Fita Azul escrita por Helly Nivoeh


Capítulo 30
Confissões, medos & tempestades


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu voltei rápido, não é?
Isso porque mais da metade final do capítulo foi escrito ano passado, por volta de setembro/outubro e eu fiquei algumas horas sem energia elétrica essa semana, o que me deu foco para escrever o que faltava. Já tem um bom tempo que eu guardo essa cena e espero que gostem!

Recapitulando:

Os Di Angelos foram convidados a passarem o final de semana na fazenda de Hera.
Dimi e Hazel entraram numa conversa sobre pais que não dão muito certo.
Thalia beijou Nico no terceiro encontro;
Nico deu bolo no quarto encontro com Thalia;
Quando eles se reencontraram na casa dela e ele disse que sentia muito por ter magoado ela, Thalia reagiu dizendo que não se importava com ele e o deixou sozinho;.
Eles se reencontraram na fazenda, mas o clima ainda é muito estranho;
Boa leitura!



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O coração de Nico estava apertado ao observar Dimi e Hazel ajudando Hera a preparar o jantar. As crianças estavam orgulhosas de ter acompanhado Zeus e Hera nas plantações para poderem escolher os melhores vegetais e, agora, ajudavam a lavar, separar e até descascar enquanto falavam como duas maritacas. Mas não era nada disso que fazia o italiano se sentir mal e sim seus pensamentos.

Durante todo aquele dia e a semana que havia antecedido ele, Nico só tinha uma pessoa em mente: Thalia Grace. Ele não conseguia parar de pensar em como seria revê-la, como seria estar no mesmo ambiente que ela depois daquela confusão e discussão na cozinha. E, então, quando enfim se viram, Nico havia ficado ainda mais confuso com a reação dela: Primeiro havia sido extremamente formal ao chamá-lo de Senhor Di Angelo — E, pelo amor!, ninguém o chamava assim. Nem mesmo a seu papá, Hades, chamavam assim! — e depois o havia chamado pelo nome de batismo, sorrindo em chacota. Ela iria fritar o cérebro de Nico assim.

Então, ele havia escutado a conversa de Hazel ao observar os coelhinhos e não havia mais espaço em sua mente para Thalia, não para preencher todos os seus pensamentos completamente. E, como se Thalia soubesse disso, Nico sentiu o toque dela em seu braço e, em seguida, ouviu sua voz:

— Você está bem? — Ela perguntou baixo, parecendo preocupada e ainda tocando o cotovelo de Nico.

Ele sentiu seu coração acelerar e o nervosismo voltava, mas se contentou em assentir com a cabeça e voltar o olhar para a filha, sentada à mesa e amassando batatas já cozidas. Ela sorria feliz e animada ao contar para Hera sobre seus amiguinhos do colégio, completamente alheia a Nico escorado no batente da porta.

— Você tem uma filha linda. — Thalia comentou, soltando-lhe o braço, porém, permanecendo ao lado dele de braços cruzados.  

— Sim, ela é. — Nico concordou por fim, não contendo nem o impulso de olhá-la, como já havia feito várias vezes naquele dia, e nem o impulso de admirá-la. Mesmo em um jeito cowgirl, com camisa xadrez, botas de couro e cabelo trançados, Thalia conseguia parecer linda e intimidante. — Obrigado.

— Ela também é muito sensível ao mundo. — Thalia completou, mas com um tom doce, não de crítica. Nico suspirou, sabendo que isso podia vir a machucar a menina no futuro.

— Isso também. — Concordou novamente, observando a filha tocar os cabelos de Hera que fugiam da trança e elogiá-los, perguntando de um dia teria cabelos tão grande pra fazer uma trança como aquela. — Eu ouvi vocês conversando mais cedo.

Acrescentou, por fim, pensando em quando eles estavam vendo os coelhos, sobre como Hazel havia falado sobre a mãe e depois sobre poder escolher os pais. Nico havia sentido no tom da menina a dor e o medo, e aquilo o havia machucado.

— Sinto muito se ela complicou você por Dimi querer Jason como pai. — Nico completou, dessa vez olhando Thalia nos olhos. Havia pesar em meio ao azul e ela apenas deu de ombros:

— Não complicou, mais cedo ou mais tarde eu sabia que teria que ter uma conversa assim com Dimi. — Ela fez uma pequena pausa, a qual suspirou. — Na verdade, acho que vou ter que ter várias com ele sobre o pai enquanto ele cresce. Eu poderia simplesmente inventar que ele está morto, mas não quero mentir e nem me parece certo.

