Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 9
O Sol está de volta.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Nico não perguntou o que fez Thalia mudar de ideia sobre descer para a festa — tampouco queria saber—, mas a acompanhou ainda assim, um pouco receosos de deixarem as crianças dentro da casa. O rapaz destrancou a porta e abriu, se afastando para Thalia passar na frente. Ele notou que ela hesitou por um segundo, respirando fundo e, no momento seguinte, os saltos finos batiam no piso de pedra que levava ao jardim nos fundos da casa.

Caminharam lado a lado até onde a festa se concentrava. Nico percebeu que a mesa de bebida estava ficando cada vez mais colorida e as pessoas falavam mais alto ainda, dançando como loucas, se beijando sem pudor, mais “felizes” que o normal. Silena ainda comandava a pista de dança, os cabelos longos se destacando nas luzes coloridas criadas pelo namorado.

O Di Angelo, em vão,  procurou Jason com os olhos, mas acabou encontrando apenas Percy encostado ainda na mesma parede, digitando no celular sem prestar atenção ao redor. Havia uma série de rostos familiares, mas nenhum que Nico conhecia. Ninguém com quem pudesse fingir que não estava tão desconfortável quanto se sentia. Onde Jason se enfiava em horas assim?!

— Pode fazer um favor pra mim? — Nico ouviu a voz de Thalia no exato momento em que ela o tocou no pulso. Por conta das batidas altas de This Is What You Came For, ela havia se aproximado, a ponto dele conseguir sentir a respiração dela em seu pescoço, arrepiando-o.

— Claro. — Nico respondeu, virando-se para ela.

— Chame Silena. — Thalia pediu, gritando sobre a música que acabava de ser aumentada. Algumas palavras foram abafadas, mas Nico entendeu a mensagem de “não diga que sou eu”. Ele assentiu e caminhou até a pista de dança, algumas pessoas o empurrando enquanto dançavam. Nico já começava a se sentir zonzo com as batidas altas e a pouca iluminação quando conseguiu alcançar a Beauregard que o puxou pelo braço, pedindo que ele dançasse também.

O Di Angelo balançou a cabeça que não e fez sinal para ela o seguir, quando, mesmo gritando, ela não entendeu. Silena o olhou confusa, ainda mais interessada em seguir o ritmo da dança do que entender o que ele quis dizer, mas Nico apenas revirou os olhos e estendeu a mão, gritando um “Vem”.

Silena suspirou e virou-se para o namorado, dando-lhe um beijo na bochecha antes de se afastar, seguindo o Di Angelo. Thalia havia se recostado em uma das paredes distante de Percy, mas ainda nas sombras. Ela segurava um copo de plástico com líquido rosa e observava a festa com interesse.

— O que foi? — Silena perguntou, ainda arfando ao alcançá-lo. Ela olhou atordoada para Thalia por alguns segundos antes de avançar com os braços abertos ao reconhecer a amiga. — Leah!

Lena! — Thalia apertou a amiga, sorrindo.

— Uau! — Silena se afastou do abraço, ainda segurando os braços de Thalia. — Você está tão diferente!

— Eu sei. — Thalia sorriu um pouco mais animada. — Senti sua falta!

— Sentiu mesmo, sua amiga desnaturada?! Nem meus e-mails retornou! E e-mail é tão século XVIII!

— Naquela época não existia e-mail, Lena!

Nico se afastou discretamente, indo até a mesa de bebidas se servir de qualquer coisa que tivessem pouco álcool. Ele preferia vinho, mas acabou cedendo à um pouco de vodca.

— Ei, — Mais uma vez a voz de Percy soou ao lado de Nico. Qual era o problema do Jackson com Nico naquela noite?

— Oi. — O Di Angelo murmurou por educação, a procura do primeiro local para fugir e se esconder.

— Escute, qual a possibilidade daquela ser Thalia?

Nico deu de ombros, fazendo Percy revirar os olhos e se afastar, indo justamente para a direção da Grace que conversava animada com Silena. Nico percebeu que o sorriso de Thalia oscilou ao reconhecer Percy e, como o Di Angelo era perito em abraços desconfortáveis, ele tinha certeza que ela estava bem tensa ao ser envolvida pelos braços do primo.

