Ele estava ali. 

Meu Deus, ele estava ali.

Sasuke Uchiha estava no mesmo ambiente, respirando o mesmo ar que ela respirava, olhando-a de uma forma que a Haruno julgava até mesmo como assédio. Ele estava assediando seu intimo, mas não sexualmente falando.

Parecia que estava enxergando a garota por trás da máscara de indiferença que Sakura julgara impenetrável. Droga, ele não podia fazer isso! Quem ele achava que era para sequer olhar para ela? Que moral ele tinha para estar no mesmo cômodo que ela estava? E o pior, respirando o mesmo ar que ela respirava! Sakura achou aquilo falta de educação da parte dele, e esperava com paciência a hora em que ele prenderia a respiração e morresse asfixiado. 

Ok Sakura, menos.

— Boa noite. - ela respondeu. Seja indiferente, Sakura, seja indiferente, pelo amor de Deus, só. Seja. Indiferente. A ele! — Naruto, eu e Hinata estávamos pensando em pedir comida japonesa, o que você acha? - ela olhava para o melhor amigo, como se o causador da sua fuga na adolescência não estivesse ali do lado.

— Acho uma ótima ideia, Sakura-chan. Já estava cansado de pizza e macarrão instantâneo. - suspirou, parecendo aliviado.

— Ótimo! -levantou-se e sorriu brevemente, continuava sem olhar o moreno. - Ainda está cedo para pedimos, e como eu e Hinata chegamos agora, vou preparar algo para comer. Querem alguma coisa? - perguntou.

— Não, Sakura, obrigada. - respondeu Naruto.

— Também não quero nada, Sakura-chan. - falou Hinata. Sasuke não se manifestou, e Sakura não esperou que ele falasse alguma coisa, foi em direção a cozinha preparar algo.

⊱❊⊰⊱❊⊰

Hinata olhava os dois homens à sua frente sem saber o que falar. Naruto estava hesitante e desconfortável, e ela tinha que admitir ser estranho ver seu noivo assim, já que não era do seu feitio tais características.

Moveu seus olhos para o moreno ao lado de seu noivo, e podia afirmar que ele estava indiferente com toda a situação, mas seus olhos negros estavam fixados no corredor que dava para a cozinha. 

Hinata não vira Sasuke com tanta frequência nesses últimos quatro anos, podia afirmar que a quantidade de visitas que o moreno fez á Konoha podia-se contar nos dedos. E todas as vezes em que o vira, os olhos negros dele pareciam sem foco, sem brilho. Opacos e cansados, como se ele estivesse somente sobrevivendo todo esse tempo. A Hyuuga até se compadecia com isso. 

Mas agora, observando os negros opacos dos olhos do Uchiha, Hinata percebia um leve brilho se acender ali, algo ínfimo, mas ainda assim, algo. 

A Hyuuga não sabia se classificava aquilo como algo bom ou ruim.

— Hina-chan, eu fui buscar o Teme em um hotel e nós vamos dar uma saída. Vou só trocar de roupa e pegar minha carteira. - disse o loiro. Hinata olhou para o mesmo e franziu o cenho.

— Você foi ao hotel desse jeito? - perguntou a morena, estranhando a samba-canção listrada de azul e branco, junto de uma blusa larga e toda amarela, com o bob esponja estampado. 

O loiro colocou a mão nos cabelos, mexendo-os um pouco constrangido.

— É... Sabe como é... Foi a pressa. - deu uma risadinha e saiu em direção ao seu quarto.

Hinata sorriu balançando a cabeça com o jeito do loiro. Olhou para Sasuke logo em seguida, e percebeu que ele se encontrava da mesma forma que a minutos atrás.

— Fez uma boa viagem, Sasuke-san? - perguntou a morena, tentando ser educada. Hinata nunca foi muito intima do Uchiha, não por não gostar dele, mas porque o moreno não era de se deixar conhecer com facilidade, ele era alguém difícil, e Hinata sempre fora tímida demais em sua adolescência para tentar uma amizade mais forte.

