Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 32
Marshmallows, bacons & panquecas.


Notas iniciais do capítulo

Um obrigada enorme para a MaryDiÂngelo que enviou lindos reviews até Fita Azul completar 200 comentários no Nyah! Muito obrigada, amore, não sei o que seria de mim sem você!



Os Di Angelos foram convidados a passarem o final de semana na fazenda de Hera.
Dimi e Hazel entraram numa conversa sobre pais que não dão muito certo.
Thalia beijou Nico no terceiro encontro;
Nico deu bolo no quarto encontro com Thalia;
Quando eles se reencontraram na casa dela e ele disse que sentia muito por ter magoado ela, Thalia reagiu dizendo que não se importava com ele e o deixou sozinho;.
Eles se reencontraram na fazenda e, quando ficaram sozinhos nos estábulos, Thalia disse para ele se esquecer do beijo e da discussão, para agirem como se nada tivesse acontecido;
Ele a seguiu até o meio do campo e disse que tinha medo dela, mas estava cansado de fugir e Thalia beijou ele;
Começou a chover e ficaram presos no celeiro, com direito a uma sessão de amassos e pedidos de desculpas.

Boa leitura!



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— Apenas conversando?

Thalia ouviu a voz de Jason e parou. Ela havia apenas subido ao segundo andar para pegar o brinquedo de Dimi, no entanto, a frase do irmão, vinda do quarto fechado, a fez parar  e se recostar na parede, curiosa. Sabia que ele devia estar ali com Nico e sabia que ela deveria ser o motivo do interrogatório do irmão.

— Sério que essa é a melhor desculpa de vocês?

Jason perguntou novamente e Thalia conteve o riso. Durante o jantar, as incômodas perguntas de “o que vocês ficaram fazendo lá sozinhos?” surgiram e Thalia foi descarada o suficiente para dizer que ficaram apenas conversando sobre o tempo, Nico mudando de assunto logo em seguida. A sorte deles é que a energia elétrica da casa havia acabado, então haviam jantado à luz de velas, que escondia rostos corados.

— Mas nós conversamos! — Thalia ouviu a voz de Nico se defendendo e depois a risada de Jason.

— Só conversaram? E esse roxo no seu pescoço?!

Thalia ouviu o barulho de passos e depois um resmungo em italiano, provavelmente um xingamento de Nico.

— Que roxo?! — O rapaz perguntou exasperado e Jason gargalhou.

— Não tem nenhum, mas sua reação só prova que poderia ter!

Vai all’inferno, Jason. — Nico resmungou e Thalia abafou a risada, tendo certeza que não eram palavras doces. Seria Nico xingando? Isso era novidade. Tudo bem que aquele dia estava sendo a novidade em tudo o que ele fazia. Só de pensar no que haviam feito mais cedo, Thalia sentia o corpo esquentar.

— Só espero que vocês não tenham maculado o celeiro.

— Pelo amor, Jay, nós não maculamos nada. — Nico resmungou e Thalia evitou uma nova risada. Quem em sã consciência falava "macular"? Pareciam velhinhas de cidade pequena! — Nós estamos indo devagar, com calma. Tudo isso é uma surpresa pra nós dois e ainda tem as crianças…

— Você  vão contar pra elas? — Jason questionou, interrompendo o amigo.

— Não. — Nico respondeu. — Não conversamos sobre isso, mas acho que ela concorda comigo. Quanto menos envolvermos as crianças, melhor será.  Se não der certo…

— Eu tenho certeza que vai dar.  — Jason o interrompeu novamente.

— Como tem tanta certeza?

— Eu conheço vocês dois. — O Grace  retrucou. — Você já contou pra ela sobre a época do ensino médio? Ou sobre Hazel?

— Época do ensino médio? — Nico perguntou e Thalia apertou os lábios, mais atenta ainda. — Ah, sobre…

— Momi! — A voz de Dimi fez Thalia pular e não conseguir ouvir o que Nico havia dito. Ela olhou o próprio filho no fim do corredor, uma lanterna nas mãos gorduchinhas que apontava na direção de Thalia.

A Grace se apressou na direção do menino.

— Oi, querido. — Forçou um sorriso, torcendo para que Jason e Nico não descobrissem que ela estava espiando. — O que foi?

— Você pegou meu ursinho?

Thalia assentiu, entregando o peixe azul de pelúcia para o filho.

— Vamos lá pra baixo, querido.

O menino assentiu, sendo guiado para as escadas.

 

 (...)