Seria imaginação sua ou Thalia estava sussurrando para ele "socorro"?! Seja o que for, era para ele quem ela olhava enquanto movia o indicador para frente e para trás, chamando-o. Com certeza de que se arrependeria disso, Nico foi até eles, mantendo um pouco de distância e olhando para o próprio copo de bebida, extremamente desconfortável.

— E você seria? — Nico ergueu o rosto ao ouvir a voz de Silena que tinha um sorriso... aquilo era um sorriso malicioso?!

— Nico. — Ele resmungou. — É a segunda vez que você pergunta isso hoje.

— Não foi isso que eu quis dizer. — Silena rolou os olhos mesclados, suspirando. — Leah?

— Ah, não, Lena. — Thalia respondeu, provavelmente entendendo melhor a pergunta de Silena. — Ele é só amigo de Jason. E, por favor, me chame de Thalia.

— Por quê? — Percy perguntou, franzindo a testa.

— Só... Prefiro assim agora. — Thalia respondeu e Nico viu como ela estava tensa ao apertar o copo quase sem vodca. — Mas, me contem como vocês estão!

— Eu tenho tanto pra te contar! — Silena exclamou. — Aliás, quero ouvir você primeiro. Por que sumiu depois da formatura?! Você e Bi foram cada uma pra um canto e me deixaram aqui sozinha!

— Desculpa, Lena. — Thalia deu um sorriso amarelo para a amiga, sem deixar claro se estava arrependida ou não. — Só estava querendo espairecer a cabeça.

— Mas por seis anos, Leah? — A Beauregard fez um bico, manhosa. Nico se lembrava de como as duas eram unidas no colegial, junto à terceira amiga formavam a Tríade das Rainhas da escola.

— Até à mim você ignorou. — Percy se juntou as lamentações dramaticamente. — Se for pelo o que acontece em Cancún...

Nico percebeu que Thalia ficou ainda mais tensa, chegando a apertar o copo de plástico na mão com tanta força que ele se quebrou e o líquido rosa claro que restava se derramou no chão.

— O que aconteceu em Cancún? — Silena perguntou em um tom malicioso.

— Nada. — Thalia sibilou, fuzilando Percy com os olhos azuis. Agora sim ela parecia a Leah do colegial, principalmente enquanto ameaçava o primo com os olhos semicerrados e os dentes trincados. — Certo, Percy?

O garoto não respondeu, os olhos verdes apertados tal como os lábios.

— Você não mudou nada, Leah. — Nico queria muito que Silena não tivesse dito isso, principal com um sorriso tão grande e presunçoso.

— Eu vou pegar algo pra beber. — Thalia respondeu, mal humorada. — Nico, pode vir comigo?

— O que? — O Di Angelo franziu a testa, mas Thalia apenas o segurou pelo pulso e o puxou para longe. — Você não ia pegar algo pra beber? — ele perguntou quando passaram da mesa cheia de vodca.

— Era só uma desculpa para sair dali. — Ela respondeu e, pela linguagem corporal, Nico podia dizer que ela estava com raiva, principalmente ao andar o mais rápido possível.

— E para onde você está me levando?

— Dentro da casa, quem sabe eu te defloro de uma vez! — Thalia retrucou e Nico parou de uma vez, fazendo-a quase tropeçar por ainda estar o puxando pelo braço.

— O que?! — Ele gritou assustado, fazendo a Grace se virar para ele. Ela o olhou confusa, mas, ao notar a expressão de Nico, começou a rir.

— Eu estou brincando. — ela respondeu, ainda o segurando. — Só quero ver Dimi e você quem está com a chave.

— Eu podia ter te entregado, era só falar! — Ele murmurou uma oitava acima, tomando todo o líquido alcoólico do copo para diminuir o susto;

— Sim, mas não teria como eu te devolver. — A Grace explicou suspirando. — Eu não vou voltar para cá.

— Você vai fugir? — Nico perguntou, crispando os lábios, antes que pudesse se impedir de falar besteiras.

— Eu não estou fugindo. — Thalia falou uma oitava acima, ficando nervosa. — Você não me conhece!

Como ele já havia ido longe demais, não adiantava voltar atrás:

— Não, mas eu estou sempre fugindo. Então reconheço os sintomas. — Nico achou que ela fosse matá-lo, mas, a Grace acabou suspirando.

— O que você quer que eu faça? — Thalia questionou em um tom que parecia cansada, como se tivesse tido aquela discussão um milhão de vezes.