Mas também não fazia muita questão disso agora, pois mesmo não demonstrando, a Hyuuga tinha uma certa antipatia por ele, resultado de suas ações no passado com relação à Sakura. Porém, tentava ter uma boa convivência porque ele era o melhor amigo de seu noivo.

— Hn. Foi boa. - finalmente respondeu. Sasuke não tirava os olhos do corredor, e Hinata percebeu que não adiantava de nada continuar ali fazendo sala para a visita se a visita não queria companhia. Na verdade, Hinata sabia que não era bem a companhia dela que ele queria, então, mesmo hesitante, disse:

— Vou para o quarto também. Fique à vontade, Sasuke-san, mas seja lá o que for fazer. - suspirou.- Tome cuidado em como irá fazer. - e saiu da sala.

Sasuke olhou rapidamente para a Hyuuga e depois voltou ao corredor. 

Sabia o que a ela queria dizer com aquilo, mas estava hesitante. Poderia até rir de si mesmo, se não estivesse frustrado. Sasuke Uchiha hesitante. Que piada. 

Passou as mãos em seus cabelos, e olhou para o quarto mais uma vez, sabendo que a qualquer hora Naruto apareceria, tinha de ser rápido. Sem pensar mais uma vez, rumou seus passos até a cozinha.

⊱❊⊰⊱❊⊰

Sakura estava frustrada enquanto tentava preparar algo para comer. O motivo não era o homem que estava no outro cômodo com seus amigos, que também foi o motivo de várias coisas ruins que acontecera na sua vida. Não, claro que não. Sakura estava frustrada porque simplesmente não conseguia fazer uma porcaria de omelete. E por quê? Claro! Porque estava distraída demais pensando na visita que se encontrava na casa de seus amigos. Droga!

Sakura só precisava de dois ovos para fazer a bendita omelete, porém já estava no sexto ovo, tudo porque estava distraída de mais para se concentrar e os ovos ou caíam de sua mão, ou ela inconscientemente acabava os esmagando na própria. Isso, claro, ocorria toda vez que via o Uchiha em sua mente com aquele sorrisinho irônico dele. Bufou.

A garota também estava decepcionada consigo mesma, por causa do jeito que lidou com a situação anterior. Àquilo que fez não foi ser indiferente, e sim só conseguira mostrar que a presença dele ali a incomodava. Arrumou uma desculpa tão idiota, simplesmente porque não se via capaz de dividir o mesmo cômodo que o babaca estava. Patética. Pensando nisso, a rosada acabou esmagando o sexto ovo que pegara da geladeira. Mais uma vez.

— Mas que droga! Desse jeito eu vou ter que comprar um estoque dessa porcaria amanhã. - falava para si mesma, enquanto bufava.

— Vejo que você não mudou muito em relação à cozinha. Continua desastrada. - falou uma voz atrás de si. Ah não, Senhor. Por favor, que seja uma ilusão, uma miragem, uma voz do além, a voz do demônio, mas não a voz dele.

Suspirando pesadamente, Sakura deu uma olhada rápida, só para ver que o moreno estava ali, escorado no batente da porta, de braços cruzados e um sorriso de canto no rosto enquanto a olhava. Desgraçado, poderia ao menos ter ficado feio nesses últimos anos. Pensou, Sakura.

— Na verdade, eu não sou mais tão desastrada assim. - respondeu, e se orgulhou pelo tom indiferente de sua voz.

— Hn, sei. - Sakura começou a preparar sua comida, fingindo que o Uchiha não estava ali, querendo que ele entendesse que não queria papo com ele. Claro, ele não entendeu.

— Seu cabelo está bonito assim. - disse o moreno, enquanto reparava o quanto o cabelo da mulher à sua frente crescera. Antes eram curtos, iam somente até o ombro, mas agora estavam longos, batendo um pouco a cima de seu quadril.