Sussurrou por fim, como se dissesse mais para si do que para Nico. Ele entendia, às vezes mentiras e omissões eram realmente tentadoras ao pensar sobre Hazel, contudo, quando pensava em como a história da menina já havia sido influenciada negativamente por isso, mais tinha certeza de que a honestidade era a chave. E Hazel reagia muito bem ao que conseguia entender de sua história. Na verdade, Hazel desde pequena havia tido atitudes que haviam encabulado Nico, atitudes que nem ele pensava que um dia ela teria.

— Acredite, eu entendo. — Nico confessou, sorrindo pesaroso e sendo correspondido por Thalia. — Também não acho certo mentir.

Thalia assentiu, inclinando a cabeça para trás pensativa. Nico tentou desviar o olhar, entretanto não conseguia deixar de observar a maneira como Thalia umedecia os lábios com a língua, parecendo nervosa, ou a forma como sua respiração fazia o peito subir e descer, os primeiros botões da camisa vermelha revelando um pouco de uma blusa branca por baixo. O pouco tempo que Nico havia a afastado de seus pensamentos estava acabando.

— Hazel parecia bem sensível sobre adoção. — Thalia comentou, lançando-lhe um olhar de lado, sua expressão com um desinteresse obviamente forçado.

— Acho que sim. — Nico deu de ombros. — Como você disse, Hazel é uma menina sensível.

Thalia sorria de canto, assentindo com a cabeça e se afastando dele, sem uma palavra. Nico observou enquanto ela se abaixava e beijava a testa do filho e, depois, roubava um pouco do purê, levando uma bronca de Hera que agitava a colher. A Grace lançou a Nico um último sorriso antes de se dirigir a porta no fim do cômodo, que levava para a área externa, e sair sem fazer barulho.

Novamente Thalia Grace havia se tornado a dona de seus pensamentos, Nico suspirou. Ele havia tentado brincar com as crianças, conversar com Hera e até implicar com Jason, mas não adiantava. Eles haviam colocado a jantar no fogo e Jason agora estava levando Dimi para um merecido banho — depois de uma longa tarde brincando com Hazel pela fazenda até que o tempo fechasse e eles fossem persuadidos  ir pra dentro da casa ajudar com o jantar — e Hazel ajudava Hera a arrumar a mesa.

— Depois que Dimi sair, direto pro banho, piccola. — Nico comandou e Hazel respondeu com um bufar e revirar de olhos:

— Eu sei, papai. Eu já sou uma mocinha!

— Então eu vou deixar seu pijama em cima da cama, mocinha. — Nico replicou, rindo. — E não invente de molhar o cabelo, não quero você doente.

— Tá bom, papai. — Hazel resmungou de novo, quase subindo em cima da mesa para alcançar a vasilha com as cascas das batatas.

Nico se contentou em apenas balançar a cabeça e suspirar, subindo a escadaria para o segundo andar, onde ficava o quarto que ele e Hazel usariam. Já havia desfeito as malas mais cedo, então foi rápido ao achar o pijama e deixá-lo na ponta da cama, separando a roupa que também vestiria mais tarde.

O Di Angelo pensou em como seria passar a noite sob o mesmo teto que Thalia, como seria durante o longo jantar e se os pais dela ou as crianças perceberiam que alguma coisa entre eles estava errada. Não seria fácil.

Nico respirou fundo, sorrindo com o peculiar aroma de couro, madeira e terra molhada que preenchia o ambiente, bem diferente da fumaça, poeira e perfumes da cidade, revigorando-o. Nico adorava o ar puro do interior.

Sorrindo, ele se aproximou da pesada janela e a abriu com cuidado, tornando o cheiro de folhas e terra mais forte e estremecendo ao sentir o ar gelado que passava por sua camisa fina cinzenta. No entanto, isso não o impediu de colocar os cotovelos na janela e apreciar a vista, desde as árvores altas até o céu nublado.  Até seu olhar se deter em uma figura que se movia rapidamente.