— Não sei. — Nico deu de ombros, sendo sincero. — converse com eles, mostre que você é alguém diferente agora. Jay me disse que você fez uma entrevista de emprego hoje, então voltou pra ficar, não é?

Thalia balançou a cabeça como se respondesse mais ou menos.

— Não sei se vou conseguir o emprego. — Ela explicou em um tom pesaroso, mas, pelo menos, considerava os argumentos dele. — Não sei se vou conseguir trabalho aqui

— Mas, por agora, isso significa que você vai ter que encará-los sempre. Não é mais fácil acabar com isso de uma vez?

— Não é você que diz que sempre foge? — A Grace ergueu a sobrancelha, cruzando os braços na frente do torso, o que fazia seus seios parecerem ainda maiores no decote. Nico se obrigou a não olhar para o colar de safira depositado ali.

— Eu nunca sigo meus conselhos. — O Di Angelo deu de ombros, ao virar o rosto e encarar Percy e Silena conversando no mesmo local que os haviam deixados. — É por isso que eu sou tão fodido.

— Um amigo do meu irmão falando palavrão? — Thalia ergueu a sobrancelha escura e Nico automaticamente a fitou, sentindo as bochechas queimarem. — Você é fofo.

Felizmente, Nico não precisou responder ao elogio em meio ao riso de Thalia, ao ouvir uma voz atrás de si:

— Thalia? — Nico se virou e encontrou Luke Castellan, com um sorriso interrogativo.

Luke. — A Grace respondeu, recebendo um abraço logo em seguida.

Nico deu um passo atrás, sentindo que estava sobrando ali.

— Quanto tempo! — O rapaz exclamou, se afastando da ex namorada. — Quando soube que havia voltado, tive que vir conferir. Você está linda!

— Obrigada. — Thalia sorriu, parecendo tímida. Se era fingimento ou não, era difícil de dizer. — Você não está nada mal também.

Nico decidiu que aquela era sua deixa para sair, principalmente porque a vodca havia acabado e ele decidiu que mais um copo ou dois copos não fariam mal. Além do mais, se Luke havia reconhecido Thalia, era questão de tempo para que uma multidão se aglomerasse, ansiosos para darem abraços e beijinhos no rosto na “querida Leah”. Se eram verdadeiros ou não, era difícil dizer.

(...)

— Por onde andou? — Luke perguntou, parecendo impressionado com Thalia. Ele realmente “não estava nada mal”, com os traços masculinos fortes e harmoniosos, parecendo mais velho e sedutor com os fios loiros arrumados em um topete charmoso que destacavam o azul dos olhos. Na época que namorou Thalia ele já era lindo, agora, chamava ainda mais atenção.

— Ah, por aí. — A Grace riu, várias lembranças nostálgicas e boas invadindo seus pensamentos. — Em Londres a maior parte do tempo. Lembra que fui pra lá assim que terminei o colegial?

— Como esquecer?! — O Castellan fingiu um suspiro pesaroso. — Fui abandonado pela garota na noite da formatura por causa da Inglaterra! Se não fosse minha pátria, até ficaria chateado!

Thalia riu, o clima leve e amistoso a fazendo viajar para a noite da formatura dela, em que terminaram o namoro e se despediram sem mágoas, decidindo que era hora de cada um seguir seu caminho. Eles nunca haviam se amado romanticamente, o relacionamento era doce e leve, apesar de picante nos momentos certos, mas sem aquele “amor insano”, era mais uma amizade colorida  que eles sabiam que teria um final no momento certo. Isto evitava corações quebrados e momentos embaraçosos.

— E você? — Thalia questionou, realmente interessada. — Terminou a faculdade?

— Por incrível que pareça: sim! — Luke deu um sorriso tão aberto que fez a cicatriz no rosto repuxar. Thalia sempre a havia achado sexy, uma marca das valentias de Luke, quando ele tentou domesticar o cachorro do pai que não era nada dócil. — Tô até fazendo uma pós em segurança da informação e trabalhando como web designer na HTK Publicidades!

— Uau! — Thalia exclamou, em parte por surpresa e outra por chacota. — Você realmente está crescendo!

— Pois é! — O rapaz riu com humor, algo que a Grace sempre gostou nele: mesmo que às vezes tivesse um humor meio-negro, ele sempre conseguia fazê-la rir. —  Acredita nisso? Tô até cuidando dos meus irmãos em Nova Iorque!