 

Como a casa ainda estava sem luz, Thalia decidiu sentar com as crianças na sala, onde uma grande lareira estava acesa. Dimi e Hazel brincavam com os bichinho de pelúcia, sentados no tapete, Hera suspirava lendo um livro — que Thalia podia dizer, só pela capa, que provavelmente era um dos clichês sobre homens bonitões e sarados que trancavam mocinhas em celeiros e faziam o que Thalia quase fez com Nico — e Zeus olhava as chamas em silêncio, pensativo.

A própria Thalia também estava sentada no chão, recostada a uma poltrona desocupada, parte da atenção nas crianças, parte da mente vagando sem rumo. Jason e Nico desceram logo, se juntando à eles com chocolate quente e marshmallows, por mais que Hera brigasse que eles haviam acabado de jantar. Jason se sentou na única outra poltrona disponível, deixando para Nico a opção de sentar no chão ou na poltrona que Thalia estava encostada.

Ela sorriu provocativa para o italiano, esperando a decisão que veio como o enfrentamento do desafio: Nico pediu licença e Thalia deu espaço o suficiente para que ele se sentasse. Eles não se encostaram, não realmente, mas estavam bem próximos.

— Momi, a casa é assombrada? — Dimitri perguntou subitamente.

Thalia se preparava para tranquilizar o filho que não, quando Jason respondeu:

— Claro que é. — O loiro sorriu. — Tem um fantasma no sótão e um monstro no porão.

— Jason! — Thalia repreendeu. — Não tem não, meu amor.

— Tem sim. — Para surpresa de Thalia, foi Zeus quem respondeu, fazendo-a erguer a sobrancelha. — Mas é só um fantasma no porão. Vocês não podem ir lá sozinhos.

— Que legal! — Dimitri exclamou. — Viu Hazz? Eu disse que tinha um fantasma!

— Na minha casa também! — Hazel retrucou. — Na minha outra casa. Não é, papai? Eu já vi!

Nico parecia em dúvida entre responder a menina a tranquilizando de que, não tinham um fantasma em casa. Ou fazê-la perder essa pequena discussão com Dimi, negando a existência do ser.

— Tem mesmo, Hazz. — Jason implicou. — Você já viu o tamanho daquela casa? Aposto como tem mais de um!

— Hades me disse que tem mesmo. — Zeus concordou.

— Viu? Nós dois temos fantasmas em casa! — Hazel concluiu alegre.

— Na minha época a gente não queria ter fantasmas em casa. — Thalia retrucou.

— Ah, mas são fantasmas de mentirinha, mamãe. — Dimitri explicou. — É só tirar o lençol e eles desaparecem.

Thalia balançou a cabeça e riu.

— Acho que você nunca viu a mansão Di Angelo, né, Thalia? — Jason chamou, a fazendo erguer a sobrancelha.

— Mansão Di Angelo?

— É a casa do meu pai. — Nico explicou. — É bem próxima da minha e Jason tem razão: é assustadora.

— A própria casa tem uma história estranha. — Zeus opinou. — Hades me contou que possui bem mais que um século.

— A senhora S. disse que queimavam bruxas lá. — Hazel contou com os olhos arregalados. — Ela disse que se eu não comesse todo a comida as bruxas iam me pegar!

— Esse foi um dos motivos pelos quais mudamos de lá. — Nico confessou. — A senhora S. exagera um pouco, bambina.

— A senhora S. dizia que eu tinha que comer tudinho. — A pequena Di Angelo continuou, ainda com o semblante assustado. — Se eu não comesse ervilhas, o papai ia morrer, se eu não comesse a carne o papá ia morrer. Ela me dá medo.¹

— Que mulher simpática. — Thalia resmungou.

— O mais legal é que tem um monte de passagens secretas. — Jason contou para a irmã. — Tem um labirinto debaixo.

— Acho que já contei sobre meus parentes que fugiram da Itália pros Estados Unidos, não é? — Nico perguntou e Thalia o fitou, assentido. Sob a luz das velas e tão perto, ele parecia mais sombrio e bonito. —  A casa já era bem antiga e eles reformaram, fazendo ainda mais esconderijos. Eu já me perdi algumas vezes lá, mas é bem divertido brincar de esconde-esconde.

— E a arquitetura, então! — Hera enfim opinou, sem tirar os olhos do livro. — Seu pai deve gastar uma fortuna mantendo aquela casa.

— Dinheiro desperdiçado. — Nico confessou. — Ele tá reformando, parece que minha irmã quer vender ou coisa assim. Eu não me importo.