Thalia estava cavalgando um alazão tão negro quanto seus cabelos que voavam contra o céu já quase escuro do crepúsculo. Nico havia visto o cavalo mais cedo e era difícil esquecê-lo: além da pelagem incomum, Blackjack, como era chamado, era o cavalo mais forte da fazenda, um puro sangue, indomável a maior parte do tempo, que parecia estar se submetendo a Thalia.

Ou talvez ela estivesse se submetendo a ele, Nico pensou, o cavalo avançava cada vez mais rápido e Thalia parecia o incitar, seu corpo inclinado para a frente, se movendo com tanta leveza quanto determinação. Ela estava linda daquele jeito e Nico sentiu seu sangue correr mais rápido por suas veias, seu coração acelerando.

Talvez mais tarde ele se arrependesse daquilo, mas Nico fechou a janela e, em seguida, desceu as escadas e passou pela porta de entrada da casa, querendo ver Thalia cavalgando mais de perto.

 

E, de perto, ela estava ainda mais linda. Nico apoiou o corpo na cerca que o separava do campo em que Thalia cavalgava e não conseguia parar de olhar para ela.

A Grace parecia totalmente alheia a presença dele, dando gritos e gargalhadas altas ao fazer o cavalo saltar sobre pequenos obstáculos, incitando-o com gestos e palavras, tão selvagem quanto o alazão de montava. Quase o lembrou da garota intimidante e rebelde que ela havia sido na adolescência, mas essa Thalia era ainda mais esplêndida, uma versão muito melhor de uma garota que um dia ele admirou. Essa Thalia estava lhe provocando reações que só uma mulher poderia provocar.

Nico tentou amenizar as reações de seu corpo, olhando para o céu cinzento, prelúdio de tempestade, e tentando pensar em qualquer outra coisa que não fosse em Thalia Grace. Foi em vão, logo seus olhos voltavam-se novamente para ela.

Mais uma vez ela esporeava o cavalo, contudo, dessa vez, algo deu errado. Blackjack virou para a esquerda em um movimento brusco, e Nico sentiu um arrepio quando notou o corpo de Thalia virando de uma vez, oscilando na sela.

— Cuidado! — Se ouviu gritar.

Felizmente, a garota sabia o que fazia: segurou-se firme no cavalo, evitando a queda e tomando o controle da situação.

Nico suspirou aliviado, no entanto, seu coração ainda estava acelerado, dessa vez de preocupação. A Grace olhou para ele por alguns segundos e, mesmo à distância, Nico podia dizer que ela sorria em desafio. Ele apenas balançou a cabeça, enfim dando-se conta de que não estava sozinho.

Zeus Grace estava com as mãos sobre a cerca, os nós dos dedos brancos de tão forte ele apertava. Ele parecia mais pálido, a respiração descompassada, e Nico até chutaria que ele estava trêmulo. Ele estava preocupada com a filha.

— O senhor está bem? — O italiano perguntou, mas Zeus apenas assentiu com a cabeça, os olhos ainda fixos em Thalia.

— Ela é igual a mãe. — O homem murmurou, amargura e descrença transbordando na voz. — Se eu disser pra tomar cuidado, vai fazer questão de desobedecer.

Nico se manteve calado, não sabia o que dizer. Na verdade, não sabia muito sobre a mãe de Thalia. Jason havia dito que ela morreu quando as crianças eram pequenas, e o loiro não se lembrava muito: ele só tinha cinco anos quando Beryl Grace morreu em um acidente de carro. Nico só sabia que ela foi uma mulher instável, que bebia muito e discutia com o marido. E que Jason sentia falta da mãe.

— Foi por isso que ela morreu. — Zeus murmurou e Nico, completamente desconfortável, só pode se perguntar se ele estava apenas falando consigo mesmo. — Eu disse que ela bebia demais, eu disse que ela não deveria dirigir bêbada e eu disse que ela não deveria sair de casa naquele dia. E o que ela fez?

Zeus olhou para Nico, e o rapaz só pode engolir em seco:

— Desobedeceu? — Arriscou e Zeus apenas suspirou, cansado. — Jason me contou do acidente.

Nico completou.  Zeus o olhou por alguns segundos e o italiano não sabia o que esperar. Talvez uma repreensão pela curiosidade, talvez apenas um aceno de cabeça concordando, e até que o homem chorasse ao lembrar da falecida esposa. Mas Zeus fez diferente. Zeus riu.