— Prefiro ele curto. - respondeu Sakura. Sasuke sorriu de canto, vendo que a garota iria contrariar tudo o que ele dissesse.

— Você dizia que não via à hora dele crescer quando estava curto, - pontuou.

— É, mas agora eu não quero mais. Há muitas coisas que eu disse da qual eu não quero hoje em dia, eu não tenho 17 anos. - para confirmar o que disse, Sakura virou-se para olhar o moreno, a máscara neutra posta em seu rosto.

— Eu sei. - o olhar dele sobre ela estava começando a incomodar Sakura. - Sei também que em parte tenho culpa nisso. - disse o moreno. Sakura sorriu ironicamente.

— Vejo que você continua prepotente, Sasuke. - falou em deboche. - Ainda acha que minhas decisões ou minhas vontades são moldadas pensando em você? - perguntou cínica. Claro que, ter se mudado para longe e não mantido contato com ninguém de seu passado fora uma atitude tomada por causa dele, mas ela também precisava daquilo. Porém, agora estava de volta e não pretendia deixar as pessoas de sua antiga vida para trás por causa dele. Nunca mais.

— Eu não acho isso, Sakura. - falou. - Nunca achei.

— Oh, não? - a rosada o olhou cética. - O que você quer com essa conversinha, Sasuke? - foi direta. - Não acredito que quer relembrar os velhos tempos, pois não há nada de bom neles que eu consiga lembrar.

— Eu sim. Não deixei que uma situação ruim acabasse com todos os momentos bons que tive no passado.

— É porque não foi você que pegou seu namorado te traindo com sua melhor amiga. - respondeu Sakura, surpreendendo a si mesmo com o tamanho da frieza imposta em sua voz. - Acho melhor você ir embora. - disse a rosada, virando para o fogão onde jazia a frigideira com os ovos ainda crus.

— Você foi embora sem se despedir, Sakura. - Sasuke chegou mais perto da Haruno, e parou quando estava a uns trinta centímetros de distância.

— Não acho que você iria querer ouvir minhas últimas palavras para você. - respondeu a garota, ainda olhando para a frigideira.

— Eu queria. Queria ter visto você uma última vez antes de...

— De o que, Sasuke? - não aguentando, acabou se virando para olhar para ele. - O que você quer, hein? Com esse papinho todo de lembranças, relembrando meus trejeitos, falando do meu cabelo como se nós fossemos velhos amigos? Por que está sendo cínico desse jeito? - explodiu ela. Sakura sabia que, naquele momento, toda face de "não me importo" tinha ido para o buraco. Porém ela estava pouco se lixando para isso, na verdade. 

Ora, quem aquele imbecil pensava que era? Era uma briga de despedida que ele queria? Era vê-la acusando-o de traí-la com sua melhor amiga? Então, que fosse.

— Eu só queria conversar com você, Sakura. Eu só queria...

— Não! Você não queria uma conversa, o que você queria, era me ver chorando desesperada, porque o garoto por quem eu havia me apaixonado, me traiu com outra pessoa importante para mim. Eu não era como as outras garotas, eu não me derretia por você, não aceitava tudo e não vivia por você, então você tratou de achar um jeito de me ver rebaixada por sua causa, tudo para alimentar esse seu ego enorme que não cabe em você! - Sakura falava um pouco mais alto, porém não chorava, não estava agitada nem dava indícios de que se descontrolaria.

— Você estava tão focado em me ver a sua mercê, desesperada por você, que não percebeu o quanto eu te amava e o quanto eu já estava submissa a você fazia tempo. Mas tudo bem, Sasuke. Já passou, e eu não me importo mais.

— É isso o que você acha? É esse o motivo que você encontrou para explicar tudo isso? - perguntou calmo.

— É. - virou de costas para ele, porque sabia que ele veria as lágrimas brilhando em seus olhos, e não queria que isso acontecesse. Piscou os olhos várias vezes e respirou fundo. - Você não me amava e era prepotente. Viu em mim um desafio e fez o que fez.