— A academia? — Zeus questionou, tendo um "dar de ombros" vindo do italiano como resposta. — Seu pai comentou comigo.

— Por que se mudou de lá? — Thalia perguntou, vendo que Nico não falaria mais nada sobre aquilo.

— Além do preço pra se manter? A casa era muito grande só pra mim e Hazel. — O Di Angelo explicou. — Preferi comprar meu apartamento. Ele é simples, mas a gente não acorda de noite porque os fantasmas tropeçaram na cozinha, não é, Hazz?

— Uhum! — Hazel sorriu. — E lá na outra casa não tem o Sammy pra brincar comigo!

A pequena continuou, citando o vizinho, companheiro de classe e melhor amigo. Não que Dimi soubesse dessa última parte.

— Além do mais, não abandonamos por completo. — Nico continuou. — De vez em quando passamos o dia lá, principalmente quando meu pai tá na cidade. É só muito grande pra se viver. Nem eu sei quantos quartos tem.

— Vocês estão me deixando curiosa. — Thalia riu e depois se virou para Nico, com um sorriso de flerte. — Desse jeito você vai ter que me levar lá.

Ele pareceu ficar mais vermelho, contudo, mais uma vez a luz das velas escondia isso. Ele sorriu tímido e assentiu com a cabeça.

— Combinado.

Jason abafou o riso que não foi notado por ninguém, e Thalia se aproximou mais das crianças que a chamava para brincar.

 

(...)

 

Uma das questões reclamadas pelas crianças quanto a chuva era o fato de que não puderam a acampar, a solução foi dada por Jason: acamparem na sala. Enquanto a tempestade continuava lá fora, eles armaram as barracas ao redor da lareira e espalharam colchões para todo lado, espetando marshmallows em palitos e e lambrecando tudo com chocolate não-mais-tão quente.

— Vovô, entra na minha barraca! — Dimitri pediu, fazendo Zeus rir.

— Não me cabe aí. — O senhor Grace retrucou, ajoelhando e colocando a cabeça dentro da barraca infantil. Ele tinha razão, ninguém naquela casa maior do que Hazel caberia, tanto a altura quanto a largura da barraca eram mínimas.

— Cabe sim. — Dimi teimou. — É só prender a respiração e entrar de uma vez. Igual a mamãe quando a calça não serve!

— Dimitri! — Thalia brigou, ficando vermelha e olhando de soslaio para Nico, que abafou o riso fingindo não ter ouvido.

— É verdade! — O menino retrucou.

— Precisa parar com o chocolate, mana. — Jason implicou. — Daqui a pouco não passa pelas porta!

Thalia deu língua pro irmão, sentada ao lado da barraca do filho, vendo Nico terminar de armar a barraca cor de rosa de Hazel. Jason respondeu sentando ao lado de Thalia com um sorriso malandro e sussurrou no ouvido dela:

— Se quiser posso ficar aqui na sala com as crianças e você ajuda Nico a armar outro tipo de barraca. — Jason implicou e foi a vez de Thalia corar, respondendo com uma bela cotovelada e um olhar irritado:

— Me respeita! — Ordenou, erguendo-se para sair da sala, alguns pensamentos nada puros surgindo em sua cabeça.

No final, dormiram os cinco na sala — Hera e Zeus alegaram não ter idade para aquilo e Jason gritou para eles se lembrarem que haviam crianças na casa —, em fileiras de colchões lado a lado. As duas crianças ficaram entre Thalia e Nico e Jason dormiu ao lado do amigo.

Na manhã seguinte, quando Thalia acordou, não resistiu tirar uma foto dos dois se abraçando.

 (...)

Thalia sempre foi de acordar cedo e, talvez, parte dela tenha acordado mais cedo justamente para não ser vista babando e descabelada. No entanto, foi um pouco difícil desviar das pessoas dormindo na sala e subir as escadas para o quarto. Tomou um banho quente e desceu pra fazer o café.

Devia ser por volta das oito, a energia elétrica estava funcionando, não chovia mais e o ar tinha cheiro de terra molhada. Thalia aproveitou para abrir as janelas e se deliciar com o ar frio da manhã, um sol tímido aparecendo entre nuvens mais brancas que cinzas.

Ela estava terminando os ovos quando notou que tinha uma companhia silenciosa sentada no balcão.

Buongiorno! — Nico cumprimentou. Seus cabelos estavam molhados denunciando um banho e ele usava um suéter preto que o deixava contrastante com a luz da manhã, de uma maneira bela, quase uma foto clichê.