Um riso amargo, assustador, irônico.

— Ah, sim. O acidente.

Seu tom transbordava sarcasmo, o que levou Nico a franzir a testa e deduzir, em um tom baixo e incrédulo:

— Não foi um acidente.

Zeus assentiu e seus olhos estavam opacos. O azul era o mesmo de Thalia, um tom tempestuoso, e ambos demonstravam uma alma turbulenta. Assim como o sorriso de pai e filha eram iguais: sombrios, sarcásticos e com um toque de arrogância.

— É o que eu está no relatório da polícia e é o que eu disse pros meus filhos. — Zeus retorquiu. — Mas Beryl apenas aproveitou pra fazer o que já tinha prometido várias vezes.

Suicídio. A palavra não foi dita, mas ficou no ar. Beryl faria qualquer coisa pra desobedecer Zeus, mesmo que o pedido fosse apenas pra viver. Independente no que isso ia afetar seus filhos.

— Jason não sabe, não é? — Nico perguntou, embora a resposta fosse óbvia.

— Não faz ideia. Mas Thalia... — E novamente seus olhos foram para a garota que cavalgava, alheia a presença deles. —  ela sempre soube. E por isso ela é assim.

 

(...)

 

Quando começou a relampejar, Zeus foi pra dentro da casa e Nico seguiu Thalia até os estábulos. Encostado em uma das paredes, ele a observou prender o cavalo, uma voz doce ao acalmar o animal que se agitava com a tempestade.  Quando terminou, Nico esperava que ela fosse até ele, mas a Grace apenas subiu na parte baixa de um curral e ficou parada, olhando a tempestade que se formava. O italiano se juntou a ela, os olhos fixos no céu fechado que se iluminava em raios. Era uma visão incrível, o lembrava os olhos de Thalia.

Ele pensou em mencionar nisso, mas, com o jeito volátil de Thalia, não era o melhor momento. Ele a olhava de lado e a Grace mantinha os olhos fixos na paisagem. Sim, seus olhos eram tempestuosos como o céu, mas um pouco mais azuis do que a neblina. Ela o olhou por um segundo e sorriu, uma forma clara de pedir: “Não diga nada”.  Isso acalmou Nico.

Eles ficaram em silêncio, não algo incômodo com necessidade de assunto, apenas algo tranquilo, como um momento que não precisava de palavras.

— Quando eu era pequena — Thalia disse. —, eu adorava tempestades. Eu gostava de ficar deitada na grama antes de começar a chover e ficar encarando o céu escuro, até me perguntava se os anjos conseguiam ver a gente direito com tudo fechado. E, quando começava a relampejar, eu achava que era eles tirando foto da gente. Eu sei que é bobo, mas eram os meus dias favoritos.

Nico ficou em silêncio por alguns segundos, imaginando uma pequena menina com cabelos pretos e brilhantes olhos azuis, encarando o céu e esperando as primeiras gotas. Era uma imagem linda.

— Eu tinha medo. — Nico admitiu. — Chuva, raios… isso sempre me assustou. Era começar e eu corria para os braços da minha mãe.

— E você ainda tem medo? — Não havia riso, sarcasmo ou chacota nas palavras de Thalia. Apenas a curiosidade. Nico pensou em responder, mas ainda não era o momento. Fez como quem não ouviu a pergunta e continuou, com um sorriso leve de canto:

— Eu sempre achei tudo isso muito bonito, por mais que tivesse medo. Mesmo no colo, eu gostava de olhar pela a janela da sala. Tempestades sempre me atraíram, me chamaram atenção.

“Talvez por isso eu goste tanto dos seus olhos”, Nico pensou, mas não se deixou dizer. E aquele olhos magníficos foram afastados dos seus, atraídos novamente para seu espelho no céu.

O silêncio novamente era denso, e havia algo que incomodava Nico. Ele percebeu que havia algo de errado, mas já era tarde. Ainda com os olhos fixos na paisagem, tal como o pai, a voz de Thalia ressoou pelo estábulo.

— Me desculpe. — Ela disse. — Por semana passada e pela outra também.