Ele chegou perto dela, apoiando seus braços em cada lado do seu corpo, encurralando-a dessa forma. O cheiro doce que dela emanava, fez com que o Uchiha fechasse os olhos por um momento para apreciá-lo. Era o mesmo perfume de anos atrás, ele se lembrava. O mesmo que sentia quando enterrava seu rosto na curva do pescoço dela, enquanto Sakura acariciava seus cabelos até que os dois pegassem no sono. Ou fizessem sexo.

— Posso ter feito o que fiz, Sakura. Mas não diga que eu não te amava. Achei que eu não precisava proferir as palavras para que você entendesse isso.

— E não precisava. Eu entendia, ou melhor, achei entender. Sabia que você era uma pessoa de gestos e não de palavras, e eu pensei entender todos os seus gestos para comigo. - suspirou a rosada, totalmente controlada. Virou-se para ele, e olhou atentamente em seus olhos. - Percebi que eu estava errada quando encontrei você enfiando sua língua na boca de Ino. - falou tal coisa, como se falasse que estava chovendo lá fora.

— Eu não vou pedir que me perdoe. - disse ele.

— E nem eu quero que peça. - retrucou.

Ambos ficaram se olhando intensamente. Sakura sentia a tensão que emanava dos dois, porém manteve-se firme. Não deixaria que ele pisasse nela, não mesmo!

Não podia negar que sentia-se desconfortável com a posição que os dois estavam, ele estava muito perto, o cheiro amadeirado estava invadindo suas narinas e tudo o que ela queria fazer era abraçá-lo para que o cheiro ficasse impregnado em si, assim como antigamente. Tratou de tirar esses pensamentos de sua mente.

— O que você quer? Por que ainda está aqui? - perguntou ela, impaciente.

— Você falou com Ino antes de ir embora. - não fora uma pergunta, e sim uma afirmação. E Sakura prendeu a vontade de perguntar como ele sabia disso.

— Ino foi minha amiga de longa data. Ela chegou a me amar e se importar comigo realmente em algum momento da vida dela. - respondeu a Haruno.

— E mesmo amando você, ela fez o que fez. - Sasuke fora debochado, ela percebeu.

— Pois é. Não se pode confiar nem mesmo nos amigos. De qualquer forma, não tenho mais nada a ver com ela, nem ela comigo. Assim como nós dois. - respondeu dura. Não entendia por que ele fazia tanta questão de implicar com ela por causa da maldita conversa. - Sasuke, chega. Você já teve sua conversa. Era só o que queria, não era? Agora vá embora. - tentou sair do espaço que os braços dele a prendiam, mas foi surpreendida mais uma vez quando ele, sem dizer nada, a puxara para si, abraçando seu corpo logo em seguida. Sakura arregalou os olhos.

— Sasuke, o-o q-que v-v-ocê está....?

— Shhh. - murmurou o moreno. Os braços envolta de Sakura a enlaçavam de uma maneira na qual não deixava espaço entre os dois. O rosto do moreno estava enterrado na curvatura de seu pescoço enquanto ele respirava profundamente. Sakura não queria admitir, mas acabou se arrepiando. - Eu senti tanta falta disso... Você não faz ideia. - falou com a voz rouca.

O coração da rosada deu um pulo, e ela quis chorar. Sentira tanta falta, tanta... Queria abraçá-lo também, dizer que sentira sua falta todos esses anos, e por mais que tivesse se afundado em seus estudos e trabalho, não conseguiu parar de pensar nele um minuto sequer. Queria seus toques, seus beijos. seu carinho, sua voz... Queria tudo dele.

Respirando pesadamente pela boca, Sakura tentou se afastar, sendo impedida pelo Uchiha.

— Sasuke, me larga. - falou, enquanto tentava impor algum espaço entre seus corpos. - Sasuke.