— Bom dia. — Thalia sorriu, erguendo a cafeteira. — Café?

— Por favor.

Ela encheu uma xícara para ele e outra para si, aproximando-se para entregá-la. Nico sorria tímido ao aceitar e suas mãos se tocaram estrategicamente ao tomar a xícara para si, ficando vermelho.

Thalia riu e olhou em volta da cozinha, certificando-se se estavam sozinhos. Não estavam.

— Atrapalhei o momento? — A voz de Jason soou mole enquanto ele praticamente deslizava pela cozinha como um zumbi, os cabelos em uma confusão tipo ninho de pássaro e os olhos estavam semicerrados.

Thalia se afastou de Nico e voltou a atenção para as panquecas, ficando douradas demais para o seu gosto.

— Não sei porque vocês gostam de madrugar. — O Grace resmungou, abrindo o armário para pegar um copo. — O sol nem nasceu ainda.

— Então volte a dormir, preguiçoso. — Thalia brigou.

— Bem que eu queria, mas seu filho acabou de me acordar pedindo água. A luz já voltou?

Thalia assentiu e Jason resmungou um “hum”, saindo da cozinha.

— Tem certeza que não trocaram ele por um bicho preguiça quando eram crianças? — Nico perguntou, rindo do amigo.

— Eu concordaria com essa hipótese. — Thalia deu de ombros, sorrindo.

— Posso te ajudar? — Nico perguntou, já se erguendo. Thalia sorriu travessa, assentindo.

— Que tal fritar o bacon?

Nico obedeceu, ficando ao lado da garota que fazia mais e mais panquecas.

— Posso te ensinar um truque? — Nico perguntou e Thalia assentiu, prestes a virar mais uma panqueca, mas parando o movimento.

Nico se colocou atrás dela, seus corpos colados enquanto ele segurava a mão direita de Thalia na espátula.

— Você precisa segurar in questo modo, com firmeza. — O italiano sussurrou no ouvido de Thalia, o sotaque carregado e os rostos a centímetros. — Sem medo de se machucar, pode se aproximar um pouco mais.

Ele pressionou o corpo contra o de Thalia e a segurou com a mão esquerda na cintura.

— É só encaixar na lateral e virar. — Ele continuou rouco contra a orelha da Grace e ela sentiu o arrepio lhe percorrer o corpo.

Quando Thalia virou a panqueca, a massa se dobrou de uma forma estranha.

— Acho que não deu certo. — Thalia riu, a mão do italiano ainda firme sobre a dela para tentar virar a panqueca que só ficava mais estranha. — Você só está me atrapalhando.

A Grace riu, quando metade da panqueca escapou da frigideira e Nico riu em seu ouvido, se divertindo:

— Quer que eu pare?

Ela mordeu o lábio inferior sorrindo e pressionou o corpo para trás.

— Não mesmo.

A mão de Nico foi para o botão do fogão e girou, apagando o fogo. Thalia sentiu a mão direita do rapaz passear por seu braço até o cotovelo e se virou lentamente, dentro do limite do seu abraço, sorrindo ao abraçá-lo pela cintura.

— Aliás, deve continuar. — Ela sorriu e Nico o retribuiu, aproximando o rosto, os lábios próximos.

— Bom dia. — A voz de Zeus os assustou e Thalia empurrou Nico, quase pulando.

A garota olhou para o pai que parecia alheio a cena, prestando a atenção no celular em mãos.

— Estão fazendo o café? — Ele continuou e enfim os olhou. Thalia estava próxima ao fogão, vermelha, e Nico havia recostado no balcão, de costas para Zeus.

— Sim. — A Grace engasgou tentando soar natural. — Estamos terminando.

— Thalia, tem uma panela de fritura atrás de você. — Zeus retrucou. — Não fique de costas pro fogão, vai se queimar assim.

Thalia ergueu a sobrancelha e assentiu, dando um passo para frente.

— Sim, senhor. — Ela suspirou, ligando o fogão novamente, tentando terminar as panquecas.

 (...)

 

Thalia não sabia explicar como ficou feliz por seu pai não ter tocado no assunto enquanto tomavam café. Na verdade, parecia até estranho aquele café: Zeus desceu e Hera veio logo em seguida. Logo depois uma Hazel sonolenta e resmungona reclamava de Dimi tê-la acordado, mas o cheiro das panquecas a fez sorrir rapidinho e se sentar ao lado de Jason que já servia as crianças.

