voltou para a sala rapidamente e se agachou debaixo do sofá em que o animal se embrenhou novamente, após escapar da sua mão.

 

ー Vem, garoto, saia daí ー pediu pacientemente ao bichano, que a encarava com seus brilhantes olhos enigmáticos.

 

   Ela percebeu que ficar chamando-o não o atrairia para dentro do transporte. Obi-Wan detestava aquela caixinha de transporte porque certamente associava-a as idas ao veterinário. Ele não era nada idiota. Rose foi obrigada a se debruçar mais sobre o chão e esticar a mão lá embaixo para tentar alçá-lo. O bichano arrepiou todos os pelos do dorso e fez da cauda, já peluda, um espanador de pó.

 

ー Obi, o que é isso? Eu não quero te fazer mal ー disse a garota baixinho.  

 

  Da porta principal sua mãe alertou:

 

ー Vou abrir o carro para deixar essa bolsa e o Hugo lá e quando voltar quero você pronta para sair.

  A menina ruiva não respondeu. Precisava evitar ao máximo falar alto ou fazer movimentos bruscos para não tornar seu gato ainda mais assustado. Novamente ela esticou a mão e quase pegou uma de suas patinhas rechonchudas.

 

ー AÍ! ー gemeu de susto quando o gato bufou e quase acertou-lhe uma patada afiada ー O que há com você, hein? Eu quero te ajudar…

 

  Magoada com a atitude do bichano,contudo obstinada a enfiá-lo no transporte, Rose se levantou e tentou empurrar o sofá. No mesmo instante sua mãe retornou, o rosto pálido, e avançou sobre ela, puxando-a com urgência.

 

ー Vamos sair agora, vai!

 

ー O Obi, mãe…

 

ー ROSE, VEM! ー Hermione exclamou puxando seu braço.

 

ー Não vou sem meu gato! ー Rose puxou o corpo para o outro lado, se desvencilhando.

 

   Então seu pai começou a descer as escadas de dois em dois degraus, parando no patamar em segundos. Rose sentiu uma pavor crescer dentro dela, porque estava sendo obrigada a abandonar o animal e esse medo não a deixava perceber um som muito agudo vindo de fora.

 

ー Entra no carro e vai ligando, que eu pego ela ー Rony ordenou para Hermione, que concordou prontamente correndo para fora.

 

   Rose viu seu pai vindo em sua direção e começou a se explicar:

 

ー Eu só quero pegar Obi, pai espera…! ー Rony puxou Rose pelo braço e ela começou a ser arrastada pela força dele.

 

  De repente, a casa toda chacoalhou sobre seus pés. Obi-Wan saiu debaixo do sofá numa rapidez fora do seu habitual e escapuliu pela fresta da porta balcão, à direita deles.

 

ー Não, OBI! ー berrou, Rose, incrédula. No quintal ia ser muito mais difícil de encontrá-lo.

 

   Na rua, a buzina do carro da família era apertada incessantemente.

ー Rose, vêm. A casa vai ruir inteira! ー o pai deu-lhe um puxão mais forte.

 

   A menina girou o pulso ao redor do aperto de Rony e se soltou. A seguir, numa ligeireza semelhante ao seu gato, pegou a caixa de transporte e abriu a porta balcão. Na visão plena que aquela porta da varanda dava, ela pôde ver aquele objeto desengonçado e bestial subindo a ladeira e mirando um jato vermelho para todo o lado. Então aquilo, que Rose não saberia dizer o que era num primeiro momento, se um animal ou uma máquina, olhou diretamente para ela através do suspeito olho incandescente.

 

    A jovem foi arrematada pelo pai, agarrando-a pela cintura no último segundo antes de um jato laser destruir o local em que a adolescente estava. E em meio a todo o cenário irracional que se desenvolvia ali, ela começou a se debater convulsivamente ao lembrar-se do seu gatinho, exatamente correndo para aquele ponto, agora em chamas.

 

ー OBI-WAN! OOOOBIII!!! - berrou aos prantos.

 

   Rony ergueu a filha no ar, histérica, e correu para o carro da família. A casa passou a sofrer um maciço ataque da Coisa e seu laser, concreto e madeira desabando sobre suas cabeças.

 

    Eles finalmente alcançaram o carro. Hugo mantinha a porta de trás aberta, e pai e filha mergulharam nos bancos. Rose ainda chutava o ar, berrava e chorava, chamando pelo gato.

 

ー PISA FUNDO! ー o ruivo ordenou para Hermione. A morena pulou do banco do passageiro para do motorista e arrancou com o utilitário para o lado oposto da rua onde a Coisa avançava.

 

   Os pneus cantaram, o veículo girou quase perdendo estabilidade, mas Hermione conseguiu domar o máquina e sair na maior velocidade possível, desviando de carros e pedestres enlouquecidos naquele caos.

 

   Rose continuava a soluçar, e era como se uma força indizível espremesse seu peito obrigando-a a não parar de gritar. Ela estava em choque.  

 

ー Meu gato! Você deixou meu gato! ー virou-se para o pai, ainda agarrado a ela, e começou a aplicar socos no seu peito com os punhos cerrados ー VOCÊ MATOU MEU GATO!

 

ー Eu sei, eu sei ー Rony concordou segurando os braços da filha e abraçando-a com força. A adolescente tentou se desvencilhar, contudo o abraço do seu pai era mais forte

 

ー EU TE ODEIO! Te odeio…

 

ー Tudo bem, eu sei ー o ruivo anuiu e lágrimas escorriam silenciosamente pelo seu rosto sardento ー Eu te amo, Rose. E vai ficar tudo bem.  

 

    Rose desatou a chorar convulsivamente no ombro do pai.  


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