— Largo se você me abraçar também. - respondeu ele com a voz abafada. Sua cabeça continuava no pescoço da Haruno. - Seu cheiro continua o mesmo. - fez um carinho com seu nariz na curvatura do lugar, sorrindo de canto por causa dos arrepios que não cessavam. - Ainda é seu ponto fraco, Sakura.

— Sasuke! Me larga! Estou falando sério. - a Haruno bateu com os punhos do abdômen dele, quando percebeu ser inútil tentar algum distanciamento. - Isso não é justo.

— Não, neném, realmente não é. - a rosada arregalou os olhos com a menção do apelido que tanto usava quando namoravam. Sakura odiava esse apelido quando ele o usava para se referir à ela, menos quando ambos estavam na cama. Enrubesceu ao se lembrar disso.

— Eu não quero abraçar você. Me. Larga. Agora! - rosnou, irritada.

Suspirando, o moreno a soltou.

— Eu queria ter te dado isso antes de você partir. Já faz muito tempo desde a última vez... - ele falou. Sakura sabia o que ele queria dizer. Sasuke nunca gostara muito de afeto, mas gostava de abraçá-la para sentir seu cheiro quando namoravam. Ele dizia que o acalmava.

— Problema seu. Não quero que venha me agarrar só porque sentiu falta. Entenda que nós não somos mais o que éramos, Uchiha. - o moreno fez uma careta ao ouvi-la proferir seu sobrenome. - Mas, eu também tenho algo para te dar. - Sakura aliviou sua expressão, olhando para ele.

Sasuke franziu o cenho.

— O que é? - mal terminou a frase, e o barulho do tapa foi a primeira coisa a ser ouvida no cômodo. Sasuke olhou para a cara da Haruno que parecia bem satisfeita.

— Bem, agora sim me sinto melhor. - foi até próxima à saída da cozinha, mas parou para falar:

— Me abrace ou me toque novamente, seja por qualquer motivo, e o próximo a sofrer não será seu rostinho bonito, e sim isso que você tem entre as pernas. Está avisado. - E saiu, deixando um Sasuke perplexo.

⊱❊⊰⊱❊⊰

Flashback - Konoha, 4 anos atrás.

Depois de ficar a semana inteira pensando no moreno de olhos negros - que descobrira se chamar Sasuke, e coincidentemente ser o melhor amigo de seu melhor amigo Naruto - Sakura finalmente o reencontrara em uma das saídas noturnas que dava com seus amigos até a praia. Todos estavam presentes, e Naruto trouxe Sasuke de surpresa. Assim que vira o moreno, Sakura ficou surpresa, os dois não se falaram muito no dia do acidente, pois a garota não estava muito afim de conversar com ele, irritada pelo tombo que levou - por culpa dele, não vamos esquecer.

Agora estavam todos ali sentados em um círculo, conversando e rindo despreocupadamente, enquanto ela estava um pouco desconfortável pois o moreno não tirava seus olhos dela.

— Eu estou vendo tudo, rosadinha. - sussurrou Ino no ouvido da amiga.

— Vendo o quê? - perguntou, se fazendo de desentendida.

— O bonitão não para de olhar pra cá, mais especificamente para você. Suas bochechas coradas me dizem que você também sabe disso.

— Ino, cala a boca pelo amor de Deus. - falou, sentindo-se mais constrangida com os olhares da amiga. Por que estava desse jeito, afinal? Nunca ficara constrangida a esse ponto por causa de menino algum, sequer conhecia àquele garoto para ficar dessa jeito.

— Ah, qual é Saky, aproveita. Se fosse comigo, eu já tinha me jogado nos braços dele faz tempo - riu a loira.

— É porque você é uma descarada sem vergonha. - riu Sakura junto da amiga, que concordava.

— Eu sou é bem resolvida, meu amor. Você deveria aproveitar que um pedaço de mal caminho está te comendo com os olhos e perder sua virgindade com ele.

— Ino! - Sakura tapou a boca da amiga, com medo que alguém ouvisse. - Dá pra falar mais baixo, cacete?

— Ops. - riu - Foi mal.