— Até que Thalia não nos faz morrer de fome. — Jason implicou com a irmã, que o respondeu com um tapa. Dessa vez, ela não havia ficado perto do filho, todos estavam uma confusão de lugares, onde ela estava entre o pai e o irmão e de frente para Nico.

— Vou te botar pra fazer o jantar e, quando você parar de queimar tudo o que coloca no fogão, nós conversamos! — Thalia retrucou, dando língua para o irmão.

— Mas nenhuma sobremesa sua supera as minhas. — Jason replicou, pegando mais uma panqueca da pilha. —  Você pode dar uma de capricorniana e rainha do gelo, irmãzinha, mas das suas mãos saem fogo e nas minhas é que sorvete fica bom.

— Você percebe que ninguém entende o que você diz, né? — Thalia retrucou, fazendo as crianças rirem.

— Ninguém entende mesmo. — Dimitri ajudou.

— Ei, baixinho, não é bem assim não!

O pequeno só riu mais, enfiando um pedaço de waffle na boca e Hera o mandava não mastigar de boca aberta, ajudando o menino a cortar as panquecas.

— Queria ver Thalia e Nico cozinhando um dia. — Hera comentou, sorrindo. — Os dois cozinham muito bem, tenho certeza que morreríamos de tanto comer. Que tal na Ação de Graças? Podem me ajudar a fazer o jantar?

Thalia tossiu, levando as mãos ao copo de suco de laranja para engolir. Jantar de ação de Graças com o novo… o-que-quer-que-Nico-fosse… não era bem sua forma de ir devagar. Mas, é claro, sua família não sabia que eles eram qualquer-coisa-que-fossem, apenas sabiam que ele era um antigo amigo da família que poderia muito bem participar da Ação de Graças. A Grace olhou de soslaio para Nico, que pousava a xícara de café com um sorriso.

— Eu adoraria. — O italiano comentou e para Thalia parecia que seu sotaque se sobressaia mais, denunciando o nervosismo. — Mas vou passar o Dia De Ação De Graças com minha família. Ainda não sei se eu vou pra Itália, ou eles vem pro feriado. Mas, podemos marcar um jantar qualquer dia, seria um prazer cozinharmos juntos.

Ele sorriu e suas bochechas eram vermelhas, não muito aparentes com a pele bronzeada. Isso fez Thalia corresponder o sorriso e assentir:

— Tenho certeza que podemos encontrar um dia pra cozinharmos juntos. Hoje meio que fizemos isso, não?

— Eu só fritei o bacon.

— Achei que estava ajudando com as panquecas. — Zeus comentou e Thalia sentiu um arrepio pela espinha. Não…! Ele não podia ter visto aquilo… Podia?!

Nico gaguejou nervoso e Thalia abaixou a cabeça, fugindo do assunto. Thalia já podia imaginar Jason soltando uma de suas pérolas e aumentando o embaraço de todos, mas a deixa foi para Hazel.:

— Papai não sabe fazer panquecas. — A pequena Di Angelo se pronunciou. — Ele queima tuuuuuuudinho.  Não sabe virar.

Thalia ergueu a cabeça de uma vez, erguendo a sobrancelha com um sorriso malicioso. Nico correspondeu o sorriso, bem como o olhar questionador de Thalia.

— Não… — O italiano mentiu para Zeus. — Como Hazel disse, eu sou péssimo com panquecas. Jamais iria atrapalhar.

Ela continuou com a sobrancelha erguida, dentro do jogo, mesmo quando o foco do assunto mudou para Dimi falando que queria cavalgar depois do café.


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Notas finais do capítulo

Roupinhas: https://br.pinterest.com/hellynivoeh/fita-azul/cap%C3%ADtulo-33-fazenda-grace/

Do final do capítulo: https://br.pinterest.com/hellynivoeh/fita-azul/cap%C3%ADtulo-34-fazenda-grace/

¹Isso veio de uma amiga minha, a babá dela realmente ameaçava ela desse jeito: Dividia a comida em parte e cada uma era um membro da família. Se ela não comesse aquela parte, a pessoa ia morrer.

Esse Di Angelo não é tão anjo, né não?
O que vocês fariam no lugar da Thalia? Depois de seu pai flagrar vocês com o/a crush na cozinha?
Espero que tenham gostado e nos vemos nos comentários!

Próximo capítulo dia 07/06 às 16:15 com o título "Paladino não quer um novo amigo. (Nem Tempestade ou Blackjack)."