— Connor e Travis? — Thalia perguntou, se lembrando dos meio-irmãos de Luke quase idênticos que haviam namorado as duas amigas de Thalia.

— Sim, tão fazendo advocacia, acredita?! — O Castellan perguntou retoricamente, o sotaque inglês quase inexistente por ter ido para os Estados Unidos aos nove anos de idade, aparecendo levemente. —  Até estão por aqui hoje! Sumiram com a namorada do Travis!

— Namorada do Travis? — Thalia perguntou, erguendo a sobrancelha. — Silena não gostou!

Luke riu balançando a cabeça, se lembrando da época em que seu irmão do meio namorava Silena Beauregard.

— Tenho quase certeza que os dois terminaram tão bem quanto nós. — O Castellan comentou e apontou para um ponto na pista de dança, onde um casal dançava. Thalia reconheceu os cachos castanhos de Travis, ele quem abraçava a garota de cabelos negros. —  Aquela é a namorada dele, Katie Gardner, ela é legal quando não me obriga comer cereal! — Thalia riu, se voltando novamente para Luke, antes que mais alguém a reconhecesse. —  Mas, e você? Terminou a faculdade de administração?

— Ano passado. — Ela respondeu, decidindo se contava detalhes ou não. Por fim, decidiu que uma hora ou outra todos ficariam sabendo e queria que Luke ficasse sabendo por ela. — Eu tive um contratempo.

— Sério? — O Castellan franziu a testa, preocupado. —Qual?

— Gravidez. — Ela respondeu baixo, olhando para o copo de plástico ainda quebrado em sua mão.

— Sério?! — Luke quase gritou e Thalia ergueu o rosto, sorrindo ao assentir. — Parabéns!

— O nome dele é Dimitri. — ela completou com orgulho, lembrando amorosamente do filho. — Acabou de fazer quatro anos, tá dormindo lá em cima.

— Parabéns, Thalia! — Luke repetiu, sorrindo de verdade. Thalia ficou grata por ele nunca a chamar de Leah, mesmo quando namoravam, ele dizia que “Thalia” era um nome forte e combinava com ela. — Sendo seu filho deve ser um menino incrível!

— Ele é. — A Grace sorriu. — Dou o meu melhor por ele, foi a maior benção na minha vida.

— Imagino… — Luke comentou um pouco impressionado. — Vou ter a chance de conhecer ele?

— Provavelmente. — Thalia respondeu, antes de continuar: — Voltei por causa do meu irmão e pretendemos ficar. Já tô até procurando um emprego por aqui.

— Bem-vinda de volta! — Luke sorriu acolhedor. — Quem sabe podemos sair como velhos amigos e tomar alguma coisa?

— Naquele café maravilhoso na Quinta Avenida? — A Grace sugeriu com um tom nostálgico. — Eu adoraria!

Luke pareceu que ia comentar alguma coisa, mas Connor escolheu o momento para aparecer e, assim que reconheceu Thalia, gritou para um Travis ainda na pista de dança ir até ali. Depois disto, foi questão de segundos para que um monte de pessoas desconhecidas a cercassem, ansiosos para cumprimetá-la e dizer que estavam “morrendo de saudades”.

 

(...)

 

— O que deu nela?

Percy Jackson havia, definitivamente, tirado dia para acabar com a paciência de Nico. Ele estava parado de braços cruzados encarando o Di Angelo, como se o rapaz o tivesse culpa das ações de Thalia e, ao seu lado, estava Silena com uma expressão furiosa.

— Eu é que sei?! — Nico exclamou atônito, tomando o que restava do terceiro copo de vodca em um gole. — Vocês viram Jason?

— Ele foi buscar Annabeth no aeroporto. — Percy respondeu, ainda encarando Nico.

O Di Angelo ia perguntar porque diabos Jason havia ido buscar a namorada de Percy no aeroporto enquanto o Jackson ficava ali, mas, a julgar pelo sorriso que ele abriu, era óbvio que eles haviam chegado.

Nico se virou, encontrando Jason caminhando ao lado de uma loira alta e bonita: Annabeth. Ela também havia mudado bastante, estava mais confiante e intimidante, os cabelos em cachos curtos mais claros, provavelmente devido o sol da Califórnia. Ela sorriu ao abraçar Percy e cumprimentar os demais, os olhos cinzas destacados com a maquiagem. Nico já ia reclamar por Jason tê-lo deixado sozinho quando viu quem o seguia.