A rosada largou a melhor amiga e pegou seu celular que estava vibrando no bolso traseiro de sua calça. Levantou e falou para a loira.

— Já volto, vou atender o celular. - a loira assentiu, e a Haruno se afastou rapidamente para atender o aparelho.

— Sakura!— ouviu a voz de sua mãe do outro lado.

— Estou ouvindo, mãe.

— Preciso que volte para casa agora, querida. Sei que está com seus amigos, mas seu pai está passando muito mal, vomitou até os vermes que tinha na barriga com certeza, pra comer do jeito que come só com..,

— Mãe! Foco. - cortou-a antes que dona Mebuki fosse para outro assunto. Era uma mania engraçada dela.

— Ah sim, desculpe, então, eu vou levá-lo ao médico porque remédio nenhum adianta, e você sabe que Rin está aqui e não pode ficar sozinha - Sakura suspirou. Rin era sua prima que morava em Chicago, e de vez em quando vinha visitar seus tios em Konoha. A garota tinha 12 anos.

— Tudo bem, mãe, estou indo. Devo chegar em quinze minutos.

— Ok, querida, obrigada. Desculpe estragar seu passeio. - falou sua mãe.

— Tudo bem, sem problemas. Tchau.

— Tchau.— e desligou. Sakura voltou a rosa de amigos imediatamente.

— Tenho que ir pra casa pessoal. - anunciou, com a voz desanimada.

— Mas por que, Sakura? Ainda está cedo! - perguntou Tenten.

— Meu pai está passando mal e minha mãe irá levá-lo ao médico, mas minha prima de doze anos está hospedada lá em casa essa semana, e eu não posso deixá-la sozinha. - respondeu a rosada.

— Eu levo você, Sakura-chan. - falou Naruto, enquanto se levantava.

— Não precisa. Naruto, fique aqui com Hinata, sim? Eu posso pegar um ônibus mesmo, minha casa não é tão longe assim.

— Não vou deixar você pegar um ônibus a essa hora da noite quando eu posso te levar de carro. - retrucou o loiro. - Vamos.

— Mas...

— Eu a levo, dobe. Fique com sua namorada. - respondeu a voz que estava do lado esquerdo de seu melhor amigo.

— Teme, pode deixar eu..

— Eu a levo. Também tenho que ir pra casa, amanhã acordo cedo pra resolver algumas coisas na faculdade. - cortou o amigo.

— Tudo bem, então. Está tudo bem para você, Sakura-chan? - perguntu Naruto olhando para ela.

— Claro. Bem até mais pessoal. - todos acenaram para Sakura, e os dois foram se afastando sob o olhar intenso de uma certa loira.

Assim que chegaram no local onde a moto do moreno estava estacionada, os olhos de Sakura brilharam. O Uchiha, percebendo isso, sorriu.

— Gostou? - perguntou, mesmo que já soubesse a resposta.

— Ela é realmente linda. - falou a rosada ainda olhando a BMW k1200s.

— Também gosto muito dela, é uma das motos que eu tenho que mais gosto de usar. - falou o moreno enquanto pegava o capacete e entregava para Sakura,

— Uma das? - perguntou, franzindo o cenho.

— Eu tenho uma coleção de motos. Gosto dos modelos mais antigos, dos anos oitenta aos noventa. - respondeu Sasuke, subindo na moto. - Se você quiser, posso te levar pra dar uma olhada algum dia.

— E por que você faria isso? - perguntou a rosada, olhando para ele.

— Quero me redimir pelo acidente que te causei naquele dia. - respondeu, observando a garota à sua frente.

— Um simples pedido de desculpas me basta. - retrucou Sakura, enquanto subia na moto atrás dele. O moreno sorriu de lado.

— Eu não peço desculpas, rosada. - ele falou, olhando para ela por cima do ombro. - Segure-se firme, eu vou acelerar. - e ligou a moto, enquanto sentia a garota segurar firme sua cintura.

⊱❊⊰⊱❊⊰