Nico sentiu um arrepio pelo corpo e encarou Thalia. Tarde demais, ele notou que ela não mais segurava a cerca e ela parecia triste, talvez até um pouco frágil.

— Foi um grande erro ter te beijado. E foi um erro maior  ainda dizer que eu não me importava, era mentira. Eu queria que nós esquecessemos isso.

— O-o que? — Nico conseguiu gaguejar.

— É o melhor, para nossos filhos e para Jason também. Eu confundi as coisas e eu sinto muito por isso, então, por favor, faça de conta que aquele beijo nunca aconteceu.

Nico sentiu como um soco no estômago, um incômodo que subiu por sua garganta e o deixou momentaneamente sem palavras. Thalia aceitou seu silêncio como um consentimento e virou as costas, deixando-o no estábulo.

Com outro arrepio, Nico processou a informação e tomou sua decisão. Sem perder tempo, correu dos estábulos, encontrando Thalia há alguns passos, caminhando com pressa em direção a casa, os cabelos voando ao vento e os braços apertando a camisa de flanela contra o corpo.

O italiano a alcançou, segurando-a no braço.

— Espere. — Seus lábios pediram. Ela se voltou, a expressão confusa, surpresa.

— O que foi?

Nico não conteve-se de aproximar-se mais, suas mãos a tocando nos braços, o rosto próximo. Ela o encarava nos olhos e Nico se surpreendeu como ela era mais baixa que ele, no mínimo quinze centímetros, mas os saltos e a postura durona sempre a deixava intimidante.

O Di Angelo tentou dizer algo, mas não conseguia, se sentia hipnotizado pelos olhos tempestuosos e não sabia como expressar.  Os olhos de Thalia eram apaixonantes.

— Eu ainda tenho medo. — Os lábios trêmulos do italiano confessaram, sobrecarregando as palavras com seu sotaque. — De chuva, de raios.

E o tempo lhe respondia sua confissão, o vento mais forte lançou os fios negros em sua testa, raios estalaram e seu corpo não era mais que arrepios. Contudo, isso não o impediu.

— E de um monte de coisas. De você também.

Ele engoliu em seco, tremendo. Thalia franziu a testa e o envolveu, com as mãos em seus ombros. Ele não sabia se era um ato pensado ou não.

— Nico… — Ela sussurrou, apreensiva.

O rapaz apertou os lábios e olhou para os céus, ainda a segurando. O vento era mais fortes, as nuvens mais carregadas, e gotas começaram a cair. Gotas grandes, pesadas e translúcidas. Um raio iluminou o céu e uma gota e o atingiu na testa.

Ele voltou novamente os olhos para Thalia e, em meio aquele prefácio de tempestade, percebeu que ela era o que ele mais temia e, no entanto, também era o que ele mais desejava.

— Mas eu estou cansado — seus lábios sussurram, seu rosto tão próximo de Thalia, suas respirações se perdendo na neblina que subia, no vento que os atordoavam. — eu estou cansado de fugir do que me fascina.


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Notas finais do capítulo

Juro que não vou fazer vocês esperarem e nem sofrerem muito! Eu devo ter o rascunho de uns cinco capítulos seguidos, então aguardem atualizações frequentes!
Bom, eu editei o título do capítulo anterior porque ia ficar muito chato "Fazenda Parte N" várias vezes. Sim, vamos ter muitas cenas nessa fazenda ainda. O que acharam da mudança?
Outra mudança que fiz foi juntar (No Nyah!) os capítulo 24 e 25 que foram separados por um erro do site. Isso estava dificultando organizar a fic e espero que me perdoem: Infelizmente isso significa que não poderei visualizar os comentários do capítulo 25, mas a parte boa é que estão todos respondidos.

No capítulo passado eu esqueci de colocar o link que tem as roupinhas das personagens. Foram criados com aplicativos análogos ao Polyvore e caíram a qualidade porque ainda estou me adaptando a eles. Para quem usava o Polyvore e está procurando alternativas agora que ele saiu do ar, pode me mandar mensagem pra gente trocar experiências. Enfim, eis o link das roupinhas salvas no Pinterest:

https://br.pinterest.com/hellynivoeh/fita-azul/cap%C3%ADtulo-30-fazenda-graces/


Enfim, espero que tenham gostado e nos vemos nos comentários.

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