—O Sol acaba de chegar! —A voz masculina tão conhecida por Nico exclamou.

Will!

Em fração de segundos o Di Angelo se jogava em cima do amigo, em um abraço tão apertado quanto a saudade que sentia.

— Hey, Garoto das Sombras! — Will Solace arfou, sentindo um pouco de dor pelo aperto. — Caramba, você cresceu.

— O que você está fazendo aqui?! Voltou pra ficar? Quando você chegou? Por que não me avisou?! — Nico bombardeou de perguntas, como uma criança. Mas era sempre assim: perto de Will ele sempre se sentia como uma criança.

— Calma! — Will pediu, segurando o amigo pelos ombros. Nico reparou que ele estava diferente, mais alto, e ele sempre foi mais alto que Nico, os cabelos em um loiro mais claro e bem mais longos, abaixo do ombro, os olhos azuis claros se destacando contra a pele dourada pelo sol, mas as expressões delicadas, quase femininas, permaneciam. Will parecia um elfo surfista Californiano, não um estudante de medicina que saiu do estado de Nova Iorque para estudar na Universidade da Califórnia em Los Angeles. — Só estou de passagem, infelizmente. Mas você vai ter que aturar o final de semana inteiro.

Nico fez um bico, não mais tão animado. Ele sentia falta de Will mais do que de Jason, apesar de não admitir, não só porque seus laços eram mais fortes e confusos, mas porque o Solace raramente tinha tempo livre, mesmo que para atender chamadas via Skype. Will, dos três, era o único que tinha uma vida social, novos amigos, até mesmo uma vida romântica ativa, tudo isso conciliado com estudos.

— Não fica assim, Anjinho. — Will murmurou, passando os dedos finos pelos cabelos escuro de Nico ao chamá-lo pelo antigo apelido. — Logo o semestre acaba e venho passar as férias com você, que tal?

— Ei, eu tô vendo vocês me excluíram de novo! — Jason reclamou com um sorriso.

— Tudo bem, podemos aproveitar as férias. — Nico sorriu, sabendo que era o melhor acordo. — Mas vocês dois vão me pagar por terem me deixado sozinho aqui!

— Por que isso me soa “mitomagia”? — Jason suspirou dramaticamente, lembrando do jogo que era o antigo vício de Nico.

— Posso te pagar muito bem. — Will sussurrou no ouvido do Di Angelo com uma voz rouca e Nico o viu morder o lábio inferior, os olhos azuis brilhando. Nico se lembrava muito bem em como os lábios de Will eram macios.

— Alguém que me entende! — Inesperadamente, Silena abraçou o pescoço de Nico como se ele fosse seu melhor amigo. Ela cheirava a jasmim e álcool, mas não parecia realmente bêbada, das poucas vezes em que ele prestou atenção nela, sabia que era um comportamento normal da Beauregard. — Não fui só eu que fui abandonar por minhas amigas sem coração! Vem, vamos dançar para esquecer as tristezas!

Antes que Nico pudesse fugir, Silena o puxou para a pista de dança que estava semi vazia por causa do círculo crescente de pessoas que cercavam Thalia. Nico tentou ainda pedir ajuda para os amigos, mas eles apenas seguiram Silena que mal chegou na pista e o abraçou pelo pescoço, mexendo os quadris rapidamente no ritmo de uma música latina.

— Vamos, menino, dance! — Silena pediu, encaixando o quadril no dele. Nico estava se sentindo em um sonho muito estranho, aquele tipo de sonho que você se sente completamente preso e acaba deixar a lógica de lado.

Foi  assim que Nico se viu dançando Bailando de Enrique Iglesias junto com a belíssima Beauregard, nem um pouco tímido. Ok, talvez a vodka e Will tenham tido culpa nisso, mas, no momento, ele não se importava com nada disso e nem com ninguém que ele não amasse.

 


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Notas finais do capítulo

Eu não entendo porque sempre colocam o Luke como vilão... Acho ele um dos personagens mais realistas de PJ&O e eu adoro fics em que ele e a Thalia mantém essa amizade fofa.
Então, o que acharam? Dúvidas respondidas ou criadas?
Quem é o pai do Dimi? Quem é a mãe da Hazel?

Espero que tenham gostado e obrigada pela atenção!